Pov Isabella

Os dias foram se passando, e as semanas também. Desde a noite da festa eu não tinha visto Caroline, até que um dia Maria me contou que ela voltara para a Flórida. Larissa ligava para nós de vez em quando, mas também não a víamos muito. Kevin e Katherine continuavam os mesmos. As aulas na universidade continuavam as mesmas. Tudo parecia ter voltado ao normal.

A não ser por uma coisa: Eu e Edward.

Era estranho, tínhamos ficados mais próximos depois daquela noite, e eu já começava a querer estar com ele a maioria do tempo. Não havíamos nos beijado novamente, isso era meio frustrante as vezes. Ele não disse mais coisas que pudessem confirmar meus pensamentos de “eu poderia ser correspondida”, mas também não parecia que eu estava errada quando levantei essa hipótese. E eu percebia isso toda vez que ele me olhava, eu via um afeto nos seus olhos que eu não era capaz de entender. Nada comparado ao meu “afeto”, mas era bem intenso.

Sobre aquele papel, – que aliás me causou muita confusão, uma vez que desencadeou Caroline a ameaçar Edward e blá blá blá – eu não o li. Edward me contara que ele havia pego o meu quando foi a minha casa tentando pegar o dele, nesse dia fizemos um acordo uma vez que ele também não lera o meu. Eu não leria o dele, e ele não leria o meu, a não ser que ambos deixássemos.

Era esse o papel que eu tinha em mãos quando alguém bateu na porta de casa. Maria foi atender.

–Deus do céu, é bom vê-lo aqui, rapaz! Cruz credo, em um dia eu estou ajudando Rita a trocar suas fraldas, e agora, você já um homem! - Exclamou Maria.

–Edward? - Perguntei, segurando o riso pelas palavras de Maria. Edward ficara meio corado com isso.

–É bom ver você também, Maria – Edward sorriu.

–Vamos, entre garoto – Convidou Maria.

Edward passou por Maria, cumprimentou Kevin ao pé da escada e veio se sentar ao meu lado no sofá.

–Olá – Digo sorrindo – O que lhe traz aqui?

–Eu quero falar com você, Isabella – Respondeu, ele parecia nervoso – Mas não aqui, gostaria de dar uma volta?

Meu coração falhou, da última vez que ele me convidou para dar uma volta foi na festa, onde nos beijamos. Mas, se isso fosse acontecer novamente, triste é que eu não ficaria.

–Claro – Respondo.

Caminhamos e fomos parar em um campo florido que me parecia familiar. Foi então que percebi, andamos alguns quarteirões e fomos parar em uma campina. A campina, a nossa campina, minha e de Edward. Fiquei sem entender o por que de ele ter me levado ali. Edward não me chamara ali só para bater papo.

–Edward – Digo – Por que estamos aqui? Tenho certeza que você não me trouxe aqui só para por a conversa em dia – Franzi o cenho.

Paramos de andar, ele suspirou, pegou minha mão mas não me olhou nos olhos.

–Você tem razão, não vim aqui para isso – Começou ele – Bella, eu vim aqui com você porque não posso mais esconder o que sinto.

POV EDWARD.

Meu coração começava a bater mais rápido quando um vento forte cortou o espaço não muito grande entre nós, fazendo o perfume de Isabella invadir meus pulmões. Apreciei aquilo por alguns segundos. Não acreditava que iria fazer aquilo, e se desse errado? E se Bella não sentisse o mesmo, depois de tudo que eu a fiz – o que era bem possível de acontecer? Eu suportaria a rejeição que tanto temi durante anos? Eu não fazia a mínima ideia.

–Bella, durante anos eu esperei por isso. Há dois anos eu nem achava que seria capaz de voltar para Londres, temia voltar porque sabia que não suportaria se você me olhasse com ódio. Eu certamente morreria com minha culpa. Mas no final das contas eu voltei, e eu consegui reunir coragem para falar com você. Bom, você sabe como foi nosso primeiro encontro – Eu dei um passo, ficando mais perto de Bella, que olhava em meus olhos e estava parada feito uma estátua, os lindos olhos castanhos pregados em mim.

–Continue – Pediu a linda estátua, como se sua vida dependesse daquilo, ela fechou os olhos.

–Decidi, então, tentar me aproximar de você, tendo a ideia de estagiar na Universidade de Londres. Pretendia tentar recuperar sua confiança, deixei bem claro para mim mesmo que iria ser seu amigo, e que não iria interferir na sua vida novamente, pensei que ser um amigo não causaria tanto impacto – Dei de ombros – Mas com o passar do tempo, vendo que você não tentava se afastar de mim, percebi que era inevitável, eu não conseguiria ser só seu amigo, ficava cada vez mais difícil resistir a você. E então, quando nos beijamos naquela noite, meu controle se foi, e eu me vi pegando você novamente para mim. - Sorri quando Isabella voltou a abrir os olhos – E mesmo depois daquela noite, eu tentei resistir.

Isabella chorava em silêncio, ela parecia feliz.

–Bella – Peguei seu delicado rosto entre as mãos – Não posso mais esperar. Eu te amo, Isabella Swan, eu ainda te amo. Por favor, me dê mais uma chance de fazer a coisa certa, é tudo o que eu lhe peço.

O vento bateu forte novamente quando Isabella se jogou em meus braços, beijando-me. Ah, Deus sabe como eu retribuí, Deus sabe o tanto de amor que tinha naquele doce beijo. Sentir os lábios de Bella, e quantas vezes eu já não tinha sonhado com aquilo, com aquela sensação mágica?

Nos faltou ar e interrompemos o beijo, Bella estava radiante, eu sorria alegremente, ambos com lágrimas nos olhos, eu distribuía beijos pelo rosto de Isabella, enquanto a mesma ria.

–Diga de novo, vamos Edward diga novamente – Ela pediu.

–Eu te amo, Isabella, sempre amei e sempre amarei! - Exclamei, enquanto a rodava no ar, depois eu a beijei novamente.

De repente eu parei, fechei os olhos e perguntei:

–Você me ama, você me perdoa?

Isabella encostou os lábios nos meus, uma, duas, e até uma terceira vez.

–Eu o perdoo, Edward – Sussurrou – E quero que você se perdoe também. Vamos esquecer o nosso passado, vamos começar tudo de novo. As pessoas cometem erros, mas não é por isso que deixamos de amá-las.

Pisquei, me perguntando se eu ouvira bem.

–Diga de novo – Repeti suas palavras. E ela repetiu as minhas.

–Eu te amo, Edward, sempre amei, e sempre amarei.

–Você tem noção de quanto tempo eu esperei por esse momento? - Perguntei, minha testa encostada na dela, e Isabella analisando meu rosto. - Ainda não acredito que me perdoa, eu...

–Shhh – Ela sussurrou – Vamos esquecer o passado e viver o presente. Juntos.

E eu me senti radiante diante daquela hipótese. E finalmente, eu me sentia feliz de novo.

Isabella e eu não demoramos muito na clareira, já estava ficando tarde e tínhamos que voltar para casa. Eu segurei sua mão durante todo o trajeto.

–Você está feliz? - Perguntou Bella.

Como ela ainda poderia ter dúvidas?

–Você não tem noção de como eu estou feliz não é? Eu esperei cada segundo, durante dois anos por isso, Isabella – Eu sorri – Acho que agora você pode entender minha felicidade.

Isabella sorriu.

–Vamos, se apresse, tem algo que quero que veja.

(..)

–Você guardou isso? - Perguntei rindo alto.

–Na verdade, não fui eu que guardei, e sim Kevin – Respondeu.

Olhei aquelas fotos, me mostrando sorrisos lindos e espontâneos, que só hoje conseguira realizar um ato tão prazeroso novamente, graças a Isabella. Peguei o fino colar prateado de dentro da caixa preta e brinquei com ele nas mãos.

–Posso? - Perguntei, olhando para Isabella, tinha certeza que ela sabia do que eu estava falando.

–Claro.

Ela se virou de costas para mim e levantou o cabelo castanho, expondo seu pescoço. Coloquei o colar ali, e a fitei, ela ficava ainda mais bonita quando o usava.

–Lhe dei isso no seu aniversário de doze anos, está lembrada?

–Sim – Ela sorriu. Depois virou o rosto na direção da porta, como se alguém chamasse seu nome.

O que de fato acontecera, mas eu não pude ouvir. Katherine entrou no quarto de Kevin.

–Ah, vocês estão aí - Disse ela.

–Hum, só estava mostrando uma coisa para Edward – Comentou Isabella.

Katherine pareceu ver o colar no pescoço de Isabella, e tombou a cabeça para o lado. Eu já contara sobre esse colar para ela, uma vez na Flórida eu lhe contara sobre ele. Ela pareceu entender a situação, ela me olhou com uma cara de “é o que eu estou pensando, Edward?”. E eu sorri enquanto assentia.

–Oh meu Deus! - Exclamou – Ah, desculpem-me, eu volto em outra hora!

Ela deixou o cômodo, podemos ouvir ela descendo rapidamente as escadas, e ao mesmo tempo gritando: Kevin! Maria! Oh meu Deus!

Eu reprimi o riso quando vi Bella corando.

–Parece que a notícia se espalhou – Murmurou ela.

Eu me aproximei dela, e segurei seu rosto entre as mãos.

–Você não parece muito confortável, se arrepende de algo, Isabella? - Perguntei, meus olhos olhando dentro dos seus olhos cor de chocolate.

Ela gargalhou. Sim, do nada, Bella começou a rir. E eu fiquei sem entender, eu havia feito uma pergunta tão séria.

–Você não era tão inseguro assim, Edward Cullen – Ela disse – Não seja bobo, não me arrependo de nada, você está comigo novamente, isso é o que importa. - Ela sorriu, seu olhar era fiel.

E então eu a beijei.

DIAS DEPOIS.

–Então nos encontramos depois ok? - Kevin disse e depois ele e Katherine partiram.

–Então, o que vamos fazer? - Perguntou Isabella.

Passei o braço pela sua cintura.

–Eu não ficaria incomodado em receber um beijo, srt. Swan – Eu ri.

Sorri, e depois encostei meus lábios nos seus.

Continuamos a andar de volta para casa depois de alguns beijos, a noite começava a chegar, e estávamos a alguns quarteirões de casa. Eu queria chegar logo em casa, passamos o dia fora e eu me sentia cansado. Logo após deixar de deixar Isabella em casa, eu iria para casa.

Estava tão envolvido em meus pensamentos que quase não ouvi quando Isabella me chamou.

–Edward? - Sua voz era preocupada, e ela apartou minha mão com um pouco mais de força. - Você está ouvindo esse barulho de choro? Parece uma criança.

E quando olhamos em volta, paralisamos. Era uma cena de cortar o coração. De fato, era uma criança, aparentava ter uns 4 anos, os cabelos um pouco abaixo do ombro e negros cobriam seu rosto. Seu vestido branco estava um pouco sujo e ela estava encolhida num beco, e chorava muito.

–Oh! - Exclamou Isabella.

Corremos para o lado da criança, e eu coloquei minha mão em seus ombros, ela se retraiu ao toque e levantou o rosto, então seus olhos verdes encontraram os meus, nos fitamos por um segundo antes da garotinha se jogar em meus braços e voltar a chorar.

–Qual o seu nome, querida? - Perguntou Bella, a voz doce. - Onde estão os seus pais?

A menina a olhou, o lábio inferior projetado para frente, formando um beicinho.

–Meu nome é Amanda – Disse a mesma, a voz rouca pelo choro. A garota soluçou e apontou para um lugar mais escuro do beco.

Onde haviam dos cadáveres no chão.

Isabella cobriu a boca com a mão, espantada. E depois movimentou a boca dizendo silenciosamente: O que vamos fazer?

E eu neguei com a cabeça. Não tinha a mínima ideia do que fazer.