O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 31
Capítulo 29. - Testando Limites.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas e amadas. LEIAM AS NOTAS POR FAVOR
O que falar sobre essa fanfic pela qual eu tenho um imenso amor e carinho?
Primeiro eu a abandonei por uns 5 anos... Depois, voltei, postei uns 2 capítulos...E agora, estou, depois de um hiatus de 10 meses, de novo, com outro capítulo. Eu sinceramente não entendo como alguém pode acompanhar essa fanfic. Acho que alguém que a ler vai ter sorte se um dia eu tiver terminado tudo e poder começar do início ao fim...
Enfim, tá tudo explicado no meu perfil, os problemas que eu tive, que fizeram OS entrar nesse maldito hiatus de novo. Eu prometo que agora eu vou tentar atualizar com mais frequência, e quem sabe vira algo que dê realmente para ser lido...Porque eu amo essa fic.
Uma coisa que quero dizer é que faz MUITOOOO tempo que eu li PJO, então eu realmente não me lembro muito dos personagens, então me perdoem se eu cometer algum pecado na forma de caracterizar os deuses ou algo nesse sentido...
Beijos!



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Atena estava o beijando.

Sem mais, nem menos.

Sem respostas, sem explicações.

Apenas pressionando seus lábios úmidos e macios contra os dele enquanto envolvia os braços em seu pescoço violentamente, como se tivesse pressa, como se não houvesse tempo a ser desperdiçado.

Por alguns segundos, Poseidon ficou estático. Não sabia o que fazer. Havia uma parte sua, a parte sua que estava consciente de que aquela era sua inimiga mortal, que queria não corresponder, apenas para desapontá-la. E talvez, por um segundo ou dois, ele tenha cogitado essa possibilidade, mas os músculos de seu corpo jamais obedeceriam a essa parte.

Ele estava totalmente tomado pelo desejo abundante de tomar posse dela, tê-la para si, depois de tanta negação, e do inacreditável: ela estar correspondendo a sentimentos que ambos, no canto obscuro de sua mente sabiam que sentiam, mas se recusavam a admitir. Bem, agora ele admitia.

Então ele correspondeu o beijo com a mesma intensidade que ela, abrindo os lábios e dando espaço para a língua macia que estava começando a se tornar familiar, mas mesmo assim sempre teria o sabor de novidade. Envolveu-a com seus braços fortes pela cintura, apertando-a e grudando seus corpos, como se tivesse medo de que se não a apertasse o suficiente ela pudesse escapar dele. E ele não deixaria. Não dessa vez.  

Suas bocas se moviam com uma sincronia invejável. A língua dela explorava sua boca de forma enlouquecedora, e às vezes ela parava para só beijar ou morder seus lábios, e depois aprofundava de novo. Era um beijo perfeito. E ele nunca queria que terminasse nunca. Não precisava terminar. Eram deuses, não era como se fossem ficar sem fôlego. Mas depois de alguns minutos, Atena afastou suas bocas e grudou suas testas. Ficaram apenas sentindo o hálito um do outro em silêncio absoluto.

O que dizer depois daquilo? Poseidon não tinha a menor ideia. Com cuidado, foi se desvencilhando do abraço dela. A deusa não chorava mais, sua expressão era tenra, suave, neutra. Não parecia aterrorizada pelo que havia acabado de acontecer, como sempre acontecia depois de seus beijos, e isso o surpreendeu muito.

—Desculpe. -Ela foi a primeira a romper a tensão silenciosa, colocando, simultaneamente, uma mecha de cabelo atrás da orelha.

—Pelo quê? -Perguntou Poseidon, fazendo-se de desentendido.

—Pelo que acabou de acontecer. -Explicou Atena, embora ela soubesse, e fosse óbvio, que ele sabia ao que ela estava se referindo. -Eu ter beijado você. -Completou, timidamente, para que não restassem dúvidas.

O deus não conseguiu evitar sorrir de lado ao ver aquela imagem, que para ele era um retrato extremamente divertido, ao mesmo tempo que elevava seu ego até as galáxias mais distantes: Atena com as bochechas coradas, desculpando-se por tê-lo beijado, antes mesmo de explicar-se pelo que havia acontecido. Era algo novo para ele, porém, que naquele instante, não estivesse com vontade de caçoar dela ou fazer maldades com ela por causa disso. Era quase como se não tivesse mais graça ser cruel quando ela agia com tanta... doçura.

Percebeu que tinha ficado quieto por um bom tempo e precisava dar uma resposta a ela.

—Bom, eu te beijei de volta, não foi? -Disse, tentando soar o máximo possível descontraído. – Do meu ponto de vista, isso nos faz ambos culpados.

Atena esfregou um braço no outro, mordendo o lábio inferior, refletindo sobre o que ele dissera.

—Por que você me beijou de volta? -Quis saber, os olhos azuis faiscando para ele, em dúvida.

A questão rodopiou pelos pensamentos de Poseidon, perturbando-o.

Por que ele havia correspondido, afinal?

Lembrou-se que inicialmente, que não quis corresponder, porque ela era Atena, sua inimiga, detestável, desprezível. Então, foi como seus músculos tivessem vida própria e fossem movidos por um sentimento que ele tinha dentro de si, e começou a beijá-la enlouquecidamente.

Um desejo. Uma paixão. Ele se arriscaria dizer...Amor?

Mas era outra coisa que ele falava para si mesmo.  

“Foi porque eu e Lans arquitetamos um plano onde eu escreveria várias cartas parecendo um romântico, você se apaixonaria por mim, e depois eu quebraria seu coração. E nesse plano eu tenho que agir como se estivesse apaixonado. Por isso eu a beijei de volta, Atena.Para meu próprio bem. Para poder acabar com você. ”

Resolveu devolver a pergunta.

—Por que você me beijou?

A deusa parecia estar prevenida para receber essa questão, mas ao mesmo tempo, não parecia estar confortável com respondê-la.

—Eu precisava testar uma coisa. -Respondeu, como se isso fosse suficiente para sanar todas as dúvidas acerca do assunto e não precisassem perder tempo se aprofundando nisso.

—Que coisa? -Poseidon levantou uma sobrancelha, e lançou um olhar de “não vem não que você não vai escapar disso.”

Atena suspirou. Fixou-o bem dentro de seus olhos verdes.

—Se eu tenho ou não sentimentos românticos por você. E se sim, se esses sentimentos são fortes o suficiente para me fazerem querer deixar de ser uma deusa donzela.

O deus ficou tão absolutamente chocado com aquela revelação, e com a capacidade de Atena vocalizá-la, diante de si, como se estivesse dizendo que a cor preferida de Afrodite era Rosa ou que Apolo era bonito, que sua boca se abriu num “o” involuntário. Aquela era a mulher que horas atrás o chamara de Cabeça de Alga, nematódeo, platelminto, anencéfalo, ou alguma versão disso, e ele tinha a mais absoluta certeza que ela preferiria renunciar à sua condição de deusa e ser torturada eternamente das maneiras mais dolorosas possíveis no Mundo Inferior do que admitir ter um sequer sentimento positivo em relação a Ele. E ali estava ela admitindo. Não só isso, como falando sobre renunciar ao seu voto, a coisa que ele sabia ser mais preciosa e sagrada para ela em toda sua existência.  Aquelas cartas que escrevera só podiam ter sido enfeitiçadas por Lans com alguma droga alucinógena, porque não era possível que só por lê-las a deusa tivesse se transformado tanto intimamente. E no entanto, sim, ela se transformara.

Ao mesmo tempo em que tudo isso passava em sua cabeça, Poseidon tentava transparecer calma e indiferença. Coçou a parte de trás da cabeça, despojadamente.

—Uhum. E qual foi o resultado desse teste?

Atena apenas sorriu como uma criança que descobrira que ia ganhar o presente de natal adiantado.

—Ah, você está curioso, Poseidon? -Ela ergueu uma sobrancelha, cínica.

—Si...-Ele entendeu imediatamente o tipo de jogo que ela queria jogar, e lamentou-se ter demonstrado naquele segundo de fraqueza o quanto estava surpreso pela revelação da deusa. --NÃO! Quer dizer...É só que o assunto tem a ver comigo, não é? -Arrumou uma forma de justificar-se, tornando plausível seu interesse pela questão.

A loira balançou a cabeça de um lado para outro, em clara contrariedade.

—Isso não tem absolutamente nada a ver com você, uma vez que você afirmou, há não muito tempo que não sente nada por mim. Além de ódio, desprezo, nojo, entre outras coisas. É óbvio que as coisas seriam diferentes, se você me dissesse que está apaixonado por mim...

Ah, Atena sabia jogar bem. E como sabia. Não era à toa que ela era a deusa da estratégia. Agora tudo aquilo fazia sentido. Toda aquela revelação dela e de seus sentimentos.

O que ela realmente queria era uma confissão dele.   

E embora fosse exatamente esse o plano dele e de Alana, dizer que estava apaixonado por ela, estragaria tudo se fosse assim mão beijada, e não parecesse uma conquista. As mulheres odiavam o que vinha fácil demais. Esnobavam e desprezavam. Tinha que ter certeza dos sentimentos dela primeiro, antes de confessar os seus.

Era muito capaz de dizer “Eu estou apaixonado” e ela dizer “O teste provou que não sinto coisa alguma. Estou aliviada.”

Além disso, para Poseidon era quinhentas vezes mais difícil dizer algo sobre sentimentos para Atena, porque quando confessasse, sabia que, enquanto dissesse as palavras, não seria tudo 100% mentira...  

Maldita Palas.

—Ok, Atena, já saquei o seu joguinho. Boa tentativa. Mas não vai rolar, tá legal? -Revirou os olhos, irritado como realmente estava. -Você disse que ia tirar conclusões lendo minhas cartas. Não foi suficiente?

—Elas são bastante conclusivas, de fato. -A deusa assentiu, concordando com ele sobre o que ela dissera anteriormente. Havia inúmeras provas que Poseidon estava apaixonado naquelas cartas que ele havia escrito para a deusa. Infelizmente, não era o bastante. -Porém, não enquanto você continuar se fazendo de imbecil. Eu quero ouvir dos seus lábios. Que você está apaixonado...Ou melhor- Ela pareceu ter uma súbita ideia. -Que você me ama.

Poseidon teve que se controlar para não deitar no chão em posição fetal e começar a gargalhar até o fim dos tempos.

—Acho bom você esperar sentada.

A loira bufou.

—O que eu mais tenho, nessa bolha, é tempo para esperar...-Olhou ao redor, observando as paredes e os livros do lugar onde estava, como se eles as sufocassem. - Suponho que pretende me manter aqui presa. -Afirmou, num tom de lamento, e ao mesmo tempo de conformismo, como se já soubesse que era isso que iria acontecer.

—É evidente. -O moreno achava ridículo ela sequer considerar a possibilidade de ser liberta um dia.

Atena parecia testar se conseguia derreter a cabeça dele só com os olhos.

—Eu não vou tornar as coisas fáceis para você, Poseidon. -Ameaçou. -Quando você me sequestrou, eu achei que isso era a pior coisa que poderia acontecer comigo. Eu quis literalmente virar uma mortal, para poder morrer. Nunca chorei tanto. -Ela tinha reminiscências amargas de seu primeiro dia na redoma. -Mas eu sou a deusa da guerra. Eu vou usar isso a meu favor. Você pensa que eu vou sofrer aqui dentro, mas quem vai sofrer será você. E quando eu terminar, você vai desejar nunca ter me provocado.

O deus ouvia tudo com profundo tédio e desdém.

—Você não pode fazer nada sem seus poderes, Palas.

—Eu tenho outros poderes. Poderes femininos. Poderes que você nem imagina.  

—É mesmo? -Ele franziu o cenho. -Mostre-me um deles então. Estou intrigado...

Ela parecia satisfeita por ter sido questionada. Apenas lançou um olhar de desprezo para ele e ordenou, enquanto se direcionava à saída do aposento:

—Siga-me.


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Notas finais do capítulo

Não mereço, mas...Reviews?