O Sequestro escrita por Lívia Black


Capítulo 11
Capítulo 10 - Algo Que Eu Nunca Poderei Ter.


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAH, me desculpem! Sério, não tenho nem como descrever o quanto eu me sinto irresponsável por essa demora! Mas eu não tive como evitar! Semana passada foi meu aniversário, e eu tive que estudar feito uma condenada por esses tempos, na minha semana de provas! Mal entrei no nyah! :/ Prometo que vou tentar não deixar isso acontecer de novo. Vocês são muito lindos, com esses reviews perfeitos, e merecem capítulos em dia, com muito mais qualidade do que eu acho que os meus tem. Mas enfim, não vou enrolar muito mais. Só prometo que vou tentar melhorar essa droga toda :x
Amo vocês! *-*



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 Capítulo 10 - Algo que Eu Nunca Poderei Ter.

"Alguns fatos são tão inexplicáveis..."


Poseidon havia se cansado de contar as demonstrações de impaciência/tédio da inimiga, há tempos. Enquanto ela varrera e encerara o chão de cada mísero milímetro de chão dos cômodos da mansão subaquática, seus suspiros, resmungos e bocejos foram tão óbvios e frequentes que se tornaram incontáveis. Em contrapartida, ele se divertia e sorria mais que uma criança trancada numa loja de brinquedos enquanto a observava realizar aquelas tarefas típicas de empregada, que ela, sendo uma deusa, provavelmente nunca imaginou que faria. Sem falar que ele adorava vê-la com aquela cara, lhe lançando aqueles olhares de “eu arrancaria seus membros com alegria” a cada cinco segundos.

O mais divertido é que, no momento que ela pensava que acabava, ele dizia, só para enlouquece-la, de que continuava sujo e que ela devia encerar melhor. E a deusa, perfeccionista como era, fazia tudo de novo até por uma questão de orgulho. E tão concentradamente que eles mal trocavam palavras, nem mesmo ela para xingá-lo.

Dessa vez era ele que, deitado no sofá da sala de estar vendo-a esfregar o chão (com tanta vontade que parecia estar descontando todo seu pequenino ódio ali), estava ficando com tédio. Ele tinha que pensar em uma forma de deixar as coisas pelo menos um pouquinho mais interessantes.

-Hm, Atena?

A loira fingiu que não ouviu ele a chamar, e continuou esfregando o piso com determinação, como se estivesse totalmente concentrada no ato, e não devaneando em qual seria a forma mais dolorosa de tortura-lo ou de alguma bruxaria para sair daquele local.

-Não finja que não me ouviu porque eu sei que você não está totalmente conectada ao meu lindo chão.

Os lábios dela quase se escancararam de incredulidade e ela quase perguntou como ele podia saber aquilo, mas no último segundo se controlou. Deixá-lo pensar que conseguia decifrá-la não poderia ser, em hipótese alguma, algo bom.

-O que foi, Poseidon? – Ela perguntou, com evidente relutância e tédio.

-Eu estava aqui pensando...

-Hã? Pensando?!! Quer dizer, tem certeza de que você é capaz de fazer isso?!

Ela sorriu quando o viu revirar os olhos com o comentário.

-Sim, e bem melhor que você, por sinal. –Atena crispou os lábios, prestes a berrar que ele era um energúmeno acéfalo e que por consequência, não possuía as conexões que o permitiriam pensar em qualquer coisa sensata, que no mínimo beirasse aos pensamentos dela, mas ele continuou mais rápido. – Essa seria uma discussão infinita. O que eu queria dizer, antes de você, como sempre, interromper, é que eu acho que você limparia melhor o chão se se abaixasse.

-Estou limpando bem desse jeito, obrigada.

Óbvio que o obrigada foi pronunciado por ela com uma certa dose de sarcasmo.

-Mas eu não quero bem, Atena, eu quero perfeito. –Ele declarou, apenas para fazê-la encará-lo com um cenho franzido e uma insatisfação incontida.  -Abaixe-se e termine de limpar com perfeição. Se é que você é capaz de fazer isso.  

Ele roubou a frase dela com um sorriso vencedor.

-Depois quer provar que tem um cérebro com toda essa criatividade. –Ela praguejou, um pouco baixo demais para que ele pudesse ouvir.

-O que foi, Atena?!

-Nada não, Poseidon. –Ela deu um sorrisinho de inocência falsa, e contrariada, ajoelhou-se no piso, sentindo sua pele gelar. Ela de fato detestava estar usando algo tão ridiculamente curto, que a fizesse ficar com frio, por um motivo tão estúpido. Em contrapartida, percebeu que, realmente, ele tinha razão. Ficava mais fácil perceber e se livrar das partículas de sujeira, quando as via mais perto. Começou a esfregar as imperfeições do piso até elas deixarem de existir, satisfeita pela perspectiva de que dentro de poucos minutos isso estaria acabando.

Agora sim, ele pensou, as coisas estavam interessantes. Quanto mais o corpo de Atena se inclinava para limpar o chão, mais ficava, han...acessível a sua vista as partes dela que até mesmo o uniforme de empregada de sex-shop conseguia cobrir. Cara, se ela pudesse apenas ficar assim o tempo todo, sexy, silenciosa, delicada... ela poderia ser a mulher perfeita.

Mas isso é algo que eu nunca poderei ter. Ele refletiu, com um sorriso de lado, enquanto previa a expressão que ela faria se soubesse que ele achava que daquele jeito ela seria perfeita.

Primeiro, esboçaria algo de insatisfação. Depois, de egocentrismo. As sobrancelhas dela iriam se arquear daquele jeito de sempre, e o canto de seu lábio inferior direito ia se repuxar enquanto ela provavelmente daria um discurso, acusatório, declamando que ela era e sempre fora perfeita e que ele era acéfalo demais para conseguir perceber isso.  Mas ele nunca a deixaria saber que ele pensara que ela poderia ser perfeita. Mesmo que esse pensamento viesse por estar analisando-a de uma forma nada comportada. E nada certa, se tratando de quem ela era.

Mas Poseidon não queria ser um deus “certo”. O certo costumava ser sinônimo de chato para ele.

Diferente de Atena, que demorou para sentir que alguma coisa estava errada, mas quando sentiu logo fez questão de se certificar em relação ao que era.

Ele estava muito silencioso.

E quando ela virava-se de leve para olhá-lo largado no sofá feito um saco de batatas, via que ele parecia sério, como se se concentrasse em alguma coisa. E só depois de muito tempo, esfregando o chão naquela posição e se perguntando o que poderia ser essa “coisa”, é que ela notou que na verdade, sabia o tempo todo o que era. Desde que ele a mandara se abaixar daquele jeito.

Só não sabia como lidar com aquilo, ou mesmo disfarçar de alguma forma indiferente e prepotente que aquilo fazia suas bochechas ficarem vermelhas.

-Quer um babador, Poseidon?

Ela falou sem se permitir pensar, já que duas coisas naquele mundo que não deveriam se misturar, nunca, eram Ele e Sua Vergonha. Porque ele não era digno de causar essas sensações nela. Não deveria ser permitido que ele pudesse causa-las. Não deveria ser tão óbvio que, mesmo com ele negando insistentemente um zilhão de vezes, e fazendo aqueles comentários sarcásticos, ele aparentemente gostava de olhar para suas pernas. E não no sentido de que as observava para poder dizer depois que elas eram finas e desengonçadas demais. Por mais paradoxal que aquilo fosse, e por mais ingênua que pudesse ser, Atena conseguia distinguir na expressão dele que era diferente. Ele olhava para elas com seu lado masculino completamente exposto. E ela não sabia nem nomear o tipo de sensação estranha que a invadia apenas com aquela perspectiva.  

Ele pareceu ponderar sobre o fato de ela ter mesmo dito aquilo, e demorou até ele parar de olhar embasbacado de outras partes para o rosto da deusa.

-Hã? –Ele não se sentiu nada brilhante ao dizer isso, mas o que poderia fazer já que tinha quase certeza de ter ouvido errado? Tipo,era realmente difícil se concentrar enquanto prestava atenção em outras coisas.

-Eu perguntei se você quer um babador. – ela repetiu,de novo com aquele tom característico de quem ensina a uma criança de cinco anos particularmente devagar no entendimento de sentenças,por mais simples que fossem.

Novamente, ele se perguntou se estava com problemas de audição, pois Atena pronunciara as palavras de forma arrogante e natural.

-E porque motivo eu iria precisar de um?!

Ela somente balançou com os cachos, preferindo olhar para o chão ao invés devolver seu olhar de acusação.

-Bem, se eu fosse você aceitaria, antes de recomeçar a olhar as minhas pernas como aqueles cachorros que veem os frangos assando.

Não se passaram dois segundos até ele se sentir ofendido e espantado com a eloquência dela. Quer dizer, Atena era inocente demais para perceber que ele de fato estava olhando, e não só para as pernas dela.

Talvez ela estivesse só tentando ficar ainda mais egocêntrica.

-Ei! Quantas vezes eu tenho que repetir que nunca vou pensar em você dessa forma?!

-Você estava olhando, não pensando. Acredite se quiser, são coisas inteiramente distintas,uma vez que não estamos falando de enxergar,que requere o fator cérebro para processar e interpretar as imagens formadas na retina. –Ela levantou a cabeça apenas para lançar-lhe um olhar sagaz, enquanto voltava a esfregar o chão com um semi-sorriso ao ver sua expressão de bobalhisse.

-Eu.Não.Estava.Olhando.Você.Entendeu ou eu preciso desenhar?

Ela deu de ombros, no chão, mas era óbvio para qualquer um a um raio de quilômetro que ela não estava concordando.

-Se você diz...

Poseidon, orgulhoso, fez um esforço para ficar olhando para qualquer lugar daquela sala que não estivesse relacionado a Atena, e às pernas dela. Ele não a deixaria ter esse tipo de arma contra ele. Não mesmo.

-E eu não pareço um cachorro. –Ele resmungou vencido, depois de algum tempo.

-Aham. –Ele nem percebera que falara alto demais até vê-la concordando, com uma nota de deboche e riso.

-Admita, Atena.

-Tudo bem. Você não se parece com um cachorro. –Só tem o cérebro de um. Ela completou mentalmente, com um sorriso oculto que seus cabelos loiros não o deixaram ver.

Bem, pelo menos agora ele ia parar de fazer aquelas coisas embaraçadoras. Se tinha algo que ela detestava mais até do que ele, era ficar sem graça na frente dele. Muito sem graça, por sinal. Por sorte, ele não tinha notado, mas ela não podia correr mais riscos. Para se prevenir ainda mais, mudou sua posição no chão, de modo que ele só pudesse ver seu rosto se decidisse continuar observando-a.

 Mas nem isso ele estava fazendo agora. Começara a fitar o teto, num teste de seu autocontrole. Quer dizer, ele não achava que Atena iria notar os olhares furtivos (e safados) que ele estava lançando constantemente para ela. E muito menos usar contra ele daquela forma tão atrevida.

Aquilo havia cutucado seu orgulho. Ele não ia continuar inflando o ego dela. Não mesmo. Ainda que fosse difícil não continuar secando-a.

Atena estava se perguntando, enquanto limpava distraidamente os últimos rastros de sujeira do chão, se Poseidon realmente tinha um cérebro de cachorro na cabeça. Quer dizer, parecia, mas era pouco provável.

Então o que o levaria a cometer e falar coisas tão irracionais? Ou até mesmo a ousar olhar para ela?

Porque, é lógico que ela nunca faria isso.

Não tinha motivos para querer ficar olhando-o, também. Ele era um ridículo. Não havia característica alguma dele que despertava a atenção de seus hormônios femininos.  

Hmmm...Tá. Só porque Atena não gostava de mentir para si mesma, e porque ninguém jamais conseguiria ler seus pensamentos, ela admitia que isso não era exatamente a verdade.

Os hormônios femininos, de fato, já haviam percebido o quanto os músculos dos braços dele eram fortes. Hm. Aliás, ele todo era repleto disso. Músculos. Distribuídos uniformemente em toda a extensão do físico. Também havia o fato de que o perfume dele não tinha nada do que a parte não-afetada por hormônios dela gostava de insinuar. Era bom. Muito bom. Quase irresistível. E ele tinha também aquela barba por fazer, que fazia um contraste bem...hm, interessante com as linhas do maxilar e o sarcasmo do sorriso quase sempre feliz. Ah, e sem contar os olhos. Eles, definitivamente, conseguiam assumir uma cor quase hipnótica. Um verde com uma superfície brilhante que não parecia existir em mais nenhuma outra parte da matéria universal.

Por Zeus!

Que horror. Ela tinha que vestir a armadura contra esses pensamentos hormonais ridículos que quase a faziam se equivaler a ele. Eles eram inimigos. Inimigos.

Inimigos não podem pensar assim, nem mesmo sobre efeito de fortes hormônios causadores do caos.

Ela se reconfortou com a ideia de que, apesar de Poseidon, em alguma outra realidade poder ser tudo isso que ela...ahn, pensara, todas essas características eram excluídas por sua personalidade abominável.

Ele era sádico.

Estava fazendo-a bancar sua empregada e...

Por todos os outros deuses! Se ela continuasse esfregando o chão daquele jeito ele ia começar a desbotar.

-Eu acabei! Acabei de limpar! –ela não conseguiu segurar a emoção. Estava encerando e limpando o chão até a última partícula de sujeira ir embora, e a alegria de essa tarefa esgotante poder ter sido finalizada foi tanta que ela mal conseguiu segurar a exclamação, e o sorriso.

Ele apenas desviou displicentemente a cabeça para ela, sem conseguir disfarçar a indiferença.

-Já não era sem tempo. Para uma deusa, você limpa tão devagar quanto uma humana inexperiente.

Ele se espreguiçou com tédio no sofá, começando a se levantar.

Ela o fuzilou.Poseidon só conseguia confirmar o negócio da personalidade abominável com esse tipo de comentário.

-Já parou para refletir que é exatamente isso que eu sou, gênio, tirando a parte do humana? Nunca tive que fazer esses serviços desgastantes. Poderia ter feito tudo em menos de um segundo, se o fato de eu estar há dois mil metros de profundidade não reduzisse meus poderes a nada. – Declarou a loira, um tanto ressentida.

-Hm, não é o fato de você estar há dois mil metros de profundidade, exatamente, que a faz ficar assim, Atena. Apesar de não parecer, você é uma deusa, e continua sendo com todos os benefícios em qualquer lugar do Universo. O que a faz ficar assim sou eu, porque estamos num território exclusivamente meu, e aqui eu posso fazer suas capacidades não valerem nada.

Ele terminou o discurso com um sorrisinho, irritante, de tão prepotente.

-O que só consegue torna-lo ainda mais detestável.

 -Detestável? –Ele alargou o sorriso, se ergueu por completo e começou a andar na direção dela, que ainda estava com os joelhos gelados no chão. –Você ainda vai ver o que é detestável, minha querida deusa.

Ela comprimiu os olhos, estranhando-o, e temendo aquele sorriso repleto de sadismo indisfarçável, enquanto ele a alcançava. 

-Não me chame desse jeito. –Ela apenas ordenou, ao invés de surtar, como era sua vontade.

Ele continuava sorrindo idiotamente, e estendeu a mão esquerda para ela pegar e se levantar.

Ela ficou em dúvida se deveria ou não aceitar. Quer dizer, ele não era cavalheiro e era bem capaz de ele soltá-la quando ela estivesse se levantando. Mesmo assim, resolveu arriscar. Por mais surpreendente que fosse, ela mal tocou, com hesitação, seus dedos, e ele a pôs em pé.

-Que problema tem o “minha querida deusa”?  

Atena mordeu os lábios e esquivou a mão dele, usando as próprias para ajeitar o uniforme que (para variar) tinha subido. Sem encará-lo, ela deu a resposta mais justa que tinha para aquela pergunta:

-Hm, eu sei que isso é demais para sua escassa capacidade de compreensão, mas o pronome “minha” indica posse de quem o usa. E, sinto muito decepcioná-lo, mas eu não sou sua propriedade. Ainda há uma variante,é verdade,quando o mesmo pronome indica algum tipo de relação afetivo-carinhosa,o que eu tenho certeza que não é o caso.

Ela achou que ele fosse fazer um comentário sobre como ela era estúpida, mas ele a surpreendeu (de novo), quando pareceu achar graça em seu discurso.

-Ainda.Não é ainda.

Ok.

Podia ser apenas uma palavra, mas seu simples uso naquela ocasião fez Atena arregalar os olhos e dar alguns passos para trás.

-O quê?!

Ele deu risada do óbvio desespero dela.

-Quanto pode custar uma deusa metida e arrogante que mal serve para ser uma empregada?!

Atena abriu a boca, e cruzou os braços, visivelmente ofendida.

-Eu não estou à venda, Poseidon. Muito menos para você. Além do mais,a escravidão já foi oficialmente abolida em todos os lugares civilizados há pelo menos um século atrás,então não há como você ter qualquer tipo de poder sobre mim nesse sentido como se eu fosse uma mercadoria.Isso é repugnante.

-Aham. É o que vamos ver.

-Cale sua boca. Olhe, eu terminei de limpar o chão. Está bom para você?

Ele se incomodou um pouco com a mudança estratégica de assunto da inimiga, mas resolveu não insistir em provoca-la, pelo menos uma vez. Olhou para o chão em que pisava, e viu que ele nunca parecera tão limpo e brilhante como estava naquele momento. Poderia ofuscar algum doente de fotofobia. Mas é claro que ele não diria a ela que ela fizera um excelente trabalho.

-Está razoável. Mas, já que se trata de você, vai ter que ficar assim mesmo. Eu com fome. Já passou da hora do almoço.

Por um momento, ela quase mandou-o introduzir longos artefatos no orifício, mas conseguiu se controlar com sua preocupação em relação as outras afirmações.

Ela notou que seu estômago também estava reclamando.

-Eu vou ter que cozinhar, outra vez?

-Nah. Vai demorar demais. Podemos ser mais práticos. – Ele sorriu e com um pequeno aceno com a cabeça ele apontou para a mesa, que estava alguns metros atrás deles. Atena se virou, e abriu os lábios ao notar que a mesa que há poucos segundos estava vazia, agora estava brilhantemente arrumada e farta.

A saudades de seus poderes deu-lhe um formigamento de desconforto, mas ela não disse nada.

-Vou ter que dar comida para você de novo? –Ela inquiriu, com muita indiferença.

-Eu ia dizer que sim, mas vou te poupar desse privilégio dessa vez.

Ela estava prestes a perguntar o porquê, mas desistiu, já que poderia fazê-lo mudar de opinião. Eles se aproximaram da mesa. Atena puxou a cadeira mais próxima, enquanto deixava seus olhos passearem para variedade de pratos, que pareciam apetitosos. Ele se sentou à frente dela, e enquanto ela ainda estava organizando os guardanapos ele já se servia de algum tipo de torta,brincando com a possibilidade de ordenar que ela esperasse ele terminar de comer para poder começar.Muito cruel,Poseidon,uma voz veio à sua cabeça,então ele simplesmente deixou passar.

-O que será que é privilégio no seu dicionário?

Ela não resistiu a perguntar, enquanto se servia de um pouco de risoto e torta de palmito. Ele deu de ombros, enquanto terminava de mastigar sua primeira garfada.

-Ser sequestrada por mim. –Sorriu, e começou a encher seu corpo de alguma bebida que a deusa não conseguiu distinguir de início, mas que só podia ser alcóolica.

Ela também começara a comer a deliciosa e prática comida, e ficou fitando-o de forma incrédula e repreensiva após as notas das palavras.

-Quantos éons precisam passar para você deixar de ser tão egocêntrico?

Era uma retórica, mas ele logo se apressou em responder. “Talvez”,pensou Atena, “ele não entenda retóricas por natureza”.

-Eu não estava sendo egocêntrico. Mais cedo ou mais tarde você vai perceber isso, Ateninha.

Ela grunhiu, negando, principalmente por causa do “Ateninha” .

-Acho bom você esperar sentado.

-Ou não. É bem provável que você mude de opinião depois da próxima tarefa.

Ela levantou os olhos, suspeitando da insinuação repentina.

-Que tarefa?

Ele gostou de ouvir a pergunta. O brilho de seus olhos verdes pulsou enquanto ele repuxava um sorriso. Como sempre, repleto de segundas intenções que a faziam estremecer.

-Vamos... tomar banho.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *cara do gatinho do shrek*



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