2013: O Recomeço escrita por Apanhador de Almas


Capítulo 22
Capítulo 18 - Labirinto (William)


Notas iniciais do capítulo

Este é o penúltimo capítulo. Ele começa sendo narrado pelo William, mas tem alguns POV's da Kate e do Robert.
Tem algumas revelações também.
Créditos a Aprendiz1, que betou o capítulo.



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Ele nos levou até o labirinto que vimos quando chegamos. Ele tinha paredes cinzas, iguais ao céu chuvoso acima de nós.

Depois de andar por boa parte da propriedade finalmente chegamos na entrada do labirinto.

-          Você fica aqui- disse o homem para o nosso último inimigo. Pelo menos até essa hora eu pensava que ele era o último inimigo... Eu estava errado.

Continuamos a andar até chegarmos a próxima entrada.

-          Você fica aqui- dessa vez foi Kate quem ficou.

Andamos mais um pouco. Uma neblina densa começou a tomar conta de todo o lugar.

-          Você fica aqui- foi a minha vez.

Esperei impaciente, afinal o nervosismo já havia me tomado há tempo.

Lembrei-me da primeira prova do Jogo, de como conheci Robert e Kate, da pista sobre o paradeiro do meu pai no hotel. Cheguei tão perto e estava tão longe novamente.

Meu devaneio foi interrompido pelo barulho de um dirigível que pairava acima de nós. Ele possuía um telão gigantesco preso em uma das laterais. O rosto de Victor apareceu, fiquei pensando na razão cujo ele nunca dava as caras pessolmente. Devia ser puro medo.

-          Bem vindos à Mansão Reiktrain, uma das minhas propriedades na Estônia- Foi nesse momento que descobri em qual país estávamos- Bom, como esta é a última etapa vou direto ao assunto: Agora não há times, todos são inimigos de todos. O objetivo é chegar ao centro do labirinto, pegar o celular que vai estar lá e fazer uma ligação para o único número da agenda. Simples.

Olhei para os lados em uma tentativa de ver Kate ou Robert, mas a única coisa que eu conseguia ver era a silhueta turva de ambos.

-          Que comecem os jogos- foi dada a largada para a penúltima prova dos novos “Jogos Mortais”.

Corri para dentro do labirinto. Alguns corredores eram largos, outros bem estreitos. Eu dava grandes passos rápidos alternados com corrida. Eu não podia cansar facilmente pois poderia haver um combate corpo a corpo a qualquer momento.

Me deparei pensando sobre o que eu iria fazer caso encontrasse Robert ou Kate. Achava que ele pensaria em algum plano para escaparmos dessa. Porém ainda tinha dúvidas em relação à Kate. Sua personalidade forte e competitiva poderia leva-lá a fazer qualquer coisa para vencer, mas ainda sim eu preferia pensar o contrário.

A neblina impedia minha visão quase por completa, então resolvi ter atenção redobrada.

Consegui ver alguém no final de um corredor qualquer. Ele estava parado, como se estivesse me esperando aproximar. Conferir se minha pistola Taurus PT-59T estava presa à minha cintura. Era uma arma bem pequena, mas podia me salvar caso as coisas ficassem sérias.

-          William?- perguntou o desconhecido.

-          Sim, quem está ai?

Ele deu alguns passos a frente, finalmente consegui ver quem era.

-          Mephisto?

-          Eu falei para você não me procurar, Will.

-          Do que você está falando- estranhei.

-          Fiz tudo que pude para te manter em segurança, mas mesmo assim você entrou no Jogo.

-          Espere um momento, você é...- ele retirou a máscara- Pai? É você mesmo?- Eu não estava acreditando. Eu nunca pensei que meu pai fosse Mephisto e também nunca pensei que ele estivesse envolvido diretamente com os assuntos do Jogo.

-          Sim, Will, sou eu- Corri até ele e o abracei. Fazia anos que eu não o via, mas reconheci o seu rosto através do tempo, afinal ele não mudara muito- Vamos deixar as cerimônias para depois. Você bebeu o vinho?

-          Que vinho?

-          O vinho que foi servido no jantar- explicou.

-          Não, por que?

-          Alguém bebeu?

-          Hmm- tentei me lembrar- A Kate bebeu.

-          Isso não é bom, não é nada bom. Vamos, temos que encontrá-la o mais rápido o possível.

Meu pai começou a correr pelos corredores. Ele parecia conhecer muito bem o caminho.

-          Por que temos que encontrá-la?

-          Victor colocou nanorobôs no vinho. Ele sabia que seria difícil lidar com vocês três, então armou esse plano. André mandou Corey para se certificar que não haveria nada de errado com o jantar, mas isso deve ter passado despercebido.

-          E o que esses nanorobôs fazem?- perguntei curioso, ao mesmo tempo com medo de saber a resposta.

-          Provavelmente alguma espécie de controle mental- era o que eu temia.

Ele olhou em um aparelho que mostrava o mapa do labirinto e que também indicava a localização de todos.

POV ROBERT

Corri até chegar em um corredor que se dividia em três caminhos. Olhei para os dois lados atentamente, e em um deles havia uma silhueta caminhando em minha direção.

-          Kate, é você?

-          Sim, sou eu- ela levantou a mão em minha direção lentamente, enquanto saia da névoa densa.

-          Que bom que...- percebi que ela apontava sua arma em minha direção- o que está fazendo?

-          Chegou a sua hora. Eu serei a vencedora deste Jogo.

-          Que tal dividirmos o prêmio?-sugeri, com medo de sua reação.

-          Cale a boca, perdedor. Te matarei agora e depois matarei William, assim ganharei o prêmio de 1 milhão de lumis.

Temi qualquer reação dela. Eu sabia que ela não gostava de mim, mas pensei que pelo menos poderíamos ter um fim amigável.

Desviei minha atenção para as duas pessoas que vinham em minha direção pelo outro caminho. Era William e uma figura desconhecida. Eles perceberam minha atual situação rapidamente.

-          Kate, não faça isso- gritou William.

-          Que bom que chegou, você me poupou o trabalho de ir procurá-lo.

-          Robert, ela está sobre o efeito de nanorobôs em uma espécie de controle mental- falou William. Fiquei aliviado, pensei que tudo que tínhamos passado antes foi uma farsa, que não passada de uma encenação, mas aquela não era a nossa Kate, era uma marionete controlada pro Victor.

-          Kate, você tem que se lembrar de quem você é- falei, ainda com medo de qualquer reação dela.

-          Calado, seu verme.

-          Não faça isso, tente se lembrar de quem você é, do que passamos até chegar aqui, dos momentos difíceis que conseguimos driblar- continuei.

Ela colocou a mão na cabeça, como se estivesse sentindo dor.

-          Fu...jam- ela falava com esforço, lutando contra o controle.

POV William

Ouvimos o barulho de um disparo. Olhei para Robert e o vi cair lentamente, colocando a mão sobre a barriga, que sangrava em uma das laterais.

Kate deixou a arma cair e correu até Robert. Ela se debruçou em cima dele, se deixando levar pelas lágrimas que escorriam pelo seu rosto.

-          Mas o que você...- meu pai me interrompeu.

-          Não foi ela, olhe- Ele apontou para o verdadeiro assassino, o homem que sobrou na luta dos mechas- Fique aqui, eu cuido dele.

POV ROBERT

-          A vida é um grande jogo. Não existe destino. Tudo é uma sequência aleatória de fatos decorrente de nossas escolhas- Escutei uma voz na minha cabeça. Foi o suficiente para eu decidir. Não podia desistir agora, eu entrei nessa para vencer.

Abri os olhos lentamente. Vi Kate chorando.

-          Eu sabia... que você ia se lembrar- Me esforcei para dizer. Estava fraco e já havia perdido muito sangue.

Ela deu um sorriso fraco

-          Por favor, não me deixe agora. Me desculpe pelos momentos em que fui grossa, pelos momentos que eu falei que não me importava. Me desculpe por tudo, eu me importo.

-          Eu sei... Também me desculpe- minha visão começou a ficar embaçada.

-          Robert, eu te amo- foi as ultimas palavras que ela falou. Depois ouvi o som abafado de helicópteros e apaguei novamente

...

Ouvi alguns bips pausadamente. Abri os olhos e vi um teto branco. Olhei para o lado e vi uma mulher sentada em uma cadeira pequena, apoiando a cabeça nos braços.

-          Kate?- perguntei.

Ela levantou a cabeça em um movimento ligeiro quando ouviu minha voz, se levantou da cadeira e foi até mim, me abraçando.

-          Que bom que está bem- falou.

-          O que aconteceu depois?- perguntei, me referindo aos acontecimentos após eu ter levado o tiro.

-          A URCG chegou e prendeu Victor. Ela usou a fortuna dele para reconstruir partes de algumas cidades destruídas e, é claro, pagar o vencedor.

-          Quem venceu?- perguntei, me sentando na cama daquele quarto de hospital.

-          Como a última etapa foi interrompida, William e eu resolvemos dividir o prêmio em três.

-          Estou meio tonto, preciso descansar mais um pouco.

-          Claro, você perdeu muito sangue, mas não está mais correndo risco de vida.

Me deitei novamente. Kate voltou para a cadeira em que estava.

-          E Kate- ela se virou para mim- Eu também te amo- Logo depois adormeci.


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Notas finais do capítulo

Amanhã vou postar o epílogo, não deixem de l~e-lo, pois também será interessante.