Remember December escrita por Anne Masen


Capítulo 28
EXTRA — You Inspired This One.


Notas iniciais do capítulo

Ai, meu bom Deus, nem acredito que finalmente tô postando! Nos falamos (direito) lá embaixo, boa leitura, pessoas lindas. ♥



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You Inspired This One

Dei uma última olhada no meu rosto no espelho, não queria parecer tão ansiosa e por isso me obriguei a aparentar o mais indiferente possível, como se fosse um dia qualquer e eu estivesse pronta para ir à escola.

Meu plano só falharia se alguém fosse capaz de ouvir o ritmo enlouquecido em que meu coração batia, mas convencida de que a probabilidade disso acontecer era totalmente nula, dei-me por satisfeita. Belisquei levemente minhas bochechas na tentativa de criar alguma cor ali, resmungando internamente pelo sol ser tão ameno em Londres, me fazendo ostentar a palidez de um fantasma.

Três batidas na porta me fizeram saltar e levar a mão ao peito, como se para tentar controlar meu coração já descontrolado e agora ainda mais devido ao susto.

— Bella, querida, você vai se atrasar. — disse Renée do outro lado da madeira.

— Já vou! — gritei de volta, virando-me para pegar minha mochila em cima da bancada para em seguida jogá-la sobre o ombro.

Assim que abri a porta, dei de cara com a minha mãe vestindo um robe lilás por cima da camisola e com cara de quem tinha acordado havia pouco tempo.

— Bom dia! — eu disse, sorrindo de orelha a orelha. Se eu não tomasse cuidado, certamente meu plano de parecer relaxada iria por água a baixo e a culpa não seria do meu coração.

Mamãe me observou de cima a baixo e ergueu uma sobrancelha. Ela estendeu a mão e tocou com a ponta do dedo o meusweatervermelho. Pela sua cara, pensei na ideia dela estar questionando-se internamente o motivo daquilo, uma vez que aquela era a minha peça de roupa favorita e que eu reservava apenas para ocasiões especiais. Mas logo chutei esse pensamento para longe, era meu aniversário de 16 anos, afinal, não é como se a minha mãe pudesse se esquecer disso.

— Bom dia. — ela disse, e eu tentei me confortar ao ouvir isso, ao contrário do esperado “pra que osweater?”.

Tratei de puxar conversa antes que aquele pensamento se concretizasse mais em mim.

— Onde está Kevin? — perguntei, dando a volta nela e me dirigindo até a parte do meu closet onde ficavam todos os meus sapatos. Puxei meu mais novoall starda prateleira — um vermelho que eu comprara especialmente para aquele dia.

— Lá embaixo esperando por você.

Assenti e me dirigi até a porta do quarto aos pulos por ainda estar colocando um dos lados do sapato, parei com isso só quando o impacto da minha mochila contra a minhas costas passou a incomodar. Depois de amarrar os cadarços e descer as escadas de dois em dois degraus, percebi que não adiantava continuar com aquilo: qualquer ser humano da Terra, por mais aéreo que fosse, poderia ver o quão ansiosa e animada eu estava. E por isso, era de se esperar que eu tivesse um sorriso enorme no rosto quando encontrei meu amigo Kevin na cozinha, beliscando um dos pãezinhos postos na mesa do café da manhã.

— Ei, seu guloso, largue isso agora, temos que ir! — eu comecei a puxá-lo pelo capuz do seu casaco, mas Kevin, que era inúmeras vezes mais pesado e mais forte que eu, não moveu um centímetro do lugar.

— Calma aí, pingo de gente. — eu normalmente teria feito uma careta para ele depois dele me chamar daquilo. O fato de eu ser uns bons centímetros mais baixa que ele o levava a isso, mas dessa vez por estar com pressa, deixei passar. — Eu não comi antes de sair de casa. Poderia ter um pouco de paciência, sim?

— Não. — rebati. Agora eu tinha as costas apoiadas contra ele, empurrando e tentando fazê-lo se mover na direção da porta dos fundos. — A culpa não é minha se você é preguiçoso a ponto de não preparar para si mesmo algo para comer.

Ele me olhava calmamente, parecendo estar se divertindo às minhas custas enquanto mastigava um pãozinho.

— Argh. Desisto! — declarei jogando as mãos para o alto.

Deixando ele para trás, saí pela porta e decidi esperá-lo no carro. Por sorte as portas não estavam trancadas então tudo o que eu fiz foi me jogar no acento do lado esquerdo e esperar de braços cruzados por Kevin.

Ah, como eu gostaria de poder girar a chave e eu mesma dirigir, pensei comigo mesma.

Alguns segundos depois Kevin chegou assoviando ao meu lado, sentou-se, colocou a chave e a girou. O carro tremeu sutilmente abaixo de nós e em seguida estávamos a caminho da escola.

— Eu me pergunto pra que tanta ansiedade, pingo de gente. — disse Kevin em certo ponto. Após fuzilá-lo com o olhar, me dei conta de que ele estava mesmo falando sério.

Aquilo me pegou desprevenida. Descruzei os braços e pisquei algumas vezes, finalmente virando o rosto na sua direção.

— Nenhum palpite? — indaguei.

Kevin me olhou pelo canto do olho e comprimiu os lábios, pensando. Ficou em silêncio tempo suficiente para me fazer achar que não iria me dar uma resposta, mas então, de repente, exclamou:

— O baile de boas vindas, é claro! Você estava ajudando na organização, certo? Deve estar mesmo animada para isso, mas só não fique nervosa, tudo vai sair bem.

Se isso se tratasse de um desenho animado, meu queixo teria parado no meu colo.

Eu até entendia que Renée não tivesse comentado nada sobre o que aquele dia significava, afinal, ela havia acabado de acordar, então poderia ainda estar meio desorientada, além do fato da sua memória pela manhã nunca ter sido algo que merecesse um prêmio, mas Kevin... Kevin era jovem, com boa memória enuncaesquecia o meu aniversário. Na verdade, ele sempre fizera questão de ser o primeiro a me felicitar. Dizia-se o mais especial e portanto merecedor de fazer as honras primeiro. Palavras dele. Desde a primeira vez que alegara, quando éramos realmente um pingo de gente, ele vinha fazendo jus a isso.

Quer dizer, até agora.

Eu não disse nada, apenas balancei a cabeça fazendo que sim. O baile de boas vindas que aconteceria naquela noite estava em segundo lugar na minha lista deCoisas Animadoras do Dia 13 de Setembro, e era claro que eu estava animada para ele, mas meu aniversário era outra história. A história que ninguém parecia se lembrar.

Voltei à posição de antes, olhando as casas passarem rapidamente por nós enquanto Kevin continuava a dirigir rumo à escola. Tudo o que eu conseguia pensar era que meu dia acabara de ficar um poucomenosanimado.

xxxxxxx

— Bella? Bella? Amiga, você está me ouvindo?

Como se de repente fosse sugada para a realidade, me dei conta de que minha amiga Ângela não só chamava meu nome, mas estalava os dedos magricelos próximos ao meu rosto na tentativa de recuperar minha atenção.

Passei a mão pelo cabelo e olhei em volta vendo o movimento dos alunos que andavam pra lá e pra cá pelos corredores, ansiosos para chegar ao refeitório como se estivessem distribuindo pizza e refrigerante de graça. Eu mantinha a mochila abraçada contra o peito, encostada no meu armário e esquecendo completamente do que estava fazendo antes.

— Desculpe Ang, o que disse? — senti minhas bochechas corarem por eu não ter dado a ela a devida atenção enquanto falava.

— Perguntei se você tem com quem ir ao baile hoje à noite. Ainda há um lugar no carro do Ben, se você quiser pode ir conosco. — ela repetiu.

— Ah! Obrigada Ang, mas Edward irá me buscar em casa para irmos juntos. — falei.

Meus olhos mais uma vez varreram o lugar a procura de Edward. Não o vira desde que chegara e já começava a considerar a possibilidade dele ter faltado aula, apesar disso não lhe ser característico.

Ângela apenas deu de ombros e ajeitou a mochila nas costas. Começamos a andar para o refeitório junto aos outros alunos, com minha amiga dizendo que estava quase tudo pronto para aquela noite e que só faltavam mais alguns ajustes na decoração do salão onde o evento aconteceria, mas que ela já tinha tomado as providências pra que na hora estivesse tudo certo.

Contudo, eu novamente não estava dando a devida atenção. Não era de propósito, eu só estava distraída demais, culpa do meu humor que no começo da manhã encontrava-se radiante, mas agora nem perto disso. Talvez eu estivesse exagerando, mas era como se ausência de Edward só estivesse me deixando ainda mais deprimida.

Conforme as horas iam passando e eu continuava sem sinal de Edward, me convenci de que ele não tinha ido à escola, e não querendo que as pessoas passassem por mim e perguntassem por que diabos eu estava com a aparência de um zumbi, obriguei-me a parecer um pouco maisnormal. Foquei toda minha atenção nas aulas e em coisas que envolviam a organização do baile para manter a cabeça ocupada. Ao fim da tarde, agradeci por ter funcionado e ninguém ter perguntado o que havia comigo.

Mais tarde, liguei para o telefone residencial de Edward — minha única alternativa levando em conta as chamadas para o seu celular que caíram na caixa postal — porque queria saber se estava tudo bem e se ainda iríamos juntos ao baile, mas ele não estava em casa, sua mãe me dissera. Não insisti, apenas agradeci a Esme e disse que tentaria outra hora.

Eu havia acabado de sair do banho quando meu celular começou a vibrar em cima da cama. Corri até ele na esperança de que fosse quem eu esperava que fosse.

Era.

— Edward! — eu disse, sem tentar esconder o alívio no meu tom de voz.

— Como você está, Bella? — ele perguntou gentilmente.

— Eu estou bem, como estávocê? Por que não foi à escola? Aconteceu alguma coisa?

— Ei, ei, ei, fique calma. — tranquilizou-me. — Eu só me senti um pouco indisposto, nada com o que se preocupar.

Fiquei um pouco mais tranquila, mas minha cabeça ainda estava cheia de dúvidas e incertezas quanto àquela noite.

— O baile — minha voz não passou de um sussurro, limpei a garganta para soar mais clara. — ainda está de pé? Digo, pra nós dois?

— Sim, claro. Por que não estaria? — ele disse, parecendo confuso.

— Por nada! — eu disse rapidamente, pois não queria expor meus pensamentos bobos, originados das expectativas frustradas daquele dia. Um sorriso brotara em meu rosto agora que tudo parecia estar voltando ao normal. — Vejo você daqui a uma hora?

— Nem um segundo a mais. — Edward garantiu. — Até logo, amor.

— Até logo, Edward.

Apertei o botão para encerrar a chamada, decidida a sair daquele estado de tristeza no qual ficara presa a tarde toda. Edward estava bem e nós iríamos ao baile, então se as minhas expectativas quanto ao meu aniversário não deram certo, eu aproveitaria o restante da noite o máximo que eu pudesse.

Quando a campainha tocou naquela noite, eu estava sentada no sofá da sala de estar batendo ansiosamente os sapatos de salto um contra o outro e ignorando completamente a minha mãe dizendo que eu deveria me acalmar, senão acabaria tendo um ataque cardíaco até o momento que Edward chegasse.

Levantei com um pulo e fui o mais rápido que os meus sapatos permitiram até a porta. Foi necessário que eu respirasse fundo três vezes e desse alguns pulinhos para abrir a porta sem parecer uma maluca. Atrás de mim, eu podia ouvir minha mãe rir discretamente.

Quando abri a porta, o pensamento que eu tive foi que tudo estava conspirando pra que eu tivesse um ataque cardíaco de verdade. Tive quase certeza de que a minha tentativa de não parecer uma idiota fora por água abaixo depois que eu fiquei quase um minuto inteiro encarando o deus grego Edward vestido naquele terno preto que lhe caíra tão bem.

Seus lábios estavam franzidos no seu sorriso torto que eu tanto adorava enquanto ele também me analisava da cabeça aos pés. Eu estava usando um vestido azul porque sabia que Edward adorava essa cor em mim, mas àquela altura eu achava que quem fora presenteado com uma bela visão havia sido eu.

Fiquei tão encantada com ele que demorei a perceber o buquê de flores que Edward trazia nas mãos.

— Minha nossa, Bella, você está incrível. — Edward quebrou o silêncio.

Minhas bochechas assumiram um leve tom de vermelho diante do elogio, e obriguei-me a sorrir em agradecimento.

— Você também está muito bonito. — eu disse, arqueando as sobrancelhas e analisando-o de cima a baixo novamente. Ele definitivamente estava mais do que bonito — muito mais — mas eu não conseguiria dizer aquilo sem ficar com o rosto da cor de um tomate.

Edward estendeu o buquê para mim.

— São pra você.

Eu não consegui evitar sorrir bobamente, encantada com o seu cavalheirismo sem fim. As rosas vermelhas do buquê estavam tão perfeitamente arrumadas e aparentavam ser tão delicadas que eu peguei-as com o maior cuidado do mundo, temendo que o menor descuido pudesse acabar com elas.

— São lindas. — eu disse, admirando-as e ainda sorrindo. — Obrigada. Eu vou guardá-las lá dentro e então podemos ir. Quer entrar?

Ele negou com a cabeça.

— Não precisa, posso esperar aqui. Só diga “oi” aos seus pais por mim. — Edward sorriu.

Eu assenti e entrei na casa novamente. Maria surgiu na minha frente, vindo de algum lugar que eu não prestei atenção qual era e se ofereceu para levar o meu buquê para dentro. Agradeci e rapidamente voltei à entrada, com o coração na boca.

— Vamos? — eu disse, ainda de costas para ele enquanto fechava a porta.

Quando virei-me, Edward estava bem atrás de mim, só um espaço mínimo separava o seu rosto do meu, e que logo deixou de existir quando ele tocou meus lábios com os seus.

— Vamos. — sorriu.

xxxxx

— Edward, o que você está fazendo? Alguém pode precisar de mim! — eu sibilei enquanto era puxada pelo corredor completamente vazio da escola.

A cada passo, a música alta que soava das caixas de som ia ficando mais abafada, assim como o burburinho de pessoas gritando e conversando. O baile de boas-vindas felizmente estava saindo de acordo com o planejado e todos pareciam estar se divertindo, inclusive Edward e eu. Eu não tinha como confirmar, mas deveria ser quase meia noite quando Edward disse que tinha algo para mim e então me levou para longe do ginásio — para longe do baile.

Eu só ainda não havia entendido o que ele pretendia fazer, e minha confusão mental cresceu consideravelmente quando ele tirou de dentro do bolso da calça um molho de chaves, e com uma delas abriu a sala de música. Desde quando ele anda por aí com as chaves das salas?

Foi quando um arrepio desceu pela minha espinha. Era uma apreensão bem ridícula, eu bem sabia, levando em consideração que Edward nunca faria nada que eu não estivesse de acordo ou que fosse me machucar, mas naquele momento, enquanto ele fechava a porta atrás de nós, tudo o que passava por minha cabeça eram os alertas de Renée e Maria quanto a garotos que seaproveitamde oportunidades em que estão sozinhos com uma menina em lugares isolados e escuros. Justamente como a sala em que estávamos.

Demorou um tempo até eu perceber que o som irregular que eu escutava era a minha respiração acelerada. Tive que forçar a vista para enxergar todas as cadeiras e instrumentos musicais a minha frente, uma vez que as luzes encontravam-se desligadas e Edward não parecia disposto a mudar isso.

Eu estava tão tensa com toda aquela situação que soltei um grito quando as mãos de Edward pousaram em meus ombros, e minha reação exagerada o fez rir.

— Está com medo de mim, Bella? — provocou Edward.

Eu o empurrei de leve, constrangida.

— Não. — eu disse. — Mas vou começar a ficar se você não me contar porque estamos aqui. Sabe como é, isso aqui está parecendo aqueles filmes deserial killer.

Isso fez Edward rir mais ainda.

— Que imaginação fértil, Swan. — falou. — Mas eu não pretendo acabar com a sua vida hoje, não no seu aniversário.

Eu teria rido, se a minha atenção não tivesse sido totalmente sugada para a palavra “aniversário”. Percebi que, de tão determinada a não me deixar incomodar pelo dia desanimador, acabara esquecendo completamente que ainda era meu aniversário.

Eu estava de costas para Edward até então, mas me virei a fim de ver seu rosto. Não entendi muito bem o porquê, mas meus olhos encheram de lágrimas quando encontrei Edward sentado no banquinho em frente ao piano, a alguns metros de distância. Ele ficava lindo ali, havia tirado o casaco e as mangas de sua camisa branca estavam dobradas até os cotovelos, o rosto semelhante ao de um anjo, por alguma razão que me era desconhecida, estava corado, e como se não bastasse, o piano ficava bem abaixo da janela de vidro, permitindo que a luz pálida da lua iluminasse apenas um dos lados do seu rosto.

— Feliz aniversário, Bella. — ele disse antes que seus dedos descessem sobre as teclas.

Eu não escutava muita música clássica, no entanto eu sabia o quanto elas poderiam ser encantadoras e, definitivamente, a que Edward tocava se encaixava nessa categoria; era doce e calma; perfeita. Edward tocava piano há anos, mas eu não tivera muitas oportunidades de vê-lo tocar — ele sempre fora um tanto tímido quanto a isso —, e pensar que ele estiva vencendo uma dificuldade sua por mim significava muito.

Edward não errou uma vez sequer, o que me fez imaginar quantas vezes ele treinara. Por fora, eu estava completamente estática, sem coragem nenhuma de me mover, com medo de que uma alteração naquele momento, por menor que fosse, estragaria algo — assim como com as flores — mas por dentro eu estava à beira de um colapso.

A música acabou gradativamente, ficando cada vez mais baixa até que o silêncio tomou conta do recinto. Edward pousou as mãos no colo e olhou na minha direção, a espera de uma reação. Parecia apreensivo.

— Minha nossa, Edward. — eu arfei. Precisei de um instante organizar todos os sentimentos dentro de mim, só assim eu conseguiria formular algo coerente para dizer. — Isso foitãolindo, você não têm ideia do quanto eu adorei, eu...

Tive que me interromper, pois a felicidade que eu sentia estava manifestando-se em lágrimas que caíam o tempo todo, dificultando a minha tentativa de demonstrar minha gratidão. Edward pareceu ver que eu não sairia daquele estado tão cedo e veio até mim, segurou meu queixo e me fez fitá-lo nos olhos.

Deus, eu o amo tanto, pensei apaixonadamente quando me vi perdida na imensidão esverdeada e brilhante que eram os seus olhos, mesmo na escuridão da sala. Será que ele via a mesma coisa que eu?Sentiao mesmo que eu? Edward havia dito que me amava várias vezes, mas, para mim, era difícil acreditar que pudesse ser um amor maior do que o que eu sentia por ele.

— Não precisa dizer nada. — sorriu. — Eu me contento com um beijo.

Então assim foi feito. Meus sapatos de salto contribuíram para que eu alcançasse seus lábios com mais facilidade, e meus braços abraçaram seu pescoço com tanta força que não seria uma surpresa se nossos corpos se fundissem. Edward riu disso, e passou os braços por minha cintura, levantando-me alguns centímetros do chão.

Eu estava rindo, feliz da vida, quando ele me afastou, pegando somente na minha mão e me guiando até a porta.

— É melhor irmos, sua surpresa ainda não acabou, mocinha.

Eu estanquei no lugar.

— Ah, meu Deus, o que é agora? — dessa vez, eu não tentei conter minha animação. Aquela noite só ficava cada vez melhor. — Não me diga que Kevin também vai tocar algo para mim.

Edward riu.

— Como se aquele preguiçoso soubesse tocar algum instrumento. — ele revirou os olhos, e eu podia apostar que se Kevin estivesse ali, teria começado uma pequena discussão de melhores amigos. — Ele não fez nada desse tipo, no entanto fez questão de providenciar uma faixa gigantesca dizendo “Parabéns, Bella!”. Ele já deve ter colocado-a na festa a essa altura.

— Como é que a organizadora da festa não ficou sabendo disso tudo? — eu disse, rindo.

Enquanto voltava para o ginásio com Edward, pensei em Kevin e eu a caminho da escola naquela manhã, e em como eu caíra direitinho na sua farsa. Ele não se esquecera do meu aniversário, afinal. Ninguém o fizera, agora eu sabia que tudo não passara de uma armação. Até mesmo meus pais e Maria fizeram parte do esquema — eu me dei conta disso ao ser recepcionada não só pelos meus amigos, mas por Rénee, Charlie e Maria assim que pisei na festa novamente.

Ah, e havia de fato uma faixa gigantesca para mim.

Eu estava um pouco desconcertada com toda aquela atenção, principalmente porque eu não esperava por isso de jeito nenhum, mas eu não podia negar que estava feliz. Não feliz porque eu estava sendo celebrada e essas coisas, mas feliz porque as pessoas que eu mais amava estavam comigo. Eu percebi que aquilo bastava para mim.

Terminei aquela noite adormecida no ombro de Edward, no carro dos meus pais e caminho de casa. Despertei somente quando me senti ser carregada até me quarto, e me surpreendi por ter sido colocada na cama por Edward, e não por Charlie, como imaginei.

Quando ele estava prestes a se afastar, eu puxei-o pelo pulso.

— Obrigada. — eu disse, tão sonolenta a ponto de nem conseguir abrir os olhos. — Pelo melhor presente de aniversário de todos.

Senti minha mão ser afagada.

— Amo você, Bella. — sussurrou-me docemente. — Não se esqueça disso.

Um sorriso espalhou-se pelo meu rosto, e eu pude sentir o momento em que ele se levantou.

— Edward? — chamei, lutando com todas as forças para me manter acordada.

— Sim?

— Promete que nunca vai me deixar?

— Prometo.

Outro sorriso.

— Boa noite.

Assim que a porta se fechou, eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

Tão lindo esses dois, pena que nós sabemos que essa promessa é quebrada :c Mas tudo acaba bem, isso a gente também sabe. HAHAHA ♥
ENTÃO, eu resolvi fazer esse extra porque eu senti saudades de RD e também porque eu fiquei extremamente animada com os comentários da Sabrina depois que a fanfic foi finalizada (então se você ficou feliz com a surpresa, agradeçam a ela, hahaha ♥).
Escolhi o aniversário de 16 anos da Bella como temática do extra porque é um momento citado na fanfic (capítulo 20) e porque já que o epílogo foi o aniversário do Edward "no futuro", por que não fazer do extra, o aniversário da Bella no passado? =3
Espero que gostem e que comentem, afinal, se vocês deram-se o trabalho de ler até o final, devem ter algo a dizer, certo? Rs.
Um obrigada do tamanho do mundo a minha amiga Debora por ter betado esse extra pra mim. Negs, você é do balacobado e me salvou mais uma vez, ♥
Queria agradecer também pelos lindos comentários deixados na época em que RD foi finalizada! Mds, eu fiquei uma semana nas nuvens, hahahah Vocês são demais ♥
Ah, pra quem estiver se perguntando "Qual é a desse título do extra?": Bom, "You Inspired This One" (Em português: "Você inspirou essa") é o que o Edward diz em Twilight para a Bella no momento em que ele toca no piano a canção de ninar que ele compôs para ela. ♥
E... é isso aí, galerinha. Eu não acho que vá postar outro extra, então esse será meu último contato com o mundo de RD ~chorando
Vou sentir muita falta, pode crer. :c E pra quem pretende acompanhar minhas outras histórias (se é que alguém pretende, né, rs), eu só peço um pouco de paciência porque as coisas estão mais do que corridas aqui fora e eu não tenho a mínima ideia de quando poderei postar uma nova fanfic :(
Mas eu não pretendo parar de escrever, so don't panic ♥
Acho que é tudo o que eu queria dizer, obrigada mais uma vez a quem leu RD e o extra, e por favor, me deixem saber o que vocês acharam, ok?
Mil beijos,
Ju.
p.s: Para Sabrina e Larissa, as lindas que comentaram no extra quando eu postei ele separadamente, mtmtmtmtmtmt obrigada! Eu amei os comentários, de verdade, e fiquei super feliz que tenham gostado ♥



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