Kushina parou, mais pálida que quando saira da sala de Minato. Ela encostou-se na parede, do prédio hokage, sentindo o coração disparado, o corpo tremendo. Fechou os olhos, tentando acalmar-se.

Fizera a maior besteira da sua vida, não tinha duvidas. Ela não queria afastar-se de Minato. Não queria afastar-se de Tomoe, Megume... De todos os amigos novos que fizera. Da vila que abraçara como lar. Quando abriu os olhos, encarou o céu, da mesma cor que os do Hokage. Bem, a besteira, para não dizer uma palavra mais ofensiva, estava feita. Iria ter que recorrer aos seus fundos de emergência para encerrar as contas na vila...

Não tinha a mínima idéia para onde iria. Suna? Fez uma careta. Ela não era vira-casaca. Não iria para uma vila, onde corria o risco de enfrentar qualquer um de seus amigos.

Comecou a andar sem rumo. Talvez fosse dar um tempo no monastério. O ojiichan iria gostar de te-la por perto.

 Chutava alguma pedra, aleatoriamente, as idéias fervendo. quando deu por si, estava esperando uma porta ser aberta, por um Kakashi espantado.

- Que diabos você quer aqui? – a pergunta agressiva surpreendeu Kushina. Pelo visto, Canino Branco havia conversado com o menino sobre o assunto que haviam conversado anteriormente.

- Seu pai está? – pediu, preparando-se para ser ofendida.

- Para você, não! – ele tentou fechar a porta. Kushina impediu, colocando o pé no vão da  abertura. Quando kakashi tentou forçar para fechar a porta, ela colocou as mãos nela, empurrando e abrindo-a.

- Qual o seu problema, garoto?

- Meu problema? Meu problema é você, sua demonia burra! A culpa é toda sua!

Kushina ergueu as duas sobrancelhas. Ignorando o fato de seus ouvidos estarem quase sendo estourados pelos gritos de Kakashi, ela tentou compreender a situação.

- Minha culpa? O que foi que eu fiz dessa vez?

- Sua... – Kakashi falou um palavrão, que fez Kushina assobiar.

- Ero-mirim, se eu sonhasse em dizer isso, me lavariam a boca com sabão!

- Sai da minha casa. sai da vida do meu pai! – apesar de Kakashi não exibir nenhum porta shuriken, a ruiva ficou alerta.

- Hum... agora estou quase entendendo. – Kushina cruzou os braços, enquanto fechava a porta com o pé. – O problema comigo é que eu disse para o seu pai deixar de ser bundão como um certo alguém e...

- Eu não preciso de uma madrasta! Eu não quero uma!

- Canino Branco não vai esquecer a sua mae, Kakashi. Ele apenas vai voltar a viver um pouco de felicidade. - Kushina aproximou-se dele, sem medo de ser atacada. Quando abraçou o menino, ela sentiu a raiva dele, apertou-o tentando transmitir segurança. – E o mais importante de tudo. Ele nunca vai esquecer você. – ela terminou num sussurro.

- - -  -

Depois que Kushina saira de sua sala, Minato ficara estático por vários minutos, tentando entender o que acontecera. Quando percebera que estava ali, adiantando vários serviços para passar o resto do dia com seu time, no campo de treinamento, fizera três kage bushins, para terminar mais cedo. Ao chegar no local combinado, achara muito estranho que Kakashi não havia chegado.

obito e Rin estavam conversando e quando Minato chegara, haviam parado a conversa. A brincadeira estúpida de Obito, sobre o fato do colega não ter chegado, quase lhe rendera um soco nas fuças, dado por Rin.

- Quer parar de falar idiotices? – a menina gritara, quase perdendo a paciência. Por isso ser um fato raro, o Uchiha não tivera percepção de ficar quieto.

- O0ra, mas olhe pelo lado positivo! Se ele morreu mesmo dormindo...

- Obito! – Minato finalmente percebera a discussão entre colegas, desviando para algum assunto que havia achado relevante. Assim, havia se passado toda a manhã. Na hora do meio-dia, voltaram para a vila, famintos.

- Hokage-sama! – a voz de Canino Branco estava bastante preocupada. – Kakashi estava com você, não estava?

- Kakashi? eu estava indo atrás de você, para ver o que aconteceu, ele não apareceu no treinamento.

Canino ficou branco. Minato percebeu o terror que tomou conta do rosto dele.

- Ele... sumiu antes do amanhecer. Eu o procurei a manhã inteira.

- Vou ajuda-lo a procurar.  – combinaram de encontrarem-se na casa de Canino, dali a uma hora.

A busca pela vila, mostrou-se infrutífera. Minato e Canino não haviam achado o garoto, as pessoas apenas o haviam visto no dia anterior. Mesmo os cachorros invocados por Canino Branco não haviam conseguido encontrar o cheiro do garoto.

Minato chegou primeiro, a casa do Hatake. Ficou ali, em pé, tentando imaginar onde Kakashi poderia ter  se escondido.

- PARA JÁ COM ISSO SUA RUIVA DOIDA!

A voz do menino fez o Hokage ter um sobressalto. Vinha de dentro da casa de Canino e Kakashi. ao invadir a sala, Minato ficou paralisado com a cena insólita que se desenrolava ali.

Kushina e Kakashi estavam sentados no sofá, ela apertando as bochechas dele, rindo enquanto ele batia nas suas mãos e braços tentando defender-se.

- O que diabos está acontecendo aqui?

A voz de Minato fez Kushina e Kakashi se paralisarem. Olharam para o loiro com os olhos arregalados, sentindo os corações disparados. Kushina foi a primeira a se recuperar.

- Nada de mais. Apenas conversando com o ero-mirim. Algum problema nisso?

Minato arregalou os olhos.  Kakashi comecou a rir, parando quando o sensei o olhou.

- Hum... – o garoto tossiu. – vou guardar isso daqui. – pegou um álbum de fotografias que havia caído no chão, desaparecendo escada acima. Minato voltou sua atenção para a ruiva, que suspirou.

- Tome cuidado com o que vai falar com Kakashi. Ele está muito frágil. – Kushina o avisou, colocando o cabelo atrás da orelha.

- O mesmo cuidado que você estava tendo, apertando as bochechas dele?

- Oras, Hokage-sama! – Ela revirou os olhos. - Você deve ter sido uma criança muito feia, para não saber que apertões na bochecha significam!