Remember December escrita por Anne Masen


Capítulo 1
Primeiro Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

Olá *-* Venho aqui com mais uma fanfic, espero que gostem do primeiro capítulo. Até as notas finais ♥



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Mesmo após dois anos, meus sonhos ainda eram os mesmos, aquelas imagens sempre estiveram ali, dia após dia.

( Flash Back On )

 

Dezembro, dois anos atrás.(2009)

Estávamos eu e Edward na nossa campina, eu sentada e ele com a cabeça em meu colo, eu acariciava seus cabelos.

—Hum... Bella - ele se apoiou nos cotovelos para poder sentar.

—Sim? - eu respondi sorrindo, e me aproximei dele, mas ele me afastou de si, e eu lhe olhei confusa.

—Mas o que..?- ele colocou o dedo em meus lábios.

—É sobre isso que quero falar.- ele hesitou, e sua expressão ficou séria de repente - Não devemos mais ficar juntos.

Ao ouvir aquilo, primeiramente achei que era brincadeira e ri de leve. Mas vi que sua expressão não mudou, então um bolo se formou em minha garganta.

—Como assim? - consegui dizer.

Ele olhou no fundo dos meus olhos e disse.

—Eu não te amo mais com eu te amava antes, Bella - eu ofegava, e lágrimas queriam sair de meus olhos - Eu não sou mais aquela pessoa de três meses atrás, eu mudei.

—Edward...Não... - eu não sabia o que dizer, a dor em meu peito era muito forte - Você não pode fazer isso...

—Mas é preciso Bella, não posso ficar com você se não a amo - sua voz parecia sem emoção.

—Mas... e tudo o que você me disse? - gritei, me pondo de pé, pois ele já havia se levantado, e caminhava para longe de mim- Ei! Olhe para mim! - puxei seu braço – e tudo que vivemos? Você disse que me amava! Eu não entendo... - minha voz foi morrendo.

 

Eu estava perdida, sem rumo. Como ele era capaz de fazer isso? Me deixar assim, sem mais nem menos! Ao pensar em me separar dele, de ficar sem sua companhia, seu amor, sem o color de seu abraço, pude sentir o buraco no meu peito se abrir brutalmente, me causando uma dor insuportável.

Como se tivessem jogado uma pedra em minha cabeça, percebi, finalmente, que era esse o motivo de seu afastamento de mim nessas últimas semanas, ele estivera tentando me preparar para a notícia, para a dor.

Não funcionou.

Eu queria falar, queria entender o que estava ocorrendo, mas minha voz não se materializava . Ele, aproveitando minha deixa, olhou para mim, e por um segundo, vi um pouco de compaixão em seus olhos, mas essa compaixão, se foi.

—Eu estava errado - ele disse, a voz não mais do que um sussurro - Desculpe, Bella.

—Não...- me sentia como se fosse desmaiar.

“Não a amo mais”- estas palavras ficaram se repetindo em minha cabeça, aumentando meu sofrimento. Com a vista embaçada por causa das lágimas que rolavam pelo meu rosto, eu vi ele se afastar, e me deixar sozinha na nossa antiga clareira.

 

( Flash Back Off )



Naquele mesmo dia, Kevin me encontrou, ainda na clareira, no chão, e aos prantos. Me levou pra casa e, desses dias em diante durante dois anos; me ajudou a juntar meus pedaços, peça por peça, com a maior paciência do mundo – mas eu sempre soube que aquele buraco não iria desaparecer, e que, lá no fundo uma mínima gota de sangue insistiria em escorrer dele.

 

Ao voltar para realidade, sorri ao sentir sua mão afagar a minha, como magia, apenas a presença de Kevin me fazia esquecer de tudo que me incomodava.

—No que estava pensando? - perguntou ele.

Suspirei.

—Apenas lembranças – sussurrei. Ele tremeu ao meu lado, eu sabia que ele não gostava que eu me lembrasse daquilo, pois, como todo melhor amigo, não gostava de me ver sofrer.

Ele pegou meu rosto entre as mãos, me fazendo olhar para ele.

—Lembra do que eu disse? - ele arqueou as sobrancelhas.

Como eu poderia me esquecer? Ele me repetia isso mil vezes por dia.

Eu ri.

—"Você deve esquecer ele, e seguir com a sua vida, pois ele lhe fez sofrer,e porque você é jovem e ainda tem muito o que viver" – eu disse, tentando fazer uma imitação de sua voz, ele riu.

—Essa é a minha garota! - ele começou a me fazer cócegas.

Quando consegui fazer ele parar, dizendo que não conseguia respirar, o abracei forte, seu doce cheiro me trazendo tranquilidade. Ficamos em silêncio por um momento.

—Obrigada – fui a que quebrou o silêncio – você sabe, por me aturar – eu ri.

—De nada – ele disse – é pra isso que servem os amigos.

—Melhores amigos – corrigi.

—Claro, claro...- ele disse.

O clima se tornou mais harmonioso, e começamos a conversar sobre nosso cotidiano. Falávamos sobre Marcie, uma patricinha esnobe de nossa faculdade, que agora, começou a dar em cima de Kevin.

 

—Quero distância daquela loira oxigenada – ele colocou o dedo na frente de sua boca aberta, como se quisesse provocar um vômito. Eu ri.

—Srta. Swan – chamou Maria, minha empregada – o almoço está na mesa!

—Estamos indo! - gritei de volta.

Nos levantamos do chão de meu quarto e fomos para o primeiro andar.

Eu e Kevin estamos na faculdade de medicina, e moramos juntos em uma casa aqui em Londres uma vez que a família dele é muito próxima da minha. Não é pra tanto que somos amigos desde pequenos. Fomos para a cozinha.

—Huum! Isso está com um cheiro ótimo Maria! - exclamou Kevin, depois a abraçou.

—Obrigada Sr. Levine! - Maria sorriu.

—Ah, Maria, já disse que não é preciso nos chamar de “Sr” e “Srta” – eu disse me sentando a mesa.

—Ah desculpe, Bella – ela falou meu apelido em um tom mais forte – Eu me esqueço, passei anos da minha vida trabalhando para sua mãe, na qual exige que eu fale formalmente, que eu já até me acostumei - ela limpou a mão em seu avental - Pronto, agora se sirvam que eu não sou babá de ninguém – todos nós rimos.

—Ok então – disse Kevin, ele estendeu a mão para Maria – Prazer, eu sou Kevin e essa é Bella! - ele apontou pra mim, eu eu comecei a rir com a expressão de Maria.

—Olha o respeito, garoto! Meu karatê é poderoso – disse Maria dando alguns golpes no ar.

—Você sabe que nós te amamos – eu disse mandando um beijo para ela.

Olhei para Kevin e ele tinha as mãos juntas, fazendo um coração na direção de Maria.

Ela revirou os olhos e rindo foi pegar o espanador e começou a limpar os móveis da sala.

Eu e Kevin comemos rápido, perdemos a hora conversando em meu quarto, e se não nos apresássemos chegaríamos atrasados na faculdade. Eu estava descendo a escada correndo cheia de livros enormes na mão, e Kevin já me esperava em seu carro.

—Tchau, Maria! - eu gritei.

—Tchau, criança! - ela riu do jeito que eu estava saindo..

O carro estava estacionado na frente da casa, joguei meus livros no banco de trás e entrei no carro, logo depois Kevin arrancou.

A viajem toda fomos cantando as músicas que tocavam no rádio do carro, chegamos na faculdade e por pouco o professor não nos deixa entrar na sala.

A aula começou e o professor começou a falar sobre tudo o que eu já havia estudado. Então saí do ar e deixei minha mente vagar.

xxxx

Nossa mesa do almoço estava cheia de gente, Kevin conversava com um grupo de amigos, e eu apenas lia O Morro dos Ventos Uivantes. Até que Ângela veio falar comigo.

—Olá, Bells - ela me saldou.

—Hey, Ang - eu a abracei - como vão as coisas com o Ben?

—Bom, ele viajou para New York e agora eu estou sozinha - ela fez um beicinho.

—Ah – falei - por que você não vai lá pra casa amanhã então? Eu adoraria passar o dia com você.

—Sério? - ela disse, e eu assenti - Claro que eu quero – ela jogou os braços em volta de meu pescoço. E nós duas rimos - Então, amanhã as nove vou para lá, ok?

— Nove, perfeito. - eu sorri.

—Ângela! - chamaram ela.

—Vou indo, Bella, beijos - ela se levantou e foi embora.

O sinal bateu, agora nós voltaríamos para casa.

 

Quando Kevin finalmente parou de bater papo com Stefan nós saímos da faculdade.

Estávamos indo para casa quando Kevin me olhou com atenção. E eu saberia que não dava mais para esconder.

—Tudo bem?- ele estacionou o carro na beirada da estrada, tirou o cinto de segurança e pegou meu rosto entre as mãos.

—Claro... - sussurrei, e menti, mesmo sabendo que falharia, não queria que ele se preocupasse comigo.

—Vamos lá, Bells - ele disse - eu sei que você está mentindo, me diga a verdade.

O buraco em meio peito latejou e uma lágrima teimosa rolou por meu rosto.

—A verdade – ele repetiu.

Funguei antes de responder.

—Como você sabe o sonho, ou pesadelo, já não sei mais, sempre é o mesmo, mas esta noite foi diferente, era tudo tão nítido! - expliquei entre as lágrimas- tornava tudo tão real, parecia que eu estava revivendo aquele momento de tortura!

Rapidamente soltei o cinto de segurança e pulei em seus braços, que me receberam, como sempre.

Kevin ficou ali, me abraçando em silencio. Eu comecei a ficar assustada, geralmente quando ele estava comigo eu não tinha esses momentos de fraqueza, e quando tinha, passava logo com a presença dele, mas hoje não.

Por que?

 

O pensamento de que aquela dor não iria passar me fez estremecer. Eu esperaria, aquela dor teria que parar, eu a faria parar.

A camisa de Kevin estava ensopada quando consegui me acalmar um pouco, o suficiente para para de chorar feito uma louca.

Voltei para o banco do carona, Kevin ainda me olhava, o olhar cheio de pena. Tentei sorrir para ele, mas acho que saiu algo parecido com uma careta.

—Se sente melhor? - ele disse.

—Um pouco- respondi – er... desculpe – ele me olhou confuso – pela sua camisa.

Ele bufou e riu de leve.

—Pronta para ir?

—Aham – eu afundei no banco do carona, e fiquei olhando pela janela do carro. Agora o buraco ardia levemente, eu poderia sobreviver a isso.

Kevin assentiu e ligou o carro novamente, cinco minutos depois ele voltou a falar.

—Que tal um sorvete? - eu sabia que ele estava tentando me animar, eu não estava muito afim de comer nada agora, mas não iria lhe dar mais motivos para se preocupar, ele desconfiaria se eu recusasse o bom e velho amigo dos depressivos: o sorvete.

—Claro – respondi, um sorvete não iria me matar. E eu faria tudo para tirar aquele sonho/pesadelo da minha cabeça – deixe – me apenas avisar Maria, não quero que ela tenha motivos para ligar para ligar para minha mãe e a mesma mandar a polícia atrás de nós – ambos rimos.

 

Chegamos na sorveteria e nos sentamos em uma das mesinhas dali, não demorou muito e uma garçonete veio nos atender.

—Já decidiram o que vão querer?- ela perguntou sorrindo.

Kevin olhou no pequeno cardápio depositado em cima da mesa.

—Acho que vou querer um de chocolate branco – Kevin disse.

A garçonete anotou o pedido dele e olhou para mim.

—Vou querer um de chocolate – eu disse e depois mordi o lábio. Chocolate: Típico de uma pessoa que está sofrendo.

A garçonete foi buscar o que pedimos e eu comecei a brincar com a caixa de canudinhos que havia na mesa. Pelo jeito minha expressão não era a das melhores.

—Está mesmo tudo bem? - perguntou Kevin – e não estiver, vamos para casa agora mesmo.

—Não, eu estou bem - era verdade, eu já voltara ao normal, mas eu acho que Kevin já estava começando a ficar paranoico.

Ele estreitou os olhos para mim.

—Tudo bem – ele sorriu, e logo depois a garçonete colocou nossos sorvetes em nossa frente.

Começamos a comer e a conversar, agora a minha recaída já havia sido esquecida. Voltamos para casa umas seis horas da tarde, destranquei a porta do apartamento e entrei, encontrei Maria vendo um filme de ação e com uma vasilha de pipoca no colo.

—Olá, crianças – falou.

—Oi – respondemos juntos.

Me aproximei dela.

—Já disse que amo filmes que tem lutas? - ela disse sem tirar os olhos da tela.

 

—Não sei... - respondo estreitando os olhos para ela, as vezes Maria me dava medo, mas era como um segunda mãe pra mim.

O telefone tocou.

—Alô? - Kevin atendeu. Ele ouviu por um momento.- Ah! Claro, vou me arrumar e já vou para casa dele – ouve – Ok, tchau.

—Quem era? - perguntei enquanto Maria jogava uma pipoca na minha boca.

—Josh, vamos para casa de Stefan ver um jogo de beisebol - ele disse subindo as escadas e entrando em seu quarto.

—Hum...

Silencio.

—Hum, Isabella- disse Maria.

—Bella - corrigi.

—Que seja, pedi para sua mãe e vou tirar a noite livre - ela disse - vou atrás do meu Jack Chan esta noite - ela disse dando mais golpes no ar.

—Ah, ok - eu dei de ombros, não me importava de ficar sozinha.

Minutos depois Kevin saiu, e minutos depois da saída de Kevin, Maria saiu.

Eu estava sozinha.

—Ok, o que eu faço agora? - disse para casa vazia.

Eu limpei meu quarto - apesar dele não estar bagunçado -, vi um filme, pedi uma pizza, estudei, mas nada que me mante-se ocupada por muito tédio.

—Ai, que tédio – resmunguei, depois me joguei no sofá da sala.

 

Do nada, eu pude ouvir passos chegando perto da entrada. Será que Kevin já voltara da casa de Stefan?

Bateram na porta. Não era Kevin, ele tem a chave.

Me levantei lentamente, e fui até a porta, ao tocar na maçaneta uma corrente elétrica passou por mim. Ignorei isso.

Girei a maçaneta e abri a porta lentamente. E paralisei. Vi o que eu já considerava impossível.

—Olá, Isabella - disse Edward.

Pensei que estava delirando. Mas não, ele estava ali, seu corpo com músculos longos e esguios, ombros largos, mas relaxados, seu cabelo desgrenhado cor de cobre, e pior, suas orbitas verdes, fitando meu rosto com um sentimento que não consegui identificar.

Meu coração falhou e depois bateu forte em meu peito. Como eu esperava, o buraco idiota começou a dar sinais de vida, queimando nas bordas. As imagens daquele dia, a dois anos atrás, começaram a passar em minha mente, me fazendo arfar com a lembrança. Estava ficando cada vez mais difícil de respirar, tive que me apoiar na porta para não cair no chão.


Edward ainda estava ali, observando minha reação.

—O que... você faz aqui? - eu quase rosnei devido a dificuldade para falar.

—Vim falar com você - ele disse devagar, sua linda voz aumentando a queimação em meu peito.

—Eu não tenho nada para falar com você – rebati com desdém.

 

Ele suspirou.

—Escute, eu sei que você tem muitos motivos para me odiar.

—Tenho mesmo - confirmei.

—Deixe eu dizer o motivo da minha vinda aqui - ele pediu.

Eu ri.

—Porque eu deveria? - falei - Me diga! Porque eu devo ouvir mais uma única palavra que saí de sua boca? - meu tom de voz foi elevado. - Me dê uma boa e convincente razão, Edward.

Ele pareceu perceber a raiva em minha voz e recuou um passo.

Só percebi que quanto mais eu falava mais a dor em meu peito se instalava, quando parei de falar e o buraco em meu peito agora lateja.

Ele não respondeu.

—Como eu esperava - eu me virei para bater a porta em sua cara, mas ele empurrou a porta no sentido ao contrário.

—Porque se você me deixar falar, eu prometo que vou embora para sempre e você nunca mais me verá novamente- ele se apressou em dizer.

Eu já ouvira respostas melhores, mas sua proposta era tentadora, quanto mais rápido isso acabasse, mais rápido ele iria embora, certo? Eu abri a porta um pouco.

—Posso entrar? - ele perguntou.

—Ora Edward, não seja imbecil, tem sorte por eu falar com você, não abuse.- eu disse.

Ele assentiu lentamente.

—Tudo bem - ele pareceu se convencer que ele não passaria da entrada da casa.- Bom, como vou lhe dizer isso...?

—Me diga você - falei como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e era.

—Escute - ele começou - há dois anos o que aconteceu foi...

—Eu sei muito bem o que aconteceu há dois anos.

—Escute Bella! - ele parecia irritado. Ótimo. Assim ele desiste e vai embora.

 

Ele parou para respirar fundo antes de voltar a falar:

—Bella, na época em que estávamos juntos, eu conheci Tânia, a mesma havia acabado de chegar na cidade. Tânia era uma garota bonita, e bom, eu acabei me envolvendo com ela, e escondi tudo de você. Fiquei com ela e com você durante algumas semanas. Foi quando ela me contou que iria sair da cidade e me fez uma proposta.

— “Venha comigo Edward, e nós ficaremos juntos para sempre” - ela disse.

Eu fiquei muito tentado a aceitar, pois, julgava estar apaixonado por Tânia, e ela por mim, mas confirmei que iria com ela justamente quando soube que a família de Tânia era muito rica

Edward riu, ele parecia fitar o nada, ele estava perdido em suas lembranças. Depois continuou:

—Mero engano meu quando achei que Tânia me amava,- continuou ele - mas mesmo assim, por estupidez aceitei seu pedido. Mas fiquei preso em um grande dilema quando soube que teria que me livrar de você para isso, eu sinceramente não sabia o que fazer.

Mas Tânia não me dava muito tempo para pensar em uma despedida menos dolorosa, dizia que partiria em breve, então, parti daquele jeito bruto. Feito um animal.”

Imagens do dia voltaram a passar por minha cabeça. O buraco ardeu forte.

“-Como eu disse, mero engano quando achei que Tânia me amaria, e pior, que eu a amava - Ele riu, mas sem humor algum - Passei esses dois anos na Flórida, infeliz, e sofri mais ainda quando ela começou a mostrar o verdadeiro monstro que ela é: vaidosa, maliciosa, mentirosa... Foi então que percebi que havia cometido o maior erro da minha vida, larguei, a pessoa que realmente amava, por nada. Eu me deixei cair na armadilha da falsidade, do orgulho. Perdi tudo que havia de mais valioso para mim.”

Eu estava chorando, mal conseguia ver Edward na minha frente. Para meu espanto, uma mínima lágrima rolou por seu rosto.

 

—Porque não voltei assim que terminei com Tânia? Porque tive medo de como as pessoas me receberiam, como minha família me receberia - ele olhou no fundo de meus olhos - como você me receberia. E durante dois anos fiquei remoendo a culpa dentro de mim, estaria lá até hoje se não fosse Katherine, conheci ela enquanto vagava pela Flórida. Katherine me acolheu e me deu coragem para voltar para Londres, ela foi a única pessoa que não me abandonou quando eu não tive mais ninguém.

A dor em meu peito estava muito forte quando ele parou sua história, e eu mal conseguia respirar.

— Que bom que esclarecemos as coisas - eu me esforcei para materializar as palavras, mas elas ainda saim entre pequenos soluços- Mas Edward, não voltarei com você - eu falava com mais firmeza agora – Você não sabe o estado que fiquei após sua partida, eu fiquei desolada. Sem entender o porque de tudo que estava acontecendo! Sinto muito, mas não existe mais “nós”.

—Não estou pedindo para que volte comigo, Bella. Só vim esclarecer o que me fez agir dois anos atrás - Eu não teria a coragem de pedir que volte comigo depois de todo sofrimento que lhe causei.

Eu funguei e limpei meu rosto com a mão.

—Ótimo, que bom que agora está tudo esclarecido - minha voz era cortante como uma navalha - Agora, se me der licença - eu fiz uma pausa - Adeus, Edward.

Eu fechei a porta com força, deixando-o do lado de fora.

Tranquei a porta, deslisei porta abaixo até estar sentada no chão, então apoiei a cabeça no joelho e deixei que as lágrimas e soluços tomassem conta de mim.

 

As lágrimas rolavam loucamente pelo meu rosto, e havia um aperto em meu peito me sufocando.

No momento eu estava sentindo uma raiva imensa por ele ter voltado e ter acabado com toda a barreira que eu construí durante anos. Mas, para o meu horror, um alívio preencheu meu ser quando o vi. Era uma batalha, mas, pelo menos a raiva estava ganhando.

É uma completa idiotice, eu sei, mas ainda sim, havia um sentimento bom sobre Edward em mim. E eu me odiava por isso. Parecia que uma mão gigante esmagava meu coração toda vez em que eu me permitia pensar em seu rosto, e em nossos momentos juntos. E com isso, o lado sombrio de minha consciência gritava para mim: ”Admita, você ainda o ama”. E eu nagava isso, eu não queria amá-lo, não queria correr o risco de passar por tudo aquilo de novo.

Com toda aquela dor, obriguei-me a rastejar até o sofá e me encolher feito uma bola: E voltei a chorar.

Ouvi uma chave abrindo a porta e rezei para ser Kevin voltando, eu precisava dele agora mais do que nunca.

A porta se abriu e eu ouvi alguém arfar.

—Bella! - disse Kevin, ele correu e me colocou no colo e me abraçou forte. - O que houve? Machucaram você?

Eu não conseguia falar, então apenas fiquei chorando.

—Fale, você está me deixando louco! - ele me sacudiu.

Me esforcei para falar alguma coerente.

—Ele voltou – sussurrei, e senti Kevin paralisar.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Não gostaram? >.<
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Até o próximo capítulo, xoxo
Juliana