O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 13
Capítulo 12 - Você é sincero?


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei demais. Éons. Como sempre. Sério, eu não o culparia se desistissem de OS. Eu sou mesmo uma idiota. Mas agora, pelo menos tenho um cap reserva *-* então, não vai ficar tão dificil! Esse cap tá meio bobinho, mas garanto que o próximo vai compensar hahaha *-*
Beijinhos!
Amo vocês (:



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Capítulo 12. - Você é sincero?

"Por que um de nós, ao menos, tem de ser. "

Poseidon não ousou mais entrar no banheiro depois que Atena cumprira o trato. Sabia que se o fizesse, corria um grande risco de levar uma sabonetada no nariz (o que, convenhamos, não seria exatamente agradável). E ele queria deixa-la acalmar seus ânimos depois do que havia acontecido. Se preparar para a próxima tarefa.

 Mas Atena não sabia disso, e estava extremamente desconfiada. Depois do que acontecera ali dentro só podia levar a lição de que não devia, sob nenhuma circunstância, duvidar da ousadia dele. Se bem que o próprio fato de ela ter sido sequestrada já era uma prova bem substancial de que ele não estava nem um pouco a fim de agir de forma comportada. E isso, mesmo que ela fosse orgulhosa até o último fio de cabelo para admitir, a amedrontava. Afinal, eles ainda estavam no terceiro dia de sequestro, e já tinham até mesmo tomado BANHO juntos. Que outros tipos de loucura Poseidon seria capaz de fazer com ela depois disso?

Qualquer coisa nesse mesmo patamar já era suficientemente assustadora para fazer Atena querer se encolher debaixo de um cobertor bem quentinho e aconchegante.

 Quer dizer, tudo bem então, ela tinha que confessar pelo menos para sua própria mente: não, não havia sido assim, tão horrível quanto ela imaginava que seria, tomar um banho com ele.  Apesar dos eventuais desconfortáveis olhares que ele costumava lançar, numa tentativa safada de ver alguma coisa, ele não tentara fazer nada que a deixasse mais constrangida do que a própria situação em si. (Ela provavelmente arrancaria os olhos dele se ele tentasse, mas bem, isso não vinha ao caso). E também não fora tão torturante, deixar que suas mãos corressem pelos cabelos dele. Eles...Infelizmente eram sedosos e se entrelaçavam com perfeição entre os seus dedos. Assim como, apesar de ser a cena mais esquisita de sua vida, deixar ele se abrigar entre suas pernas e esfregar suas costas não lhe tinha causado repulsa. Um certo incômodo talvez, mas não repulsa, como deveria ser. Era mais como se ela se preocupasse que algo de errado pudesse acontecer, mas ao mesmo tempo ficasse hipnotizada com sua facilidade de esquecer tudo isso e apenas...se divertir. Sorrir.

Atena sabia que era realmente semi-impossível alguém fazê-la sinceramente se divertir e sorrir. Por alguma razão (bem, talvez ela ligeiramente soubesse qual) havia se tornado assim. Fria. E mal dava para acreditar que Poseidon conseguira reverter isso no que fora também a situação mais constrangedora de sua vida (ela mal acreditava que ele estivera desprovido de todas as vestes ali dentro!). Normalmente, ele só conseguia deixa-la furiosa. Era estranho perceber que não era mais totalmente desse jeito.

Enfim, enquanto tomava seu banho (agora, ela finalmente conseguia relaxar, e tirar a roupa, obviamente) decidiu não pensar em como tudo aquilo estava confuso em sua mente. Afinal, ela era Atena, e odiava com cada partícula de seu ser ficar confusa. Portanto, quanto mais pudesse evitar essa sensação, melhor seria.

O banho durou até a espuma se dissolver por completo, e Atena refletiu que estava correndo um grande risco. Não dava para ignorar para sempre que havia um deus pseudo-tarado do lado de fora do banheiro, cuja paciência ficava a um milhão e trezentos e dezenove mil níveis abaixo de zero.

Saltou da banheira (não se esquecendo de deixar a água escorrer), e pegou a toalha branca que havia encontrado (uma raridade, no meio das tralhas que uma mala rosa-shocking possuía), e envolveu-a no corpo, preparando-se psicologicamente para a tortura que vinha por aí. Vestir-se.

Argh.

Tudo bem, de certa forma era estranho considerar o ato de se vestir um verdadeiro mártir. E Atena não consideraria isso de forma alguma, porém antes ela não tinha as malas rosa-shocking como única opção. Só mesmo Poseidon para querer vê-la sofrendo vestida com aquelas coisas. Não eram roupas, definitivamente. Mas pelo menos conseguiam ser melhores que o Uniforme de Empregada-Stripper que ela tivera que usar. Não que isso fosse muita coisa, considerando que vestir uma folhinha minúscula era melhor do que vestir aquilo.

Ela acabou ficando, desgostosa, com uma das peças menos esdrúxulas da mala, que consistia em um vestido da Hollister, que nem chegava perto do comprimento que Atena gostaria, mas pelo menos não era tão curto como o uniforme ridículo.

Era totalmente branco (apenas cortado por um laço azul-marinho que marcava sua cintura). Possuía, felizmente, um decote razoável, mas em compensação, era no estilo tomara que caia, o que ela considerava estritamente desnecessário e irritante.

 Penteou os cabelos e ajeitou-os de uma forma que considerou bastante bonita, com as pontas ainda levemente molhadas exalando um perfume cítrico.

Não tinha uma opinião definida sobre seu reflexo no espelho.

Ela não era egocêntrica como Poseidon para se olhar ali e achar que era encarnação da pura perfeição física, é claro. Mas também não se achava uma sem-graça, como ele às vezes dizia que ela era. Não que a opinião dele importasse, é claro. Muito provavelmente ele devia estar mentindo. Sua posição como deusa e seus cuidados nutricionais sempre lhe confeririam uma boa aparência. Não tão escandalosa como a de Afrodite, logicamente. Apenas...sua aparência,não tão exagerada nem tão desleixada. Mas isso já era suficiente.

Quando saiu do banheiro (perguntando-se porque passara tanto tempo refletindo sobre ser ou não bonita, já que não havia nenhum motivo para ela querer estar bonita), deparou-se logo de cara com um folgado Poseidon jogado na cama. De braços e pernas abertos e esticados, e com uma expressão de alegria infantil em seu rosto, ela, de imediato, associou-o com um saco de batatas. Porém muito mais sádico, irritante e preguiçoso que um. Considerando uma realidade alternativa onde sacos de batatas não são inanimados, é claro.  

Havia também mais uma surpresa, talvez não tão ruim para seus olhos, mas definitivamente horrível para seu pudor: ele AINDA não estava corretamente vestido.

Atena se recusava crer que em todas aquelas horas que ela passara tomara banho, a única peça que ele criara coragem para vestir fora uma cueca da Calvin Klein. Er, não que Atena tivesse ficado reparando para o entalhe do nome da marca no tecido. É óbvio que não. Foi convivência com Afrodite que conseguiu influenciar sua identificação de marcas, apenas.

Bem, de qualquer forma, era inaceitável que Poseidon estivesse naquele estado. Será que ele estava pensando em tornar aquilo um hábito? Ou pior, será que ele estava tentando tornar aquilo uma estratégia para seduzi-la ou coisa do tipo? (Não que estivesse funcionando, é claro.Óbvio que não estava nem perto,se fosse esse o plano.)

-Posso saber por que você ainda está nesse horrível estado? – Atena foi incisiva, usufruindo do tom de voz mais seco e indiferente que conseguiu produzir, na esperança dele se tocar ou qualquer coisa que o fizesse colocar roupas mais adequadas.

-Horrível?! – O deus pareceu despertar de seu transe, que felizmente havia passado despercebido por Atena, mas havia acontecido logo que ela saiu do banheiro, em seus passos calmos e charmosos, perfumada e arrumada, e ficara fitando-o com uma expressão repreensiva no rosto. Poseidon, que estivera deitado na cama durante aquelas horas, com o olhar fixo no teto, não estava exatamente pronto para se deparar com uma Atena vestida daquele jeito de repente, e logo em que a viu seus pensamentos começaram a trilhar perigosos caminhos, que o faziam sorrir de orelha a orelha. Isso até ela “cumprimenta-lo” com aqueles “elogios graciosos” que quase nunca queriam pisar em seu ego. –Então você com certeza quer ganhar esse “horrível” de presente de natal.

Ele fez aspas com as mãos, encorajando firmemente o próprio ego,que havia sido pisoteado a poucos segundos. Com ele e Atena no mesmo ambiente,porém,não era de todo inesperado que as duas coisas acontecessem frequentemente.

Atena somente revirou os olhos.

-Só se for para espancar o Papai Noel depois de receber.

-Aham, tá. Se iludir faz tão mal...Você sabe disso, não é Atena?

Ele ergueu uma sobrancelha, e a deusa cerrou os punhos ao ouvir seu nome sendo pronunciado com aquele sarcasmo insuportável.

-Sei sim, muito bem. Quem não sabe disso é você. Vive se iludindo em relação a tudo!

-Hm...Como o quê, por exemplo? –Ele ainda não estava tão irritado quanto ela imaginou que estivesse assim trocou sua posição de deitado (displicentemente) para sentado (tão seriamente quanto possível), na cama.

Mas sem dúvida aquela conversa estava instigando-o.

-Como quando você diz que eu sou ridícula.

-Haha, espera aí. Onde está a ilusão nisso?

Atena se limitou a bufar.

-Nós dois sabemos muito bem onde está, Poseidon.

-Ah, é? E o que a faz pensar que eu não a acho ridícula de verda...

-Simples. – Ela o interrompeu com um sorriso glorioso, antes mesmo que ele pudesse continuar com a afronta. –O jeito que você me olha quando acha que eu não estou vendo você olhar. É mais do que uma prova substancial.

Poseidon a encarou como se ela tivesse acabado de dizer que o vira abraçando Zeus, ou que ia se mudar para o Hades,ou que apoiava o juramento de Ártemis,ou qualquer outra coisa do gênero.

Depois, deu de ombros, com uma indiferença forjada.

-Se é isso que asco representa pra você.

Se a deusa não estivesse tão convicta de suas certezas, teria acreditado no teatro dele. Sem dúvidas, ele conseguia ser excelentemente falso!

-Qual o seu problema em admitir que eu sou bonita de uma vez por todas, Poseidon? – Atena cruzou os braços, demonstrando pela primeira vez uma verdadeira irritação em relação a insistente negação do deus. Por algum motivo, que ela não sabia ditar, queria que ele admitisse aquilo de uma vez por todas.

Ele, por sua vez, se ergueu da cama, para que pudessem se olhar mais de perto.

-Nenhum. Eu não tenho problema nenhum, Atena. Eu sei que você é bonita. –A deusa arregalou os olhos quando ele finalmente confessou, com todas as letras, sílabas e palavras, o inacreditável.  Os orbes até adquiriram um certo brilho de satisfação totalmente inevitável. Seus lábios se abriram também, sem que ela percebesse. Quase não conseguia crer que ele tinha mesmo acabado de dizer aquilo. E em seu transe mal notou que o deus havia se aproximado muito dela naquele período, quase perigosamente.

 Só despertou para essa realidade quando ele pegou uma madeixa de seus cabelos loiros, sem pedir nenhuma autorização, de repente. Ela poderia medir com muita precisão a distância entre suas sobrancelhas,se continuassem assim tão próximos. Perdeu o fôlego, sem ter ideia de como agir diante do que foi totalmente inesperado. Felizmente, ele soltou a mecha de cabelo alguns segundos depois. E lhe lançou aquele olhar enigmático com aquele sorriso idiota de sempre. 

–Mas todas as deusas são bonitas, sabia disso?

-Não. –Por alguma razão, Atena negou de imediato. Deu também um passo para trás. –Quer dizer... –Ela disfarçou quando viu que o “não” com tanta ênfase causara um efeito totalmente indesejado. -Nem todas. Assim como nem todos os deuses são bonitos também.

-Ahaaam. E tenho certeza que vai dizer que eu faço parte desse grupo dos que são feios, não é?

Atena pensou logo em dizer “é”, mas alguma coisa na expressão escárnica de Poseidon a fez refrear-se no último segundo. Pareceria mais uma provocação do que qualquer coisa verdadeira, e ela não podia entregar esse troféu de honra a ele assim tão facilmente. Por isso, apenas deu de ombros.

-Qualquer beleza exterior que você possa possuir, Poseidon, é totalmente distorcida a meus olhos devido a sua inferioridade mental. E à sua completa falta de caráter.

-Hum? –Ele ficou intensamente surpreso pela resposta não ter sido um “é”.-Espera aí. Mas isso quer dizer então que se eu não fosse, na sua opinião, um idiota sem escrúpulos, eu seria um gostosão? –Ele franziu o cenho, como se tivesse deixado escapar algum detalhe no meio de tudo aquilo.

-Não! Quer dizer...Não exatamente. Ah, meu Zeus, você entende tudo errado. –Atena balançou a cabeça em negação, como se se recusasse a ter que explicar aquilo detalhe por detalhe.- Aliás, você também não é tudo isso, ok? Dê logo um jeito nesse seu ego estupidamente grande. Ele não te levará a lugar algum, se quer saber.

-Atena...-Ele murmurou o nome dela como se fosse ele fosse uma poesia irônica. -Meu ego já me levou a lugares que você não seria nem capaz de imaginar. Acredite em mim. Eu não vou mudar. Até porque...-Ele alargou seu sorriso de canto, de modo a enlouquece-la de irritação. -Mesmo você não querendo admitir de vez, eu sou perfeito.

-Ah, tá bom então. –A deusa bufou. Lançou-lhe um olhar faiscante em seguida. - Mate-se, Poseidon. É sério.

-Cara deusa da Sabedoria, alguém já mencionou a você que deuses são imortais?

-Mas eu darei um jeito de descobrir uma forma de reverter isso. – Ela afirmou, ignorando completamente o comentário que ele usou para afetá-la.

-Alguém já mencionou também que você fica bem melhor nesse vestido do que nos trapos que você normalmente usa? –Ele também ignorou o comentário dela, aproveitando para tocar num assunto muito mais interessante que imortalidade: o guarda-roupa estúpido – na mentalidade da deusa,é claro - de Atena.

-Er...É óbvio que não, considerando que essa é a primeira vez que eu uso esse vestido. E minhas roupas estão bem longe de serem trapos, Poseidon! –Sem ele perceber, ela driblou totalmente a parte dela ficar “bem.” -Elas são bem melhores do que esses vestidinhos dignos de Afrodite!

-Hã?!... Como você descobriu que foi ela que os arranjou pra mim?!

5 segundos de silêncio.Tempo suficiente para Atena inflar de raiva.

-Afrodite está por trás disso, Poseidon?

O deus só percebeu o incorrigível erro que cometeu quando, de irritação, a expressão de Atena se transformou em algo que beirava a choque e inconformidade. Por alguns segundos dela ficou parada como se fosse um retrato. Com o único detalhe de que seus olhos cinza relampeavam nos tons mais densos,quase completamente escuros, enquanto suas sinapses realizavam destrutivas conexões.

-Hmm...Ferrou. -Ele afirmou, coçando a cabeça desajeitadamente, quando percebeu que já não tinha mais jeito de consertar. Ela o fuzilou, pressionando por uma resposta bem mais decente do que aquela. –Er, na verdade, ela realmente está por trás de tudo. Eu provavelmente não conseguiria ter te sequestrado sem a ajuda dela... Afrodite realmente foi de grande utilidade. –E eu estou sendo um completo vacilão por dedurá-la. Entretanto, agora que já o balde já foi chutado mesmo....  Poseidon acrescentou mentalmente, justificando para si mesmo o fato de estar descumprindo sua promessa à deusa do amor de manter sigilo sobre seus sujos dedinhos por trás d’O sequestro.

Talvez Atena merecesse a verdade, no final das contas.

-Não....Não pode ser. –a deusa, que definitivamente não estava mais prestando atenção nele desde que dissera o seu último vocábulo, fechou as pálpebras de repente. Era como se seus olhos pudessem começar a soltar raios destrutivos se não o fizesse. -Aquela...Sirigaita...Ignóbil...Pérfida...Malacafenta...Ridícula... –começou a murmurar, entredentes, enquanto espremia os dedos nas palmas das mãos. -...Como ela pode ter me traído desse jeito?

-Ahn...Esses insultos são pra Afrodite?

Ela despertou com a súbita intromissão de Poseidon após sua pergunta retórica, voltando a abrir os olhos, com a íris praticamente conflagrando de ódio. Fechou a cara ao voltar a vê-lo, sentindo um ódio altamente duplicado e perigoso em relação a ele.

-PARA QUEM MAIS PODERIA SER?! A NÃO SER QUE VOCÊ VIRE “POSEIDONA” ÀS ESCONDIDAS, o que eu não duvido nem um pouco, EU NÃO LHE DIRECIONARIA ESSES ADJETIVOS! –Ela o fez recuar, um tantinho ofendido, com a mortal agressividade em suas respostas.- Oh, Zeus!, o que eu fiz para merecer suportar a estupidez desse energúmeno?!... Bem, na verdade nada. Acabo de descobrir que tudo é culpa daquela megera dissimulada, como sempre! Ah, mas eu vou matá-la! Eu definitivamente vou encontrar um jeito de matá-la! Nem que tenha que cortar cada pedacinho para depois carbonizar bem dolorosamente até não sobrarem nem as cinzas! Atena, que doença Poseidon te passou para você conseguir ser assim tão estúpida?! Por Zeus, é claro que você não devia ter depositado confiança naquele projeto oxigenado de mamífero ruminante, mas não...você foi ingênua, é claro! Tsc, tsc, tsc... A verdade é que você sempre quer ser justa, Palas, até com quem definitivamente não merece. Não consegue julgar alguém até que te armem uma cilada e você acabe presa a dois mil metros de profundidade com um pseudo-peixe acéfalo potencialmente tarado, sem nenhum pertence que não seja duas malas rosa-shocking ridículas lotadas de bugigangas lascivas e imprestáveis!

Poseidon estava dividido entre ficar assustado ou dar risada das reações da inimiga, que passara a andar de um lado para o outro, gritando com si mesma como se estivesse insana, e crispando os lábios enquanto cuspia as palavras quase na velocidade da luz. Ela emanava uma raiva que ele só a via demonstrando em suas piores discussões.

Quando terminou de gritar, ofegante, só depois de mais alguns minutos de reflexões (dessa vez, silenciosas) é que ela pareceu se dar conta de que ele ainda estava ali.

-Perdeu o cérebro na minha cara? –Perguntou a loira, completamente mal-educada. –Ah, é mesmo, acabo de me lembrar que você não tem um.

Dessa vez, ele realmente começou a levar a sério os insultos dela, que foram acompanhados de um sorriso incomum, e começou a pensar em uma forma de retribui-los a mesma altura.

-Ei, senhorita estresse, eu não sou obrigado a lidar com esses seus nervos exaltados, tá legal? Tudo bem, confesso que seu surto histérico de minutos atrás até foi meio engraçado, mas acabo de notar que tudo que você está fazendo é gastar tempo do seu dia como minha empregada. Nós temos um acordo. Deixe para espernear, gritar e carbonizar quando encontrar Afrodite pessoalmente. O que acredite, vai demorar, se você ousar ficar discutindo comigo.

Atena ficou “p” da vida com a forma de falar imponente dele, como se ele achasse que ela fosse uma boneca que ele pudesse controlar ou qualquer coisa do gênero. Estava prestes a usar um vocabulário bem chulo e dar de costas para ele, mas então respirou fundo, e percebeu que ele tinha razão. Não adiantava querer brigar agora que ele tinha o poder. Sua situação apenas pioraria. Devia se submeter as condições dele, pelo menos por um período de tempo, para que só depois pudesse reverter isso, da melhor maneira que conseguisse. O que não seria pouco, com certeza. 

-Grrr...Eu te odeio, Poseidon! Mais do que todas as coisas em todo o Universo. 

-Não parece, mas por dentro estou paralisado de choque com a notícia!

Ela revirou os olhos, bufando e preferindo ignorá-lo.

-O que você quer que eu faça como sua maldita empregada?

-Hmmm...-Ele coçou o queixo, forjando que refletia, quando na verdade já tinha uma ideia fixa em sua mente desde a hora em que Atena deslizara as mãos por seu cabelo a horas atrás. –Simples! Você me deixou estressado também, com todo o seu drama pessoal. Preciso relaxar. Necessito de uma massagem. Nas costas, nos ombros, na nuca...-Ele ia alongando os músculos dos respectivos lugares enquanto falava, e Atena teve de revirar os olhos por conta do exibicionismo mais que irritante dele.- ...Espero que suas mãos estejam bem macias, pois é essa sua próxima tarefa, Atena


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Notas finais do capítulo

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