Tormenta De Máquinas escrita por davifmayer


Capítulo 12
Capítulo 12 Trono de Máquina 4° Parte




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/190800/chapter/12

“Nenhuma decisão sensata pode ser tomada sem que se leve em conta o mundo não apenas como ele é, mas como ele virá a ser.” Isaac Asimov

4° Parte

            Jabez olhou para trás. As centenas de mísseis continuavam em seu encalço. Sorriu, ao pensar num plano. Guinou a aeronave para o sul e acelerou gradativamente ganhando mais espaço entre ele e as armas de explosão em massa.

- Espero que me perdoe, Tony. E espero que sua armadura aguente o impacto.

***

Dentro das instalações STARK, um som forte de metal contra metal se propagou rapidamente. Um ser de metal vermelho atravessou a parede e foi jogado contra as letras em bronze, destruindo o K.

O homem de ferro levantou o tronco e se apoiou na letra caída ao seu lado.

- É muito forte... – murmurou entre os dentes. – não consegui ver o seu ataque.

Uma bola de explosão surgiu na parte da frente do complexo, e o Usurpador apareceu como um abutre negro empoleirado no batente do edifício. O fogo se consumido a seu redor. O metal negro reluzido pelo sol forte da manhã. Ele levantou a cabeça, observando seu inimigo caído.

- Desista de se tornar um deus. Eu sou o único!

Tony se ergueu. A sua armadura estava um pouco arranhada, mas ainda estava ativa.

- Não perca seu tempo com essas palavras inúteis. – Tony gritou de volta, com os punhos fechados.

- Então... – mas a voz do deus-ex foi engolida por um som muito mais forte e profundo.

Ele viu um enxame de mísseis a voar em sua direção, mísseis que seguiam o seu alvo a partir do calor, enquanto uma Ghost-Hunter guiava-os para o alvo.

- O que é isso? – murmurou deus-ex, sem compreender.

***

Jabez deu um sorriso vitorioso.

- Um presente meu para você, homem máquina dos infernos. – gritou ele para si.

Aumentou a velocidade de seu caça, indo em direção ao Usurpador. Ele viu um ser bípede vestido com uma armadura negra parecida com um abutre, o feixe vermelho emitidos do seu olho e um ar sinistrado envolvê-lo.

- Só pode ser você. O monstro das vespas mecânicas. Hora de dizer adeus!

Jabez ativou o ejetor, estilhaçando o vidro do teto da aeronave e sendo cuspido para fora com a cadeira. Olhou para trás e viu as setas vermelhas dos mísseis a se aproximarem e passar por baixo de suas botas. Um medo o compungiu. Ativou o paraquedas e sua queda suavizou.

O ar quente expelido pelos mísseis esquentavam suas botas e o seu assento.

- Droga... Esses mísseis não acabam?

Logo o ultimo seguiu o verdadeiro alvo. Olhou adiante e viu o clarão se derramar sobre o céu. A força do impacto jogou o paraquedas para longe, na força de um tornado. Segurou no cinto de segurança, pensando assim conter algum ferimento contra si.

Jabez caiu sobre um ônibus virado numa estrada. Ele destravou o cinto de segurança e cambaleou com as pernas trêmulas. Tocou na costela, e constatou que estava quebrada. Do canto da boca, escorria sangue.

- Estou vivo... Estou vivo... – sussurrou, e gargalhou feliz.

***

O homem de ferro viu os mísseis alcançarem o alvo. Uma sequencia de explosões cobriu a instalação STARK e o calor emanado parecia ultrapassar sua armadura e queimar a pele. A dor o abraçou com uma manopla, quente como se estivesse dentro de uma fornalha. Um grito nauseado escapou de seus lábios, e ele se ajoelhou no chão, levantando as mãos tentando conter o fogo a se espalhar pelo perímetro ao seu redor. Encolheu-se.

Passado alguns instantes, levantou a cabeça. Seu corpo tremia e o coração batia descompassado. Surpreendeu-se com o que viu.

As instalações STARK não mais existiam. No lugar uma cratera se formava num raio de dois quilômetros e meio. Uma densa fumaça cinza subia, espiralando-se. Pedras, pedaços de concreto e ferro retorcido se misturavam e formavam um conjunto sem forma e grotesco. O vento espalhava poeira marrom e a fumaça, abrindo espaço para a destruição formada.

Tony experimentou dar alguns passos adiante e percebeu que a terra estava dividida em placas de pedra, causadas pelo impacto. Os carros remanescentes no estacionamento estavam revirados e amassados, como se tivessem capotados diversas vezes.

- Ninguém poderia ter sobrevivido a isto. – ele murmurou, olhando a destruição em volta. Era desolador.

O vento circulou com mais intensidade no centro da cratera, e um ser com armadura negra olhava em volta com displicência.

Tony o viu, e seu coração gelou.

- Como... Como...

- Interessante. – disse o Usurpador dando alguns passos sobre a cratera. – os vermes estão mais ousados.

O homem de ferro fechou os punhos e ativou os propulsores das solas dos pés. Voou rápido sobre a cratera, com os punhos cerrados a frente, num mergulho estrondoso.

- Mas o que...? – o Usurpador mal teve tempo de reagir.

Tony mergulhou com os punhos no peitoral de Ricco. Este deslizou, abrindo uma fenda no chão. Sem demora, o homem de ferro avançou e se postou acima do Usurpador.

- Você deve morrer! – gritou o homem de ferro.

Caiu sobre ele despejando sequencias de golpes com os punhos de ferro. Um, dois, três... A cada golpe, o rosto do Usurpador era jogado para trás, batendo no solo e rachando-o. Sons de metal em fúria, uma verdadeira tormenta.

O homem de ferro levantou seu inimigo segurando uma reentrância de sua armadura e deu um forte soco. Este voou e acertou uma pedra, destruindo-a em farelos pequenos. Uma poeira foi levantada.

Tony ativou os propulsores e avançou. O Usurpador se levantou, apenas para receber um novo soco no rosto metálico e ser jogado metros adiante, estatelado no chão.

Tony arfava de cansaço, mas os punhos erguidos continuavam prontos para atacar.

- Muito forte, mas ineficaz. – disse o Usurpador se erguendo como se fosse uma porta a ser levantada, sem auxilio das mãos. – é inútil tentar matar um deus. Eu não posso ser destruído por um reles humano como você.

O Usurpador ativou uma arma acima do seu punho e descarregou uma energia de plasma vermelho. Esta percorreu o curto espaço que o separava do homem de ferro, mas antes que o acertasse, o rebelde também ativou a esmeralda cravada em seu peito, despejando uma energia branca e luminosa. As duas energias se encontraram, e por um momento lutavam.

O chão rachou. Fragmentos de terra e metal flutuavam, enquanto as energias se mantinham unidas pela força. A vermelha avançava, despejando descargas elétricas ao redor como sangue aspergido. A branca resplandecia em derredor, com cones de energias lançadas em todas as direções.

Logo a energia de plasma vermelho ganhou força e cortou ao meio a outra energia, como uma espada corta um caule. A força destruía tudo a frente. Pedras, concretos, e abriu um trecho de duzentos metros através da cratera, como um túnel, rasgando a terra e causando um grande estrondo. O chão tremeu. E o calor emanado do plasma vermelho fazia derreter em questão de segundos qualquer material que encontrasse ao seu alcance.

Ricco fez cessar o plasma vermelho, e um chiado percorreu o ambiente, como centenas de abelhas a zumbir. A luz vermelha dos olhos do seu traje se intensificou de jubilo.

- Ninguém pode com o deus-ex. Ninguém!

Ele escutou um som de pedras rolando do seu lado esquerdo. Quando virou a cabeça, sentiu um soco que o fez rodopiar no ar, rasgar o chão e fazendo-o se chocar no paredão da cratera, despejando um globo de poeira no ar.

O homem de ferro estava com o punho estendido, ainda parado em meio ao golpe. Voltou a sua postura e encarou a poeira a qual o seu inimigo tinha caído pelo impacto.

Primeiro viu um vulto de pé, em seguida o guerreiro negro surgiu, caminhando de punhos fechados em direção ao adversário. Andava obstinadamente e aparentemente sem nenhum arranhão.

A mascara estava completamente destruída. O rosto ensanguentado sobre a pele branca e macilenta. Os olhos cinza injetados em loucura e fúria. A expressão de indiferença foi substituída por um ódio intenso. Onde Ricco pisasse, as pedras se dissolviam ante a temperatura extrema no qual sua armadura estava.

Parou a uns cinco metros do adversário.

- Não... Nunca...

- Ainda não acabou. – murmurou Tony. – provei que um deus pode sangrar? É obvio que você também não passa de um reles humano, e em nome de meu pai e de toda a dor que causou, eu te matarei sem piedade alguma.

- Sim... – disse Ricco encarando seu irmão. – eu sou um humano... Estou sangrando... Nunca sangrei antes. Mas ainda assim, isso não prova que me venceu.

Ricco ativou os propulsores de energia plasma em cada pulso. Ele mirou no homem de ferro e disparou. O cone vermelho de plasma disparou, e o homem de ferro deu um salto e ativou seus propulsores na sola. O calor acertou sua bota, e ele deu um gemido de dor.

Ainda no ar, Tony descarregou sua energia do peitoral. Ricco levantou seus punhos e mais uma vez as energias se encontraram. Uma explosão de luz criou uma nova cratera, jogando poeira e pedras para todos os lados.

Ricco flutuava, de frente a Tony, e estes começaram a descarregar energias um no outro.

Tony esquivava das rajadas mortais, enquanto Ricco não se dava a esse trabalho, apenas desviando o outro braço para as duas forças se encontrarem e conter o ataque de seu irmão.

O homem de ferro deu as costas e voou, o Usurpador o seguiu, continuando a disparar descargas de plasmas. Eles sobrevoaram por um tempo, numa dança mortal em zigue-zague, fazendo suas armas ribombarem na terra e no céu.

Tony percebeu que sua energia estava exaurindo, o seu traje estava travando. Seu corpo gelou. “Não posso mais escapar” ele pensou, “tenho que aproveitar que o rosto dele está descoberto e arremessar um golpe que decida essa luta.”

Um novo disparo do Usurpador o fez perder a concentração e o fez cair ao lado de uma estrada destruída. Caiu sobre alguns carros abandonados e se embolou no asfalto. O plasma vermelho destruía tudo pela frente. Tony viu a energia se aproximar e disparou a energia do seu peito. As duas energias se encontraram, mas não por muito tempo. O homem de ferro foi atingido no peito e jogado a metros de distancia, jogando os carros estacionados para longe, fazendo-os rodopiarem pela força do impacto.

A luz da esmeralda do traje piscou, perdeu o brilho intenso e se extinguiu por completo, ficando apenas uma sombra circular em seu peito.

- AAARRGH...

Tony gritou, ao sentir a pele de seu peito queimar, como se um pé de cabra quente tirasse a sua pele. Ele apertou um botão de emergência fazendo o peitoral e capacete cair ao chão com um baque surdo. Ele se encostou no metal retorcido de um carro e se deixou escorregar, tremendo de dor. Olhou para o peito e viu surgir centenas de bolhas com um liquido amarelado.

- O que... O que é isso? – ele se apavorou, quando as bolhas se misturaram com o seu sangue sobre a carne viva, sem mais a proteção da pele.

Ele tentou se levantar, quando escutou o som de metal sobre o asfalto. O sol iluminava em uma tarde sem vento. O calor tornava sua dor insuportável. Escorou-se no carro e esperou sua morte.

- Ainda vivo. – resmungou Ricco. – não bastou me fazer sangrar, e ainda resiste ao meu poder mais forte num ataque direto? Sua armadura é mesmo muito forte.

Tony levantou os olhos marejados de lágrimas que a dor lhe causara.

- Não vai querer implorar pela sua vida, não é? Pois não te darei misericórdia! – berrou Ricco erguendo os punhos. O plasma vermelho se ativou, como dois olhos vermelhos saídos das trevas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tormenta De Máquinas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.