Brigas Entre Deuses. escrita por Filha de Apolo, aliciabanja


Capítulo 2
Hades X Deméter


Notas iniciais do capítulo

A Demi tá em todo barraco, zemt.
Brinks, espero que gostem.
E EU NÃO MORRI!



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E lá estava eu de novo, dando uma volta pelo Olimpo com a Alícia. De novo. E aí nós presenciamos mais uma briguinha familiar. Essa menina atrai problemas.

Nós estávamos andando calmamente, jogando conversa fora. Ela me falava de suas aulas, que haviam começado recentemente, quando nós ouvimos uma gritaria vinda da Praça central.

Pelo menos dessa vez ninguém voou da janela.

Mas também, só porque não tinha nenhuma janela por perto.

Então, a cena estava mais ou menos assim: Havia um Hades quase roxo de raiva, que só não havia avançado para cima da Deméter porque, de algum modo, se controlou (ou deve ter colado os pés no chão, vai saber!). Havia também uma Deméter enlouquecida, pronta para jogar o Hades do Olimpo (porque a moda da janela já passou), sendo segurada por uma calma Hera, que tentava, sem sucesso, fazer a irmã recuar um pouco. E, por final, havia uma Perséfone desesperada, com o rosto coberto por lágrimas, sem conseguir controlar nem a mãe, nem o marido, que iam acabar se matando.

A Alícia, como sempre veio pensar na minha linda mente de deus (explicações no primeiro barraco). “Nossa, que barraco pacífico.” Eu tive que rir na minha mente (sim, isso é possível).

–VOCÊ DEVERIA TER FICADO A ETERNIDADE NO ESTÔMAGO DO NOSSO PAI, SEU IGNORANTE! - Deméter disse (berrou, na verdade), com toda a tranquilidade que você pode ter quando está brigando com seu maior inimigo.

Irmãozinhos no amor fraterno.” A Alícia não presta, gente. Eu tive de responder. “Sempre, né, se amam tanto que chega a doer.” “Pois é, a gente consegue notar de longe.”

Já que nós, obviamente, íamos ficar e assistir ao “barraquinho”, me sentei em um banco meio afastado da briga, para que ninguém nos notasse, e comecei a analisar a situação.

Quer uma prancheta para fazer a análise melhor?” Sério, a Alícia realmente merece o apelido de “Peste”. “Shiu.” Eu me inclinei e deu uma mordida nela (ela odeia as minhas mordidas, muahahahahahah), ela me mordeu de volta (muito mais fraco, óbvio).

–SOU EU QUEM FAZ A SUA FILHA FELIZ E VOCÊ AINDA ME TRATA ASSIM, INGRATA?!

O Suquinho tem razão.” Suquinho, gente, porque ele é o Hades. Hades... Ades.. se eu realmente tiver de explicar isso, eu vou jogar vocês do Olimpo (ou vou pedir pra Deméter).

–AH, CLARO, DEVE SER UM PRAZER MORAR NO CU DO MUNDO, SEM SOL NEM CHUVA DE VERDADE!

Se fosse a Atena falando, seria 'orifício anal'.” Ok, eu também não presto. “Ou cobre¹.” Mas a Alícia não presta mais do que eu.

–Mãe, por favor, nós já tivemos essa conversa... - O choro era perceptível na voz da Perséfone. Me doía o coração vê-la assim (porque ela é minha irmã, gente, chega de pensar besteira!).

–Pois ela nunca me pareceu infeliz, Deméter! Ela é aquela que chora porque tem de me deixar e vir para cá! - Finalmente eles haviam baixado o tom. Talvez a voz da Perséfone tivesse despertado a razão dentro de Hades (ele é caidinho por ela, só pra constar, mas isso vocês já sabiam).

A Demi (Demi de Deméter, apelido carinhoso) havia se abalado com o que Hades disse, e, por um momento triunfante da parte dele, e angustiante da parte dela, ela não soube o que dizer.

–Ela é nova demais, não entende o que sente, diz ou faz. E ela deve ter chorado de repugnância a você, seu escroto.

Nossa, o Tio Hades usa a razão, mas a Demi parte pro esculacho.” Alícia, sempre produtiva, que orgulho.

–CHEGA! - A voz de Hera ressoou pelo Olimpo, e fez os dois deuses (barraqueiros) recuarem. “Se não fosse a Hera o barraco já estaria no tapa.” Eu amo minha filha, gente. - Vocês fizeram um acordo há muito tempo atrás, não adianta discutir isso agora.

–Mas ele... - Deméter tentou começar, cortada brutalmente pela irmã.

–SEM MAS! Eu acho errado você interferir no casamento da sua filha, Deméter, ela não é mais uma criança. Tudo bemela ir te visitar, mas seis meses já me parece exagero.

–Você mesma disse que não adianta discutir o acordo. - Deméter fez um ponto (*palmas*). - E ele ROUBOU a Perséfone de mim, tem noção do quanto isso dói? Ela é a única coisa que eu tenho!

–Deméter, eu amo a sua filha, como você acha que eu me sinto quando você me priva de vê-la durante SEIS meses?

Pronto, o barraco está menos violento agora.” By Alícia.

–Você é incapaz de qualquer coisa, estúpido, até mesmo de sentir.

Foi. Só. Eu. Falar.” Ainda bem que eu sei me controlar, porque eu já estaria rolando no chão. Ela é muito louca, sério. Nem eu sou assim (tá, tá, eu sou sim).

A Deméter esculacha.” Eu conjurei uma pipoca e dois copos de coca, porque o conforto é indispensável!

–Você vai ver o incapaz, irmã querida.

E daí as coisas ficaram meio complicadas. Hades desembainhou sua espada e avançou para Deméter, que deu um passo para trás e desembainhou suas duas espadas de uma mão, murmurando algo como “Você não ousaria” e com os olhos arregalados.

–Estás com medo, Deméter? - Os olhos do Hades brilhavam cada vez mais negros. - Eu não sou o incapaz por aqui?

Só não deu merda porque a Perséfone se meteu.

–C-H-E-G-A! - A voz dela saiu assustadoramente forte, e ela se colocou entre o marido e a mãe, com os olhos inchados já. “Toda vez que eles brigam é assim?” A voz da Alícia soou na minha mente de novo, eu estava tão concentrado tentando não rir da cara que a Deméter tinha feito que não percebi ela ali. “Não, acho que alguma coisa deve ter acontecido, tipo eles devem ter respirado o mesmo ar por mais de 5 segundos, sabe como é.” Ela riu um pouco, mas parecia assustada. “Realmente, isso é grave.”

Ninguém falou nada, Perséfone esperou até que ambos encarassem a ela para continuar.

–Eu estou farta de vocês dois - Seu tom de voz agora era calmo, mas ainda havia choro em sua voz. - Será que ninguém aqui se importa com o que EU sinto? Com o que EU penso?

–Querida, eu... - Hades até tentou, com uma voz baixa e cheia de remorso, se desculpar, mas ela estava mesmo irritada.

–Shiu, eu não terminei - Ela secou algumas lágrimas de seu rosto. - Vocês podem parar de agir como crianças por pelo menos um minuto? Dá para tentar raciocinar sem deixar a raiva subir à cabeça? Vocês são irmãos, pelo amor de Zeus!

Pelo amor de Réia seria mais apropriado para o momento.” Tá, eu também não presto.

–Ok, agora vocês podem ficar falando merda que eu vou cuidar das minhas lindas flores. Quando você – Ela se virou para o marido. -, Hades, tiver atitude de homem e você – Ela se virou para Deméter. -, Mãe, deixar de ser tão controladora, e ambos conseguirem abrir mão de um pouco, vocês vêm conversar comigo e apresentar a sua proposta - Ela deixou que suas palavras pairassem no ar antes de continuar. - Ou eu me juntarei à Ártemis, e nem minha mãe me terá por perto, nem o Hades me terá como mulher. Resolvam-se.

Neste momento, Alícia e eu estávamos discutindo na minha mente se eu era ou não foda, e se eu poderia usar o meu trocadilho muito velho do “sou foda” (porque eu sol foda, ding din ding din). Ok, eu tenho problemas sim.

No meio tempo em que discutíamos (eu e minha Peste), Perséfone fora embora e Hades e Deméter estavam ou se encarando ou encarando o chão. Hera foi a primeira a falar.

–Se eu puder dar a minha humilde opinião como deusa do casamento, vocês deveriam acertar um acordo melhor, que seja bom para todos, principalmente para a Perséfone.

Silêncio.

–Me... desculpe... ? - A voz de Deméter saía como um sussurro. Hades franziu as sobrancelhas e olhou para a Deméter com uma cara confusa.

–Como é? - Um sorriso maroto brotava nos lábios de Hades

–Não abuse da minha paciência, Hades.

–Mas eu não ouvi, irmã. - Ele estava com uma falsa cara de inocente horríve. Até o Ares faria melhor. Ele precisa de algumas aulas comigo. “Tio Troll, eu ri.” by Peste.

–Me desculpe, oh todo poderoso Hades, senhor dos mortos, por ser tão controladora. - Deméter falou com um nível máximo de sarcasmo. - Mas a culpa não é minha se você roubou ela de mim.

–Eu fiz isso porque a amo. Por que é tão difícil de você aceitar isso? - Hades parecia tão magoado que doeu em mim. - E eu até aceitaria que você ficasse com ela por um tempo se pelo menos vocês não fechasse os olhos e se recusasse a entender que EU AMO A SUA FILHA. Ela é tudo pra mim.

Ai. “O tio Ades está ganhando de longe com esses argumentos”. A Alícia estava certa. Deméter abriu e fechou a boca, pensando em falar algo mas hesitando e se calando. Ela olhou para o chão e eu senti pena do modo como ela estava.

–Ela é tudo pra mim também, Hades. A diferença entre nós é que você é isolado porque mora isolado. Eu sou isolada porque realmente ninguém precisa da deusa da agricultura hoje em dia. Perséfone é a única pessoa que me restou, ninguém se aproxima de mim mais, Hades. Ela é a única que me ama. Amantes se vão; amigos, também. A única que ficou foi ela, e ela nem “ficou” mesmo.

Demi racionalizando... Froot loops é bom... A gente tem de oferecer Froot Loops pra plateia do programa da Márcia versão Olimpo”. Louca, eu sei.

–Não é muito diferente comigo, Deméter! Seria pior se eu morasse no Olimpo, ninguém quer se socializar com o deus dos Mortos de qualquer modo. - Ambos ficaram um tempo em silêncio. - Eu sinto muito se a tirei de você, mas ela é a única mulher que me compreende. É a única capaz de fazer com que eu me sinta completo, especial. Eu não sou como vocês pensam, tão amargurado e insensível, mas é só isso que vocês veem porque muitos tem medo ou nojo de mim. Ninguém quer ficar perto do “Bafo de Cadáver”.

Bafo de Cadáver é um apelido ultrapassado. A moda agora é 'Suquinho'”. Ok, fui eu.

Deméter riu do apelido que Hades “deu” a si mesmo.

–Ok, então a gente divide ela em dois e cada um fica com uma parte.

–Claro, por que não? - Ambos riram.

–Se você deixar ela vir me visitar quando quiser, o que eu espero que seja pelo menos uma vez por mês, pode ser durante um dia ou dois só, eu deixo você ficar com ela e nós desfazemos o acordo.

Ou entrem pro programa da Márcia” Louca, louca, louca. “É mais prático, oras! E eu acho que tem cachê. Tudo fica legal.” Louca mas esperta, viram? Criei direitinho.

Hades levantou os olhos e ambos ficaram se encarando.

–Funciona para mim... e você poderá nos visitar quando quiser, também, desde que, pelo amor de Zeus, não traga cereais.

–Ah! Nem os coloridinhos? - Deméter dilatou suas pupilas e ficou parecia com o gato do Shrek (se você não sabe quem é, se mate).

OS COLORIDINHOS!” Isso, grita na minha mente.

–Nenhum, Deméter. É isso ou eu te faço tomar Ades. - Hades sorriu ameaçador, como se tomar Ades fosse horrível. “Essa oferta do Ades eu aceito.” Viu, até a Alícia concorda.

–Não! Eu levo meus próprios suquinhos, e você fica com o seu Ades. Mas posso levar pão integral?

–Tá, o pão eu deixo.

Eu tive de rir. Deméter deu pulinhos de alegria, parecendo uma criança que ganhou um doce.

–Mas eu ainda te odeio.

–Tá.

–Tá.

–Eu te odeio mais.

Nah, odeia não.

–Você roubou minha filha.

–Você roubou minha mulher.

–Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

–Merda... - Hades fez uma cara de derrotado e depois sorriu. Todos riram. - Vamos chamar ela agora, ok? Não gosto de quando ela fica brava, por mais que ela fique sexy...

–Hades!

Hades levantou os braços, demonstrando rendição e riu. “Então não vai precisar do programa da Márcia?” “Chora, filha, chora”

–Eu me encarreguei de trazer Perséfone. Vocês nem notaram a minha saída. - Hera estava chegando, com Perséfone ao lado. - Se acertem aí, se der problema eu chammo a Héstia. - Hera fez uma cara de má e sorriu, depois se sentou e cruzou as pernas.

–E então, se decidiram? - Perséfone tinha um tom rude na voz, o que não combinava com a beleza dela... (Tá, tá, ela é do Hades, eu sei) – Porque eu não vou ficar vendo vocês brigarem de novo e de novo e falarem...

Ela até ia terminar de falar, mas o Hades se inclinou e deu vários selinhos nela, fazendo-a piscar os olhos, surpresa, e sorrir bobamente.

NHÁAAAAA, HADÉFONE!” Louca shipper, socorro.

–Nós temos uma proposta onde todos nós, incluindo você, teremos de cumprir com algumas condições.

Perséfone assentiu e eles contaram a ela o “plano”, Deméter deixando bem claro que gostaria muito de ser visitada umas duas vezes por mês. Quando terminaram, Perséfone respirou fundo antes de aceitar ou não.

–Eu vou poder morar com o meu marido e visitar a minha mãe quando eu quiser...

Deméter e Hades assentiram.

–Como pessoas normais fazem...

–Sim – Ambos responderam.

–Awn, eu sabia que um dia vocês se entenderiam. - Ela disse, sorrindo e abraçando os dois ao mesmo tempo. Hades afundou seu rosto no cabelo dela e retribuiu o abraço carinhosamente, enquanto Deméter apenas afastou o rosto para beijar a testa da filha.

Estranho, eles nem nos notaram. Ninguém lançou olhares mortais para cá.”

Eu fiz uma barreira entre nós e eles. Eu aprendi da pior maneira que não é bom se meter nas brigas do Hades, principalmente se a Perséfone estiver no meio” Alícia riu. Eu não. Não foi engraçado o dia que eu aprendi a não me meter com ele e ela. Um dia vocês vão ficar sabendo dessa história, talvez no meu próximo relato.

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Agora tratem de se ocupar com outra coisa! O Hades e a Perséfone já foram pra casa deles (fazer coisas impuras que Afrodite aprova. Ou não. Não fazer as coisas impuras, ok? Afrodite as aprova 100%, e eu também).

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N/A: OLÁ! Eu não morri, gente! Eu estou escrevendo minhas outras fics, e eu viajei demais nos últimos dias (se você acompanha minhas outras fics, lá tem a explicação).

Enfim, eu espero que vocês tenham gostado. A Alícia ficou feliz com a ideia de presenciar mais barracos (ela quer mesmo é montar um programa da Márcia – Versão Olimpiana), então sintam-se livres para me mandar sugestões de brigas (de preferência como mensagem privada, que é mais fácil de eu lembrar e ler, mas eu aceito em review também) a que eu achar mais interessante (ou “as”, né, porque eu posso fazer todas as que vocês sugerirem, se forem boas) eu e a Alícia vamos ~barraquear~

Besos, que agora eu vou escrever mais Posena, porque a Annie vai me matar.



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Notas finais do capítulo

1= O símbolo do Cobre na tabela periódica é "cu".
sd nsandkasmd,asbdsk REVIEWS PARA DEIXAR UMA SEMIDEUSA FELIZ! (Duas nesse caso, tem a Alícia, zemt, deixem reviews em dobro por causa dela)