O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 22
Capítulo 21- Beijos para amigos, dor para inimigos


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu demorei um mês e meia semana. Eu sou uma folgada muito ocupada, cuja inspiração foge pras colinas e que não merece leitores tão bons como vocês. Mesmo assim, espero que não desistam de OS...Planejei tanta coisa pra essa fic...E pretendo cumprir, mesmo que ainda escreva quando tiver 90 anos e estiver gagá. Não me odeiem, please. Amo vocês, mesmo que vocês desconfiem muito *o*



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Capítulo 21 - Beijos para amigos, dor para inimigos

Atena nunca havia se considerado uma deusa curiosa. Tão pouco invasiva e ansiosa. Nunca, pelo menos até aquele momento.

Ela sabia que não era certo invadir a privacidade dos outros daquela forma. Na verdade, viria a se sentir inevitavelmente culpada agindo assim. Invertendo os papéis mentalmente, sabia que preferiria viver no Mundo Inferior a ter que viver em um Mundo onde seu inimigo soubesse de tudo que ela preferia deixar enterrado para sempre.

Porém, havia a diferença de que tudo o que Atena gostaria de enterrar estava apenas em sua mente, e não registrado em lugar algum. E é claro, se estivesse registrado, ela jamais esconderia num esconderijo tão fajuto e clichê como aquele. Poseidon tinha mesmo miolos de caracol se achava que ninguém poderia descobrir aquele lugar, ou uma senha que se intitulava “senha”. Aquilo ia até além dos padrões normais de inteligência dele. Havia conseguido sequestra-la, como não poderia conseguir um bom esconderijo?

Bem, é claro que não se poderia descartar a possibilidade de não ter nada de relevante naquele belo caderno de capa preta. Poseidon poderia muito bem ser um oculto fã assíduo de Death Note, criando réplicas e querendo ser mais “Kami” do que já era. Nunca se pode saber.

O fato, é que Atena não podia evitar de ultrapassar as barreiras de ética, que estavam a fazendo resistir diante da compulsão que aquele caderno exercia nela. Tentando deixar a mente em branco, ela simplesmente avançou com os dedos, e permitiu-se ter a sensação de tocar no caderno. Suas esperanças de Poseidon ter sido pelo menos um pouquinho inteligente se desfizeram em milhões de pedacinhos quando nada aconteceu ao vibrar do toque.

Talvez aquele fosse mesmo apenas um caderno normal... Talvez estivesse ali apenas camuflando algum outro tesouro secreto...Talvez Poseidon fosse mesmo fã de Death Note...Nunca se pode saber.

Mas suas suspeitas se provaram ser vãs.

Definitivamente, havia algo escrito naquele caderno. Algo misterioso...Algo proibido...Algo que ela jamais deveria ter a chance de acessar. Ela soube disso a partir do momento em que virou aquela capa negra e fria e se deparou com uma caligrafia torta e irregular, que só poderia pertencer a Ele...

Só que já era tarde demais. Seus olhos já estavam consumindo o papel. E muito provavelmente demorariam para conseguir parar... Porque a folha estava datada, como numa carta. Mas não uma carta comum. Porque cartas comuns não começariam com “Cara Atena”...

x-x

O Palácio dormia. Lá fora, o que já parecia soar muito distante do mundo deles, tudo dormia em uma sinfonia de paz, suspiros e silêncio.

Porém, era óbvio que se Poseidon não tivesse a divina habilidade de trancar os sons do aposento, deixando-o à prova de invasões desagradáveis, nenhum de seus aliados ou serviçais conseguiria permanecer acordado aquela noite por mais do que alguns minutos.

O fato é que Lans tinha sido brindada com belas cordas vocais, e sabia manejá-las muito bem quando o assunto dizia a respeito de....uhn... gemer. Quer dizer, se é que aquilo poderia mesmo ser denominado de gemido. Pareciam-se mais com gritos. Excitantes e à beira do delírio, claro, mas ainda assim gritos.

Afinadamente longos, eles enchiam os ouvidos de Poseidon, que, mesmo já tendo o ego tocando os limites da exosfera, o tinha inflado cada vez que um daqueles gritos acompanhava um espasmo de prazer do corpo dela. Ainda não estava nem prestes a se cansar do que fazia, portanto era de certa forma um orgulho deixa-la assim com tão pouco de si. Às vezes parecia que se esquecia de quem era, e do quanto destruidoras poderiam ser suas capacidades... Todas elas.

Mas se Alana estava cansada, não deixava transparecer em seu rosto perigosamente sensual. Quer dizer, era bem provável que ele a estivesse matando progressivamente, mas isso na concepção de Lans parecia ser uma grande vantagem. O volume de seus gritos aumentou, e aumentou, enquanto ele acelerava o ritmo, como se quisesse desafiá-la até o máximo que fosse capaz de aguentar. Até que ele mesmo se surpreendeu ofegando, depois que ela arqueou os quadris. E o ápice veio num instante, levando todas as preocupações e problemas que pudesse ter.

Pela segunda vez naquela noite.

Longe de ser o suficiente para Poseidon.

Enquanto se deixava rolar pelo tapete, dando alguns minutos de folga para ela, deitada em cima da mesa, alguns papéis de estratégia de guerra antigos grudaram em suas costas. Enquanto tirava sua roupa, Alana os havia arremessado todos da mesa para o chão. Assim como o tinteiro, seus enfeites maritimamente personalizados, algumas pastas e outras coisas insignificantes. Não era algo para muito se importar, considerando que não havia nada ali que realmente prestasse. Suas estratégias, por mais custoso que fosse admitir, já estavam meio ultrapassadas.

O escritório estava uma bagunça, dos tapetes às estantes aos sofás, todo e qualquer lugar por onde ele e Lans haviam passado em sua disputa erótica. Parecia que havia passado um furacão por ali, e ele não se achava nem um pouco contentado. Sempre parecia que estava faltando alguma maldita coisa para deixa-lo plenamente satisfeito.

Ele era, indubitavelmente, um deus muito exigente. Mas não estava nem aí para isso.

-Pronta para o round 3?

Ele esperava que ela protestasse ou pedisse alguns minutos de clemência, mas sempre se esquecia de com quem estava falando.

-Eu estou sempre pronta, meu amor. –Alana expulsou uma gota de suor dos cabelos, e deslizou da mesa para o chão, com algo de felino no ato. Ela se equilibrou em seus saltos –a única peça que lhe restara- e caminhou até onde ele havia rolado. Lenta e ingênua, quase parecia que ela havia saído de uma brincadeira de crianças. Ao alcança-lo, colocou o sapato sob seu tórax, exercendo uma pressão quase sádica, que o fez perguntar-se aonde ela queria chegar com aquilo. Quase como se estivesse ouvindo seus pensamentos, ela murmurou incisivamente: - Mas antes, eu quero que você me dê outro tipo de prazer... –Ela não o deixou perguntar o que esse “outro” poderia significar. Caiu elegantemente no chão ao seu lado, apoiando a cabeça no cotovelo esquerdo e sorrindo maquiavelicamente. –Nós dois ainda não conversamos sobre minhas habilidades artísticas e criativas. Elas surtiram efeito ou não?

-Bem...O que você quer saber? –A verdade é que Poseidon sabia o que ela queria ouvir, mas não estava exatamente com muita vontade de narrar.

-Isso não necessita de especificidade, Poseidon. –A cor dos olhos dela vibrou, e havia algo de exigente e desconfiado no tom que usava. - Eu quero cada detalhe, desde o momento que eu saí daquela casa.

Ele sabia que não podia deixa-la se acostumar a ter toda aquela autoridade. Lembrava muito outra pessoa. Na verdade, naquele tom de voz não restava nada da Alana de outrora: apenas uma simples náiade, tão viciada em coisinhas fofas e românticas que chegava a irritá-lo. Só restava a recente Alana, a sexy-Lans, e ele sabia que deveria gostar mais dela assim. Era só estranho. Era difícil acreditar que alguém pudesse mudar de água para vinho da noite para o dia. Mas ele já se convencera de que ela só fora ingênua para poder se aproximar. O que fora muito inteligente de sua parte, afinal. A inteligência dela o assustava, às vezes. Era boa em deduzir o que os outros estavam pensando e os planos que mirabolava conseguiam ser...bem...diabólicos, às vezes. Mas eram úteis, e por isso não iria censurar sua autoridade.

-Bem...suas habilidades artísticas são boas, porque Atena acreditou que eu estava apaixonado por ela, e inclusive teve a audácia de jogar isso na minha cara...

Os lábios dela se entreabriram quase instantaneamente às palavras.

-Sério?? Você só pode estar brincando! Tão fácil, assim? -Ele se limitou a assentir sobre a empolgação que nela causou. Nunca imaginara que alguém pudesse sonhar tão intensamente como ele em reduzir Atena às cinzas. –Ela não desconfiou, nem nada do tipo?

-Hm...Se o fez, não demonstrou. Mas eu fiz questão de afirmar que era mentira, para não levantar suspeitas. Como você mesma sugeriu. Ela parecia até um pouco...envergonhada. –A verdade é que os rubores periódicos da deusa Atena eram meio difíceis de se esquecer. Custavam a vir, mas quando vinham, desbancavam toda autoridade e regência que a loira impunha.

Ficar deitada pareceu ser demais para Alana, que se levantou, remoendo-se de excitação. Os olhos desviavam-se para todos os lugares, em sua complexa rede de pensamentos.

-Ótimo. O importante agora é não vacilar. Estamos lidando com um oponente forte. Isso não se pode negar. Mesmo encurralada, ela é uma deusa, e tem conhecimento e estratégias suficientes para nos desbancar se nossos planos não forem inteiramente impecáveis. Atena tem que ficar totalmente crente que você a ama, antes de darmos o próximo passo. E só vamos adquirir esta certeza depois que ela ler o caderno.

Era nesses momentos que ela o assustava. Nem parecia estar discutindo seus planos com ele. Parecia que estava agindo sozinha e que enchia-se de prazer com as próprias palavras. Além de ajuda-lo a vingar-se de suas humilhações, o que mais que ela poderia querer tirar daquilo? Sem dúvidas ela não se esforçaria tanto só para vê-lo satisfeito. Ou se esforçaria?  Ela era só uma náiade qualquer, mas também era um poço perigosamente cheio de mistérios.

E é claro que ele também seria um mistério, e agiria friamente, sem verbalizar possíveis pensamentos arriscados.

-A essa altura, eu tenho certeza absoluta que ela já tem o caderno em mãos. Atena tem uma lógica perfeita, e aquele esconderijo é mamão com açúcar. Até eu poderia encontra-lo, mesmo que não soubesse de sua existência. E aquela senha não é um pouco exagerada, Lans? Me faz parecer um babaca.

Alana ficou em silêncio por alguns simplórios segundos, mas depois não conteve o riso. Aproximou-se dele e começou a fazer desenhos suaves com os dedos em sua face, docilmente risonha.

-Você não diz que Atena o considera o maior babaca de todos, Poseidon? A questão aqui é prever os pensamentos dela. Se ela te acha mesmo um babaca, jamais pensaria que você arquitetou tudo aquilo com o único propósito de ela achar o caderno. Colocar uma senha mais complexa seria desafiar essa lógica...Se você colocasse algo mais difícil não seria um completo idiota, e isso poderia fazê-la refletir nas possibilidades.

Poseidon arregalou os olhos. Imitou-a, e sentou-se também, de frente para ela. Expulsou, meio que violentamente, a mão que desenhava em suas bochechas.

-Como você consegue pensar nessas coisas? –Ele definitivamente estava zangado. -Está fazendo com que eu me sinta estúpido, como Atena faz. Eu não deveria dizer, mas a verdade é que eu jamais anteciparia algo assim.

Alana não temeu sua onda de fúria. Aliás, nem sequer alterou sua expressão de doçura.

-É por isso que eu estou aqui, meu querido. Eu sirvo para completar você. Unindo meu intelecto com a sua força, nós somos invencíveis. – Ele já havia se acalmado o suficiente para que ela voltasse a se aproximar dele, lentamente. Dessa vez, levantou o queixo dele até seus olhos se encontrarem numa onda de vibrações. E deixou seus lábios pairando a centímetros um do outro. – Juntos, somos mais invencíveis do que Atena e seu tão querido papai. E não me compare com a escória que ela representa, por favor. Eu não o considero nem um pouco estúpido, Poseidon. Não ouse querer se subestimar. Eu preciso do seu ego à tona, nesse momento.

Ela piscou antes de beijar o canto de seus lábios.

Poseidon estava confuso para fazer qualquer coisa que não permanecer estático até ela se afastar.

-Mas...Nem parece que estamos discutindo o sequestro de Atena, e como eu me vingarei dela, Lans. Você está pensando em algo mais, não é? Algo bem maior do que só quebrar o coração dela até ela se arrepender de ter me provocado...

A ruiva sorriu mais uma vez.

-E depois vem me dizer que não pensa como eu... Você está certo, meu amor. Plenamente certo. O sequestro foi só a primeira fase de algo bem, bem maior. Você não vê?

Poseidon resmungou algo ininteligível.

-Não consigo enxergar nada que não seja a minha tão prometida vingança para quem só sabe me humilhar.

Ela anuiu, felicitada.

-Mas é exatamente isso que você precisa enxergar. Vingança a quem te humilha. Você é o melhor deus de todos os olimpianos, Poseidon. Não só Palas Atena, quem quer que ouse te humilhar, merece ter tudo escorrendo por água abaixo.

Naquela tarde, o discurso de Lans havia sido sobre como ele deveria se vingar de Atena quebrando o coração dela em incontáveis pedaços, e não só a mantendo confinada. Ele tinha achado uma ideia genial no inicio, e aprovado de cara, dando continuidade às ideias que levariam a isso. Agora, o discurso dela estava mudando. Já que o amava tanto, por que ela não abria a boca toda de uma vez?

-Quero saber tudo que está planejando, senhorita Alana.

Ela balançou o rosto negativamente, com os cabelos ricocheteando nas bochechas de uma forma que até poderia ser chamada de pueril. Se seus olhos amarelos não estivessem tão abertos e cínicos.

-Ainda não é tempo, amor. Tudo o que você precisa saber é que a ideia do Sequestro foi a ideia mais genial que você poderia ter tido. Não só para uma simples vingança, mas para sua própria ascensão... Também quero que saiba que com a minha ajuda você vai encontrar os caminhos que você já merecia ter. Tudo que eu quero é você, e também que você esteja no lugar onde merece estar. E se puder, quero estar a seu lado, a todos os instantes. –Ao mencionar isso, sua comoção estava tão no auge que ela não pode evitar beijá-lo alegremente, por mais uma vez. –Por último, o que deve saber é que conquistar para depois quebrar Atena, é a nossa segunda etapa.

Poseidon tentou não se deixar afetar, mas a forma com que ela sobrepunha as palavras, e depois pressionava os lábios contra os seus, o deixava totalmente hipnotizado. Não sabia ao certo ao que ela se referia, mas temia que chegasse ao ponto de ser ele quem rastejasse aos pés dela. Aparentemente, tudo que ela visava era em prol dele e de seu benefício. Mas por quanto tempo seria assim? Se tinha algo que aprendera com sua família, é que não devia confiar em alguém que não fosse ele mesmo. Entretanto, era inegável que Lans o amava. Ela já tinha feito de tudo para chegar ali. E ela o compreendia, na maior parte do tempo. Não podia dizer que a amava...mas a desejava, e com o tempo poderia aprender a amá-la. Talvez devesse confiar nela e em tudo que dizia.

Talvez, não. Com certeza.

-Eu ia perguntar se era mesmo necessário fazer Atena se apaixonar por mim, mas parece que já tenho minha resposta.

A ruiva se alarmou intensamente ao ouvi-lo.

-Poseidon, nessa altura do jogo, você não pode nem mesmo titubear sobre isso. Atena tem que ficar convicta de seu amor, e você deve possuí-la como uma peça no nosso jogo, para depois poder rachá-la. É o melhor jeito de vencer, e de se vingar. Atena luta com a lógica. É disso que ela entende é para isso que ela vive. Mas ela não entende nada sobre o amor, ou sobre paixão, e esse é o calcanhar de Aquiles da nossa loira. Você tem que fazer isso!

-Sim, eu não disse que não faria, Lans. É só que... –Poseidon coçou a cabeça, repentinamente desconfortável.

-O que foi?

Suspirou.

-...Do jeito que você fala, até parece que eu vou acabar enviando a essência de Atena ao Tártaro. Eu quero me vingar da petulância dela, apenas isso. –Cruzou os braços.

Foi a primeira vez naquela noite que ele presenciou frustração no olhar de Alana depois de dizer alguma coisa. Sabia que não era fácil argumentar com ela, mas tinha que tirar esse peso que o estava atormentando antes que fosse muito tarde. Ela se acalmou depois de alguns segundos, e a cor voltou ao seu rosto com um sorriso convincente.

-Meu amor, se você não expandir esses seus horizontes, vai ficar sendo para sempre Poseidon, o rebaixado. Poseidon, aquele que nunca ganha nada. Poseidon, aquele cuja opinião pode ser descartada nos Conselhos Olimpianos. Poseidon, o mais inútil dos Três Grandes. Poseidon, aquele que não é nem um pouco páreo para vencer Atena. É isso mesmo que você quer...? – A ruiva provocou.

-Não, é óbvio que não! – Ele exclamou fervorosamente, descruzando os braços só para depois juntar as sobrancelhas. –Eu só não acho que é necessário tomar medidas muito drásticas demais... Quer dizer, eu conheço Atena há milênios e...

-Sim, você conhece. Milênios de ódio, de raiva e de rancor. Por milênios de frustração que ela passou apenas pisando em você... Seja sincero, Poseidon, antes de prosseguirmos com tudo isso. Você tem algum tipo de sentimento por ela que não o ódio?

O olhar de Alana era bastante incisivo, e exigia rapidez mas isso não o impediu de hesitar por alguns segundos antes de responder...Só por alguns...Em que sua mente ficou preenchida de reminiscências, desde a primeira vez que avistara Atena, quando ela era apenas um projeto irritante de deusa...Até o momento atual...Uma deusa, que mesmo mais nova e com menos poderes, parecia sempre ter mais potencial do que ele jamais teve...Perguntou-se mentalmente se sentia alguma coisa por ela, qualquer coisa, que não fosse o ódio e o rancor que guardava das inúmeras vezes que ela o derrotara... Enquanto isso seu subconsciente visitava a imagem de seus olhos cinza-frios e seus cabelos loiros...Assim como a impressão do sabor da pressão inocente dos lábios dela...Quase encontrou uma resposta diferente da satisfatória, nessa fração de segundo. Mas se recordou instantaneamente de quem era, e de que não havia espaço para arrependimentos ou comiseração em sua existência.

-Não. –Sua voz deslizava quase tão fria quanto um punhal de gelo, e parecia pesar meia centena de toneladas. - Eu definitivamente odeio Atena. E sempre quis vê-la na lama. Assim como Zeus. 

Alana, de repente, pareceu mais à beira do êxtase do que jamais estivera durante a noite toda.

-Perfeito...Simplesmente perfeito. Eram essas as palavras que eu queria ouvir. Você é o escolhido, Poseidon. – Ela voltou a correr os dedos suaves por sua face, olhando-o quase como se o tivesse redescoberto depois daquilo. –Veio para vencer. E sou eu quem vai estar ao seu lado quando a glória e a felicidade o alcançarem. -Ele mal percebeu o quanto ela parecia divina também, com aquele fulgor nos cabelos, nos olhos, e nos lábios, enquanto entrava nele. - Você vai ver...

Sim, ele precisava ver. Antes que fosse dominado por aquela sensação estranha e ruim que naquele instante pareceu deitar-se e emaranhar-se como gavinhas em seu coração...

x-x 


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Notas finais do capítulo

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