Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 24
Capítulo 24: Laços


Notas iniciais do capítulo

Galerinha...
Desculpem a demora...
A vida está corrida... rsrsrsr
Espero que gostem...



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Pov Bella:

Aproximei-me das minhas filhas assim que ouvi a voz odiosa de Carlisle.

Não podia permitir que aquele monstro continuasse a fazer mal a mim e a minha família.

_ Quem é esse?_ Ouvi a voz suave de Carlie e segurei firme em sua mão.

_ É o vovô._ Nessie respondeu num sussurro.

Edward se aproximou de nós e segurou Renesmee.

_ Papai, que bom vê-lo novamente. Já estava com saudades._ Rosalie disse com uma voz enjoativa, enquanto aproximava-se para abraçá-lo.

Agora eu entendia o porquê eu não gostava da minha querida cunhada.

Ela era muito parecida com o seu pai.

Em todos os aspectos, devo acrescentar.

Na aparência e na personalidade.

Rosalie Cullen era toda o Carlisle.

_ Rose, querida, quanto tempo!_ Carlisle disse enquanto a abraçava e olhava diretamente para mim por sobre os ombros da filha.

Estreitei meu olhar, mas não quebrei o contato.

Precisava deixar claro que ele não conseguiria mais me atingir como antes, não seria capaz de me fazer mal e nem a minha família.

Eu não seria mais condizente com suas chantagens.

_ E vejam só... Edward não estava maluco. Existe mesmo outra filha..._ Ele disse enquanto se soltava de Rosalie e aproximava-se de Carlie.

_ Papai, está é Carlie. Eu sempre quis lhe contar sobre ela, mas..._ Rosalie disse, mas eu lancei-lhe o um olhar mortal, calando-a.

_ Não se aproxime._ Eu disse entre dentes para Carlisle, colocando Carlie atrás de meu corpo, protegendo-a do olhar maldoso de seu avô.

_ O que é isso, Bella? Ela é minha neta, e eu quero conhecê-la._ Disse, aparentando irritação.

_ Não... Fique longe dela._ Eu avisei, encarando-o com os olhos faiscantes.

_ Afaste-se delas, Carlisle. Você nem deveria estar aqui. Não foi convidado._ Edward disse, parando a nossa frente.

_ Engano seu, Edward. Rosalie me convidou para conhecer minha neta. Uma vergonha, aliás. Onde já se viu uma mãe não saber o paradeiro de sua filha? Isso é algo inaceitável. Pelo menos para uma mãe que se diz dedicada.

Eu senti um ódio imenso ao ouvir suas palavras.

Toda essa trama suja começou justamente por sua causa.

Se não fosse por ele eu jamais teria deixado Edward e nossas filhas estariam conosco desde o início.

_ Eu também acho, papai. Inclusive, nesse momento espero que essa aí que se diz mãe vá embora e me entregue Carlie, porque ela é muito mais minha do que dela._ Rosalie disse me encarando com um olhar frio e cheio de desprezo.

O que?

Como assim entregar-lhe Carlie?

Olhei para minha princesinha e vi que ela encarava a cena com os olhinhos assustados.

Não fazia nem dez minutos que ela conhecera os pais e já estava metida em uma tremenda confusão.

Desse jeito Carlie não iria querer ficar com a gente.

Renesmee estava agarrada às pernas de Edward e também assistia tudo com curiosidade.

Ao que parecia, Nessie era mais forte que a irmã em muitos sentidos, sem contar que ela já estava acostumada a esses confrontos.

_ Esme leve as meninas, por favor._ Pedi encarando Carlisle e Rosalie.

_ Carlie não vai com ninguém sem minha permissão._ Rosalie gritou.

_ Isso é o que você pensa._ Disse aproximando-me _ Carlie é minha filha, e o que fizeram é crime. Seqüestro. Caso queira dificultar minha vida, ótimo, Rosalie. Mas saiba que eu também não vou facilitar. Tente qualquer coisa e eu os denuncio a polícia.

_ O que?_ Ela me olho incrédula.

_ Isso mesmo. Tenho testemunhas que Carlie foi tirada de mim sem minha permissão. Portanto, cometeram um crime.

_ Eu não a seqüestrei. Foi minha mãe e seu pai._ Ela disse apontando o indicador para mim e Esme.

Olhei para Esme que me encarava com um olhar culpado.

_ Realmente. Mas você sabia e nunca me disse nada. Nem ao seu irmão. Foi cúmplice dessa história toda. Não quero que sua mãe seja presa, mas o que ela fez foi errado. Portanto, caso não queira ir para a cadeia com sua mãe, seu marido e mau pai, sugiro que não dificulte minha aproximação de Carlie.

_ Sua vagabunda! Ela é minha, ouviu. Você já tem a outra, não tem que querer a minha menina._ Disse enquanto avançava em minha direção.

Eu estava disposta a brigar. Queria arranhar aquela loira azeda até rançar-lhe sangue. Queria segurá-la pelos cabelos e arrastá-la por todo o saguão, mas Edward não permitiu.

Ele entrou em minha frente e segurou Rosalie antes que ela pudesse me agredir.

_ Nem pense em tocar nela, Rose. _ Ele disse entre dentes.

_ Vai lá, Edward. Proteja sua vagabunda. Fique contra sua família mais uma vez!_ Rosalie gritou enquanto se afastava com um safanão.

_ Ela não é uma vagabunda, Rosalie. Pare de ofendê-la._ Edward gritou indo em sua direção, mas Emmett entrou em sua frente.

Eu segurei seu braço e quando ele me olhou acenei em direção às meninas, que assistiam a tudo assustadas.

Olhei para Carlisle e ele nos encarava com um olhar debochado. Parecia se divertir com a cena.

_ Vamos embora, Bella. Vamos levar nossas filhas para casa._ Edward disse, aparentemente preocupado com as expressões assustadas de nossas filhas.

Eu me virei em direção às meninas, na intenção de levá-las para fora, mas parei ao ouvir a voz de Rosalie.

_ Vai mesmo levar minha pequena embora?_ Perguntou com a voz triste, dirigindo-se a Edward.

_ Você pode vê-la quando quiser, Rosalie. Ela faz parte de sua vida e a ama. Mas ela é nossa filha e seu lugar é ao nosso lado._ Edward disse calmamente.

Olhei para Carlie e ela observava Rosalie com os olhos cheios d’água.

Seu olhar triste fez com que eu me sentisse um monstro.

Por mais que eu odiasse essa idéia, a loira aguada foi a única mãe que Carlie conheceu.

Eu não podia separá-las assim. Eu, Edward e Renesmee éramos estranhos para Carlie.

Não podíamos lhe tirar seu porto seguro.

Não seria certo.

Com nenhuma das duas.

Pois, por pior que tivesse sido a atitude de Rosalie, ela cuidou da minha filha. A amou e eu lhe seria eternamente grata por isso.

Abaixei-me em frente Carlie e a olhei com ternura.

_ Você quer ir com a gente, querida?_ Perguntei enquanto colocava uma mexa do seu cabelo castanho dourado atrás da orelha.

_ Sim..._ Ela disse triste, desviando o olhar de Rosalie e me encarando com os olhinhos castanhos úmidos.

_ Tem certeza?

_ Eu sempre quis um papai e uma mamãe. E eu tenho até uma irmã...

Eu sorri.

_ Mas e a tia Rosalie?_ Perguntei, mesmo sentindo uma dor intensa no peito. Incomodava-me saber que Carlie poderia gostar mais de sua tia do que de mim.

Mesmo sabendo que isso era natural.

Afinal, Rosalie cuidara a vida toda dela e eu não passava de um sonho impossível para minha pequenina.

_ Eu vou poder ver ela sempre, não vou?_ Carlie perguntou ansiosa.

_ Claro que sim, meu amor. Sempre que quiser._ Eu disse com voz carinhosa.

_ E vocês não vão brigar sempre, não é?

_ Não. Eu prometo.

Ela se afastou de mim e foi até Rosalie, que abriu os braços para abraçá-la.

Olhei para Edward e ele se aproximou, me abraçando pela cintura, me apoiando.

Eu queria tirar Carlie dos braços de Rosalie e não permitir que ela se aproximasse outra vez.

Mas é claro que eu não faria nada para magoar minha bonequinha.

_ Ela vai com agente, não é mamãe? Ela é minha gêmela e tem que ficar com a gente, não é?_ Nessie perguntou aflita ao ver a irmã se afastar.

Eu a segurei ao lado do meu corpo e não respondi suas perguntas, porque simplesmente eu não sabia as respostas.

Eu queria Carlie ao nosso lado, mas não sabia se era isso que iria acontecer.

Esperava sinceramente que sim. Já estava na hora de ter um pouquinho de felicidade em minha vida.

_ Eu vou com eles, tia. Eu finalmente tenho um papai e uma mamãe._ Carlie disse retribuindo o abraço da tia.

_ Você sempre teve, meu amor._ Ela disse entre seus cabelos.

_ Não, tia. Eu tinha um tio, uma tia e uma vovó. Mas agora que eu sarei, minha mãe e meu papai querem ficar comigo.

O que?

Como assim agora que ela sarou?

Eu iria querer ficar com ela de qualquer jeito.

Sempre.

Não podia acreditar que eles disseram para meu bebê que eu não a queria porque ela era doente.

Deus!

_ Fica comigo, Carlie. Por favor._ Rosalie pediu chorando enquanto a segurava mais forte.

_ Rose, deixe Carlie com os pais. Por favor, amor. Ela não é nossa._ Emmett falou pela primeira vez desde que chegara ao saguão.

_ Ela é nossa sim. Cuidamos dela esse tempo todo. Não é justo que a tirem de nós agora.

Soltei Renesmee e me aproximei de Rosalie.

_ Agradeço por ter cuidado de Carlie, Rosalie. Você sempre será alguém especial em sua vida. Mas sabe essa dor que você está sentindo em imaginá-la longe de você?_ Perguntei a olhando nos olhos._ Eu senti a vida toda. E posso garantir que em maior intensidade, pois ela nasceu de mim. Foi concebida do meu amor. Um pedacinho meu que levaram embora.

Rosalie me encarou por cima da cabeça de Carlie, mas não disse nada.

_ Belas palavras, Isabella. Comovente seu discurso. Mas eu acho que Carlie tem que ficar com minha filha._Carlisle disse com aquele tom cínico que eu tanto desprezava.

_ Você não tem que achar nada, Carlisle_ Gritei exasperada, assustando a todos._ Tudo isso aconteceu por sua culpa. Eu jamais deveria ter me afastado de Edward e se fosse assim, nossas filhas estariam ao nosso lado. Cale essa sua maldita boca e nos deixe em paz. _ Disse com ódio.

Ele me encarou incrédulo, não acreditando que eu tivera a coragem de enfrentá-lo em frente toda sua família.

Nesse momento a única coisa que eu queria era que ele fosse para o inferno e me desse paz.

_ Ora, sua maldita..._ Ele disse irado, vindo para cima de mim, mas Esme entrou na minha frente.

_ Parem. Chega. Não adianta ficarem discutindo. Carlie vai com os pais. Ela ficará ao lado deles, agora, no lugar de onde jamais deveria ter saído._ Esme disse aproximando-se da menina e a pegando pela mão.

_ Mamãe, você não tem o direito de fazer isso. Entrega-me Carlie e agora a tira de mim? Isso não é justo?_ Rosalie gritou.

_ Eu disse que era temporário, Rosalie. Carlie tem pais que a amam e deve ficar com eles.

_ Tia, deixa ela com a gente... Por favor! Ela é minha gêmela e agora podemos brincar juntas..._ Nessie disse à Rosalie. Não tinha visto ela se aproximar da tia, que a encarava petrificada._ Minha mãe vai cuidar dela. Vai lhe dar beijo, fazer cócegas, brincar... Tudo o que ela faz comigo... Só por favor, deixe Carlie ficar com a gente.

Todos encararam Renesmee e Rosalie pareceu finalmente se comover.

_ Oi, Renesmee. Querida... Eu...

_ Deixa, tia. Eu quero morar com o papai, com a mamãe e com minha irmã._ Carlie disse com a voz suave segurando na mão de Renesmee.

Rosalie me encarou por um momento e depois se abaixou na frente das meninas.

_ Vocês são tão perfeitas juntas..._ Ela deu um beijo em cada uma e se levantou, suspirando._ Pode levá-la, Bella. Mas saiba que eu quero vê-la sempre.

Eu sorri de leve e meneei a cabeça em concordância.

Estava aliviada por saber que Carlie seria realmente minha agora.

Meu bebê. Minha pequena princesa. A peça que faltava para deixar completa minha família.

_ Vamos?_ Edward perguntou.

_ Sim..._ Eu sussurrei e olhei para minhas filhas que estavam de mãos dadas.

_ Tchau tia._ Carlie disse, acenando e vindo em nossa direção.

Achei que meu coração fosse explodir de tanta felicidade.

Minhas filhas estavam juntas finalmente. E ao meu lado.

Esme sorriu para mim e foi ficar ao lado de Rosalie, que chorava discretamente e se agarrava ao marido.

Não iria separá-la de Carlie. Sempre que ela quisesse poderia ver a sobrinha.

Seria bom para minha filha não deixar para trás tudo àquilo que conhecia tão bem. Tudo aquilo que lhe transmitia segurança.

Alda nos seguiu até o carro e ajudou as meninas a se acomodarem no banco de trás. Edward estava conversando com o manobrista e de repente mãos frias agarraram meu braço, impedindo-me de entrar no carro.

_ Se acha muito esperta, não é Isabella?_ Carlisle me perguntou entre dentes.

_ Me solta!_ Falei tentando libertar meu braço.

_ Só um aviso: Vai se arrepender por ter me desafiado. Pode esperar._ Deu um sorriso sádico e se afastou pela calçada à passos largos.

Alda me encarava amedrontada e Edward parecia não ter visto a cena.

_ Tem que denunciá-lo, menina. Esse homem é perigoso.

_ Eu sei, Alda. Mas agora quero apenas me concentrar em minhas filhas.

_ Mas Bella...

Lancei-lhe um olhar de advertência assim que Edward se aproximou.

_ Vamos, garotas?_ Ele disse animado.

Sorri silenciosamente e o segui até o carro. Alda entrou no banco de trás com as meninas e Edward sentou-se no banco do motorista.

_ A senhora vai morar com a gente, tia Alda?_ Carlie perguntou baixinho.

Olhei diretamente para Alda através do espelho retrovisor e ela devolveu meu olhar com uma expressão culpada, de que se arrependia de algo.

_ Sim, querida. Enquanto ficarem em Boston eu morarei com vocês.

Carlie olhou discretamente para mim e Edward e depois desviou a atenção para Renesmee sentada ao seu lado e sorriu de leve.

Edward pegou minha mão e eu o encarei. Ele olhava para frente, mas não pude deixar de notar seu sorriso, mostrando sua imensa felicidade de estar, finalmente, ao lado das filhas.

Eu retribuí o sorriso e também não poderia sentir-me mais feliz.

Tudo acabara bem, no final.

XXXXX

Nos fundos da mansão de Edward em Boston, existia um magnífico jardim repleto de flores e árvores frutíferas.

Da janela da cozinha, onde eu preparava cookies para o café da tarde eu via Nessie e Carlie sentadas sob a sombra de uma árvore conversando e rindo, rodeadas pela magia do lugar.

Como Rosalie dissera, elas eram perfeitas juntas.

Carlie era meiga e suave. Bastante tímida, mas muito inteligente.

Ela olhava com curiosidade para a irmã enquanto esta fazia gestos com as mãos e falava sem parar.

Essa era Renesmee.

Um furacão.

Eu sorri com o pensamento.

Embora fossem idênticas na aparência, Carlie e Renesmee eram totalmente opostas na personalidade.

Mas isso não era ruim. Minhas pequeninas eram duas peças que se completavam.

_ Feliz?_ Edward perguntou me abraçando por trás e dando um beijo em meu pescoço, fazendo com que intensos arrepios subissem por minha espinha.

_ Bastante. É ótimo vê-las juntas.

_ Verdade._ Ele apoiou o queixo em meu ombro, observando as meninas pela janela._ Rosalie ligou.

Eu respirei fundo e me virei em seus braços para encará-lo.

_ O que ela queria?_ Perguntei séria.

_ Disse que precisa conversar com a gente sobre o tratamento de Carlie. Sobre os remédios e os cuidados que temos que ter com ela.

_ Sua irmão não vai tentar tirá-la de nós, não é?_ Perguntei amedrontada.

_ Não, Bella. Ninguém vai tirá-la de nós outra vez.

_ Você sabe exatamente o que Carlie tem?

Ele suspirou e olhou novamente para as meninas.

_ Basicamente sim. Mas preciso dar uma olhada em alguns exames e fazer uma avaliação mais precisa. Os médicos que cuidaram dela na Suíça são excelentes. Acredito que seguir com o tratamento seja o melhor a fazer. Ela tem uma malformação pulmonar advinda da sua gestação de gêmeos. Mas fique tranqüila. Ela é forte e o tratamento a tem ajudado bastante.

_ Sua irmã cuidou direitinho dela, não é?_ Perguntei enquanto encostava a cabeça em seu ombro.

_ Sim. Rosalie fez um ótimo trabalho. Serei eternamente grato a ela. É claro que ela devia ter me contado. Quando te reencontrei desconfiei que Rosalie soubesse de algo, uma vez que não a via desde seu desaparecimento. Mas eu a associei ao meu pai. Jamais imaginaria que minha mãe estaria por trás de tudo isso.

_ Não tenho raiva de sua mãe. Ela fez o que achou melhor. E pelo visto sempre teve a intenção de me devolver Carlie._ Disse sinceramente.

_ Sim. Isso é uma verdade incontestável. Minha mão fez o que fez para proteger nossas filhas e você.

Ergui meu rosto e o encarei.

_ Acredita em mim agora?

_ Acreditei em você desde o momento em que ficou frente a frente com meu pai. Na verdade, no fundo, eu sempre soube que não era culpada pelos crimes dos quais eu a acusava. Eu apenas era orgulhoso demais para dar o braço a torcer e ficar ao seu lado. Tinha uma necessidade imensa de puni-la. Mas hoje eu sei que isso não era justo. Não foi certo.

O olhei com os olhos cheios d’água e me aproximei ainda mais dele, dando um beijo suave em sua face e depois em seus lábios.

_ Você foi teimoso e me feriu bastante. Odiava ouvir suas palavras e não poder me defender como gostaria.

_ Me perdoa, Bella. Se você soubesse o quanto me arrependo de tudo... Mas acho que o tempo vai acabar por convencê-la.

Eu sorri de leve e o abracei pelo pescoço.

_ Gosto da idéia do tempo...

Ele sorriu e me beijou.

_ Não disse, Carlie? É por isso que eles fazem tantos bebês...

Soltei-me rapidamente de Edward assim que ouvi a voz de Renesmee e as encarei.

Carlie nos olhava envergonhada e Renesmee tinha um sorriso triunfante no rosto.

_ O que disse, Nessie?_ Perguntei estreitando meu olhar pra ela.

Ela veio pulando em minha direção e abraçou minha cintura.

_ Nada, ué... É que sentimos cheiro de cookies...

Olhei pra ela fazendo uma cara de brava e ela gargalhou.

_ Sei..._ Falei enquanto me soltava dos braços de Edward e ia verificar os cookies no forno.

_ Você pode abraçar a mamãe também. Ela é nossa. Eu a divido com você, Carlie.

Olhei para Carlie que estava parada à porta e me observava de longe.

Edward também a encarava e ela parecia bastante perdida entre nós.

Eu, Edward e Renesmee havíamos criado uma intimidade, advinda da nossa constante convivência. Éramos uma família de verdade.

Carlie estava a costumada com outra casa, outra rotina... Outra família.

Seria complicada sua adaptação, mas eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para facilitar nossa convivência.

Minha vontade era ir até ela e abraçá-la. Mas temia assustá-la.

_ Nessie, leve sua irmã para lavar as mãos e voltem que eu já vou servir os cookies.

_ Sim, senhora._ Nessie correu até Carlie e agarrou sua mão, puxando-a em direção à sala onde tinha um lavabo.

Ouvi o riso suave das duas e suspirei.

Pelo menos com Renesmee Carlie se sentia a vontade.

_ Vai dar tudo certo, amor. Carlie precisa apenas de um tempo._ Edward disse enquanto se aproximava e abraçava meu corpo trêmulo.

_ Edward, eu..._Encostei-me em seu ombro e chorei.

Um choro profundo e desesperado.

_ Calma, Bella... Vai dar tudo certo. Eu prometo._ Ele disse enquanto acariciava o meu cabelo.

O abracei mais apertado e me agarrei à sua promessa para suportar tudo que ainda estava por vir.

XXXXX

Passamos uma tarde agradável. Sentados à mesa da cozinha comendo os cookies e bebendo chocolate quente, enquanto Renesmee não parava de tagarelar.

Carlie lhe lançava olhares divertidos e às vezes ria de suas provocações dirigidas ao pai.

Eu observava tudo fascinada.

Alda havia voltado ao hotel para buscar as coisas de Carlie e para verificar como estava a “menina” Rose.

Carlie era extremamente tímida e só respondia o que lhe era perguntado.

Edward pediu que ela nos contasse sobre sua escola e sobre sua vida na Suíça.

_ Eu morava em Berna e estudava em um colégio de freiras. Tia Rosalie me colocou lá porque era um colégio inglês. Eu gostava. Só tinha meninas.

_ Só meninas?_ Nessie a olhou incrédula._ Nossa! Eu não gostaria de estudar só com meninas. Quem eu ia pentelhar?

Todos rimos de sua declaração.

_ Eu morava com a tia Rose e com o tio Emm... A vóvó ia me ver às vezes e eu sempre falava com a tia Alda por telefone.

_ Você gostava de morar lá, querida?_ Perguntei ternamente.

_ Sim. Mas é muito frio, e..._ Ela mordeu os lábios envergonhada e baixou o olhar.

_ O que, Carlie? Pode nos dizer o que quiser, querida.

Ela me olhou com os olhinhos tristes e eu senti uma dor profunda no peito.

_ Eu gostava, mas... Era muuuuuuuito longe de você... E do papai.

Edward segurou minha mão por baixo da mesa e ficamos olhando para Carlie enternecidos.

_ Você nunca mais vai precisar ficar longe de nós, princesa._ Edward disse com a voz firme.

Ela sorriu e voltou a se concentrar no lanche.

Sorri com a lembrança e fui em direção ao meu quarto, parando quando escutei um ruído.

Era um choro baixo e vinha do quarto onde minhas bonequinhas estavam dormindo há algum tempo.

Entrei preocupada e deixei acesa a luz do corredor para iluminar o aposento.

Carlie estava abraçada ao travesseiro e lágrimas silenciosas desciam por seu rostinho delicado.

_ Querida... O que foi, meu amor?_ Perguntei me agachando ao lado da cama e acariciando seus cabelos.

_ Nada._ Ela respondeu fungando.

_ Ninguém chora por nada, Carlie.

Ela me encarou e tocou meu rosto com sua mãozinha pequenina.

_ Eu estou feliz..._ Ela sussurrou.

_ Então porque está chorando?_ Perguntei ternamente.

_ Eu sempre achei que nunca fosse conhecê-la. Sonhava com o dia em que eu teria uma mamãe. Nem acredito que agora eu tenho uma de verdade.

_ Você sempre teve, meu bem..._ Disse chorando também.

_ Mas você não me quis...

_ Claro que eu quis, meu anjo. Eu sempre quis. Eu só não pude ficar com você. Mas agora nada vai nos separar.

_ Eu sou doente, sabia?_ Ela perguntou incerta.

_ Sim... Mas você vai sarar, meu anjo.

_ Quando eu tiver com crises de respiração você não vai me levar para tia Rose, vai?

_ Claro que não, Carlie. Quando você tiver essas crises eu vou abraçá-la bem forte e, juntas vamos esperar elas passarem.

_ Eu tinha medo de morrer e nunca conhecer você._ Ela disse enquanto mais lágrimas desciam por seu rosto.

_ Não pense nisso, querida. Estamos juntas, agora.

_ Eu posso chamá-la de mamãe, não é?

_ Sempre, Carlie. Sempre.

_ Eu te amo, mamãe.

_ Eu também te amo, filha._ Disse me sentando a beirada da cama e a pegando em meus braços.

Ela estava quente e era tão pequenina.

Enterrei o rosto em seus cabelos e chorei, deixando aflorar toda a saudade que eu sentia da minha pequena.

Edward apareceu à porta e ficou olhando a cena, emocionado.

Aproximou-se de nós e nos abraçou apertado.

_ Agora eu tenho três princesas para amar..._ Ele sussurrou entre meus cabelos.

Eu sorri com suas palavras.

Depois de tantas brigas, nem conseguia acreditar que finalmente ele me considerasse sua princesa e dissesse que me amaria.

_ Eu não ganho um abraço também, mamãe?_ Renesmee perguntou sonolenta.

Eu ri e a peguei no colo e juntos, os quatro, ficamos abraçados por um longo tempo.

Os laços de sangue, amor, companheirismo e amizade nos unindo.

XXXXX

_ Ela é perfeita, Edward... Tão linda...Tão...

Ele riu e me apertou em seus braços.

Descansávamos abraçados depois de fazermos amor apaixonadamente.

_ Você é suspeita. Ela é sua filha, afinal.

_ Sim... Minha filha... Nossa bonequinha e vai ficar pra sempre com a gente.

_ Vai... Sempre._ Ele disse beijando meus cabelos.

Enrosquei-me ainda mais em seus braços, deixando que o cansaço do dia me vencesse.

O dia tinha sido longo, mas em si fora perfeito.

Jamais me esqueceria do momento em que coloquei os olhos em Carlie.

Minha gêmea perdida.

Meu pedacinho.

Respirei fundo e fechei os olhos.

Eu sentia a respiração compassada de Edward em meu pescoço e em seus braços eu me permiti sonhar.

Sonhar que todos os problemas a minha volta não existiam e que nada poderia nos atrapalhar nesse momento.

Nessa noite, em seus braços, eu me senti amada, protegida, venerada.

Juntos, alcançamos um prazer imenso e em todos os beijos, olhares e toques eu sentia-me abençoada.

Finalmente eu tinha uma família completa...

Minha família...

E nem mesmo Carlisle iria destruir minha felicidade.

Isso era uma promessa...



Spoliers do capítulo 26

Isso não estava acontecendo!

Eu sentia minha cabeça rodar e meu estômago se revirar.

Olhei para o lado e notei que estava em um quarto de hospital.

Não tinha a menor idéia de como tinha ido parar ali.

Olhei para meu braço e vi que uma agulha enorme levava algo para meu organismo, vinda de uma bolsa plástica pendurada em um suporte.

Coloquei a mão livre sobre o ventre e senti meus olhos se encherem de lágrimas.

Meu bebê.

Meu e de Edward.

Essa criança seria tão amada.

A porta se abriu e eu virei meu rosto rapidamente em direção a porta, sentindo uma leve tontura. Devia ser Edward...

Mas não era...

Quando percebi que estava a porta, tive uma imensa vontade de gritar, mas antes que eu esboçasse qualquer reação, ele se aproximou e tapou minha boca.

_ Sentiu saudade, querida?_ Carlisle disse com sua voz fria e um sorriso desprezível em seus lábios.

Um medo terrível paralisou meu corpo.

_ Você está bem agora. Nada grave. Finalmente poderemos viajar. Só eu e você...

Eu balancei a cabeça levemente e lágrimas desceram pelo meu rosto.

O que esse louco faria comigo?

Edward, onde você está?

_ Quietinha... Se tentar qualquer coisa eu lhe mato. Jamais verá seu precioso marido ou suas filhas outra vez... E jamais verá esse verminho que você carrega nascer...

Engoli em seco e ele tirou a mão da minha boca me ajudando a levantar.

Saímos sorrateiramente do hospital e quando dei por mim já estávamos em um carro, correndo pelas ruas lotadas de Boston.

_ E a diversão começa. Finalmente você será minha, Bella... Finalmente...

“Deus... Ajude-me”!_ Implorei em silêncio.

Só esperava que minhas filhas estivessem seguras ao lado de seu pai.

Quanto a mim...

Esperava sinceramente que Deus não me abandonasse, caso contrário estaria perdida.
















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Notas finais do capítulo

Gente... Capítulo 24 Postado...
O Spolier é do capítulo 26 pq antes disso, teremos um POV de Edward para dar continuidade...
Mas eu não podia deixar de postar o que em breve será o capítulo mais tenso da fic...
Estou adorando os comentários...
Agradeço sinceramente que estejam aceitando tão bem minha história, que eu escrevo com tanto carinho...
Para quem gostou da minha escrita, lhes adianto que em breve eu pretendo postar outra...
Será mais como uma comédia romântica...
Já estou trabalhando nisso... :D
Recomendem a fic, galera...
Prometo postar a continuação em breve...
Como disse antes POR UM SEGREDO está na reta final... Mas não se aflijam... Muita coisa ainda vai acontecer...
Beijos e até o próximo
(Em breve eu espero!!)