Remember December escrita por Anne Masen


Capítulo 26
Vigésimo Quinto Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, galera! Desculpem a demora, haha. Nós nos vemos lá embaixo e eu espero que vocês gostem do capítulo ;)



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— Vamos, Amanda, está na hora de acordar. — eu disse abrindo as cortinas de seu quarto e fazendo com que os fracos raios de sol entrassem pela janela.


Ela se remexeu na cama e se limitou a fazer uma careta antes de puxar seu cobertor sobre a cabeça. Eu lhe dei um tempo, indo até seu guarda-roupa e pegando alguma roupa para ela vestir naquele dia, e acabei optando por uma calça jeans e um suéter vermelho, uma vez que fazia frio lá fora. Entrei no banheiro anexado no quarto e deixei a banheira encher com água morna.


Voltei para o quarto e a chamei novamente, dessa vez indo até ela e puxando o cobertor de cima de seu corpo. Amanda estremeceu de frio e vendo que não conseguiria voltar a dormir, levantou-se. Seus olhos se arregalaram ao tocar com os pés o chão gelado e ela correu para colocar suas pantufas, que eram na tonalidade de um rosa-bebê com uma cabeça de um porco de pelúcia na frente.


Está frio. resmungou.


Eu sei, e é por isso que tem uma banheira com água morna e roupas quentes e confortáveis esperando por você. eu disse docemente.


Após isso, eu a observei tirar o cabelo do rosto e caminhar preguiçosamente até o banheiro.


Qualquer coisa eu estou aqui, ok? gritei para ela.


Tudo bem respondeu ela do outro lado da porta que agora estava fechada entre nós.


Eu comecei a arrumar algumas coisas pelo quarto enquanto esperava Amanda sair do banho. Coloquei dentro de sua mochila todo o material escolar que ela iria precisar para aquele dia, incluindo seus lápis de cor e canetinhas coloridas, junto com seu caderno de desenho porque sabia que era isso o que ela fazia no recreio quando não estava brincando com algum coleguinha. Amanda desenhava muito bem para uma menina de apenas cinco anos, e eu tinha certeza de que se ela continuasse a desenvolver seu talento, quando fosse maior seria uma desenhista maravilhosa.


Havia se passado seis semanas desde o ocorrido com James, e eu nunca mais tivera notícias dele, sabia que ele ainda estava cumprindo sua pena na cadeia e só – não é como se quisesse saber, de qualquer jeito. Edward havia terminado seu tratamento por causa do tiro que levara no ombro e não ficara com nenhuma sequela. As coisas estavam de volta ao normal, eu podia perceber, e agradecia isso profundamente.


Algumas coisas aconteceram desde então, Edward e eu havíamos nos mudado para uma casa e vendido nosso antigo apartamento, agora morávamos perto de Esme e Carlisle, e fazíamos visitas a eles sempre que possível. Eu cumprira minha promessa de comprar um piano para Edward, e ele ficara excepcionalmente feliz quando recebeu esse pequeno presente de aniversário. Agora eu me sentia constantemente feliz ao ouvi-lo tocar quase toda noite, logo após que chegava do trabalho. Ele até estava ensinando Amanda a algumas notas, e os dois passavam vários minutos tocando.


Onde ela está? disse Edward, interrompendo meus devaneios. Ele estava encostado na solteira da porta do quarto de Amanda, abotoando sua camisa social azul escuro. Ele deixou o último botão livre e passou a enrolar as mangas até o cotovelo.


Estava perfeito, como sempre.


Está tomando banho. eu respondi. Andei até ele e substituindo suas mãos, eu mesma comecei a enrolar a manga de sua camisa. Está muito bonito, sr. Cullen.


Edward sorriu e me puxou para um abraço, e tudo o que eu fiz foi me alinhar mais ao seu corpo.


Tudo isso é para alguém em especial? eu disse, cutucando seu peito com o indicador e segurando a gola de sua camisa entre os dedos.


Na verdade, sim. ele respondeu.


Eu me afastei dele e arqueei uma sobrancelha.


Ah, é? E quem seria esse alguém?


Um sorriso divertido brotou em seus lábios, e ele balançou a cabeça como se não acreditasse no que eu estava dizendo, Edward me chamou com o dedo para que eu me aproximasse. Fiz o que ele pediu. Eu não estava com ciúmes de verdade, Edward sabia disso, mas mesmo assim ele parecia estar se divertido com a situação.


— Quem mais seria senão você, Bella? disse ele, buscando meus olhos.


Eu sorri em contentamento, apoiando minha cabeça em seu peito.


Bom, então você conseguiu — eu disse para ele. — está mesmo muito bonito — sempre está, completei em pensamento.


Edward apenas sorriu, provavelmente se divertindo com o rubor que cobria boa parte de meu rosto. Ainda não havia me acostumado com o hábito de Edward por sempre me colocar no centro de tudo, como se nada mais importasse. Era estranho porque... é como se os papeis estivessem trocados, uma vez que era assim que eu me sentia sobre ele: nada mais importava.


Ele levantou meu rosto para capturar meus lábios com os seus e me beijar calidamente. Separamos-nos apenas quando o ar tornou-se escasso, nossas testas estavam encostadas uma na outra e eu sorri ao perceber suas mãos em volta de minha cintura, e as minhas em seu cabelo, como de costume.


— A que horas você termina de atender hoje? — perguntou Edward ao mesmo tempo que colocava uma mecha de cabelo meu atrás da minha orelha.


— Estou com a agenda um pouco cheia para hoje, mas nada que vá me manter lá por mais de uma ou duas horas após o final da tarde. Por que?


— Estava pensando em sair para jantar, só você e eu. Amanda poderia ficar com Renée e Charlie essa noite, faz mesmo um tempo que eles não a veem, então acho que não iriam se importar. O que acha?


— Eu acho ótimo — respondi animada. Adorava sair com Edward, não importava para quê ou o lugar. Era tão bom ter um tempo só para nós dois, quando eu podia deixar todo o estresse do dia a dia para o lado e apenas aproveitar os momentos de descontração ao seu lado. Era tudo o que eu precisava no momento levando em conta o fato de que durante essa última semana meus dias haviam se resumido a trabalho e casa. E geralmente quando eu chegava em casa estava tão cansada que tudo o que fazia era tomar banho e me jogar na cama.


Edward também não estava muito atrás, trabalhava tanto quanto eu. E eu só fazia agradecer por Amanda não ser uma criança energética, do tipo que fica exigindo atenção o tempo todo. Ela compreendia quando eu e Edward estávamos cansados demais para alguma atividade que exigiria muito esforço nosso.


Ela passava a manhã inteira na escola, e depois Edward usava parte do seu intervalo do almoço para buscar e deixá-la em casa, onde ela ficava sob o olhar e cuidados de Maria, que havia sido muito gentil em aceitar o cargo de babá de Amanda até a hora que voltávamos do hospital.


Não é nada, criança. Não é como se eu pudesse deixar a minha Isabella ficar longe de mim por muito tempo, de qualquer jeito. Será um prazer cuidar da pequena Amanda também. — foi o que Maria disse quando eu perguntei se não seria incômodo para ela ficar com Amanda. Eu fiquei super feliz com a notícia, e Amanda também, ma vez as duas se davam muito bem.


No final das contas, sim, Edward e eu precisávamos de uma folga.


— Eu passo na sua sala quando for a hora de sairmos — sorriu Edward.


Eu apenas assenti e devolvi o sorriso. Eu girei o corpo quando a porta do banheiro fez um pequeno clic e Amanda saiu lá de dentro enrolada em uma toalha verde que deveria ter no mínimo duas vezes o se tamanho.


— Terminei — disse ela antes de tremer de frio.


x


Eu levantei o olhar dos papeis espalhados na minha mesa quando percebi Edward entrar na minha sala. Ele ainda vestia seu jaleco e ao contrário do que eu esperei encontrar, não estava com a expressão cansada dos dias anteriores. Agora, ele parecia até animado demais pra quem passou o dia todo trabalhando.


— Ainda ocupada? — perguntou, olhando para a quantidade significativa de papeis em cima de minha mesa.


— Na verdade, não. Só estava olhando algumas fichas de pacientes para a semana que vêm. — respondi enquanto começava a arrumas as fichas em uma pilha para depois guardá-las na gaveta anexada na mesa. — Podemos ir — completei, lançando um sorriso para ele.


Guardei tudo e fechei as janelas, peguei minha bolsa e caminhei até ele, deixando ele segurar minha mão e me guiar para fora da sala e posteriormente para fora do hospital.


Fizemos um parada em casa para tomar banho e trocar de roupa, encontrando o lugar vazio, já que Amanda estava com Renée e Charlie, e Maria fora dispensada naquela noite. Eu senti meu corpo relaxar instantaneamente ao entrar em contato com a água morna que caída do chuveiro diretamente nas minhas costas. Normalmente um banho como esse me faria ficar morrendo de sono, mas dessa vez meu cérebro pareceu entender que eu precisava ficar acordada por mais algumas horas e o cansaço não tomou conta de mim.


Não sabia exatamente em que tipo de restaurante iríamos jantar, então depois de passar alguns minutos olhando para as roupas penduradas em cabides dentro do meu closet, optei por um vestido preto que não era nem tão longo e nem tão curto, ele tinhas mangas de renda que se estendiam até os meu pulsos e um decote na parte de trás que se estendia até o meio de minhas costas. Coloquei um casaco e luvas, prevendo o frio que estaria fazendo lá fora. Era a época Natalina, afinal, e a neve já cobria as ruas pouco a pouco.


Encontrei Edward já pronto no segundo andar, na varanda anexada ao seu escritório. Ele vestia um terno preto elegante e sapatos sociais. Seu casaco estava dobrado sobre o seu braço e ele observava a neve que caía preguiçosamente nas ruas, não parecia se importar com o frio.


Ele virou na minha direção quando ouviu o som do meu sapato batendo contra o piso de madeira. Sorriu e estendeu a mão para mim, convidando-me para me postar ao seu lado, e seus braços me envolveram no instante em que eu o fiz.


Eu me aconcheguei mais a ele, gostando do calor que emanava do seu corpo, que era melhor de todos, nenhum casaco do mundo teria o mesmo efeito. Edward depositou um beijo no alto de minha cabeça quando eu a apoiei em seu peito.


Ficamos abraçados por algum tempo e em silêncio, pelo menos até um floco de neve pousar em cima do meu nariz e fazer Edward rir. Eu passei a mão parar enxugar o local quando o floco derreteu.


Edward me afastou o suficiente para avaliar meu vestido, e eu corei quando ele sorriu torto, aprovando.


— Você está linda — ele disse.


— Obrigada — sorri. — Você também.


Seu olhar procurou o meu e eu me perdi naquela imensidão esverdeada. Edward ergueu uma mão para acariciar meu rosto e foi uma questão de tempo para que ele me puxasse para mais perto, selando então os nossos lábios. Eu soltei um suspiro; como eu tinha sentido a falta de momentos como aquele com Edward.


Minhas mãos serpentearam por seus braços e ombros até chegarem em sua nuca, agarrando então seu cabelo e trazendo ele para mais perto — se é que ainda fosse possível. As mãos deles estavam e minha cintura por debaixo de meu casaco, e eu pude sentir Edward sorrir em meio ao beijo quando suas mãos tocaram a pele descoberta de minha costa devido ao modelito do vestido.


— Está tentando me distrair, Bella? — perguntou sussurrando em meu ouvido. Com a ponta do nariz, ele traçou uma linha que se estendia de meu maxilar até meu ombro. Ele fez esse caminho três vezes antes que eu conseguisse dizer alguma coisa.


— Não propositalmente — eu disse. — Mas se estiver funcionando, não serei eu que vai impedir.


A respiração de Edward tonou-se irregular contra a minha pele enquanto ele ria.


— Ainda não, meu amor — ele se afastou, fazendo com que eu fizesse uma careta em protesto. — Temos uma noite inteira pela frente.


Eu fiz o máximo de esforço que pude para assentir, e depois o empurrei com o ombro quando vi o que ele estava se divertindo com a minha frustração. Com a mão na minha, Edward nos levou até a garagem, onde estava o seu Volvo.


— Se importa de irmos a um outro lugar antes de jantarmos? — perguntou ele ao abrir a porta do passageiro para mim.


Entrei e esperei que ele desse a volta no carro e se sentasse ao meu lado para responder.


— Não me importo — eu disse. Eu observei ele sorrir ao mesmo tempo que dava partida no carro. — Onde vamos?


— Você verá.


Estava tão distraída tentando imaginar para onde iríamos e o que faríamos naquela noite que esqueci de olhar pela janela. Só percebi onde estava quando Edward estacionou o Volvo em frente ao Her Majesty's Theatre. Um sorriso cresceu em meu rosto no momento em que avistei o cartaz que dizia o que estaria em exibição naquela noite: Romeu e Julieta.


Eu quase não me contive de felicidade, adorava esse espetáculo, sendo Romeu e Julieta um de meus livros favoritos. Não parei de agradecer a Edward por ter me trazido ali durante todo o tempo em que ficamos esperando o espetáculo começar. Eu deveria saber que Edward faria questão de pegar um dos melhores lugares do teatro para nós dois — do jeito que ele sempre queria fazer as coisas saírem perfeitas. E deveria saber também que estaria me debulhando em lágrimas nas cenas mais tristes ou românticas da peça.


Edward também não colaborava em nada, citando as falas de Romeu junto ao túmulo de Julieta no meu ouvido.


Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante.


Quando as cortinas se fecharam, a plateia explodiu em aplausos, e eu timidamente abri minha bolsa para pescar um lencinho e enxugar meu rosto banhado pelas lágrimas, completamente ciente de Edward segurando o riso do meu lado.


Ele esperou pacientemente do lado de fora enquanto eu estive no banheiro feminino tentando recompor minha maquiagem. Eu deveria estar parecendo um panda devido ao rímel borrado por causa do choro durante o espetáculo.


Se eu achei que a noite não poderia ficar melhor, estava enganada. Edward me levou para jantar, como prometido, no meu restaurante favorito, que era de comida italiana. Eu ainda sorria feito uma boba quando ele abriu a minha porta do Volvo e me ajudou a sair do carro. Edward entregou as chaves do Volvo para o manobrista, e depois que voltou para o meu lado passou um braço por minha cintura, me levando para dentro.


Ele reservara uma mesa para nós no segundo andar do estabelecimento, em um lugar reservado e perto da grande parede de vidro que dava vista para a iluminada e coberta de neve Londres. Fiquei observando a cidade enquanto ele pedia nosso prato, não me preocupando com o que iria comer porque sabia que Edward conhecia meu paladar tão bem quanto eu mesma.


Virei o rosto na sua direção quando ele tocou na minha mão com a sua por cima da mesa.


— Está gostando da noite? — perguntou Edward.


— Estou amando, na verdade — respondi sorrindo de orelha a orelha. — Obrigada por isso, mais uma vez.


Edward acariciava a costa de minha mão com o polegar ao mesmo tempo que respondia.


— Não precisa agradecer, Bella, eu estou aproveitando tanto quanto você. — um sorriso torto brotou no seu rosto.


Conversamos sobre coisas aleatórias enquanto esperávamos a chegada dos pratos, e quando isso aconteceu, eu sorri quando o garçom postou um prato com spaghetti e camarões na minha frente. Edward escolheu um vinho para nós e começamos a comer.


— Eu tenho algo para você — disse Edward minutos depois que ambos havíamos terminado com o jantar.


Eu tomei mais um gole de meu vinho e arqueei uma sobrancelha para ele.


— Mais uma surpresa? Hoje por acaso é alguma data especial que eu esteja me esquecendo? — falei sem conseguir evitar um sorriso.


— Não preciso de data especial para lhe presentear, Bella — respondeu Edward, revirando os olhos de maneira engraçada. Ele meteu a mão dentro do terno preto.


— Devo fechar os olhos? — perguntei retoricamente, fingindo me preparar para fazê-lo caso sua resposta fosse positiva.


— Não precisa — respondeu no mesmo tom humorado.


Eu tinha as mãos em cima do colo, mordia o lábio e balançava a perna enquanto esperava ansiosamente que Edward mostrasse a surpresa. Ele tirou uma caixa retangular e de tamanho não muito grande de dentro do bolso do terno, esta era revestida com um veludo na cor vinho.


Ele a estendeu para mim com um sorriso torto perfeito no rosto.


— Abra — instruiu.


Eu peguei a caixinha com cuidado, como se pudesse quebrá-la com um mínimo toque, apesar dela aparentar ser bem resistente. Meus olhos se arregalaram a medida que a meus dedos levantavam a tampa revestida de veludo e a linda pulseira entrava em meu campo de visão.


Sabia que Edward observava meu rosto esperando por uma reação, mas tudo o que eu consegui fazer foi ficar admirando a corrente prateada e o pequeno pingente em formato de coração que estava pendurado ali. Aquela pulseira era simplesmente perfeita. Era aparentemente simples, mas qualquer um que olhasse com atenção para o brilho do pingente saberia que aquele coração era feito de diamante.


— Ai, meu Deus — eu sussurrei tão rapidamente que soou como uma única palavra.


Quando finalmente levantei o rosto, encontrei um Edward completamente satisfeito e feliz, ele podia ver que eu tinha adorado o presente apenas pela minha expressão.


— Coloca pra mim? — eu pedi, pegando a pulseira entre os dedos com mais cuidado do que antes. Deveria ter sido uma fortuna. — Isso é um diamante, Edward?


Edward encolheu os ombros, achando que eu iria lhe dar uma bronca por me comprar algo tão caro.


— É uma pulseira em ouro branco — disse ele enquanto colocava a peça em questão em volta de meu pulso. — Mas sim, o coração é um diamante.


Eu ri com o pensamento que passou por minha cabeça, e rindo, eu o falei:


— Você não fez nenhuma dívida na compra dessa pulseira, não é?


Edward assim como eu, soltou uma risada.


— Não, fique tranquila — disse ele.


— Eu amei, Edward. Obrigada — eu toquei sua mão enquanto sorria para ele. Minha verdadeira vontade era de beijá-lo, mas não o podia porque havia uma mesa entre nós. Resolvi deixar esse desejo para outra hora, então.


— Você ficou ainda mais linda com a pulseira. — Edward murmurou ao mesmo tempo que fazia um sinal com a cabeça para o garçom, pedindo a conta. — Vamos para casa, você deve estar cansada.


Eu não podia negar que estava, por mais que a noite estivesse ótima, queria sair dali. Mas eu tinha que admitir que minha vontade de partir não tinha nada a ver com o cansaço, e sim porque eu queria ficar sozinha com Edward, longe dos olhares das pessoas.


Conta paga, saímos de mãos dadas do restaurante. O manobrista fez seu caminho para buscar o carro assim que nos viu na entrada e logo trouxe o veículo. Edward abriu a porta do carona para mim e depois sentou-se ao volante. Contudo, ele não deu a partida no carro de imediato, puxou meu rosto para perto e me beijou apaixonadamente antes de seguir em nosso caminho para casa. Ele tinha um sorriso no rosto durante todo o trajeto, e sua mão esquerda ficou pousada em meu joelho sempre que ele não a usava para mudar de marcha.


Meus batimentos cardíacos se assemelhavam ao bater de asas de um colibri mas não pelo beijo de tirar o fôlego que Edward me dera, ou por sua mão em mim enquanto dirigia. Bom, esses fatores também, mas principalmente pela decisão que estava considerando tomar. Pensei em me manifestar antes de chegarmos em casa, mas Edward estava na direção e eu não sabia qual seria sua reação diante do que eu tinha a dizer. Apesar de achar que a notícia o deixaria em êxtase, não queria arriscar, não quando ele poderia ter um surto e bater com o carro.


Edward me ajudou a tirar o casaco dos ombros assim que chegamos em casa e eu fiz o mesmo com ele. Tirei os sapatos de salto alto e com segurando-os na mão subi as escadas para em seguida entrar no escritório de Edward e seguir para a varanda.


Edward se juntou a mim minutos depois, e eu entendi o motivo de sua demora quando vi que ele trazia duas taças de vinho nas mãos. Ele me entregou uma e após levantar a sua, nossas taças produziram um suave barulho quando chocaram-se em um brinde.


Edward olhou em meus olhos por longos segundos, com tamanha intensidade que fez minhas pernas ficarem bambas, e quando ele sussurrou um “Venha cá” eu não hesitei em obedecer. Passei os braços em volta de seu pescoço antes de ficar na ponta dos pés para que nossos lábios se encontrassem mais um vez. Outro beijo de tirar o fôlego, e quando o ar se tornou escasso, houve uma pequena pausa para que este fosse recuperado e que nossas respirações normalizadas. Não se passou cinco minutos e então Edward já estava me puxando para si novamente.


A essa altura nossas taças de vinho já estavam repousadas no parapeito da espaçosa varanda, dando assim liberdade para que tocássemos um ao outro de melhor forma. Minhas mãos seguravam seu cabelo, mantendo Edward o mais perto possível, e suas mãos espalmadas na base de minha coluna. Eu tive, contudo, que interromper o beijo quando senti Edward encaminhar uma das mãos para descer o zíper do meu vestido, na lateral do meu corpo.


Odiei fazer aquilo, mas estava determinada a fazer o que tinha decidido no carro e para isso, eu tinha que estar em condições de raciocinar. As mãos de Edward em meu corpo definitivamente não ajudavam quanto a isso.


Ele abriu os olhos e eu estremeci ao ver o brilho intenso nas orbitas esmeraldinas. Edward olhou confuso para mim, e eu quase podia ouvir as engrenagens trabalhando dentro de sua cabeça para descobrir o por quê de eu me afastar. Eu levantei o dedo, pedindo um minuto para que conseguisse respirar em um ritmo considerado normal.


— A pulseira — sussurrei. — você acha que podem ser adicionados pingentes nela?


O cenho de Edward se crispou diante do repentino assunto, mas ele respondeu da melhor maneira que pôde.


— Acredito que sim — eu quase estremeci uma segunda vez ao ouvir o quão rouca estava a voz dele. — Por que?


— Acho que eu vou colocar mais um, se possível. — eu mordi o lábio, mas parei com isso quando percebi o olhar de Edward fixo em minha boca. Eu não queria distraí-lo. — Um ursinho, talvez, para simbolizar uma criança.


— Amanda há muito não brinca com ursinhos de pelúcia — sussurrou Edward, seu tom de voz foi diminuindo conforme seu rosto foi chegando perto do meu pescoço. Ele começou a distribuir beijos de por ali, e eu tive que reprimir a vontade de me dar um tapa por estar deixando que ele me distraísse.


— De fato, ela não brinca. — agora, eu sussurrava perto de seu ouvindo, e minhas mãos pareciam que iam arrancar seus cabelos a qualquer momento tamanha a força com qual os puxava. — Mas quem disse que eu estava falando de Amanda?


Os beijos pararam imediatamente. Eu mordi o lábio para não dar um risinho, quase pude ouvir o estalo que fez na cabeça de Edward quando ele percebeu do que eu estava tentando lhe dizer. Afastou-se de mim para olhar em meu rosto com os olhos esmeraldinos completamente imóveis.


— Você...


Eu assenti antes que ele continuasse.


— Eu estou grávida, Edward.


Ele arfou, definitivamente Edward não esperava por essa. Ele sorriu imensamente para mim e eu retribui do mesmo jeito. Ele pegou meu rosto entre as mãos e procurou meu olhar.


— Como... como? — ele disse, ou ao menos tentou. Eu quase ri de suas palavras embaralhadas. Ele estava radiante. — Ah, meu Deus.


— Ora, Edward, eu acho que você sabe muito bem como os bebês são...


Mas ele não me deixou continuar. Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Edward estava me beijando de forma quase desesperada, uma mão sua estava em pescoço e outra em minha cintura para me trazer para perto novamente. Ele suspirou e apertou minha cintura com mais força quando eu correspondi ao beijo.


Dessa vez, quando Edward fez menção de abaixar o zíper do meu vestido, não o impedi. Edward levantou minhas pernas, colocando-as em volta de sua cintura e assim ele pôde me levar casa a dentro, indo para o nosso quarto. Ele me colocou no chão e separou nossos lábios, me permitindo respirar durante algum tempo. Mas eu já estava tão impaciente quanto ele, e por isso comecei a desfazer o laço de sua gravata borboleta. Eu podia ver o sorriso torto no rosto dele, assim como o brilho de excitação em seus olhos, que com certeza era reflexo do que deveria estar nos meus.


Eu o livrei do terno, jogando-o em qualquer lugar, e sua camisa teve o mesmo destino — o chão, muito provavelmente. O vestido estava folgado em meu corpo por Edward já ter aberto-o, então para finalizar o que havia começado, ele me virou de costas e ao mesmo tempo que beijava meu pescoço e ombro, retirou a peça de roupa dos meus ombros descendo-a até meu quadril e então ela deslizou por si só até o chão. Com um chute, libertei meus pés daquilo.


Ele me guiou até a cama de casal, deitando-se parcialmente por cima de mim em seguida. Quando nenhuma peça de roupa cobria mais meu corpo, ele tomou um minuto para me observar.


— Eu já disse que você é linda, Isabella? — perguntou retoricamente. Tudo o que eu fiz foi sorrir e puxar seu rosto para o meu novamente, beijando-o com toda a paixão que eu possuía dentro de mim.


Com a respiração irregular, eu o observei fazer uma trilha de beijos até minha barriga, Edward tinha um sorriso tão feliz no rosto e lançava-me um olhar tão carinhoso que eu por um segundo me considerei a pessoa mais sortuda do mundo por tê-lo.


— É o melhor presente que você poderia me dar — disse ele acariciando meu ventre liso. — Nenhum jantar, espetáculo, ou diamante é melhor que um filho seu, meu amor.


Quando eu me recuperei o suficiente de suas palavras para ter a decência de tirar o resto das roupas dele, amamos um ao outro por incontáveis horas, senão a noite toda — eu não tinha como ter certeza, meu cérebro estava ocupado demais com outras coisas que definitivamente não eram as horas. Edward nunca parecia estar satisfeito e eu não estava muito atrás, assim que nossas respirações e batimentos cardíacos voltavam ao normal, começávamos tudo de novo.


O relógio marcava quase cinco da manhã quando eu, exausta, desabei no peito de Edward pela última vez. Ele fazia círculos invisíveis em minhas costas, contribuindo para que o sono tomasse conta de mim cada vez mais.


— Durma, meu amor. — ele disse docemente para mim.


Eu me aninhei mais a ele, respirando na base de seu pescoço, pronta para sucumbir ao cansaço.


— Obrigada pela noite, foi perfeita — falei, sonolenta.


— Você me deu o melhor presente, obrigado você — Edward beijou minha testa suavemente. — Agora descanse, Bella.


— Vejo você de manhã — sorri.


— Sempre — respondeu.


Eu estava onde queria estar, onde era o meu lugar. Meu amor por Edward viveria até o fim de minha vida — ou até depois disso —, e enquanto tivéssemos um ao outro, seríamos capaz de enfrentar tudo. Tudo ficaria bem. Com ele, sempre ficava e sempre ficaria.


Os braços de Edward me envolviam, e as batidas de seu coração formavam uma canção de ninar perfeita. Com a certeza de que minha vida não poderia estar melhor, eu adormeci.


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Notas finais do capítulo

*abraçada com um travesseiro* Um Edward desse pra mim, por favor! Então, o que acharam? Eu ainda vou trazer um epílogo pra vocês, contando como vai estar a vida desses dois daqui a alguns anos ♥ Mas vou fazer meu discurso de despedida logo agora cof cof Queria pedir pra que vocês comentassem, tá no final, então aos fantasminhas: Ainda dá tempo de comentar! Digam o que acharam, por favor. Nunca é tarde demais ;) Obrigada por tudo, obrigada a todas que acompanharam Remember December, àquelas que comentaram, que adicionaram aos favoritos, a quem recomendou a fic e etc. Isso tudo significa muito pra mim e vocês são sabem o quanto eu aprecio o carinho de vocês ♥ Agradecer às minhas amigas que sempre me apoiaram e me ajudaram tanto nesse tempo que eu estive escrevendo RD. Obrigada, obrigada, obrigada ♥
Eu adorei escrever essa fanfic, e com certeza vou sentir muitas saudades!
Até o epílogo, galerinha! Vejo vocês em breve ♥ Mil beijos!
Ju.