- Uma boa razão para eu fazer isso? – Kushina perguntou, antes de entrar no banheiro.

- Minato é o Hokage da vila, seu superior e você lhe deve explicações? – Tomoe se desviou de uma camiseta jogada por Kushina.

- Tsc. Eu quero um motivo que realmente valha a pena. – ela olhou com superioridade para as amigas.

Tomoe olhou para Megume, que revirou os olhos.

- Você pode olhar para aquela rodovia de mal-caminho que é Minato.

- Megume!

- Que? Quando essa cabeça vermelha chegou na vila, você lembra que eu bem que estava tentando desvirtuar aquele anjinho... Se bem que ele naquela época, era muito tapado!

Kushina virou os olhos, antes de fechar a porta do banheiro. Despiu-se e antes que perdesse a coragem, entrou embaixo do chuveiro. Quando aprenderia a pagar as contas em dia, antes de sair em qualquer missão?

*

*

Minato não ergueu a cabeca, para mandar entrar quem havia batido na porta. Estranhou o silencio e quando percebeu que era Kushina, fechou a cara. Ela estava com uma expressão séria, as bochechas coradas.

- Hokage-sama. – cumprimentou, curvando a cabeça.

- Uzumaki. – ele ignorou os batimentos do seu coração. – a que devo a honra da visita?

- Sabe... esse tom não combina muito com você, hokage-sama. – ela franziu a testa.

- Já decidiu se sua lealdade é com Konoha ou com qualquer outra vila?

- Não sei o que andaram lhe zurrando nos ouvidos, mas saiba que minha lealdade é com Konoha... mesmo que eu não use a haitate com o símbolo da folha.

Tocou com carinho a bandana amarrada como se fosse um bracelete. A vila do redemoinho jamais seria esquecida. Afinal, ela fora seu lar por vinte anos. Lá, nascera, crescera e aprendera a ser ninja.

- Por que será que não acredito nisso? – Minato quase podia jurar, que dali a alguns minutos, Kushina e ele estariam aos gritos um com o outro. Kushina ficou pálida.

- É a mais pura verdade.

- Prove.

- Como? – ela ergueu a cabeça, fazendo os olhos brilharem.

- Onde você estava?

Kushina abaixou a cabeça. os cabelos estavam da forma que Minato se acostumara, livres, rebeldes, como se ela tivesse acabado de correr por quilômetros. A camiseta azul escura, tinha a frase “Devo, não nego, pago quando puder” em amarelo.

- No País do Feijao Vermelho. – o clima entre eles era tenso.

- Uzumaki, eu não lembro de lhe haver dado nenhuma missão. no País do Feijao Vermelho.

- O senhor não deu nenhuma missão, Hokage-sama. – Kushina respondeu, sentindo a garganta apertar-se. – Fui por meu risco e minha vontade.

- Ninjas devem estar sempre em prontidão para missões. E não sumir por simples vontade própria!

- A próxima vez que o ero-sennin sumir dentro de um meretrício, faça o favor de repetir isso para ele! – Kushina perdeu a paciência. A raiva tingiu de vermelho as faces da ruiva.

- Porque você não tem a vontade de sumir agora mesmo e de vez da vila?

Minato se surpreendeu com o que falara. Kushina pareceu ter sido picada por uma cobra. Ela voltou a ficar pálida. Em seguida, aprumou-se, antes de responder.

- Preciso de alguns dias para isso. Em uma semana, já terei resolvidos todos os negócios pendentes que possuo em Konoha. – Curvou-se respeitosamente. – com sua permissão, Hokage-sama. – falou debochada, antes de sair pela porta.

Assim que Kushina fechou a porta, Minato passou a mao pelos cabelos. Não conseguiu acreditar no que havia acabado de fazer.