Por Um Segredo escrita por Bruna Diniz


Capítulo 26
Capítulo 26: Tormento


Notas iniciais do capítulo

Galerinha...
Sei que pro meti um capítulo domingo, mas não deu...
Foi complicado concluí-lo, mas aqui está ele.
Prontinhoooo...
Espero que gostem.
Boa leitura!



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Pov Bella:

Olhei para o grande espelho que recobria a parede do banheiro e coloquei as mãos suavemente sobre o ventre.

Minha gravidez ainda era imperceptível, mas saber que outro filho de Edward crescia dentro de mim, fazia com que todo meu corpo fosse tomado por espasmos de intensa felicidade.

Jamais imaginei que isso fosse possível.

Dediquei-me ao máximo em oferecer todo meu amor a Renesmee por acreditar que ela seria sempre meu único laço com Edward.

Para mim, Nessie era um pedacinho sagrado do amor que vivemos.

Nesse momento, parecia um sonho estar ali, ao lado de Edward, tendo nossas gêmeas conosco e ainda grávida de mais um bebê.

Encarei novamente minha imagem no espelho e vi que lágrimas grossas desciam por meu rosto.

Eram lágrimas de felicidade, amor, carinho... Medo.

Medo por não poder ter a certeza de que tudo estava realmente bem.

De que tudo ficaria bem.

As coisas estavam perfeitas demais para continuarem assim.

Eu, Isabella Swan, não parecia ter nascido para conhecer a felicidade.

Até agora, pelo menos.

Dei um longo suspiro e as enxuguei decidida.

Por enquanto me concentraria em ficar tranquila para que minha gravidez fosse saudável.

Eu precisava pensar no meu bebê.

Nas minhas filhas.

E em Edward.

Ele estava comigo agora e eu enfrentaria qualquer coisa ao seu lado.

Vesti a roupa rapidamente, e voltei para o consultório onde Carlie e Renesmee me esperavam.

Precisávamos ir depressa para o aeroporto, caso contrário perderíamos o vôo.

Não queria ficar nem mais um dia em Boston.

Precisava desesperadamente da segurança que Forks me transmitia.

Podia parecer bobagem, mas um mau presságio assolava meu corpo e eu queria estar o mais longe possível desse lugar.

_ Vamos, meninas?

As duas assentiram e seguraram firme em minhas mãos.

Seguimos pelos corredores gelados do hospital e as meninas se mantinham em total silêncio ao meu lado. Chegamos à recepção onde Edward pediu para que o esperássemos, mas aparentemente ele ainda não tinha chegado.

_ Mamãe, àquilo é uma carruagem?_ Carlie perguntou alguns minutos depois de chegarmos à recepção, apontando para a porta que dava acesso a rua. Olhei onde ela indicava e uma carruagem bastante chamativa passava pela porta do hospital.

_ Sim, querida. Pelo menos se parece com uma.

_ Vamos lá ver de perto, mamãe?_ Nessie pediu já me puxando em direção a saída.

Olhei para os lados, verificando se Edward não tinha chegado e segui as meninas para a rua.

A carruagem era linda, e ao que parecia levava alguns atores de uma famosa peça teatral, convidando a população para assistir o espetáculo.

_ Quando me casar quero andar em uma assim. Eu posso mamãe?_ Nessie perguntou encantada com o veículo.

_ Eu penso que tudo bem, Nessie. Só não imagino onde vamos conseguir uma carruagem em Forks.

Ela riu e continuou olhando para a carruagem e para os chamativos atores.

Quando eu tinha a idade de Nessie, fantasiava bastante sobre meu casamento.

Sonhava com uma cerimônia digna de contos de fadas, com direito a belos vestidos e um príncipe encantado.

O príncipe viera alguns anos depois, mas minha vida não estava envolta por magia e encanto.

Descobri, à duras penas, que os vilões realmente existem e se esforçam ao máximo para infernizar sua vida.

E os príncipes... Bem, eles são susceptíveis a erros, e por mais belos e encantadores que sejam também podem nos fazer sofrer. E muito.

Já fazia algumas semanas que minha relação com Edward ultrapassava os níveis da perfeição.

Já não brigávamos e nossos momentos juntos eram repletos de amor, carinhos, sorrisos, abraços...

Ele ainda não dissera que me amava, como antes.

Mas eu saberia esperar.

Eu tinha certeza que ele me amava.

Seus gestos, olhares e sorriso me diziam isso o tempo todo.

Olhei novamente para a carruagem que sumia ao fim da rua e suspirei.

Esses pensamentos mexiam demais com minhas emoções.

E eu precisava me manter tranquila.

Precisava tentar ser feliz.

A qualquer custo.

Olhei atentamente para as meninas e elas estavam prestando atenção ao movimento da rua, olhando para o lugar onde a carruagem desaparecera há alguns minutos.

_ Vamos esperar o papai na recepção, meninas. Se não ele aparece e não nos encontra._ Disse enquanto as empurrava em direção à porta de entrada.

Elas me seguiram animadas.

Falou em pai, elas eram toda sorriso!

Sorri de leve com o pensamento.

O fato de elas amarem tanto o pai era uma coisa boa.

Elas precisavam dele... Meu bebê precisaria dele... E eu, jamais me cansaria de precisar dele também. Desesperadamente.

Escutei o barulho de pneus no asfalto e me virei assustada em direção ao ruído.

Com desespero vi que o carro se aproximava e a única coisa que me lembro é de ter empurrado as meninas para longe, pois poucos segundos depois o carro me atingia e aí eu já não via mais nada.

Eu pensei em meu bebê também

“Deus, proteja-o. Não me deixe morrer sem conhecê-lo... E sem dizer ao Edward quanto eu o amo!”

E depois disso, a escuridão.

XXXXX

Abri os olhos lentamente e pisquei algumas vezes para me acostumar com a claridade do lugar.

Senti meu corpo todo dolorido e minha mente bastante confusa.

Isso não estava acontecendo!

Minha cabeça rodava e meu estômago se revirava.

Olhei para o lado e notei que estava em um quarto de hospital.

Não tinha a menor idéia de como tinha ido parar ali.

Olhei para meu braço e vi que uma agulha enorme levava algo para meu organismo, vinda de uma bolsa plástica pendurada em um suporte.

Coloquei a mão livre sobre o ventre e senti meus olhos se encherem de lágrimas.

Meu bebê.

Meu e de Edward.

Essa criança seria tão amada.

A porta se abriu e eu virei meu rosto rapidamente em direção à porta, sentindo uma leve tontura. Devia ser Edward...

Mas não era...

Quando percebi quem estava à porta, tive uma imensa vontade de gritar, mas antes que eu esboçasse qualquer reação, ele se aproximou e tapou minha boca.

_ Sentiu saudade, querida?_ Carlisle disse com sua voz fria e um sorriso desprezível em seus lábios.

Um medo terrível paralisou meu corpo.

_ Você está bem agora. Nada grave. Finalmente poderemos viajar. Só eu e você...

Eu balancei a cabeça levemente e lágrimas desceram pelo meu rosto.

O que esse louco faria comigo?

Edward, onde você está?

_ Quietinha... Se tentar qualquer coisa eu lhe mato. Jamais verá seu precioso marido ou suas filhas outra vez... E jamais verá esse verminho que você carrega nascer...

Engoli em seco e ele tirou a mão da minha boca me ajudando a levantar.

Saímos sorrateiramente do hospital e quando dei por mim já estávamos em um carro, correndo pelas ruas lotadas de Boston.

_ E a diversão começa. Finalmente você será minha, Bella... Finalmente...

“Deus... Ajude-me”!_ Implorei em silêncio.

Só esperava que minhas filhas estivessem seguras ao lado de seu pai.

Quanto a mim...

Esperava sinceramente que Deus não me abandonasse, caso contrário estaria perdida.

_ No que está pensando, Bella querida?_ Carlisle perguntou com voz melosa, depois de algum tempo de silêncio,enquanto passava a costa da mão sobre meu rosto.

_ Não me toque._ Eu disse entre dentes, tirando sua mão de mim com um safanão.

_ Não seja arisca, meu bem. Eu vou tocá-la bastante de agora em diante.

Virei-me para a janela e senti lágrimas descendo por meu rosto.

Meu corpo inteiro doía, e aos poucos minha mente se clareava, fazendo com que eu me lembrasse do acidente.

Minhas mãos estavam arranhadas e minhas pernas e braços também.

Olhei para o vidro e notei, no reflexo, que meu rosto também tinha alguns arranhões, mas a única coisa que eu queria era saber do meu bebê, das minhas filhas e de Edward.

Onde eles estavam?

Deus!

_ Então você está grávida outra vez, Isabella?

Eu não respondi.

Continuei olhando para a janela, tentando encontrar uma saída para fugir desse psicopata.

_ Eu falei com você!_ Ele disse irritado enquanto puxava meus cabelos e virava meu rosto em sua direção.

Eu gemi de dor e mais lágrimas desceram por meu rosto.

Lágrimas de humilhação, medo e pavor.

_ Me responda quando eu falar com você!_ Ele gritou.

_ Eu não tenho nada para lhe dizer._ Eu gritei de volta e ele atingiu meu rosto com uma tapa violento.

Senti o gosto de sangue na boca e me afastei o máximo que consegui de suas mãos.

_ Isso é o que você pensa. Você me deve muitas explicações, querida. Desobedeceu às regras, Bella e agora terá que sofrer as consequências.

Eu apenas chorei enquanto ele continuava a dirigir.

Não sabia para onde ele estava me levando ou o que pretendia fazer comigo e isso me dava muito medo.

_ Da próxima vez que estiver na calçada, preste atenção. O perigo está em todo lugar.

_ Foi você quem me atropelou?_ Perguntei incrédula.

Então não fora um acidente?

Carlisle me atropelara propositalmente na intenção de me matar?

_ Foi, meu bem. Queria puni-la por seu atrevimento. Mas depois eu pensei melhor e decidi que matá-la não seria suficiente. Você ainda não havia sido minha... Então, aqui estamos.

Eu tremia da cabeça aos pés.

Minhas têmporas latejavam eu coloquei a mão sobre a testa, gemendo.

“Deus me ajude...”

Meu corpo estava no limite e acho que cochilei em algum momento durante o caminho, pois quando me dei conta estávamos em frente a um imenso portão de ferro, sendo aberto por dois enormes guarda-costas.

Carlisle disse alguma coisa para um deles, mas eu nem prestei atenção. Estava mais interessada em reconhecer o local para tentar fugir.

Ele seguiu com o carro para o interior da propriedade, onde havia uma casa enorme, rodeada por imensas árvores.

A propriedade era muito elegante, e contava com um enorme jardim e uma piscina magnífica.

Carlisle parou o carro em frente à porta de entrada, desceu rapidamente, rodeando o veículo e abrindo minha porta.

Olhei para o chão, fazendo força para que o pânico não me tomasse e tentando a todo custo deter minhas lágrimas de pavor.

_ Venha querida. Tem uma casa todinha esperando por você.

_ Carlisle, por favor, me deixe ir embora._ Eu pedi num sussurro.

Ele gargalhou e segurou meu braço com firmeza, me puxando para fora do carro. Eu tropecei algumas vezes, pois minhas pernas estavam fracas, mas ele continuou me puxando em direção a casa, e só parou quando estávamos no hall de entrada.

Meus pés descalços ardiam e meu corpo todo protestava.

Meu estômago se revirava e eu não sabia mais quanto tempo suportaria sem esmorecer.

Ele me jogou com violência no sofá e bateu a porta com força.

Tive a impressão que as paredes balançaram.

_ Bella, Bella, Bella... Somos apenas nós dois, agora. Não tente nenhuma gracinha, se não eu a mato. Não tenho mais nada a perder. E pare com essa expressão de coitada. Vai ser divertido, eu te garanto.

Olhei-o por um momento e resolvi ficar em silêncio.

Tinha medo do que ele poderia fazer comigo e sabia que não teria forças o suficiente para impedi-lo.

Ele foi até um armário que ficava próximo a porta e de lá tirou um revólver.

Olhei assustada para a arma em suas mãos, mas ele apenas a depositou na mesinha a minha frente.

Engoli em seco e me encolhi no sofá.

A camisola azul do hospital que eu vestia não era capaz de me proteger do frio de Boston e eu estava com muito medo. Meu corpo estava trêmulo, mas eu não sabia dizer se era de frio ou pavor.

_ Vamos fazer um joguinho... _ Ele disse enquanto rodava a arma com o dedo sobre a mesa._ Eu pergunto e você responde. Mas tem que ser sincera... Não quero ter que usar meu brinquedinho aqui.

Levantei meu olhar em sua direção e vi que ele me encarava sério.

Sustentei seu olhar e ele sentou-se ao meu lado e colocou a mão sobre minha perna.

Afastei-me imediatamente e ele deu um sorriso debochado.

_ Porque você voltou a Boston, quando dei ordens expressas para que jamais saísse de Forks?

Eu respirei fundo e olhei para o chão.

_ Eu ganhei uma viajem e quis passear com Renesmee._ Disse simplesmente.

_ Em Boston?

_ Sim. Em Boston.

_ Aí você encontrou Edward por acaso?

_ Estávamos hospedadas no mesmo hotel em que ele chefiava um congresso de medicina. Foi realmente por acaso.

Ele me olhou sério e eu sustentei seu olhar.

Precisava transmitir o mínimo de firmeza.

Não podia sucumbir tão depressa às suas maldades.

_ E vocês resolveram se casar?_ Ele perguntou ironicamente.

_ Nós nos amamos e temos filhos juntos. Casar é o que pessoas apaixonadas geralmente fazem.

Foi uma resposta corajosa, eu admito, mas esse interrogatório estava me irritando.

Ele apenas sorriu debochado e se aproximou novamente de mim.

_ E vocês transaram?

Senti um medo gelado com o olhar que ele me lançou ao me fazer essa pergunta.

Desviei o rosto, mas ele segurou meu queixo, fazendo com que eu o encarasse.

_ Responda Bella. Quantas vezes Edward tocou em você? Quantas vezes fizeram sexo?

_ Não vou falar das nossas intimidades com você._ Disse enquanto tentava libertar meu rosto de suas mãos.

_ Porque não? Em breve seremos bastante íntimos. Podemos falar sobre qualquer coisa.

_ Você nunca vai tocar em mim._ Eu gritei enquanto tentava me levantar do sofá, mas ele segurou meu braço e me puxou com força, fazendo com que eu caísse de joelhos no chão.

_ É o que veremos, senhora Cullen. Eu devia ter feito isso há bastante tempo. Dessa forma você não teria voltado para Edward e deixado com que ele te engravidasse desse verminho.

_ Pare de chamar meu filho assim. Ele não é verme, embora seja seu neto._ Eu disse entre dentes.

_ Está muito corajosa, Bella. Vamos ver se continua assim entre quatro paredes._ Dito isso ele segurou-me pelos cabelos e me pôs de pé. Em seguida, me arrastou escada acima.

Chegamos a um longo corredor e logo estávamos dentro de um imenso quarto, onde ele me jogou sobre a cama.

_ Vamos, continue me desafiando... Vamos!_ Ele gritava enquanto me chacoalhava pelos ombros.

Eu apenas chorei.

Não tinha mais forças para lutar contra Carlisle.

_ Por favor, não me machuque. Espere pelo menos meu bebê nascer._ Eu implorei.

_ Não me lembre dessa... Coisa. Eu odeio esse bebê que está esperando. Ele é a prova da sua traição.

_ Eu não tenho nada com você. Nunca tive, portanto eu não o traí._ Eu gritei de volta e ele me deu outro tapa no rosto.

Ele estava mesmo decidido a me destruir.

_ Você é minha. Sempre foi assim. Se jamais tivesse saído de Forks estaríamos vivendo felizes juntos. Eu, você e Nessie.

Esse homem era louco.

Deus!

Ele tinha uma obsessão doentia por mim e se eu não cedesse aos seus caprichos ele seria capaz de me matar.

Eu poderia entrar no seu jogo e fazer suas vontades.

Isso custaria minha dignidade, mas pelo menos pouparia minha vida.

Eu precisava pensar no bebê em meu ventre.

Ele tinha que ser protegido, pois não tinha culpa das loucuras que o cercavam.

_ Carlisle, eu sei que sempre fui sua. Edward me forçou a casar com ele. Mas agora, eu estou grávida. Nós poderemos ser felizes depois que esse bebê nascer. Eu o entrego para Edward e eu, você e Nessie poderemos formar uma família.

Ele me olhou por um momento, os olhos faiscantes e o rosto vermelho.

Senti muito medo do seu olhar, mas ele apenas aproximou-se do meu rosto e deu um beijo suave no canto dos meus lábios.

_ Se for boazinha, a gente se entende, Bella querida.

Fiz força para não vomitar. Suportei seu toque nojento e depois, com um imenso alívio o vi se afastar em direção à porta.

_ Tenho que resolver uns probleminhas. Você fique aqui bem quietinha. Depois a farei finalmente minha_ Dito isso ele saiu e fechou a porta atrás de si.

Eu me encolhi sobre o colchão e chorei.

Um desespero tomando conta de mim.

Não tinha como fugir de Carlisle e eu temia pela vida do meu bebê.

Como há cinco anos, eu precisava me afastar dele para proteger alguém importante.

Mas agora, eu não sabia como escapar de suas loucuras.

Olhei ao redor e me levantei com dificuldade da cama a procura de alguma coisa que pudesse me ajudar.

Meu corpo todo protestava dolorido, devido ao acidente e às agressões físicas de Carlisle.

Fui até o banheiro e lavei o rosto, me olhando no espelho.

Eu estava bastante machucada e hematomas começavam a aparecer em minha pele. Minha boca estava toda cortada e eu nem sabia se conseguiria articular as palavras sem sentir muita dor. Minha cabeça doía intensamente e meu estômago se revirava.

Eu estava fraca e faminta e a única coisa que eu queria era ir pra casa, abraçar minhas filhas e me aninhar nos braços de Edward, ouvindo sua voz me dizendo que tudo ficaria bem.

Voltei para o quarto e comecei a vasculhar as gavetas.

Não sabia ao certo o que eu procurava, mas eu precisava tentar.

Fugir daquele lugar era a única forma de me livrar do psicopata do Carlisle.

Continuei a olhar em tudo que foi lugar e chorei de alívio quando encontrei um celular, que para minha imensa felicidade, estava funcionando.

Sentei-me no chão e disquei rapidamente para o número de Edward, torcendo mentalmente para que ele atendesse depressa, pois tinha medo que Carlisle voltasse ao aposento e me pegasse com o aparelho nas mãos. Ele certamente me mataria.

O telefone tocou, tocou, tocou até que finalmente eu ouvi a voz aveludada de Edward.

_ Alô?_ Lágrimas de felicidade e alívio desceram por meu rosto assim que meu cérebro registrou o som de sua voz.

_ Edward?_ Eu sussurrei, tentando engolir o nó que se formara em minha garganta, na tentativa de dar firmeza a minha voz._ Edward... Socorro!_ Eu implorei.

_ Bella? Bella, onde você está? Você está bem? Está ferida?_ Ele perguntou nervoso. Sua voz demonstrava preocupação e eu chorei mais ainda.

_ Eu não sei onde estou..._ Respondi baixinho, olhando preocupada para a porta._ Estou em uma casa grande, afastada do centro de Boston.

_ Meu pai está com você? Foi ele que a tirou do hospital?_ Podia perceber o ódio em sua voz ao falar em seu pai.

_ Sim... Edward, ele está louco. Me ajude... Por favor._ Eu implorei.

_ Eu vou encontrá-la, Bella. Fique calma. A polícia já rastreou a ligação. Eu já estou chegando, amor. Bella...

_ Vem logo... Pelo amor de Deus, vem logo...

Eu não cheguei a ouvir sua resposta, pois Carlisle entrou no quarto nesse momento trazendo uma bandeja e quando me viu com o aparelho nas mãos, jogou tudo no chão, avançando em mim com fúria.

Eu gritei apavorada, tentando me levantar e jogando o aparelho na parede, mas ele me alcançou e me segurou com firmeza pelo cabelo.

_ Maldita, vagabunda, desgraçada... O que pensa que está fazendo?_ Ele gritou enquanto apertava meus braços e me chacoalhava violentamente.

Eu fechei os olhos com força para não vê-lo me agredir e mais lágrimas desceram por meu rosto.

_ Estava ligando para meu querido filho? Que lindo... Que romântico!_ Ele deu outro tapa em meu rosto com a costa das mãos e eu sentia que a qualquer momento eu perderia os sentidos._ Ele não pode te encontrar. Ninguém sabe onde você está. Ninguém nunca vai encontrá-la.

Ele me jogou na cama com violência e deitou-se sobre mim, enquanto tentava me beijar. Eu virava a cabeça freneticamente e tentava empurrá-lo, mas sua força era infinitamente maior que a minha.

Carlisle estava possuído por uma força desconhecida e eu, sozinha, não seria capaz de detê-lo.

Em todos esses anos eu jamais o vira tão descontrolado e violento.

Ele sempre me ameaçara, mas jamais me tratara com tanta violência.

_ Eu não liguei para ninguém. Eu juro!_ Gritei desesperada, tentando me livrar dos seus lábios nojentos e de suas mãos que apalpavam todo meu corpo.

_ Mentirosa! Você não cansa de tentar me enganar?_ Ele perguntou enquanto puxava com força a fina camisola que cobria meu corpo, revelando-o ao seu olhar asqueroso.

_ Você é tão linda! Eu sempre a desejei. Sempre, sempre, sempre...

Eu estava realmente perdida. Nesse momento não havia nada que eu pudesse fazer para impedi-lo de possuir meu corpo.

Fechei os olhos e deixei que ele fizesse comigo o que quisesse.

Pensava em Edward o tempo todo.

Em suas mãos, em seu cheiro, em seus beijos...

Ele era o único homem que havia me tocado. O único pra quem eu desejara me entregar.

E agora, eu estava ali, prestes a ser violentada por seu pai.

Não tinha mais lágrimas para chorar.

Eu desejava apenas que ele acabasse com isso e me deixasse em paz.

Eu queria a morte. Implorava desesperadamente por ela.

Ouvi um tiro e me retesei em baixo de seu corpo.

Carlisle levantou os olhos, assustado e se colocou em pé rapidamente.

Peguei a colcha que cobria a cama e me enrolei nela.

Ele foi até a janela e afastou a cortina, praguejando em seguida.

_ Seu querido foi bastante rápido, Bella. Mas ele vai pagar caro por ter se intrometido no nosso momento._ Dito isso ele saiu apressadamente do quarto e eu sabia exatamente aonde ele ia: até a sala, onde ele havia deixado o revólver.

Peguei a camisola do chão e a vesti.

Precisava impedi-lo, caso contrário ele machucaria Edward e eu jamais me perdoaria.

Desci as escadas correndo e encontrei Carlisle com a arma apontada para porta.

Sabia que Edward estava acompanhado da polícia, mas mesmo assim temia por sua segurança.

_ Doutor Carlisle Cullen, sabemos que está aí. Saia com as mãos sobre a cabeça imediatamente._ Ouvi a voz de alguém, abafada contra a porta fechada e fiquei encarando Carlisle.

_ Vão embora. Não tem nada aqui que lhes interesse._ Carlisle gritou atormentado.

_ Solte-a, Carlisle. Eu sei que Bella está aí. Solte-a._ Ouvi a voz de Edward e nesse momento Carlisle se virou para me encarar.

_ Ela é minha, Edward. Ela quer ficar ao meu lado.

Ninguém respondeu absolutamente nada.

O silêncio era opressor.

Podia sentir meu coração batendo na garganta e minhas mãos suando.

De repente ouvi um estrondo e a porta se abriu com um baque.

Carlisle apontou a arma para a porta e para meu desespero vi que Edward estava em sua linha de tiro.

Eu gritei e ele virou-se rapidamente em minha direção, apertando o gatilho.

O tiro me atingiu no braço e eu cai no chão.

Edward gritou e nesse momento ouvi o barulho de outro tiro, mas minha mente estava bastante confusa para prestar atenção em quem teria sido atingido.

Apenas torcia para que não fosse Edward.

Edward correu para o meu lado poucos segundos depois e me segurou em seus braços.

_ Bella? Bella? Fala comigo... _ Ele pediu desesperado.

_ Você veio..._ Eu balbuciei fracamente. Sentia meu corpo mole e a única coisa que eu queria era me entregar para a exaustão que me chamava.

_ Claro que eu vim. Eu prometi que ia ficar tudo bem. Jurei que estaria ao seu lado. Acabou agora. Carlisle...

Eu sorri debilmente e não consegui ouvir o final de sua frase, me entregando à escuridão.

Edward estava comigo agora.

Tudo ficaria bem.

Desejava sinceramente que Carlisle fosse para o inferno.

Mas antes da inconsciência completa o ouvi me dizendo com voz desesperada, chorando:

_ Bella, fica comigo... Eu preciso de você. Eu te amo...

“Eu também te amo, Edward.”_ Eu pensei.

Não tinha forças para articular palavras.

Eu queria apenas dormir e esquecer.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Pode ser que não gostem do que aconteceu, mas agora, finalmente as coisas vão começar a entrar nos eixos.
Carlisle precisava do seu momento de loucura...
No próximo capítulo, Pov de Edward e vamos descobrir o que aconteceu a Carlisle e qual o estado de saúde de Bella...
Tentarei postar até o fim de semana...
Espero que consiga...
Beijos!
(Comentem, comentem, comentem... A opinião de vcs é essencial para a continuação da história...)