Possessão escrita por Mallagueta Pepper


Capítulo 12
Capítulo 12




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– Na boa... você tá mesmo falando sério?
– Sim. Não me pergunte como sei disso, nem eu faço idéia. Só sei que aquela ali não é a Mônica.
– E quem é ela então?
– É isso que eu pretendo descobrir.

Depois do incidente na entrada do cinema, todos eles foram para a casa do Cascão, onde podiam conversar sossegados. Todos ainda estavam surpresos e confusos com aquela estranha revelação do Cebola. Aquilo era difícil de acreditar, embora explicasse muitas coisas.

– Se ela não é a Mônica... então quem é?
– Algum alienígena invasor de corpos? – Cascão arriscou, pensando nos gibis que ele costumava ler. Aquilo ia ser totalmente sinistro.
– Isso eu não sei... vamos tentar pensar um pouco. Como essa... “pessoa” vem agindo nos últimos dias?

Eles pararam para pensar. As atitudes dela eram bem estranhas começando pelas roupas. Por que Mônica deu para usar as roupas da sua mãe? Magali, que passava mais tempo com ela também falou sobre a mudança em seus modos.

– Sabe, parece até que ela saiu de alguma aula de etiqueta. O jeito de andar, sentar, comer... no refeitório, ela até põe o guardanapo no colo!
– Ouvi dizer que a Mônica ficou muito fresca nos esportes. – Cascão lembrou.
– Hum... eu também lembro que fiquei observando ela na aula de informática e vi que ela parecia ter alguma dificuldade com o computador.
– Alguma? TODAS! Ela não sabia nem ligar o computador, esqueceu o login e senha... e dá pra acreditar que ela falava “lojin” ao invés de login?
– Estranho...
– E vocês nem viram como os cadernos dela ficaram. A letra mudou totalmente, toda rebuscada, caprichosa... e ela também deu pra escrever as palavras do jeito antigo.
– Como assim? – Aquilo era uma pista interessante.
– Tipo farmácia com “ph”, cristalino com “ch” e dois l’s...
– Entendo... ela escrevia como se fosse alguém... deixa eu ver... que viveu há muitos anos atrás. Tipo inicio do século 20?
– É, acho que sim!
– Caraca! Uma viajante do tempo que tomou o corpo da Mônica?
– Faz sentido. Ah, tem também aquele quadro que ela pintou. Tudo ali parecia ser coisa bem antiga, sei lá. As roupas, os móveis, tudo.

Cebola voltou a ficar pensativo. Quem era aquela pessoa e o que aconteceu com a Mônica? Ele precisava descobrir rápido.

– E gente, tem mais uma coisa que eu não falei para vocês...
– O que foi?
– Olha, eu não contei porque achei que era absurdo demais e não queria que vocês brigassem com a Mônica. Só que depois de hoje eu vi que aquela ali não é a Mônica coisa nenhuma.
– Tá, fala logo cara!

Cebola explicou para ele as suspeitas do DC sobre a relação que Mônica teria com aqueles incidentes na escola, deixando os dois apavorados.

– Quer dizer que foi aquela coisa quem derrubou a Cascuda??? – ele perguntou furioso.
– Eu não tenho como provar nada, mas parece que de alguma forma, ela tem alguma coisa a ver com o tombo da cascuda e com os outros incidentes.
– Nossa, então ela deve ser muito perigosa! Viram o que ela fez com a Carmen? Coitada! Dizem que ela chora sem parar e não quer nem mais sair de casa!
– Cebola, você tem mesmo certeza de que ela não é a Mônica ou você só quer defendê-la?
– Tenho certeza absoluta. Quando olhei nos olhos dela, sei lá, vi uma pessoa diferente que não tem nada a ver com a Mônica. Nem sei como não enxerguei isso antes!

Os dois ficaram calados. Era difícil demais acreditar que algo assim estava acontecendo.

– E aí, descobriram alguma coisa?

Eles levaram um susto ao se depararem com DC na janela do quarto do Cascão.

– Você nem queira saber.
– Ah, eu quero sim! – o rapaz falou pulando a janela para dentro do quarto.
– Acho que matei a charada.
– Mesmo? – aquilo não deixou de ser decepcionante. Que graça teria se o Cebola descobrisse o mistério sozinho?

Enquanto Cebola explicava sua teoria, ele ouvia calado. Muita coisa estava se encaixando afinal de contas.

– A Mônica eu sei que não é, só não sei ainda quem é essa pessoa.
– Pois eu acho que sei quem ela é. – ele falou sentindo satisfação pelo Cebola não ter matado toda a charada.
– Quem?

Após fazer um pouco de suspense, ele tirou o celular do bolso e mostrou para ele a foto da moça misteriosa tirada pela câmera de segurança e depois outra tirada daquele quadro no antigo casarão. Com isso, todos viram a semelhança na hora.

– BIANCA??? – eles falaram ao mesmo tempo.
– Essa mesma. O nome dela é Bianca, né?

Todos ficaram pasmos com aquilo. Então era Bianca o tempo inteiro? Eles jamais teriam descoberto.

– Droga, eu não acredito que não percebi isso antes!

Ele até tinha visto as imagens da câmera de segurança, mas não foi capaz de reconhecer que aquela era Bianca já que a última imagem que tinha dela era daquela coisa assustadora que quase tinha tirado sua vida.

– Ai, gente, que horror! Será que a Bianca invadiu o corpo da Mônica? Que nem aconteceu naquele filme “O exocista”?
– Caraca! Isso é doido demais!
– Coloca doido nisso, cara. E o pior é que ela está fazendo a maior confusão no colégio e machucando um monte de gente. Nós temos que fazer alguma coisa!
– E a Mônica, o que aconteceu com ela?
– Talvez eu possa esclarecer um pouco. – uma voz falou e eles viram alguém se materializando no quarto, fazendo com que todos arregalassem os olhos.
– Você é a D. Morte?


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