A Bella E A Fera escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 11
Desordem


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem?
Mais um capítulo para vocês flores :D avisando que a partir desse capítulo começamos a reta final da fic.
OBRIGADA PELO REVIEWS SUAS LINDAS
CAP. DEDICADO À: kirst pela linda indicação *--*
Obrigada a todas que desejaram melhoras para mim mãe, valorizo muito isso :) infelizmente ela ainda não está boa.
Estou sentindo falta de algumas leitoras que sempre comentavam :x
E então gasparzinhas, vamos dar um oi? :)
Espero que gostem do capítulo :)



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Autora p.d.v

A neve já não caía mais e a temperatura havia baixado consideravelmente. Seth estava escorado em uma árvore, seus olhos estavam pesados pelo sono e o frio contribuía para a torpeza. Já seu patrão estava bastante acordado, não desgrudava o olho da casa simples à sua frente, o frio era insignificante para ele. Não ligava para a ardência nas juntas de suas mãos por conta do frio, pouco lhe importava, ele tinha que ficar de olho. A rua estava deserta, mas ao longe ouviu o som de cascos. Cutucou Seth que se sobressaltou, fez sinal para que ele fizesse silêncio e ficaram ouvindo. O som de cascos se aproximando rapidamente os deixava em alerta. Quem estaria na rua a essa hora? A cidade toda dormia.

Ao longe viram se aproximar uma carruagem negra com um homem grande e corpulento guiando dois robustos cavalos. Ele se aproximou e parou em frente à casa da futura senhora Black. O homem desceu e abriu a porta da carruagem. De lá desceu Isabella, com um vestido lindo, digno de uma princesa. Onde conseguira aquilo? Os Swan não tinham dinheiro para tanto luxo. Ela estava maravilhosa, Jacob desejou estar ao seu lado para observá-la melhor. Ela trocou algumas palavras com o cocheiro e depois o abraçou. Jacob sentiu seu sangue ferver de ódio. Como ele ousava tocar no que era seu? Como ela ousava ter afeto por outro homem? Teriam um caso? Não, Isabella não era disso.

O semblante de Isabella e do cocheiro eram de quebrar o coração. Os dois estavam arrasados. O que havia de errado? O cocheiro se afastou, subiu na carruagem e, pegando as rédeas, sumiu na escuridão da noite. Jacob olhou para sua amada, ela limpava seu rosto das lágrimas que caíam. O que estava acontecendo? Onde ela esteve durante todo este tempo? Por que se vestia assim? O que era aquilo em suas mãos? Teria ela conseguido um marido rico? Não, isso nunca, se tivesse, seria viúva logo no inicio do casamento.

Ela caminhou até sua casa, bateu na porta e foi recebida pela senhora que Jacob considerava desprezível. As duas se abraçaram e logo depois Isabella entrou. Jacob ainda estava confuso com tudo o que presenciara, mas deixou sua confusão para depois. Tinha algo mais importante a fazer.

– Seth, avise Eleazar que ele deve vir imediatamente. Chame Sam, peça para ele acordar alguns vizinhos.

– Acordar alguns vizinhos? O que planeja?

– Ora, não vê? Com uma plateia tudo ficará mais fácil. Ninguém gosta de escândalos, além do mais a vizinhança toda sabe da loucura do velho. Me apoiarão caso algo ocorra. – Jacob falou e um sorriso cínico brotou em seus lábios.

Seth não esperou por uma nova ordem. Correu com dificuldade em direção ao seu cavalo e pôs-se a cumprir os comandos de seu patrão. Jacob ficou ali, parado em frente à casa, feliz por sua iminente vitória.

Bella p.d.v

– Bella, eu pensei que nunca mais ia vê-la outra vez. – meu pai disse rouco após me abraçar.

Ele estava pálido, com os olhos fundos e expressão apática. Estava muito doente, e precisando de mim, ficou óbvio isso assim que vi seu semblante melhorar quando me viu. Doía muito pensar em Edward, mas eu havia feito certo em vir em socorro de meu pai. Apesar de ser praticamente impossível, no momento, tentei não pensar em Edward e em nossa não-despedida. Eu já sentia tanto a sua falta.

– Não diga isso. – falei tentando não transparecer minha tristeza.

– Estou tão feliz que esteja aqui, e bem. Como você escapou? – meu pai falou tossindo um pouco logo em seguida.

– Oh, ele me libertou.

– Aquele monstro horrível? – ele falou me olhando incrédula.

– Mas ele está diferente. Ele está mudado. – falei um pouco saudosa e meu pai me olhou estranhamente.

Papai olhou para as minhas mãos e antes que ele conseguisse perguntar porque eu segurava um espelho, ele começou a tossir. Ele levou um lenço à boca e quando retirou havia uma mancha de sangue ali. Depositei o espelho na cômoda e fui em direção à senhora Leah que estava parada na porta do quarto e lhe entreguei a bolsinha de veludo.

– Senhora Leah, sei que a senhora já fez mais do que poderíamos pedir, mas peço que, por favor, chame um médico. Meu pai está muito doente e precisa ser tratado imediatamente. Nesta bolsa há dinheiro suficiente para custeá-lo. – ela pegou a bolsinha e olhou para as moedas de ouro que havia lá dentro.

– Oh, Isabella, é muito dinheiro minha jovem. Onde conseguiu isso? – ela perguntou sorrindo, parecia aliviada.

– Um amigo me deu. – falei, não conseguindo conter um suspiro triste.

– Isabella, estás bem? – Leah perguntou um pouco preocupada.

– Sim Leah, está tudo bem. – disse tentando segurar minhas lágrimas.

– Bem, não sei quem é esse seu amigo senhorita Isabella, mas fico imensamente grata. Meu amigo Charlie realmente precisa de um médico. O trarei bem rápido, não me demoro. – ela falou segurando firme a bolsinha e colocando um casaco.

Logo depois ela saiu e eu voltei para o quarto de meu pai. Quando entrei ele me olhava curioso, me media da cabeça aos pés.

– Bella, onde conseguiu esse vestido? Você está usando joias? – ele perguntou, tentando se sentar.

– Não faça esforço. Deite-se papai. – eu disse inclinando seu corpo para trás e ele cedeu.

– Como conseguiu fugir?

– Eu não fugi papai, já disse. Edward me libertou. E o vestido e as joias são emprestados de suas irmãs.

– Edward? Chama aquilo de Edward? Não consigo acreditar nisso, eu vi o monstro que ele era, não acredito que a tenha deixado ir a troco de nada.

– Papai, Edward não é um monstro. – disse soando magoada.

– Do que está falando? Ouve o que diz? Ele deveria ser destruído, assim nunca mais chegaria perto de você outra vez.

– Não sabe o que diz. – falei e estava pronta para lhe contar tudo, mas um toque abafado me fez mudar os planos. – Quem será a essa hora? – disse me levantando e indo em direção à porta.

Quando eu a abri, me deparei com um homem alto e esquio, tinha cabelos pretos e alguns fios brancos se destoavam. Deveria ter cinquenta anos, e seu olhar era incrivelmente frio.

– O que deseja? – perguntei educadamente. Para vir ali àquela hora, deveria ser algo sério.

– Boa noite senhorita, eu vim para internar seu pai. – ele disse esboçando um sorriso que me dava a sensação de mau agouro.

– Meu pai? – perguntei não entendendo sobre o que ele falava. Seria ele o médico? Onde está a senhora Leah?

– Não se preocupe, nós cuidaremos bem dele. – ele disse saindo um pouco do meu campo de visão e me mostrando o que havia atrás dele.

Havia pessoas curiosas na rua, algumas luzes das casas estavam acesas. Reconheci alguns de meus vizinhos, dentre eles estava Jéssica que ria de algo que sua prima Lauren lhe falava. Jacob estava ali, perto de minha casa, me olhava de um jeito estranho e com um sorriso vitorioso nos lábios. Havia também uma grande carruagem marrom parada, nela estava escrito Sanatório Eleazar. Sanatório? Foi ai que a compreensão me atingiu como um tapa. Alguns homens se aproximavam segurando uma camisa de força e me olhavam zombeteiros.

– Meu pai não é louco! – eu bradei exasperada.

– Ele delirou como um louco, nós todos ouvimos suas histórias, não foi? – um jovem rapaz ao lado de Jacob falou e vi várias pessoas concordando.

– Bella? – meu pai disse se aproximando da porta.

– Papai, tem que se deitar, não pode ficar no frio. – disse preocupada.

– Charlie, conte de novo velhote, como era esse monstro? – o rapaz disse novamente e eu comecei a sentir a raiva crescer consideravelmente.

– O mostro? Tinha olhos vermelhos e bebia sangue... – meu pai começou a dizer e todos começaram a rir.

– Papai, não deveria estar aqui. – eu disse tentando coloca-lo para dentro. – Oh, Deus! Está ardendo em febre – senti sua pele quente ao tocá-lo.

– Viu só minha jovem? Seu pai está louco, o melhor a fazer é leva-lo daqui para trata-lo. – o homem que bateu à minha porta falou frio.

– Não vou deixar! – eu disse convicta.

– Ora essa, Isabella, seja sensata. Você não quer cuidar desse velho maluco quer? E eu não quero um louco como vizinho. – Lauren disse e logo depois um sorriso zombeteiro surgiu em seus lábios.

– Não me importo que o que ache Lauren, e não deveria se preocupar com isso já que não é da sua conta. – falei ríspida, perdendo a paciência e colocando minha boa educação de lado.

Lauren me olhou parecendo ofendida, e logo depois outro vizinho, John Barnes, um velho conservador, se pronunciou.

– É claro que é da nossa conta senhorita Swan. Um senhor louco pode ser perigoso. No inicio podem ser delírios, mas e depois? Não quero escândalos e nem tragédias em nossa vizinhança que sempre foi pacífica. – ele falou sério e autoritário.

– Não ligo para o que acha senhor John, meu pai não será levado daqui sem minha autorização. Ele está doente, o médico irá chegar em instantes. Ele precisa de cuidados médicos, não de intrometidos. – falei ríspida e seca, perdendo o controle.

– Levem ele daqui. – o homem de olhar frio falou e os outros dois homens que estavam perto da carruagem se aproximaram.

– Não, não podem fazer isso. – eu disse enquanto os homens entravam em minha casa e arrastavam meu pai para fora.

– Pobre Bella, eu lamento sobre o seu pai. – Jacob falou se aproximando e se colocando no caminho entre meu pai e eu.

– Você sabe que ele não é louco. – eu disse suplicante, precisava de aliados.

– Eu poderia até esclarecer essa situação. Se... – ele disse me olhando estranhamente.

– Se o que? – disse desconfiada e ele deu um sorriso que me provocou um tremor de medo.

– Se casar comigo. – ele falou e senti um tom sombrio em sua fala.

– O quê? – falei incrédula.

– Uma palavra sua e tudo se resolverá. – então era isso? Era tudo um plano insano para ele se casar comigo.

– Nunca! – falei olhando-o com nojo e ele olhou para mim com raiva.

– Você é quem sabe. – ele falou frio.

– Bella! – meu pai gritou enquanto era jogado na carruagem.

Deus! O que eu podia fazer? Meu pai estava doente, precisava urgente de um médico e o que faziam com ele era tremendamente injusto. Ele não é louco, e se fosse porque tinham interesse nisso? Como provar que a acusação de sua loucura é infundada? Mostrar...  é isso! O espelho! O espelho mostra quem queremos. Sem pensar duas vezes fui atrás do presente de Edward. Ele seria a prova de que meu pai não estava louco.

– Meu pai não é louco e posso provar isso! – falei alto voltando para a rua.

Todos pararam e me observavam curiosamente. Jacob me olhava espantado e vi um pouco de contrariação em sua face.

–Me mostre Edward. – eu disse erguendo o espelho e a luz azul refletiu.

Logo depois pôde se escutar um som alto de rugido. As pessoas à minha volta olhavam atônitas para o espelho, e algumas estavam assustadas. Inclinei minha cabeça para conseguir ver a imagem que elas viam. Edward estava na sacada de seu quarto, seu rosto estava manchado de sangue e seus olhos estavam em um vermelho intenso e brilhante. Ele rugia alto, à plenos pulmões, parecia ferido, sozinho. Meu coração doeu e deixei escapar uma lágrima. Oh, Edward, como eu queria estar com você.

– Oh Deus! – as pessoas à minha volta começaram a se manifestar.

– É um monstro!

– Que horror!

– Ele é perigoso! – ouvi alguém dizer e não me contive.

– Oh, não, não! Ele é muito bom e gentil. É meu amigo. – eu disse com carinho, tocando a imagem sofrida de Edward no espelho.

– Se eu não a conhecesse diria que está interessada nesse monstro. – Jacob disse rudemente.

– Ele não é um monstro Jacob, você é! – falei o enfrentando e ele logo tomou o espelho de minha mão e segurou meu pulso com força.

– Você está louca como seu pai. Esse monstro irá atrás de nosso sangue, vai nos perseguir à noite. – Jacob bradava para todos que ouviam. – Nós temos que ir atrás dele. Nós temos que matar a Fera! – Jacob falou por fim e vários homens concordavam e já empunhavam suas espadas e alguns empunhavam revolveres.

– Não! Não podem fazer isso! – eu disse, as lágrimas nublando minha visão.

– Quem vem comigo? – Jacob disse indo em direção ao seu cavalo e tirando de lá um revolver. – Deixem o velho Charlie em casa e vamos matar essa Fera! – Jacob falou para os homens que seguravam meu pai e eles jogaram-no ao chão.

– Papai! – eu gritei.

– Senhor Swan! – Leah disse se aproximando acompanhada de um médico. Graças a Deus, meu pai ficaria bem. – O que está havendo?

– Não há tempo para explicações. Devemos partir imediatamente. – Jacob falou me arrastando dali, alguns homens nos acompanhando. – E você, Isabella, irá nos mostrar o caminho. Ou seu pai terá um fim mais trágico de que seu amado monstro!

Autora p.d.v

– Edward! – Alice gritou se aproximando afobada do irmão que estava desolado em seu quarto.

– O que quer Alice? Deixe-me em minha agonia. – Edward disse, a voz embargada pelo choro.

– Edward, homens armados se aproximam do castelo. Eles tem o espelho e ...

– Já não me importa mais, deixe que venham. – Edward falou com sua voz vazia.

Eles tinham o espelho? Isabella os mandara para se vingar? Ele não importava, já não queria mais viver. Morrer lhe traria um grande alivio.

– Mas Edward... – insistiu sua irmã desesperada e ainda assustada com a fúria que viu nos olhos dos homens lá fora.

– Deixe que venham Alice, se escondam, saiam de seu caminho. Deixe que me achem.

– Edward, não...

– Vá Alice, não há nada que se possa fazer.

Alice saiu do quarto de Edward desolada e desesperada. Temia pelo irmão e precisava fazer algo. Mas o quê? Se sobressaltou quando escutou um estrondo alto vindo lá de baixo. Alguém batia com força na porta do castelo. As fechaduras antigas cederam e logo os invasores percorriam os corredores do castelo procurando pela Fera com sede de sangue.

À frente deles estava Jacob, e sendo arrastada por ele estava a jovem Isabella aos prantos e desesperada. A esperança se esvaia em cada lágrima sua. O fim chegara para o seu recém descoberto amor. 


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Notas finais do capítulo

E ai, reviews? Indicações? Prometo que recompenso postando até segunda u.u