Choices escrita por Wendy


Capítulo 4
Choices IV




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Enquanto tomava banho decidi que iria conversar com Sakura naquela noite, iria dizer a ela tudo que eu sinto e tudo que não esqueci, enquanto estive fora. Iria reconquistá-la, eu queria me casar com ela, ter filhos e viver feliz para sempre, assim como meus amigos estavam sendo. Eu amo minha carreira de cantor, mas já algum tempo não ando satisfeito com ela, eu não gosto muito de não ter uma moradia fixa, de não privacidade, não estar perto de minha família e amigos, mas principalmente, não poderia suportar ficar mais um segundo se quer longe de Sakura. Eu a amo e estou disposto a fazer a escolha certa dessa vez.

Sai do banheiro e fui me trocar para grande ceia naquela noite de véspera, mal podia acreditar que estava ali com meus pais e que faltava apenas segundos para ver meu único e verdadeiro amor, tão linda. Arrumei-me calmamente, parecia que havia inalado gás do riso, pois esse não saia de meus lábios. A sensação de confiança, liberdade e decisão era tamanha, que eu mal podia descrever o êxtase que me encontrava naquele momento.

Desci a escada, animado, assobiava uma canção animada e fui até a cozinha, abracei minha mãe que lava as mãos e se assuntou com meu abraço.

- Quanta animação. Fico feliz que esteja assim – sorriu. Fui até Cho e lhe dei um beijo estalado na bochecha.

- Nossa – disse ela rindo como minha mãe. – Está mesmo feliz não é?

- Nunca estive melhor – disse – onde está o papai? – perguntei

- No escritório, como sempre – deu de ombros. Assenti e fui até onde meu pai se encontrava. Enquanto andava pelo corredor, notei que havia alguns quadros de mim bebê e quando era mais maiozinho, devia ter uns cinco ou sete anos, instantaneamente corei e balancei a cabeça, rindo. Minha mãe era mesmo uma figura.

Bati duas vezes na porta de madeira escura e ouvi um “entre” abafado, girei a maçaneta e encontrei meu pai, atrás da mesa de mogno, analisando alguns papeis, seus olhos sobre os pequenos óculos de leitura, pareciam cansados e eu angustiado diante daquela cena. Meu pai olhou-me e ficou me fitando, até que eu fechei a porta e me sentei, na cadeira diante da dele.

- O que devo a sua visita aqui? – perguntou, indo direto ao ponto. Olhei ao redor, notando as grandes estantes de livros e alguns pequenos armários com arquivos. Tudo estava da mesma maneira de sempre, bem organizado e cheirando a...papel, mas até que eu gostava. Papai aconchegou-se mais a cadeira de couro e pegou sua xícara de café, bebendo um pouco e parecia me analisar durante alguns segundos.

- Eu queria conversar com o senhor. – disse um pouco nervoso. Já não estava rindo como antes, pois o assunto era delicado e eu queria mostrar-lhe que não estava blefando, que falaria as coisas a sério, de homem pra homem.

- Hn. Isso é uma novidade. – retrucou. Colocou a xícara sobre a mesa novamente e pôs as mãos sobre os pais, cruzando os dedos. – Sobre o que se trata o assunto? – ponderei um pouco para começar, respirei fundo, fechei os olhos e logo os abri, tentando mostra toda minha certeza.

- Sobre o futuro.

- Bom, isso sim é uma novidade – riu sem humor – mas acho que você já decidiu o que vai fazer pelo resto da vida. Não?

- É sobre isso mesmo, já decidi o que vou fazer pelo resto de minha vida – admiti

- E então? Veio apenas me comunicar de algo que já sabia? Não é nenhuma novidade pra mim, saber que vai continuar como cantor...

- Não – o interrompi pela primeira vez na vida, mas agora eu não era adolescente e estávamos falando de igual para igual – não irei prosseguir com minha carreira. Pela primeira vez, vi meu pai mostrar surpresa realmente, ele arqueou as sobrancelhas e riu debochado.

- Sakura – resmungou

- O que tem ela? – perguntei sem entender, como ela havia parado naquele assunto.

- Ela é a grande culpada.

- Em parte sim.

- E o que pretende agora? Vai largar tudo para os ares?

- Era sobre isso que eu queria conversar. Decidi que irei assumir os negócios da família – meu pai sorriu abertamente, mostrando satisfação em ouvir aquelas palavras – mas com uma condição – logo seu sorriso morreu e ele voltou a ficar sério – que abra uma escola de musica aqui em Konoha - ele parou pra pensar um pouco, levantou-se da cadeira e deixou os óculos sobre a mesa. Massageou o espaço entre os olhos e suspirou, olhou pra mim e esticou a mão.

- Feito – levantei-me mais animado do que nunca e ao invés de aperta sua mão o abracei. Ele ficou novamente surpreso com minha ação, mas correspondeu meu abraço. Parecia que há muito tempo ambos queríamos fazer aquilo, nem sei como deixei de fazer, agora, ali, naquele momento, via a importância que meu pai tinha pra mim, como home, amigo e filho.

Minha mãe e Cho, já estavam prontas, todas muito bem arrumadas, a mesa de jantar farta com comidas típicas de natal e com alguns enfeites. Olhei pela janela da sala e suspirei, feliz, todas as luzes de “minha” rua acesas, as casas enfeitadas, algumas pessoas chegando a casa dos vizinhos. Nunca dei muita importância para aquela data comemorativa, mas agora eu entendia. O clima era perfeito, felicidade, amor, calmo e contagiante, o Natal agora, sempre será minha data preferida!

Ouvimos a capainha tocar, eu estava tão absorto com as luzes, que nem avistei que chegava. Uma de minhas mãos, eu segurava uma taça, por pouco não a deixei cair quando vi a lida mulher, vertida perfeitamente, com um belo vestido vermelho. Meus olhos estavam hipnotizados com toda a sua elegância, simplicidade e beleza, ela era a mulher perfeita, a mulher dos meus sonhos e eu iria lutar por ela até o fim.

Ela olhou pra mim, e arqueou as sobrancelhas, sorriu e assentiu, quando olhou-me de cima a baixo. Corei, involuntariamente e sorri de canto, ela entregou embrulhos de presente a minha mãe e a mesma foi até nossa “pequena” arvore depositá-los embaixo. Cho ficou conversando com Sakura alguns instantes, até que minha mãe voltasse, percebendo minha inquietude, alegou que havia esquecido algo no forno, e arrastou minha mãe junto dela. Talvez meu nervosismo e intenções estejam estampados em minha face. Sakura ao notar que estávamos sozinhos, corou e segurou as mão, uma na outra, “nervosa” percebi, mas mal sabia ela que eu estava pior, minha testa já começava a soar e a sensação era pior do que meu primeiro concerto.

- Sakura! – chamei, ali se iniciava uma longa conversa e o inicio, “talvez” de meu futuro feliz para sempre. Apenas dependeria da resposta dela.


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