Remember December escrita por Anne Masen


Capítulo 23
Vigésimo Segundo Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Hey, galerinha! Aqui vai mais um capítulo, eu espero que vocês gostem dele, de verdade. Eu adorei escrevê-lo ♥
Queria agradecer a MandyDoelinger pela linda recomendação ♥ Obrigada, amiga, de verdade, esse capítulo é dedicado a você ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192724/chapter/23

 Minha primeira reação foi quase morrer de susto ao ouvir a voz extremamente rouca atrás de mim, e a segunda, estremecer de medo. Ele era pelo menos uma cabeça mais alto que eu e no mínimo duas vezes mais forte, e estava perto demais para que eu tivesse alguma chance de correr caso fosse preciso. Bastou uma olhada no cós de seu jeans escuro e esfarrapado para eu desejar dar meia-volta e chamar a polícia. Posicionada estrategicamente para se manter escondida, uma pistola estava engatada no seu quadril. Eu deveria saber que não conseguiria fazer aquilo sozinha.

Não era James, pelo menos. Talvez nisso eu estivesse com sorte — se é que estar sozinha com um cara armado pode ser considerado sorte.

— Eu... eu achei que estava vazio. — gaguejei tentando manter meus olhos no rosto dele para tentar passar uma segurança que eu nem de longe sentia. — Desculpe, entrei no lugar errado.

Eu girei nos calcanhares para sair dali, tropeçando nos meus próprios pés e quase caindo de tanto nervosismo. O homem me segurou pelo cotovelos antes que minha cara atingisse o chão, e eu de certo modo fiquei grata por isso. Porém, ele tinha se aproximado mais ainda para isso, e se antes eu achava que ele estava perto demais, agora... sem comentários.

— Eu sei que você viu que eu estou armado, — ele estava perto o suficiente para sussurrar isso no meu ouvido, e sua mão ainda estava segurando meu braço com firmeza. — sua expressão apavorada não foi tão discreta quanto você pensa. E é justamente por isso que eu não posso deixar você ir, docinho. Quem me garante que ao sair por aquela porta você não vá correr para a delegacia?

Agora eu estava ferrada. Tudo o que me faltava era o brutamonte resolver me manter presa aqui, aniquilando todas as minhas chances — por mais pequenas que fossem — de entrar e sair com Amanda sem ser vista ou causar escândalo.

— Quem lhe trouxe aqui? — quis saber o brutamonte.

— Eu já disse, pensei que o lugar estivesse vazio, foi um engano. — continuei com a mentira. Eu sabia como ser cabeça dura.

Ele riu com escárnio.

— E se estivesse? O que uma garota como você estaria fazendo aqui? — arqueou as sobrancelhas.

Eu estreitei os olhos na sua direção, analisando-o. Seu cabelo era castanho claro, ao contrário de seus olhos mais pareciam chocolate derretido. Por mais que fosse grande e estivesse armado, não parecia o tipo de cara que compraria briga com alguém. Eu duvidava que tivesse mais de 26 anos.

— Eu estava esperando alguém. — sorri da maneira mas sugestiva que pude. A ideia que se passara por minha cabeça, em outro momento, iria me parecer a coisa mais absurda do mundo, mas agora eu estava sem escolhas.

Eu relaxei meu corpo, como se de repente estivesse confortável com a nossa proximidade — eu não estava.

— Um namorado? — pude senti-lo relaxar assim como eu, provavelmente por ver que eu não estava mais na defensiva.

— Talvez.

Ele me avaliou por completo, da cabeça aos pés. Passou-se a metade de um minuto até ele largar meu braço, entretanto ele não se afastou. Ele pareceu acreditar em mim e que aparentemente eu não estava querendo causar problemas para ele, aliás, o que mais uma garota de um metro e meio e completamente sozinha estaria fazendo em um galpão, se não esperando por algum namorado? Isso seria bem típico de alguém que fosse ingênua o bastante para acreditar que o seu príncipe encantado fosse aparecer no encontro marcando naquele tipo de lugar, e era esse o papel que eu estava tentando desempenhar.

Eu me perguntei se dar um passo para trás agora estaria sugerindo que eu ia sair correndo, e minha intenção não era essa porque eu não queria alarma-lo e nem que ele tivesse algum tipo de reação violenta se eu reagisse. É só que não me agradava ficar tão perto dele.

— Ao que parece, você levou um bolo. Seu namoradinho não está aqui. — disse ele, sério de repente.

Eu cruzei os braços no peito, fazendo ele dar um passo para trás. Ponto meu.

— O que é uma pena. — encolhi os ombros e fiz um beicinho para dar a impressão de que tivesse mesmo ficado chateada com aquilo. — Mas e você, o que faz aqui?

O brutamonte estreitou os olhos para mim e passou a mão pelo cabelo. Ele olhou em volta, como se checasse se estávamos a sós. Cheguei a pensar que ele não me responderia devido ao tempo que ele ficou calado e pelo fato de ter se virado de costas para mim.

— Não é da sua conta. — disse. Ele virou-se novamente. — E você não deveria estar aqui.

Eu levantei os braços em sinal de rendição, aproveitando a deixa.

— Se você diz... — girei o corpo na direção da saída.

— Mas que droga, eu já não disse que você não pode ir? — ele marchou rapidamente na minha direção e fechou com força o pouco que eu conseguira abrir da porta. Ela passou a um centímetro do meu rosto e fez um barulho enorme ao ser fechada.

— O que nós vamos fazer, então? — rebati. Agora eu estava com medo novamente, mas fiz de tudo para que ele não percebesse. — Que tal você me mostrar o lugar? O que estava fazendo antes de eu chegar? Não é possível que você fique aqui sem fazer alguma coisa interessante.

Eu levantei uma sobrancelha e mordi o lábio, esperando sua reação. Talvez eu estivesse exagerando no meu teatrinho, mas não importava, eu precisava sair daquele espaço de entrada e encontrar Amanda.

O cara sorriu torto para mim, aprovando minha atitude. De novo, ele olhou em volta.

— Eu não sei se estou permitido de fazer isso, mas... — disse, pensativo. — Acho que ele não vai ligar, portanto que não sejamos vistos. Venha.

Ele segurou minha mão e guiou galpão a dentro. Diferente de como eu imaginara, não era um galpão qualquer, uma vez que por dentro estava todo reformado. Havia sido dividido em cômodos bem espaçosos, por fora um galpão como qualquer outro mas por dentro quase que uma casa cuidadosamente decorada. Esme aprovaria o padrão de cores das paredes: vinho, preto e branco.

Me lembrou um cassino.

— Qual o seu nome? — perguntei quando o garoto abriu a porta do quarto no final de um corredor escuro. Ele fez um sinal com a cabeça e eu entrei sendo seguida por ele. Ele começou a tirar o casaco, relógio e sapato, ignorando minha pergunta. Ele fechou a porta com o pé e a trancou. Ele deixou a arma em cima de uma mesinha.

Agora chega. — pensei a beira do pânico. Pensa, Isabella, pensa!

— Riley? Riley! — a voz masculina soou alta ao mesmo tempo que um punho batia com força no outro lado da porta. — Você está aí? Ouvi você se movimentando por aqui, quem era na porta?

— Merda. — Riley praguejou. E sibilou para mim. — Não se mova.

Ele destrancou a porta e a abriu só um pouquinho, me impedido de ver quem estava do outro lado. Não foi necessário, entretanto, ver quem era, eu reconheci a voz de imediato.

— Ora, abra mais essa porta! — esbravejou James. — Até parece que está escondendo alguma coisa...

A porta se abriu por completo, batendo com muita força contra a parede e me fazendo pular no lugar.

E então os olhos de James caíram sobre mim.

Ele ficou paralisado, os olhos tão esbugalhados quanto eu achei que fosse possível. Suas mãos fecharam-se em punhos e ele de repente parecia nervoso.

— O que ela faz aqui? — respirou.

— Eu... Ela... Quero dizer... — Riley gaguejou, passava a mão pelo cabelo, visivelmente nervoso e amedrontado.

O olhar de James transbordava raiva e o seu olhar vageava entre Riley e eu. Por um milésimo de segundo, ele fitou a arma de Riley na mesinha, porém seus olhos ficavam sem foco e ele quase entrou em desespero quando o som passos curtos ficaram mais audíveis a cada segundo.

Por trás da perna esquerda de James, Amanda deu uma espiada.

Eu arfei e dei um passo para frente, Amanda sorriu em reconhecimento e me imitou. Meus olhos fizeram uma varredura por seu corpo minúsculo a procura de algum dano, não havia nada, pelo o que eu podia ver.

— Riley. — gruniu James. — Tire ela daqui, AGORA!

— Não! — meu grito saiu esganiçado enquanto eu dava vários passos a frente, desesperada com a ideia de levarem Amanda embora. — Deixe ela! Você não tem esse direito, James!

Porém meu apelo não serviu de nada, no instante seguinte Riley tinha uma Amanda inquieta no colo, levando ela pra sabe-se lá onde.

— Bella! — gritou Amanda por cima do ombro de Riley.

— Você vem comigo. — James pegou meu braço do mesmo jeito que Riley havia feito, só que com muito mais força, me fazendo soltar um gemido de dor. Ele me guiou para fora do quarto, mas não antes de pegar o revolver de Riley.

Ele me levou para a área de entrada, a que eu estive quando encontrei Riley e me jogou brutalmente para a frente, fazendo eu tropeçar e cair no chão. Mas não era um gesto que dissesse para eu ir embora, e sim fique aí enquanto eu decido o que fazer com você. Meu braço estava dolorido onde James tinha segurado e eu automaticamente me massageando a região para tentar aplacar a dor.

— Aquele filho da p.... — King não completou a frase, passou um tempo andando de um lado para o outro, bufando de raiva. — Eles... Vão levá-la, vão levar a minha Sophie por causa daquele moleque!

— Está doente! Amanda não é sua filha, ela não é Sophie! — eu fiquei de pé, gritando em pleno pulmões. — Ela está morta assim como a sua ex-esposa, não é só porque uma criança se parece com ela que você tem o direito sequestrá-la para substituir a sua filha.

Ele virou e andou lentamente na minha direção, me olhando como se estivesse diante de uma completa louca.

— Quem você pensa que é para falar da minha família? — gritou de volta. — Você não sabe nada sobre mim, nada!

— Sei que você perdeu sua filhe e esposa em um acidente de carro, no qual você é o culpado por estar dirigindo completamente bêbado!

Houve um estalo bem alto, seguido pelo meu grito no momento em que a mão de James se chocou contra o meu rosto. O tapa me levou de volta para o chão de tão forte, eu podia sentir o gosto do sangue que começava a sair do meu lábio agora ferido.

— Não se atreva a falar sobre a minha família novamente. — vociferou.

— SE TOCAR NELA DE NOVO, EU ACABO COM VOCÊ!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

BARRACO, MINHA GENTE, BARRACO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Pois é, pois é, as coisas vão ficar feias em RD ):
Não esqueçam de comentar, ok? E obrigada àquelas que comentaram no anterior ♥
Beijos ♥