O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 32
Capítulo 30. -Poderes Femininos.


Notas iniciais do capítulo

Mano, eu ameeeeeeeeeei escrever esse capítulo kkkkk foi muito divertido pra mim
Espero que não tenha ficado muito OOC, eu juro que tudo tem um motivo!
Só digo uma coisa, quem te viu quem te vê, Atena! hahaha
Comentem leitores fantasminhas, eu quero saber o que vocês estão achando do meu retorno das cinzas, se estão gostando!
E obrigada a quem comentou no cap. passado!
Beijoss



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Quando Poseidon percebeu a que parte da casa Atena o estava guiando, tomou uma grande surpresa. Só haviam passado por ali uma vez, quando mostrara para ela os aposentos da casa, em seu primeiro dia ali, e todos os outros dias em que estiveram na redoma ela simplesmente ignorara a existência do ambiente e passara longe dele como se não pensasse nem sequer na possibilidade de o frequentarem.

Estavam parados na área da piscina, há alguns minutos, contemplando a enorme fluidez das águas salgadas, quentes e cristalinas.

Não tinha a menor ideia do que Atena estava planejando fazer para demonstrar os supostos poderes que ela afirmava que tinha, mas era realmente chocante que ela pudesse pensar em envolver ÁGUA naquilo. Logo em se tratando dele, Poseidon.

Quer dizer, aquilo era no mínimo patético, não é? O que ela queria, ser pisada e humilhada?

—Vai tentar me afogar na piscina? -Resolveu provocá-la, só porque ela estava calada a um bom tempo, de braços cruzados, olhando para uma cachoeira artificial, e aquilo já o estava irritando. - Sério mesmo, Atena?

A loira limitou-se a virar para ele e bufar, cheia de desprezo.

—Me erra, Cabeça de Alga. -Xingou, indignada por ele insultá-la com uma piada tão insolente para sua inteligência como aquela. Em seguida, estreitou os olhos ameaçadoramente. -Eu não continuaria me provocando se fosse você. Ou as consequências vão ser piores.

Parecia que um relâmpago tinha cruzado os olhos cinza de Atena. Poseidon subestimara o efeito que uma simples piada de deboche sua poderia causar na deusa. Ouviu a ameaça dela, e sentiu vontade de rir. Ainda não tinha comprado essa ideia, e mesmo ela afirmando com todas as letras que iria mostrar ali todos os seus poderes, ele não acreditava que tinha nada que ela pudesse fazer para afetá-lo, nem minimamente, nos Domínios Aquáticos.

—Eu sei que não parece, mas estou morrendo de medo. -Afirmou, com a voz inundada de sarcasmo. - Aterrorizado até o último fio de cabelo.

Ela apenas levantou uma sobrancelha, desafiada pelo sarcasmo, ainda com os braços cruzados.  

—Pois deveria. -Atena aproximou-se dele enquanto soprava a palavra em seu rosto, causando um impacto enfático. Então fez algo diferente de tudo que já tinha feito antes em todas as conversas que já tinham tido. Escondeu-se atrás das costas dele, e aproximou os lábios de sua nuca, deixando-o sentir seu hálito quente ali no intuito de arrepiá-lo. - Porque eu vou jogar sujo, daqui pra frente.  

Então ele sentiu o hálito dela distante novamente.

—O que você quer dizer com isso? -Instigado, Poseidon foi desvirando de costas, para voltar a encará-la nos olhos.

Como desejou que não o tivesse feito.

Ou que ao menos tivesse se preparado por, sei lá, uns cinquenta milênios para o que estava prestes a acontecer.

O vestido que Atena usava estava esquisito. Parecia que estava mais largo, empapado, ou algo assim. Foi só então que notou que ela, com um sorriso muito peculiar, ao pegar uma alça, e depois a outra, e passar os braços por elas, não estava mais com o zíper que o fechava nas costas levantado.

Como se isso já não fosse motivo para ele se engasgar com o próprio cuspe, ter uma síncope, querer virar-se do avesso e beliscar-se para checar se estava realmente acordado e questionar a própria sanidade, as coisas pioraram.

Atena simplesmente deixou de segurar as alças, o vestido deslizou por todo o seu corpo, e acumulou-se como um monte de tecido inútil em seus pés, deixando-a com nada menos que sua lingerie em sua frente – que por sinal, não era nem um pouco comportada.

Poseidon poderia jurar que experimentou a sensação da morte naquele instante. Tinha virado pó, tinha virado nada. Com certeza era assim que um humano se sentia quando morria, inserido no limbo, paralisado no tempo e sem conseguir raciocinar. Sua alma desceu ao Mundo Inferior naquele momento, mesmo que ele fosse um ser imortal e aquilo fosse impossível, ele tinha certeza que sim.

Aliás, se Palas Atena estava tirando a roupa na frente dele, com um sorriso sexy no semblante e sem nenhum pudor, um Deus morrer era muito mais que verossímil.

Era preciso morrer para ir para adentrar o Paraíso, não é...?

Essa era a única forma de descrever a visão que tinha naquele instante, e ele não era merecedor daquilo.

Tinha fantasiado com ela, sim, desde que reparara na curva das suas pernas quando a via tomando banho. Mas uma coisa era vê-la de toalha, ter relances enquanto ela estava coberta de espuma...Mesmo com aquele uniforme de empregada muito revelador, não revelava nem metade do que ele conseguia enxergar agora.

Dizer que ela era “Perfeita” parecia simplesmente... fácil demais.

Deusas eram concebidas na mente de seus criadores para serem perfeitas.

Perfeita parecia um eufemismo para Atena.

Ela transcendia isso.

Os contornos de suas pernas longas eram esbeltos e se fundiam com seus quadris maravilhosos e largos na medida certa, de uma maneira deslumbrante. Seu abdômen era curvilíneo e definido de forma saudável e feminina. Seus seios, mal se continham naquele sutiã preto que ela usava, eram simétricos e simplesmente os mais bonitos que ele já tinha visto. Tudo isso num tom de pele cor de pêssego que parecia ser tão macia – que ele sabia que era, na verdade- que tudo que ele tinha vontade de fazer era morder até arrancar um pedaço fora, como se fosse um animal selvagem. Não ousava pensar muito no que havia por detrás daquela micro-calcinha, nem em como seria a visão se ela eventualmente decidisse virar de costas...

Ele simplesmente necessitaria tê-la para si.

—Suponho que a sua dúvida tenha sido sanada, Poseidon. -Atena respondeu finalmente a pergunta que ele nem lembrara que fizera, trazendo-o de volta para realidade e fazendo desviar os olhos de seu físico para seu rosto escarnecido, e não menos belo que todo o resto. -É melhor fechar a sua boca, antes que entre alguma coisa aí dentro.

O deus notou, com muito desconforto, que seu queixo estava sim muito caído. Fechou os lábios, tentando se livrar daquela espécie de “anestesia” em que fora colocado, mas era especialmente difícil se concentrar, porque estava totalmente consciente de todo o icor e energias vitais que foram direcionados naqueles momentos de contemplação para suas partes baixas, e tinha que focar em qualquer coisa que não fosse o fato de Atena estar seminua na sua frente, e isso era muito, mas muito difícil.

A risada que ouviu ela dar, no entanto, ajudou a facilitar as coisas. Porque chamou sua atenção para uma coisa, que até aquele instante ele tinha simplesmente ignorado: o quanto ela era irritante, além de ser uma maldita de uma desgraçada que ele tinha vontade de esganar. Cerrou os punhos. Não queria demonstrar fraqueza nenhuma na frente dela, sua pior inimiga, sua eterna rival. Não podia deixar que ela soubesse – mais do que ela já sabia naquela altura, os efeitos que ela podia provocar nele, apenas com suas formas e delicadeza. Não podia jamais permitir que ela conhecesse o desejo enlouquecedor que tinha de possuí-la e muito menos que ganhasse o que queria – que ele dissesse que a amava – antes de ter certeza dos sentimentos dela.

Respirou fundo, fechou os olhos, e pensou em andar de mãos dadas com Zeus no Olimpo. Aquilo ajudou bastante a recuperar sua decência, e forjar um falso ar de indiferença.

—Eu devo admitir que não esperava por isso. Por isso abri a boca. -Justificou-se, tentando soar totalmente razoável e desinteressado. -Mas não estou vendo nada que eu já não tenha visto 100 milhões de vezes antes em todas as versões possíveis. -Mentiu, descaradamente, sabendo o quanto Atena ficaria furiosa com o comentário, pois odiava ser comparada com as outras que ele ficara e especialmente odiava o fato de ele ser mulherengo. -Não entendo qual é o seu objetivo, Palas.

Esperava que ela fosse se encolher ou começar a gritar e xingá-lo de energúmeno anencéfalo, mas aquela, aparentemente, era uma Atena diferente. Ela continuou com seu sorriso místico, e não deu bola para seu comentário sobre outras mulheres. Largou o vestido no chão, pisando nele e caminhou alguns passos para mais perto de si, o que foi uma tortura imensa para ele – ver aquele corpo maravilhoso indo em sua direção.

—Eu apenas queria convidá-lo para juntar-se comigo na piscina, Poseidon.

Ele conseguia cheirá-la, agora, dessa distância. Aquele cheiro de cereja, e de algo cítrico, emanando de seus cabelos. Reparava nos cabelos dela agora, tão dourados e moldados em perfeitos cachos brilhantes, como se fossem a cobertura de um bolo, emoldurando os traços tão bem definidos e desenhados, daquela beleza excessiva, mas nunca enjoativa, do rosto dela. Céus, parecia um bobo apaixonado! E navegando agora no azul dos olhos dela ele era mesmo...

Era tão difícil fingir ser indiferente, mas ele era Poseidon, e ele nunca se deixava derrotar assim.

—Ok, Atena. -Estalou os dedos e reapareceu para ela dentro da água, aliás como parte da água, em uma onda gigantesca, fazendo bastante alarde apenas para impressioná-la, e depois materializou-se em sua forma normal de volta na beirada da piscina. -Quer uma ajudinha aí para entrar? -Perguntou, vendo que a loira olhava para ele com o mais profundo desprezo e indignação.

Aparentemente não gostara de sua exibição.

—Sim. -Respondeu a deusa, e caminhando lentamente, foi se aproximando de onde ele estava. -Vire de costas.

Ele não entendeu muito bem porque ela disse aquilo, mas achou bom não protestar, especialmente porque a visão dela perto era algo muito perigoso de se ter naquelas condições e ele não queria ter mais problemas do que já tinha.

Infelizmente, não contava que Atena fosse colocar as mãos frias em seus ombros desnudos, e usá-los como apoio para içar-se para dentro da piscina, caindo bem no estreitíssimo vão entre ele e a borda dela, de modo que o corpo dela ficasse encostado em suas costas. Na verdade, não especificamente só corpo, como em especial uma parte dele, roçando atrás de si, que ele sabia precisamente que eram os seios cobertos por aquele pequeno sutiã de renda.

Começou a enrijecer no mesmo instante.

A loira, como sempre cínica, fingiu que não tinha sido de propósito, desencostou-se e deu a volta para ficarem cara a cara.

—A temperatura da água está bem agradável. 

—É, eu sempre costumo deixar mais quente que o normal.

—É por isso que você está suando?

—Claro. -Ele nem tinha reparado que estava suando, e com certeza não tinha nada a ver com o calor da piscina, mas não ia desperdiçar a oportunidade de usar aquela mentira. – E o que você quer fazer agora? -Inquiriu, genuinamente curioso. - Mergulhar? -Empolgou-se com a ideia. Com ela dentro da água, e ele parcialmente fora, Poseidon teria uma visão muito mais limitada de seu corpo, e estaria a salvo de seus encantos. -Que tal nadar até aquela outra borda da piscina?

A deusa reprimiu um riso, e colou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Piscou os olhos lentamente.

—Eu só queria que a água... Deixasse o meu corpo todo molhado e quente. -Disse, com uma voz rouca e abismalmente sexy. -Para depois flutuar nela.

—Flutuar?!

—Sim. -Respondeu, com simplicidade. -Acho extremamente relaxante.

E sem mais delongas, como que para justificar suas palavras, Atena pegou uma das inúmeras boias de decoração que estavam jogadas randomicamente na piscina, e inclinou-se em cima dela de bruços, afundando de leve na borda da água, que cobriu suas pernas e braços, mas deixou à mostra uma parte dela que ele tinha evitado, a todo custo, olhar diretamente.

A bunda.

As nádegas empinadas, redondas e suculentas dela, cobertas por um tecido mínimo de fio dental, que pareciam ideais para suas mãos se encaixarem.

Sério, se ficasse mais duro poderiam montar uma barraca ali. Aquilo era realmente muito incômodo, e mais incômodo ainda era saber que ela sabia disso.

Alguém só podia estar de sacanagem com ele. Tinham feito um clone idêntico de Atena e substituído por aquela mulher na sua frente, porque a deusa que conhecia, a que tinha feito um Voto Sagrado de permanecer virgem, puritana, inocente, e santa, jamais faria uma coisa dessas. A Atena que vomitava de nojo ao ouvir a palavra “sexo”, que julgava com olhos de condenação infernal qualquer tipo de malícia, jamais se insinuaria para alguém assim, como estava fazendo agora. Muito menos se esse alguém fosse o seu pior inimigo, mais odiado, de gerações e milênios, que a sequestrara, para torturá-la. Mesmo que o motivo fosse torturá-lo... Aquilo não fazia sentido algum.

Quer dizer...

Antes de beijá-lo, algumas horas antes, ela dissera que tinha de testar se tinha sentimentos por ele e se isso era o suficiente para que ela tivesse desejo de quebrar seus votos...Se ele realmente tivesse mexido com ela a ponto de ela perder a vergonha e sua inocência, seu constrangimento, seus problemas com sexo e malícia, aquilo seria a novidade do século. Mas ele duvidava até a morte que fosse acontecer tão fácil assim.

De qualquer forma, conscientemente sabia que ninguém poderia ter penetrado há dois mil metros de profundidade e que só havia eles dois ali e que aquela era realmente ela, cometendo aquela insanidade na sua frente, oferecendo-se como um prato de carne na frente dele.

Exceto que... Ele tinha certeza que ela não deixaria que ele a tocasse a menos que fizesse o que ela pedisse.

Finalmente seu cérebro associou o que ela queria dizer com ter “Outros Poderes. Poderes femininos. Poderes que você nem imagina.”.    

—Tudo bem, Atena. Você provou o seu ponto. -Admitiu, finalmente, tirando uma enorme quantidade de ar do peito e com um gosto azedo na boca. -O seu poder, quero dizer.

A loira, que estivera devaneando, com a cabeça apoiada sob os braços, não demonstrou nenhuma reação de surpresa com o comentário. Apenas encontrou os olhos verdes dele com seus, e riu com deboche.

—Mas eu ainda nem comecei...

—Como assim não começou?! -Ele ficou realmente bastante “p” da vida com o fato de ela estar fazendo pouco caso e tirando sarro das reações exageradas dele. -Eu estou olhando para a sua bunda de calcinha!

Atena desceu da boia, num movimento único, como se fosse uma gata, sem desviar os olhos dele. Cortou a distância que tinha entre seus corpos com alguns passos na água. Poseidon estava tão em choque que não conseguiu ter reação alguma quando sentiu o aperto que ela deu em seu punho e começou a conduzir sua mão em direção ao próprio quadril.

—E agora você está passando a mão nela...


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Notas finais do capítulo

Lugar tenso de parar a fic haha



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