Marauders Map escrita por Mirtle


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é dedicada especialmente a MaeveDeep por me fazer gostar tanto de Sirius/Remus. (:



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—Hey, Pads vamos volt—Começou Remus, pelo que parecia ser a milésima vez naquela noite, mas Sirius fez questão de interrompê-lo como em todas as outras.

—Shhhh. Moony! – Sirius Black sussurrou, temendo que alguém os encontrasse tão longe do dormitório em um horário muito além do permitido. – Será que você não poderia deixar de ser tão certinho apenas por essa noite? Nós já estamos quase na metade do caminho.

Remus Lupin rolou os olhos e continuou a seguir o outro Maroto. 

Eles andaram por mais alguns segundos, calados, até que Sirius olhou para trás e colocou o dedo indicador sobre o lábio, como se dissesse ao outro que ficasse em silêncio, mesmo Remus não tendo dito uma única palavra. 

Remus se segurou para não rolar os olhos novamente. Aquilo estava se tornando uma mania. De qualquer maneira, eles tomaram mais cuidado naquela parte do caminho. 

As amplas janelas de Hogwarts deixavam que a luz do luar se infiltrasse pelos corredores, tornando-os ligeiramente iluminados e assustadores. Mas toda aquela aura não era suficiente para intimidar os amigos que por diversas vezes exploravam o castelo à noite, quando não tinha ninguém (ou na verdade não deveria ter ninguém) vagando pelos corredores para que os atrapalhassem em sua missão.

Por causa de uma ideia de James – totalmente descabida e irresponsável, na opinião de Remus – eles tinham um grande plano no momento.

E o plano consistia em fazer um mapa mágico de toda a Hogwarts. Tentar criar um mapa completo de Hogwarts por si só já era um grande absurdo – como ele gostava de ressaltar sempre que tinha oportunidade – porque o castelo era imenso, cheio de passagens e túneis secretos que nem mesmo Dumbledore deveria conhecer. Além disso, o nível de magia que deveriam usar para encantar o mapa ia muito além do conhecimento que eles tinham, o que levaria a várias expedições até a Seção Reservada da Biblioteca e horas de trabalho e estudo. Tudo por um simples mapa.  

 Mas o grande cabeça-dura do Sirius tinha achado a ideia brilhante. E como James e Sirius concordavam com toda aquela loucura, é claro que o pobre Peter tinha aceitado a missão também.

Depois de resmungar bastante, tentar argumentar contra e ignorar a ideia dos amigos por vários dias Remus finalmente se rendeu aceitou participar. Eles levariam a ideia adiante quer Remus estivesse do lado deles ou não, então o Maroto resolveu que seria mais sensato ajudá-los e garantir que fizessem o encantamento correto, evitando – se possível – um desastre de proporções maiores.

O Mapa dos Marotos já estava quase pronto e eles tinham marcado a inspeção final para aquela noite nublada.

Basicamente, eles iriam ver se não tinham esquecido nenhuma passagem importante e conferir os feitiços que mostravam onde cada pessoa estava no exato momento dentro do castelo. Mas é claro que James Potter tinha que conseguir uma detenção de última hora – quebrando seu recorde pessoal de detenções anuais – e Peter tinha que se esquecer do dever de Transfiguração.

 Quando eles decidiram que deixariam a inspeção final do mapa para outro dia e Remus já ia se deitar para ler alguma coisa, Sirius surtou e botou na cabeça que tinha que mostrar uma coisa ao amigo. 

Esse era o motivo de estarem vagando pelo castelo depois da uma da manhã, com os pés descalços quase congelando ao tocarem o chão gelado do inverno. Só Sirius e Remus. Enquanto James provavelmente lavava o banheiro da Murta Que Geme e Peter cochilava sobre o dever.

 Mas isso não importava muito quando só os dois andavam por aqueles corredores desertos.

 Remus quase tinha um ataque de pânico toda vez que ouvia algum barulho e Sirius rolava os olhos enquanto mandava o outro ficar quieto. 

—Metade do caminho, Padfoot? Você disse isso há uns dez minutos atrás! 

—Monny! – Sirius choramingou. – Fique quieto. Eu não quero aquela aberração do Filch me perseguindo essas horas.

—Se a gente estivesse no dormitório ele não ia te perseguir hora nenhuma.

 —Ele me persegue, Rem. É completamente obcecado por mim, você sabe disso! Não é minha culpa.

—Claro. – Remus concordou em sarcasmo e riu levemente. – Você não só é admirado por toda a população estudantil de Hogwarts como também pelos zeladores.

—Eu sei. E por McGonagall, não se esqueça dela.

Remus voltou a rir, tapando a boca com a mão para abafar o som.

 Sirius era a pessoa com a autoestima mais alta que todo mundo bruxo já vira. Ele era, de fato, muito charmoso com seus cabelos negros e sedosos caindo até os ombros, seus olhos cinzentos e profundos, aquele sorriso hora sarcástico e provocador, hora tão caloroso e deslumbrante. Isso sem mencionar que tinha um corpo muito atlético e definido como resultado de todos aqueles anos jogando quadribol.

Moony piscou os olhos tentando afastar rapidamente os pensamentos que passavam pela sua cabeça. Ele já deveria estar acostumado com toda aquela confiança do amigo, com todos aqueles gestos narcisistas e frases típicas de quem se achava malditamente sedutor.

 Contudo desde o começo do quarto ano as coisas não estavam saindo conforme o planejado. Remus concordava inconscientemente – e às vezes, mesmo que negasse, conscientemente— com a ideia de que Sirius era atraente. Aquilo não era nada bom. Não mesmo. Eles eram amigos.

  amigos. Não era como se eles pudessem ser nada além disso.

Remus bufou quando percebeu que rumo seus pensamentos tomavam novamente.

—Já estamos chegando – Garantiu Padfoot, quando ouviu Remus bufar. – É só mais esse lance de escadas.

Moony não disse nada, ansioso para ver o que Sirius queria tanto lhe mostrar. Eles andaram um lance aparentemente interminável de escadas, até que chegaram a um corredor, ofegantes.

—E então? – Sirius perguntou visivelmente divertido.

—Ah...—Remus encarou o corredor a sua frente, tentando soar mais irônico do que frustrado. – Que incrível! Um corredor vazio. Uau. Se há uma coisa que eu posso dizer é que não esperava por isso.

Sirius riu e correu a mão pelos cabelos desalinhados.

—Não é um corredor vazio qualquer, Moony. É o corredor do sétimo andar. 

—Ah! Claro! Isso faz toda a diferença. – Remus rolou os olhos e Sirius segurou a mão dele, fazendo com que pequenos choques involuntários passassem pelo corpo dos dois.

—Ok. – Disse Sirius, enquanto caminhava de mãos dadas com Remus (tentando não dar importância ao fato) de uma ponta a outra do corredor. – Pense em uma coisa ou um lugar que você queira. 

—Como por exemplo? – Remus arqueou as duas sobrancelhas, exigindo maiores detalhes, 

—Qualquer coisa. Eu não sei. Um salão, um piano, comida! Alguma coisa que você deseje.

—Hm... Uma cama estaria de bom tamanho. – Monny pensou, e se arrependeu menos de um segundo depois. – Quer dizer, um quarto! É que eu estou com muito sono e – Ele se atrapalhou e Sirius começou a gargalhar.

—Tudo bem, Rem, eu nunca pensaria nada inapropriado a respeito do que você tinha dito. 

Remus abaixou a cabeça para que Sirius não pudesse vê-lo levemente corado, e deu graças a Merlin pela iluminação do corredor ser tão precária. 

Padfoot parou de andar em frente a uma parede e Moony ergueu o olhar quando viu uma porta aparecer do nada. 

—Como?— Remus virou-se para Sirius com dificuldade de encontrar as palavras. – Exatamente como essa porta foi parar ai, Six?

Sirius deu de ombros e abriu a porta.

—Eu não sei. Um dia estava passando e por aqui e tcharan! Uma sala secreta. Você primeiro – Ele fez um gesto com a cabeça indicando que Remus entrasse.

Remus entrou e puxou Sirius pela mão, percebendo que eles ainda estavam de mãos dadas. Eles estavam em um quarto com uma cama imensa e um sofá minúsculo, cheio de pôsteres de quadribol pregados na parede e um baralho de Snap Explosivo espalhado sobre o tapete.

Padfoot sorriu e se esparramou no sofá, chamando Moony com a mão e tirando um pergaminho amassado do bolso.

—A gente pode ver onde James está. – Sirius abriu o mapa e apontou a varinha, sussurrando um “Juro solenemente que não vou fazer nada de bom” enquanto Remus se espremia no espaço livre do sofá. – E ver se o mapa já está funcionando.

—É claro que está funcionando. Eu mesmo o enfeiticei. – Lupin disse e arrancou o pergaminho da mão de Black.

—Convencido. – Rebateu Sirius, risonho. Remus disfarçou o próprio sorriso e vasculhou o mapa a procura do nome de “James Potter”. 

—Tem algo errado. – Sirius chegou mais perto do amigo para ver o que ele apontava. Ao lado do nomezinho de James havia um pontinho com o nome de Lily Evans. – Devo ter executado mal alguma parte do feitiço, isso não faz o menor sentido. – Concluiu Remus, franzindo o nariz.

Sirius abriu um dos seus sorrisos sacanas e arqueou as duas sobrancelhas sugestivamente.

—Acho que não. James pegou uma detenção com sua amiguinha monitora. – Sirius riu da expressão abobalhada de Remus, que se lembrava vagamente de Lily ter dito algo do tipo. – E levou a Capa da Invisibilidade.

—Então acho melhor deixarmos aquele pervertido do James aproveitar sua suposta privacidade.

 Remus riu e dobrou o pergaminho, só então percebendo o quão próximo ele e Sirius estavam. 

—Quer dizer que James é pervertido por levar a Capa da Invisibilidade para um “encontro”? – Remus Lupin notou que Sirius Black estava com a expressão mais irônica que ele já havia visto em toda a vida. –É, Rem?

 —Bem...– Remus engoliu em seco e levou alguns segundos para dar uma reposta coerente, enquanto olhava nos olhos cinzentos e divertidos de Black. – Suponho que sim.

—E qual a classificação acima disso pra quem leva outra pessoa para uma sala secreta, com a pior das intenções, no meio na noite, sozinhos? 

Moony encarou Padfoot incrédulo. Ele simplesmente não acreditava nas palavras que acabara de ouvir.

Sem esperar mais um segundo sequer, e sem ao menos pensar no que estava fazendo, Remus puxou Sirius para um beijo desesperado. As sensações eram tão absurdamente intensas que eles não sabiam exatamente quem empurrava quem de encontro ao encosto do sofá, enquanto o outro tratava de desabotoar ambas as camisas. 

Sirius se separou de Remus por breves segundos, tentando se lembrar como respirava e tentou desatar o nó da própria gravata quando sentiu as mãos de Remus sobre as suas.

—Não... – Ele ouviu Moony dizer com uma voz falha e frágil. – Você fica bem com ela.

Foi o que bastou para que Padfoot trouxesse a boca de Remus de encontro a sua novamente, dessa vez com um sorriso mais malicioso ainda – se é que isso era possível. Sirius afagou os cabelos castanhos que começavam a grudar no suor da testa de Remus e se levantou, trazendo-o consigo para que não quebrassem o beijo.

Remus ficou ligeiramente vermelho ao ver o olhar de Sirius sobre si alguns segundos depois, quando ambos buscavam fôlego, mas foi ignorando toda a timidez que ele terminou de desabotoar a camisa.

Sirius passou a ponta dos dedos sobre a pele lisa e clara do abdome definido de Remus e voltou a grudar seus corpos enquanto caminhavam para a imensa cama de casal.

 —Eu acho melhor deixarmos essa sala fora do mapa. – Sussurrou Remus, ao ser empurrado de encontro aos lençóis macios.

 —Por mim tudo bem. – Sirius respondeu, antes de voltar a distribuir beijos.


—X-

 


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Notas finais do capítulo

Espero sinceramente que tenham gostado ♥
Mil beijos, Mirtle.