A Filha De Ártemis escrita por Carol C


Capítulo 22
Reencontro.




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OIIIIIIIIIIIIII Até que foi rápido, não?

Olha, saibam que está ocorrendo uma mudança.

Essa parte, por ser curta, vai ser dividida em duas. Então, ao invés do capítulo (todas as partes juntas) se chamar 'Agora, Missão e Reencontro', é 'Agora, Missão, Reencontro e ...' (três pontinhos porque eu não sei que nome dar)

Estamos chegando ao fim. Faltam três/quatro partes, sem contar essa.



POV: Helena



– Você acha que isso vai funcionar? - perguntei para Lilian - Não tem outro jeito?



– Temos que nos aproximar bastante da fronteira para então fazer o portal para o lugar mais próximo da fortaleza. Eu acho que funcionará.



Estávamos na barraca, discutindo as melhores maneiras de atravessar o estado sem ter grandes problemas com a neve. E a última, e melhor, opção era um feitiço portal, pelo que ela disse.



Tudo bem. Você vai conseguir passar quase quinze adolescentes pelo portal?



Ela revirou os olhos.



– Claro que tenho consciência de que vai ser complicado. Seria melhor se tivéssemos mais filhos de Hécate.



Franzi as sobrancelhas.



– E aqueles dois semideuses que Noa estava cuidando? Ela os achou no lago, talvez...



– Não parecem ser filhos de Hécate. - Suspirou. - E nós ainda não vimos eles. Ela, Leon e Roberta levaram eles direto para uma cabana. E já se passaram dois dias. Tínhamos quinze dias contando com o dia da partida, agora temos apenas dez!



– Vamos fazer as contas direito. Um dia no avião, um no trem, um caminhando.



– Paramos aqui e ficamos para descansar. A queda de temperatura nessa viagem foi muito grande.



– E ela achou eles ontem.



– Achou eles anteontem pouco antes de jantarmos. Amanhã iremos andar mais. Temos que adiantar o passo.



– Acha que eles vão acordar?



– Não tenho muita fé nisso, se não acordarem, será por bem ou mal. - Disse com os olhos estreitos.



O barulho de constantes conversas no acampamento, subitamente, parou, com isso ficamos rígidas.



– O que aconteceu? - perguntei apenas movendo os lábios.



– Não sei. - respondeu da mesma forma.



Levantamos e fomos para a entrada da barraca, saindo cuidadosamente. Mais há frente todos estavam juntos, agrupados, olhando para a floresta a sua frente.



Lily pigarreou e eles foram abrindo caminho conforme ela passava. Quando chegamos, ela parou subitamente e se enrijeceu. Postei-me ao seu lado para ver o que havia acontecido, e vi os cabelos loiros, olhos castanhos e traços familiares.



– Só podem estar de brincadeira... - sussurrei.



Não sei o que era no momento, mas me senti estranha. Encarei seus olhos, que estavam direcionados para Lily, e estremeci.






POV: Kath



Estava conversando com Noa, queria saber se os semideuses que havia encontrado estavam em melhores condições. Não muito tempo depois recebo o maior susto da minha vida.



Depois de quatro anos, ele havia mudado. Seus olhos estavam mais claros, os traços mais definidos.



– Não pode ser ele. - Theo sussurrou - Parece... Impossível.



Assenti, claro que depois de quatro anos era quase que sonho vê-lo novamente. Lilian ainda estava paralisada, não parecia acreditar no que via a sua frente.



Fui a primeira a se adiantar, corri e joguei meus braços em seu pescoço.



– Estava com saudades.



– Também estava. - ele me apertou contra seu corpo, sua voz estava com o espanhol mais acentuado, me fez franzir as sobrancelhas, mas não disse nada a respeito.



Ele me soltou, colocando no chão. Fui puxada por Theo, que deu um abraço no amigo em seguida, mas percebi seus músculos um pouco rígidos no ato.



– Não posso acreditar. - ouvi Lily sussurrar, sua voz parecia embargada.



– Mas é verdade. - Will disse dando um passo em sua direção. - Eu prometi que ia voltar.



Ela o abraçou e começou a soluçar, seus braços estavam apertados ao redor dele, como se quisesse segurá-lo e mantê-lo por perto para sempre.



– Shiiu... Está tudo bem, estou aqui.



Ouvi um gemido agonizante vindo da floresta, como o de um animal ferido, virei, mas não vi nada.



– Posso conversar com você? Theo perguntou no meu ouvido.



– Claro.



Entremos na floresta, lado a lado, quando estávamos a alguns metros do acampamento paramos.



– Como foi vê-lo? - perguntou.



– Não me senti como achei que seria. Fiquei surpresa, mas não senti uma alegria extrema.



– Eu achei... Estranho. - admitiu.



– Acho que é porque ficamos muito tempo sem se ver. - dei de ombros.



– Talvez... Mas não acredito muito nisso.



– Qual seria a outra opção?



– Não ser o Will.






POV: Matthew



– TINHA QUE TER MAIS UM FILHO DE APOLO NA MISSÃO?! - reclamei.



– Fique calmo! E é só um filho de Apolo. Qual o problema? - Cléo me questionou.



– Já tem a chata da Taylor, agora precisa de mais um?



– A Lilian já tinha dito que ele apareceria.



– Por que ela ficou daquele jeito?



– Ele é o 'ex'- namorado dela.



– Mas é mais um na missão!



Ela sussurrou algo que eu não entendi.



– Pode repetir, por favor, Cléozinha?



– Eu não sei se quero continuar. - ela levantou os olhos para mim - Eu estou sentindo que não devo ir até o fim dessa missão.



– Por quê?



– São três por missão. Temos cinco em cada uma. Sete na que você participa.



– E a missão de derrotar a feiticeira?



Ela olhou para o lado, e soube que algo estava errado.






POV: Cléo



Quando Matt me perguntou aquilo, lembrei o sonho que havia tido. Não havia sido todo ele que importava, mas grande parte sim.



No sonho, uma voz manipuladora havia pedido para eu criar discórdia na missão. E eu não queria. A única coisa que havia me ajudado foi quando a voz de um garoto apareceu dizendo que não era para eu ouvi-la.



De qualquer modo, ele me deu o aviso de que algumas pessoas abandonariam a missão, e eu tinha a escolha de permanecer ou ir.



Realmente, eu não sabia o que fazer.



– Terra para Cléo! - Matthew balançou a mão na minha frente, seu cabelo negro estava caindo na altura dos olhos.



– Você precisa cortar o cabelo, além de grande está desalinhado.



– Está dando uma de mãe agora.



– Sou a mais velha do chalé. O que você queria?



– Matt! - Noa o chamou - Eu vou precisar da sua ajuda.






POV: Mayara



Abri os olhos, a primeira que vi foi o teto de uma barraca, prendi a respiração e sentei assustada.



'Cadê meu irmão!?' foi a primeira coisa que pensei, e olhei desesperada para os lados. Encontrando ele ao meu lado.



Ele parecia estar dormindo, mas supunha que ele estava desmaiado. Me joguei nele e comecei a chamá-lo repetidamente.



– Derek acorda por favor. Acorda, não me deixa... - sussurrava, minha respiração estava acelerada e meu coração batia rápido.



– Você acordou! - uma voz suave falou atrás de mim. - Achei que... - olhei por cima do ombro, vi os claros e gritei.



– SAIA DAQUI! VÁ EMBORA!



– Mas eu só vou te ajudar...



– VÁ!



Ela saiu apressada. Enfiei o rosto no peito de meu irmão e comecei a chorar, logo senti sua mão passando em minha cabeça.



– Fique calma, Maya. - ele sussurrou contra meu cabelo.



– Eles podem estar trabalhando para a feiticeira.



Ouvimos passos e ficamos rígidos, esperando as pessoas chegarem.



– Por que todas as criaturas que vêm aqui arrumam problemas? - era a voz de um rapaz, rouca.



Logo o vimos, o cabelo negro caindo sobre os olhos escuros, quando ele viu meu irmão pulou para trás assustado.



– Santo Hades! - exclamou, retrocedendo alguns passos.



Sorri minimamente com sua reação.



– Vou chamar a Lilian. - A menina de antes, que agora estava ao seu lado também saiu.






POV: Theo



– Não existem possibilidades de não ser o Will. - Kath disse.



– Você mesma disse que não se parecia com ele! - reclamei.



– Mas ele pode ter ficado em um refúgio dos protetores na Espanha, e voltou com o sotaque.



– Claro... - revirei os olhos.



– Mas é ele. Eu sinto que o conheço, e bem. Apesar de não querer ficar perto dele. Foi a mesma coisa que senti na época que comecei a me afastar da Clair, como se quisesse dar um tempo.



– Então quer dar um tempo no Will? Quatro anos não foram o suficiente?



– Parece que não. O tempo muda as pessoas, apesar de tudo.



– É, pode até ser isso. Vamos deixar essa questão de lado, pelo menos até o final da missão. Lembra? Se brigar, vai embora.



– Claro que lembro.



– Eu me recuso, de qualquer maneira, chamar ele pelo nome do meu amigo.



– Então não chamaremos. - arqueou as sobrancelhas - Simples, não?



– Claro.



Vi uma leve movimentação nas folhas da árvore acima da sua cabeça, o que me fez franzir as sobrancelhas, confuso.



– Vamos voltar para o acampamento. - falei, pegando sua mão.






POV: Lilian



Estava sentada em uma pedra, de frente para o Will. Eu ainda não acreditava, parecia ilusão, ele estar tão perto.



– O que fez por todo esse tempo? - perguntei inclinando a cabeça - Não tivemos notícias suas até o ano passado.



– Você sabe, tentando sobreviver. - deu de ombros - E treinando.



– Senti muitas saudades, apesar de não estar demonstrando muito.



– Está em choque. Sei disso, depois do que passamos com certeza estaríamos assim. - seus olhos brilharam.



Eu havia sentido muita saudade, o jeito como ele falava de nós dois, me fazia sorrir.



– Você não mudou nada. - falou, com um sorriso em seus lábios.



– Ao contrário de você.



– Só mudei um pouco.



Ouviu passos rápidos e me levantei, em alerta. Noa apareceu ofegante.



– Os semideuses acordaram.



– Leve-me até eles. - falei com autoridade.



Segui-a até a barraca, Matthew estava do lado de fora com o rosto mais pálido que o normal. Imaginei o porquê daquilo, mas não achei nenhum motivo suficientemente bom. Adentrei na barraca sem cerimônia.



Os dois semideuses estavam sentados, abraçados e afastados da entrada da barraca. Ambos tinham uma aparência incomum.



A garota tinha os olhos roxos escuro, tão escuros que podia se confundir com negro. Seus cabelos loiros caiam pelos ombros, eram tão claros que pareciam brancos, apesar de ver, na luz do dia que vinha de fora, o brilho levemente dourado. Sua pele era pálida, e seus traços, delicados.



O garoto possuía os cabelos loiros, mais escuros que o da garota. Sua pele também pálida, com poucos traços similares aos dela. Seus olhos eram extremamente escuros, negros. Não tinha como diferenciar a íris da pupila.



– Qual é o nome de vocês? - perguntei calmamente.



Ambos arregalaram os olhos, fazendo-me arquear as sobrancelhas



– O que? Estou tentando ter uma conversa civilizada. Esperei dois dias por causa de vocês.



– Você não trabalha para Iraia? - o menino perguntou.



– Para início da conversa, nem sei de quem vocês estão falando.



A garota franziu o cenho, analisando-me, seus lábios se moveram sem emitir som algum.



'Não pode ser', foi o que ela disse silenciosamente.



– Qual seu nome? - perguntou se sentando.



– Lilian, por... - antes que terminasse a pergunta, ela se levantou em um pulo me abraçando, apertando-me contra seu corpo.



– Mon dieu, je croyais que j'étais mort! J'étais tellement inquiète. - ela beijou o topo de minha cabeça repetidas vezes - Vous êtes un si grand...



(autora: 'Meu Deus, achei que estivesse morta! Estava muito preocupada' / 'Você está tão grande... ')



– Désolé, mais qui êtes-vous? - ela se afastou, mas continuou passando a mão em meus cabelos.



(autora: Desculpe, mas quem é você? ')



– Je suis ta soeur.



(autora: sou sua irmã)






POV: Viih



Não gostei do Willian, realmente não gostei. Ele parece ser arrogante.



Bonito, porém arrogante.



E não parece ser muito sincero, aquele sorriso peste... Deu vontade de dar um soco nele quando ele começou a conversar comigo na boa enquanto levava ele para o acampamento.



E isso não é algo fácil de fazer.



Passei ao lado da barraca em que Noa havia colocado os semideuses e um deles saiu naquele momento.



Os cabelos loiros cacheados dele brilharam no sol frio e seus olhos negros também, eles eram hipnotizantes.



– Olá. - cumprimentou-me. - Qual seu nome?



– Vitória. E o seu? - perguntei com um sorriso no rosto, estendendo a mão para ele.



Ele a pegou levando aos lábios.



– Derek, muito prazer, senhorita. - ele deu um beijo suave em minha mão e senti algo estranho em minha barriga.



– Seu nome é diferente.



– Todo mundo fala isso. - deu de ombros e me analisou - Você é protetora e filha de Afrodite?



– Como sabe? - arregalei os olhos.



– A pomba. - disse apontando para meu ombro.



Olhei para o mesmo, era apenas uma marca pequena, uma pomba segurando uma rosa.



– Ninguém preta atenção nisso.



– Não sou ninguém. - ele inclinou a cabeça para o lado. - Pode me mostrar o acampamento?



– Claro! - sorri - Vamos.



Passamos a tarde passeando e conversando com os outros campistas, em uma das conversas descobri que ele também era filho de Hécate, e saber disso, não sei porquê, me fez ficar aliviada.



A noite já havia caído e estávamos jantando ao redor da fogueira. Peixe, ervas e frutas, simples. Afinal, as missões, raramente, tem uma refeição tão boa.



Ouvi alguma coisa atrás de mim, apoiei a tigela no chão me virando. Derek, que estava ao meu lado também se virou, com os olhos estreitos.



– Ouviu isso? - sussurrou, todos os outros pareciam entretidos conversando.



– Sim. - uma sombra escura começou a se mexer rapidamente nas sombras.



A criatura tropeçou e caiu na clareira, sendo iluminada pela luz da fogueira.



Reconheci os cabelos castanhos longos e o pequeno corpo. Pulei o tronco e corri em sua direção.



– Anne! O que você está fazendo aqui!? - levantei-a.



– Vocês tem que correr. - assim que terminou de falar, ouvi um rugido.






POV: Noa



A conversa parou subitamente, quando ouvimos um rugido. Olhamos para a floresta. Vitória estava com uma criança nos braços e o filho de Hécate estava atrás dela com os olhos analisando as sombras.



– Corram! - gritou ele, pegando a menininha no colo e puxando Viih pela mão.



Maya ficou estática do meu lado, mas logo se levantou, acenando para as cabanas, fazendo tudo entrar em uma mochila que apareceu do nada.



– Vamos! - exclamou, correndo também.



– Não vamos fugir. - Matt se levantou, ao meu lado. - Não somos covardes.



– Você não sabe com que está lidando. - ela disse. - Não é uma coisa que pode ser morta facilmente.



– Estamos em vantagem numérica.



– Isso não influencia em nada. - ela estreitou os olhos - Se quiser morrer, fique.



– Por que acha que sabe o que é?



– Eu sei o que é! - gritou - Você jamais viu um crizira!



Lily ficou pálida.



– Ele jamais morre sem condenar a vida de alguém. - murmurou, mas todos ouviram.



Isso fez com que todos se apressassem. Apressando uns aos outros, como estava de noite, o caminho era difícil de ver.



– Essa coisa sobe em árvores!? - alguém gritou, mas não pude localizar onde.



– Não sobe as que tem espinhos! - outra pessoa respondeu.



– Por aqui! - senti alguém pegar na minha mão não percebi quem era. - Suba.



Pegou-me no colo me empurrando para cima, fazendo com que subisse. Minhas mãos arderam em contato com os espinhos pequenos. Depois de muita luta cheguei em um dos primeiros galhos, que estavam a cinco metros do chão.



Matt sentou do meu lado, ofegante.



– Nunca mais dê uma de corajoso.



– Não mesmo. Ainda tenho muito o que viver.



Suas mãos sangravam, percebi que as minhas estavam no mesmo estado.



– Vamos esperar.



– Você parece cansada. - ele disse, passando os braços ao meu redor e me puxando para ele. - Pode demorar, descanse.



Fechei os olhos, e nesse momento outro rugido foi ouvido.






POV: Autora.



Lilian estava sentada ao lado de Willian, em um dos galhos mais altos da árvore, próxima a uma clareira. Dali ela pode enxergar os outros achando outros locais para se esconderem.



– O que vamos fazer? Ele não vai sair daqui tão rápido. - o garoto falou.



– Sei disso.



Ele tocou sua mão e ela deitou a cabeça em seu ombro.



– O que vai fazer? Sempre tem um plano.



– Você é o conselheiro aqui.



Ela viu uma movimentação e o mostro apareceu, fazendo com que ambos enrijecessem.



Parecia, a princípio, um cão infernal magro, porém, muito pior.



Os olhos eram completamente negros, fundos. Os pelos tinham a coloração avermelhada, como sangue seco. Não era agradável de se ver, principalmente o focinho, os dentes salientes afiados, possuíam uma substância vermelha escorrendo por eles. As orelhas levantadas pontudas, o rabo era comprido, aparentemente liso. Porém Lilian sabia que cada um daqueles pelos no rabo eram espinhos resistentes que se esticavam na hora do ataque.



Ele virou a cabeça em sua direção, enrugando o nariz, sentindo o cheiro.



Ouviu o garoto ao seu lado engolir em seco. E isso despertou atenção a criatura.



Uma flecha penetrou em seu ombro, fazendo-o ganir, e virar procurando o agressor.



Lily respirou fundo mais uma vez e saltou do galho, arrancando o pingente de seu pescoço durante a queda.



– Está me procurando!? Venha! - gritou agitando a adaga prateada.



O monstro levantou o rabo, e preparou os espinhos.



Ela jogou a adaga, cortando uma sequência deles, fazendo o líquido negro escorrer. O monstro uivou, saltando para pegá-la com as patas.



Ele abriu a boca, havia um tipo de tromba com dentes dentro dela. Isso fez com que a garota pensasse em todas as formas de atacar sem ser morta.



Mínimas.



Uma flecha apareceu no flanco dele, seguida de mais outra. E outra. Ele se virou esticando a tromba para atacar quem quer que fosse.



Lilian não sabia como faria, mas tentaria sobreviver. Se pudesse.



E contava com a ajuda misteriosa.



***



Em outra árvore Vitória estava abraçava a pequena garota.



– O que você está fazendo aqui? Por que saiu do acampamento?



– Stephen me mandou em uma missão.



– Sozinha?! Ele não podia fazer isso!



– Não estou sozinha! - a menina reclamou - Eu estava com alguém!



O jovem de olhos negros como o tártaro as observava de longe.



– Quem? - perguntou antes mesmo que Vitória abrisse a boca.



– Meu colega de quarto.



***



Lilian já estava cansada de lutar, sangrava, mas em nenhum momento foi ferida diretamente pelo crizira. Um corte longo em seu ombro, que ocorreu quando foi lançada pela pata na árvore, estava fazendo-a perder sangue. E ela já sentia os efeitos da perda, estava cansada, sentindo vontade de deitar e ficar.



O monstro atacou mais uma fez, e ela rolou para o lado. Vendo-o se aproximar, a boca dele se abriu e a tromba se preparava para dar o último golpe.



Viu uma sombra passar por cima de si, pulando, com agilidade nas costas da criatura. Uma flecha penetrou nas costas dele, um ferimento que seria mortal, porém, ele ainda não podia morrer.



Isso o fez se contorcer, arrancando a pessoa de cima de si. E jogando-a contra uma árvore. E atacou-a com as garras.



Nesse momento Lily se sentou, tentando salvar aquele que a havia ajudado, e lançou a faca acertando seu coração.



Crizira se dissolveu, deixando uma mancha negra no local onde estava momentos antes.



A garota se levantou, fraca. Andando com calma para pegar a faca, em um momento vacilou, mas sentiu mãos fortes a apoiarem.



– Coma. - sentiu algo encostando-lhe os lábios, e comeu, sentindo o gosto de ambrósia.



– Obrigada, Will. - agradeceu, se sentiu um pouco melhor, suficientemente para ir sem necessitar de ajuda.



– Conseguiu matá-la sem precisar sacrificar ninguém. - ele disse.



– Não tenho muita certeza. - ela viu a mancha de sangue, abaixo da árvore onde havia visto o monstro jogar quem havia lhe ajudado.




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