Possessão escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 7
Capítulo 7




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- Que foi, Cacá? Você tá com uma cara...
- É aquela dentuça ali. Desde quando ela resolveu que gosta do Toni? Eu estava de olho nele há um tempão!
- E ele tava de olho na Mônica, ué!
- Isso não é justo! Estou farta de ver todos esses meninos babando por causa dessa tosca dentuça!
- E o que você vai fazer? Sair no tapa com a Mônica? Foi um prazer te conhecer...
- Claro que não, tá doida? Eu acho que uma pequena disputa pode tornar as coisas mais... interessantes!
- A louca! Você vai mesmo querer entrar numa disputa com a Mônica? Ela vai é te quebrar ao meio!
- Eu confio no meu taco, querida! E aquela dentuça não vai poder me fazer nada. Ela mudou, lembra? Está “diferente”!
- Vai nessa, vai...

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As coisas pareciam não estar indo muito bem para Bianca. Primeiro porque as outras garotas não paravam de olhar para Toni e algumas até davam de cima dele na sua frente. Se aquilo continuasse assim, cabeças iam rolar com certeza. Ela não ia deixar ninguém tirá-lo dela novamente.

Outro problema eram as aulas, que ela não conseguia acompanhar e nem fazer os exercícios. As broncas dos professores estavam ficando freqüentes e para piorar, a cada bronca que ela levada, ela ouvia claramente as risadinhas daquela garota loira de cabelos cacheados que se chamava Carmen. Por que ela tinha resolvido lhe provocar daquele jeito? Claro, só podia ser por causa do seu Toni.

Foi na aula de química que ela não conseguiu mais ficar quieta. Isso aconteceu por causa do seu celular, que tinha apitado de repente. Por que aquela coisa fazia barulho se não estava recebendo chamada? Graças aquilo, o professor lhe deu uma bronca, fazendo-a passar vergonha na frente da turma. Aquela foi a última gota.

“Então é assim? Bem, se eles querem guerra, terão guerra! Eu não tenho que ser paciente com ninguém!”

Já que ele gostava tanto de implicar com os alunos por causa de um celular, ela resolveu usar o celular dele que estava em cima da mesa. Ela até podia não saber nada sobre essas tecnologias modernas, mas uma coisa ela sabia muito bem: aquilo podia explodir e era com isso que ela contava. Bastava apenas fazer com que o professor pegasse o aparelho.

- Hã? Como isso ligou sozinho? – ele olhou para o celular a sua mesa, que tinha tocado aquela música que ele sempre tocava ao ligar. 

Bianca se concentrava, só esperando o momento certo. Mas o professor apenas deu de ombros e voltou a escrever no quadro.

- Não vai desligar o celular, professor? Achei que a regra de não ter celulares dentro de sala fosse para todos.

O professor voltou-se para ela, olhando com cara feia. Que atrevimento era aquele? Ele até pegou o celular para desligá-lo, mas não ia admitir que uma aluna lhe chamasse a atenção.

- Olha, eu acho que você não deveria me chamar a atenção já que o seu (argh!)

Todos na sala gritaram de surpresa por causa do estrondo. Bianca apenas sorria ao ver o professor se contorcendo e gritando de dor com a mão toda ensangüentada e até torcia para que ele tivesse perdido alguns dedos. E para sua alegria, a aula acabou sendo encerrada ali mesmo, já que ele precisou ser levado ao hospital com urgência.

- Gente, que horror! Eu nunca vi um troço desses!
- Viu só como o celular dele explodiu? Ai, credo!
- Você, heim Mônica? Por que tinha que fazer o professor pegar o celular?
- Ele não reclamou do meu? Que então desse o exemplo. Não foi culpa minha o aparelho dele ter explodido.
- Nossa, que frieza! Parece que só você não ficou assustada.
- Foi só um azar. Nada mais.

Cascuda lançou para ela um olhar indignado. O que tinha dado na Mônica para ela ter ficado daquele jeito?

- Desde quando você deu para virar uma bruxa sem coração? Eu heim!
- Você me chamou de bruxa?
- Gente, calminha aí! – Magali tentou acalmar os ânimos. – brigar agora não vai resolver nada, né?
- Sei lá, para ela sempre resolve. – a moça falou e deu as costas, sentindo-se muito irritada.

O clima ficou meio tenso e Bianca só se limitou a observar Cascuda enquanto ela se afastava. Como aquela garota boba, feia e sem graça se atrevia a lhe chamar de bruxa? Aquilo não ia ficar barato de jeito nenhum!

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- Ai!
- Mônica, presta atenção! É para rebater a bola! – as meninas ralharam de novo ao ver que Mônica tinha levado outra bolada.
- Que esporte mais tosco!

Ela estava detestando a aula de educação física. Era impressão sua ou a Carmen estava lhe dando boladas de propósito? Ela nunca tinha jogado vôlei antes e não fazia a menor idéia de que esporte era aquele. Aliás, esporte não deveria ser coisa de homem? Por que estavam colocando as moças para fazerem aquelas coisas tão masculinas?

- Mônica, melhor você ir descansar um pouco, desse jeito não dá. – a professora falou ao ver que a Mônica não parecia estar num bom dia e colocou outra garota para jogar em seu lugar.

Aquilo foi um alivio para ela, apesar da cara feia das outras meninas. E ela ainda tinha contas a acertar com aquela mocinha que se atreveu a lhe chamar de bruxa.

- Fim de jogo! Os outros dois times podem vir!

As meninas sentaram-se nos bancos, conversando, enxugando o suor e bebendo água. Como ela ia fazer aquilo? Cascuda não segurava nenhum aparelho eletrônico que ela pudesse fazer explodir.

Sua oportunidade surgiu quando Cascuda levantou-se para ir a algum lugar e ela acompanhou a moça com os olhos esperando pelo momento certo. Ela precisou subir um pequeno lance de escadas para poder sair da quadra e Bianca viu sua oportunidade. Não ia ser grande coisa, mas já servia para punir o atrevimento daquela garota.

Tudo foi muito rápido e Cascuda não soube dizer o que aconteceu. Foi como se algo tivesse segurado sua perna e torcido seu pé, fazendo com que a moça caísse de mau jeito em cima do braço.

- Cascuda, o que foi? – as meninas correram para socorrê-la, enquanto ela chorava de dor. Seu pé tinha torcido e seu braço doía demais.
- Afastem-se, dêem espaço! Calma, Cascuda, deixa eu ver isso. É, melhor te levar para a enfermaria. Não se mexa!

Dois homens vieram e a levaram de maca. Que acidente mais esquisito foi aquele? Como ela conseguiu cair de forma a torcer o pé e machucar o braço ao mesmo tempo? Cascão soube do acidente na hora e foi acompanhar a namorada, muito preocupado.

- Gente, o que está acontecendo? Primeiro o professor, depois a Cascuda...

Bianca tentava se manter séria e parecer preocupada, mas ria por dentro. Aquilo tinha sido muito bem feito!

Devido o acidente, os rapazes saíram da outra quadra para verem o que tinha acontecido e Toni resolveu aproveitar o tempo para conversar um pouco com a Mônica.

- Nossa, que terrível, não?
- É sim, coitada. Deve ter doido muito. – ela se fingia de triste e preocupada, o que não era verdade.
- Pois é.

Cebola acompanhava de longe, fazendo grande esforço para fingir que não estava se importando. Se a Mônica pensava que ia deixá-lo com ciúme, estava muito enganada!

- Escuta, você se importaria se eu te acompanhasse até em casa hoje? Uma linda dama não pode andar desacompanhada.

Não fosse a sua boa educação, ela teria dado pulos de alegria. Não podia haver coisa melhor!

- Claro que não, será um prazer!
- Ótimo! Então eu vou te esperar na saída, certo?
- Certo (ai!) – uma bola tinha acertado sua cabeça, de novo. Quem teve a ousadia?
- Ai, Mô, desculpa! Nossa, minha pontaria está ruim hoje, né?
- Deveria tomar mais cuidado, Carmen. Ela poderia ter se machucado!
- Ah, Toni, a Mônica se machucar? Até parece! Hahaha!

Bianca fervia de raiva por dentro, mas tentava se controlar. Não era adequado para uma dama brigar em público.

- Escuta, Toni, por acaso você não gostaria de tomar um refresco depois da aula?
- Foi mal, Carmen, mas hoje eu combinei com a Mônica de acompanhá-la até em casa. – o rapaz não estava gostando muito daquele atrevimento.
- Ah, tem problema não. Você deixa ela em casa e a gente sai junto depois.
- Não vai rolar.

Ele achou melhor sair dali antes que as coisas ficassem feias, deixando as duas sozinhas.

- Francamente, acho que o Toni anda ruim da vista.
- Bem, talvez porque ele prefira garotas de classe ao invés de pessoas vulgares que se oferecem para qualquer um.

Carmen arregalou os olhos, furiosa. Quem aquela tosca dentuça pensava que era para falar com ela daquele jeito?

- Escuta aqui, eu tenho muito mais classe e berço do que você e toda sua família juntos! E também não tenho esses dentões aí!
- Se você tem tanta classe assim, então prove não agindo como uma desclassificada que fica dando de cima dos rapazes que estão acompanhados. Agora se me der licença, eu não gosto de escândalos. Deixo isso para as DESCLASSIFICADAS. – ela enfatizou a ultima palavra olhando bem para Carmen, que ficou espumando de raiva, e saiu dali pensando em uma forma de dar uma lição naquela garota ridícula.

Denise achou melhor interferir antes que Carmen perdesse o controle e voasse para cima de Mônica. Aquilo com certeza seria suicídio.

- Calma, Cacá, calma! Respira fundo amiga, e força na peruca!
- Ela me chamou de desclassificada! Isso não vai ficar assim, não vai mesmo!
- E o que você vai fazer?
- Vou jogar pesado, isso sim! Ela mal perde por esperar!
- Gsuis me abana...


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