O Despertar de Um Anjo escrita por Mara S, Kelly S Cabrera


Capítulo 11
Capítulo VI - Confrontação e Escolha




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Lara não sabia o que fazer.

            - O que está acontecendo com você? – ela nunca faria esse tipo de coisa com alguém que havia sido tão honesto com ela, além do que, Vergil parecia ser o “irmão malvado”. Mas ela não conseguia! – Lara caminhou apressadamente pelos cômodos da casa e ao passar pelo espelho, parou para se observar. Sentiu-se diferente.

            Com um murro Lara quebrou o espelho. Não ligava para a dor do novo machucado, aliás, ultimamente parecia que não sentia mais dor, o machucado em sua barriga já havia começado a cicatrizar.

            “Eu preciso ir!” – subiu as escadas e pegou tudo que precisava. Ainda demorou um pouco no quarto, como se esperando alguma coisa para impedi-la de ir nesse encontro.

            - Porque Vergil marcou encontros separados? É bem provável que eu vá encontrá-los lutando...

            A garotinha estava certa, ela sabia muito bem aonde deveria ir. No templo abandonado.

            - Não posso esperar mais.

            Lara saiu apressadamente pelas ruas, felizmente ela tinha uma ótima memória e não se perdeu no caminho. Iria voltar para aonde seu pesadelo havia começado.

 

            Vergil estava sentado em uma das pedras no templo, esperando calmamente seu inimigo.  Toda a sua ira guardada para o confronto com o irmão. Respirava profundamente como se meditasse. A mania de Dante de atrapalhar tudo que planejava já havia passado dos limites do aceitável.

            “Essa noite eu terei o amuleto e também a humana, apesar de...”

            Ele sentia a presença do irmão se aproximando e também sentia que a humana estava vindo. Ele só não imaginava que Lara havia feito o planejado, contudo desejava isso.

            Dante surgiu por trás da vegetação com um sorriso no rosto.

            Vergil levantou-se, também sorria, sorria porque previa que sairia daquele local vitorioso. Seu sorriso era de vitória.

            Dante tirou sua espada das costas ainda sorrindo e observando seu irmão fazer o mesmo com a dele.

            -E eu pensando que era pra fazer as pazes – Brincou com o irmão, que preferiu ignorar o comentário – Como se eu precisasse fazer as pazes com você – Completou  

            Ambos ficaram em suas posições. Dante nem se quer esperou Vergil, o atacou com tudo que tinha.

            Logicamente Vergil não seria atingido pelo primeiro golpe de Dante, com destreza ele impede que o irmão o atinja. Dante antes que pudesse perder o equilíbrio com a força de Vergil, pula em uma área mais alta do templo e de lá desfere o golpe em Vergil, que agarra para não ser atingido, o golpe destrói algumas estátuas de águia que estavam atrás de Vergil. Aproveitando o erro do irmão, o semi-demônio pega a terra do chão e rapidamente joga nos olhos de Dante que é atingido e perde o equilíbrio, Vergil com agilidade desfere outro golpe, mas Dante graças a seus reflexos apenas recebe um corte superficial no ombro.

            - Você sabe que posso ficar aqui por muito tempo Dante, espero que não se canse!

            - Você não vai conseguir o amuleto Vergil!Desista!

            - Você é tão ingênuo Dante.

            Com outro golpe Vergil atinge as costas de Dante que nem sequer reage ao ataque. Dante vira-se rapidamente e pula em direção a Vergil, conseguindo fazer um corte no rosto do irmão.

            - Pelo menos você continua sabendo manejar uma espada, irmãozinho... Mas precisa aprender mais, seus movimentos são muito desesperados.

            Os dois se encaram por alguns segundos e Vergil surpreende Dante ao atingir uma coluna do templo.

            A coluna vem a baixo devido a precisão e força do golpe de Vergil, contudo a coluna não chega a tocar o chão, pois a parede do templo a impede. Dante escapa por pouco, mas fica preso entre a coluna caída e a parede do templo.

            - Como imaginei...fácil. – Vergil sorri de prazer e caminha até seu irmão.

            - Não conte com isso Vergil!

            Com força, Dante consegue sair do local. Seu sobretudo vermelho se rasga.

            - Você vai se arrepender por ter feito isso – Dante aponta para o pedaço de tecido no chão.

            Dante parte com tudo para cima do irmão que para desviar-se rola pelo chão.

           

            Lara corre pela floresta a procura do templo, de longe escuta o barulho característico de espadas e o urro de ambos. Consegue distinguir o templo a alguns metros, prefere aproximar-se lentamente, tentando chegar sem ser notada.  Antes de chegar ao templo é puxada por uma mão fria que a segura fortemente. Ao virar-se vê que é a mesma garota que havia encontrado na casa de Dante. A menina ri para Lara.

            - Eu não pensei que você viria, Lara. Ou deveria dizer outro nome?

            - Do que você está falado... Me largue, AGORA!

            - Uma hora você saberá – o sorriso da menina dá lugar a um falso olhar de tristeza – Só espero que não seja tarde...

            - Você não vai me soltar? – Lara ignorou a frase da menina, pensou que fosse algum truque para assustá-la - Você vai se arrepender muito se continuar me impedindo de chegar até eles. – O olhar de Lara era de profundo ódio.

            A menina esboçou uma reação, mas de repente fugiu para longe de Lara.

            - Isso é estranho... – Lara ficou espantada com o modo que a menina havia reagido, mas não tinha tempo para pensar, deveria chegar até os gêmeos.

            Chegou até o templo, não podia vê-los lutando, pois estava em um patamar mais elevado do templo, que curiosamente parecia maior que da última vez que esteve lá.

            Aproximou-se da borda e pôde ver de cima ambos. A situação não era agradável, pois seria impossível, Lara pensou, tentar matar pessoas que não morriam, mas mesmo assim gostaria de fazer algo para ajudar, apesar de não ter tanta certeza se sobreviveria se  interferisse na luta.

            Vergil pula pra trás interrompendo a luta e diz com seu sorriso característico.

            - Nossa convidada de honra chegou!

            Dante olha para cima e vê Lara não consegue esconder sua irritação ao vê-la. Estava se intrometendo em assuntos pessoais.

            Vergil aproveita o descuido de Dante e o golpeia com a espada. Dante desorientado cai no chão sangrando.

            - Não Vergil!!! – Lara grita de cima.

            Vergil simplesmente sorri para ela e volta sua atenção par o irmão caído.

            Lara percebe que o local onde Dante estava era familiar... “Os símbolos são idênticos aos do Egito! Meu Deus! Seria aqui outro portal?” Lara estava desesperada querendo fazer alguma coisa. Talvez descer e salvar Dante. Mas se sentia presa por correntes que a impediam de mover-se.

            Dante sangrava – Maldito!!!! – gritou para o irmão, que se aproximava para deferir outro golpe.

            Estranhamente Dante sentiu que aquele local possuía uma força gigantesca, que o tocava. Tudo ficou escuro, Dante só conseguia ver borrões. Ao longe notou uma figura estranha parada aonde deveria estar Lara. Tentou levantar-se, deveria tirar ela dali, ela não estava vendo aquela figura. Com esforço Dante consegue ficar em pé. Não era mais ele que estava presente e Vergil notou a diferença. A força que emanava do irmão era forte demais, ele nunca havia visto algo daquele jeito vindo de Dante. O irmão encarou Vergil diretamente nos olhos e com um pulo ficou frente a frente a Lara. Parecia não sentir mais dor. Lara havia notado que Dante estava diferente e que estava prestes a cometer alguma estupidez, pois seus olhos não eram mais o mesmo, tinham adquirido um ar assassino.

            Lara não pensa duas vezes e saca suas pistolas, mas não a tempo. Dante consegue colocar suas mãos no pescoço da aventureira que derruba suas pistolas no chão. A força de Dante era muito além do que Lara poderia resistir, ela não suportaria. Com esforço tenta tirar as mãos de Dante, já sentindo que iria morrer sufocada. Lara consegue ver o amuleto de Dante reluzindo e sente-se tonta novamente...

            Lara escuta uma lâmina. Um segundo depois estava caída no chão. Dante estava caído também, a Yamoto ainda cravada em suas costas. Vergil caminha até o irmão e retira lentamente a espada de suas costas, com se o sofrimento do irmão estivesse o enchendo de prazer. Lara continua no chão, mas não era mais a sua quase morte que a deixava imóvel no chão. Ela continuava tonta, como da última vez que estivera com Vergil.

            Dante grita de dor quando Vergil retira a espada de suas costas.

            - Deu agora de atacar mulheres, Dante? – Vergil ironiza

            Nem Vergil nem Dante haviam ainda olhado para Lara. Que já estava em pé.

            - Você é covarde Vergil... Aproveitou-se da situação para me atacar! – Dante ainda não havia entendido o porquê de Vergil ter dito aquilo sobre atacar mulheres. Apesar da dor Dante levanta-se e encara Vergil.

            - Do que você está falando? – pergunta ao irmão

            Os irmãos escutam uma gargalhada vinda de trás. Era Lara, que estava parada logo atrás de Vergil com um sorriso no rosto. Vergil reconheceu aquela expressão... era a mesma que Lara estava quando o atacou. Mas Dante olha para Lara sem entender nada.

            - Dante seu tolo! – A voz de Lara era diferente e assim que termina a frase caminha até Dante.

            Vergil observa tudo. Era melhor ver até onde isso poderia levar, se for para o seu bem.

            - Lara, acho que você está irritada com o irmão errado. – Dante ainda estava debilitado pelo ataque de Vergil e além do mais prefere não atacá-la. Aparentemente havia esquecido que já tinha feito isso antes.

            Com uma força tremenda, Lara o derruba para o patamar de baixo. Dante com um baque chega ao chão. Exatamente no mesmo lugar que havia sido atacado por Vergil.

            - O que tá acontecendo por aqui? – Dante meio zonzo sussurra.

            Vergil surge acima de Dante.

            - Irmãzinho, acredito que seja melhor você desistir, enquanto há tempo.

            Agacha perto do irmão e sorri maliciosamente.

            Os olhos de Dante se abrem e ao ver que Vergil estava prestes a tirar o seu amuleto consegue chutá-lo para longe.

            - Você não vai me dar mais nenhum prejuízo Vergil!

            Dante pula para o nível de cima e encontra Lara, ou seja lá  o que for, o encarando.

            - O que você quer? Fale comigo!! – Dante puxa Lara pelo braço e a levanta, seu ódio aumentando, ainda estava tonto e sentia muita dor, mas a sua força ainda era grande.

            Lara parecia normal, como antes, mas Dante parece não ter notado isso.

            - Dante o que você está fazendo?

            - Vai dar uma de vítima? – Dante novamente tenta sufocá-la e retira uma de suas pistolas. Aponta para a cabeça de Lara. – Não vai tentar fazer nada? – Dante estava descontrolado.

            - Você... está... cometendo...

            - Uma loucura? Creio que não!

            - O que você pretende fazer Dante? Matá-la? – Vergil está logo atrás de Dante.

            -Acho melhor você se afastar Vergil!!! Daqui a pouco eu cuido de você, aliás, você deveria estar tão preocupado quanto eu! Como você pode saber o que é isso? – Dante apontou Ebony para a cabeça de Lara e fez uma cara de nojo.

            Dante sentia asco, tinha abrigado essa estranha em sua casa e agora ela fazia aquilo? Atirou na perna esquerda de Lara o que a fez soltar um grito de dor. A empurrou para o lado.

            Vergil a pegou antes que desabasse no chão.

            - Eu sei o que é isso. Isso é uma humana. E eu nunca imaginei que você se comportaria desse modo perto de humanos. Que forma mais deselegante, meu querido irmão.

            Vergil encarou Dante.

            -Que tal você calar essa sua boca! Você sabe muito bem do estou falando!

            - Dante não me irrite, admita que você perdeu.

            - Como... Você pôde? – Lara gritou, as lágrimas brotavam de seus olhos, a dor era intensa. Estava chocada pelo comportamento de Dante e sentia ódio, muito ódio... Por um momento ela tinha ficado com raiva de Vergil por tê-lo golpeado. Mas agora, sentia raiva era de Dante.

            - Eu faço o que quero, e enquanto você não me der resposta você terá muito disso – Dante apontou para a perna sangrando de Lara.

            Ela não sabia o que falar. Nesse momento sentia um misto de sentimentos. Raiva de Dante, gratidão e medo de Vergil. Não sabia mais em quem confiar.

            - Você não fará mais nada, não se estiver perto – Vergil fuzilou o irmão com os olhos.

            Dante ficou mudo enquanto via Vergil carregar Lara para fora do templo.

            - Ótimo!!! Vocês se merecem mesmo. Traidores.

 


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