Infelizmente Juntos escrita por Luangel


Capítulo 17
Guarda-chuva


Notas iniciais do capítulo

Oiê! como vão vocês meus ninjas? Peço minhas humildes desculpas, mas é q eu tive um grande bloqueio criativo... Espero que gostem do capítulo, tentei fazê-lo o maior que pude...



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Meu irmão soltou um uma risadinha casual e continuou a caminhar para seu quarto, enquanto eu voltei a afiar a lâmina da arma com mais força e vigor.

Sakura Haruno:
    —Sakura querida, como vai você estou com tantas saudades de você... A casa não é a mesma sem você. Como estão as coisas aí? Os Uchihas te tratam bem? Espero que você também esteja sendo amável com eles... Enfim, espero que venha me visitar algum dia destes, se puder... Com amor, mamãe.
    Suspirei e apaguei a mensagem eletrônica do telefone.
    —Também sinto sua falta, mamãe. —Sussurrei enquanto ia para a cozinha da casa.
Hoje é meu dia de plantão no hospital de Konoha.
    Bocejei, cansada, mesmo adorando trabalhar no hospital, eu estava cansada, não dormira bem na noite anterior. Pesadelos, essa era a justificativa de meu sono ruim. Ao entrar na cozinha levei um susto ao ver alguém sentado na cadeira da mesa.
    —Te assustei, Sakura?—Perguntou Sasuke com um leve tom de deboche.
    —Não, você não me dá medo... —Respondi abrindo a geladeira e pegando a garrafa de leite. —O que faz acordado tão cedo?—Perguntei e o moreno deu de ombros respondendo:
    —Insônia.
    Sentei-me de frente para ele na mesa e comecei a cortar um pedaço de pão para mim. O Uchiha observou a minha roupa branca de médica e perguntou:
    —Está de plantão hoje, Sakura?
    —Sim. —Respondi depois de engolir um pedaço de pão. —Volto mais tarde que o habitual, depois das 18:00.
    —Por que tão tarde?—Perguntou o garoto olhando para a sua xícara de café com desinteresse.
    —A maioria dos ninjas médicos está de férias, então eu terei que ficar mais tempo...
    —Hmm... —Respondeu Sasuke bebericando seu café fumegante.
    —Nossa!—Exclamei ao ver a hora no relógio de parede. —Tenho que ir senão ir-me-ei atrasar. Até mais tarde Sasuke!
    Disse pegando a minha bolsa e saindo da casa. Apertei o passo e por pouco não cheguei atrasada no hospital.
    —Bom-dia Sakura-san. —Disse a recepcionista fazendo uma breve, porém respeitosa reverência.
    Suspirei, e mal esperava o tanto de trabalho que eu teria pela frente...

Sasuke Uchiha:
    Logo após Sakura ter saído eu sai de casa. Konoha ainda estava acordando para o novo dia, as lojas ainda abriam para atender os fregueses e uma névoa matinal e tímida cobria a cidade.
    Suspirei e enterrei minhas mãos nos bolsos de minha calça. Não sei o porquê, mas hoje eu acordei inquieto, com vontade fazer algo que eu não sei... Suspirei e entrei numa loja qualquer, acho que era uma livraria.
    Por entre as prateleiras, só havia clássicos de terror/horror, nada que me chamasse atenção.
    —Yo Teme!—Gritou Naruto em meu ouvido.
    Suspirei profundamente e contei até dez para não dar um soco na cara de meu irritante amigo. Olhei para ele e dei um aceno de cabeça, correspondendo ao seu cumprimento nada discreto.
    —O que você está fazendo aqui, dobe?—Perguntei.
    —Como assim? Estou na livraria, claro!
    —É que eu não sabia que você sabia ler... —Falei e o loiro ficou vermelho de raiva.
    —Teme... —Murmurou o Uzumaki, ameaçador. Mas então ele viu o livro em minha mão e perguntou, curioso, esquecendo-se do “insulto”: —Que livro é este?
    —É livro de terror que encontrei por aí... E você, veio comprar o quê?
    —Mangás!—Gritou o garoto me mostrando os dois mangás que iria comprar, seus olhos reluziam e seu sorriso ia de orelha a orelha.
    Suspirei e resolvi não falar nada para manter a paz na livraria. Sem responder nada eu caminhei até o caixa para comprar o livro e infelizmente fui seguido por um tagarela de olhos azuis curiosos.
    —Vai levar o livro?—Perguntou o Naruto, mas eu o ignorei revirando os olhos, deixando clara a resposta. —A Sakura-chan também gosta de clássicos assim...
    —Como sabe?—Perguntei o olhando de soslaio.
    —Ah... Uma vez ela me emprestou uns três livros neste estilo, mas eu não consigo entender, não tem lutas ou mulheres bonitas! Além disso, faltam as figuras... Como ela lê um livro assim?! Por isso eu prefiro os mangás...
    —Hmm... —Respondi analisando melhor o livro em minhas mãos.

Sakura Haruno:
    Bocejei e por um momento desejei tomar um gole do Sakê de Tsunade-sama para despertar um pouco... Observei a papelada a minha frente, teria que ver tudo isso antes do anoitecer... Suspirei, cada papelada havia cerca de vinte páginas repletas de conteúdo sobre o Hospital de Konoha! Frustrada e cansada abaixei a minha cabeça sobre a mesa, ora, descansar um pouco não fará mal a ninguém.
    De repente eu escuto alguém bater na porta, abri meus olhos e desesperada voltei a ler os documentos na minha frente, com certeza era a Hokage, e se a loira me visse quase dormindo na minha mesa ao invés de estar trabalhando, ela certamente me mataria com sua histeria exagerada.
    As batidas voltaram a ecoar contra a porta de madeira, só que dessa vez com mais urgência do que antes.
    —Pode entrar. —Falei de passar as mãos em meus cabelos, a fim de arrumar alguns fios rebeldes.
    A porta foi aberta e ao invés de uma mulher irritadiça entrar, eu vi uma dúzia e criancinhas sorridentes que de repente gritaram em coro:
    —Feliz aniversário, Sakura-san!
    Antes que eu pudesse fazer algo, as crianças entraram na minha sala, me abraçando e beijando.
    —Mas... Não é o meu aniversário, pessoal. —Falei exibindo um semi-sorriso envergonhado.
    De súbito os pequeninos pararam de me desejar feliz aniversário e arregalaram os olhos em uma cena quase que cômica.
    —Como assim, não é seu aniversário?—Perguntou um garotinho, parecendo até um pouco indignado e eu não pude deixar de rir.
    —Por que você está rindo?—Questionou Kagome, visivelmente confusa. —Seu aniversário não é no dia 1? Hoje é dia 1!
    Pousei uma de minhas mãos em minha boca para disfarçar o pequeno ataque de riso que eu estava sofrendo.
    —Sim, meu aniversário é dia primeiro, mas só daqui a três meses...
    Finalmente as criancinhas ali entenderam o que eu falava e seus semblantes deixaram de confusão para tristeza. O silencio pairou sobre nós até que um garotinho chamado Rin falou:
    —Ah... Nós fizemos cartões de aniversário para você, Sakura-chan, mas como não é o seu...
    —Não seja bobo, Rin!—Falei, interrompendo a frase da criança. —Sendo meu aniversário ou não, vocês fizeram cartões para mim e eu vou aceitá-los!
    Logo um sorriso brotou nos lábios de cada criança que estava ali e em fila cada um me entregou cartões feitos manualmente com giz de cera e glitter ou me entregavam “presentes” que na verdade eram pirulitos ou balas.
    A ultima a me entregar o presente fora Miku, ao me ver ela sorriu e me abraçou com força, sussurrando:
    —Feliz aniversario adiantado...
    A garotinha me entregou uma folha de papel cuidadosamente dobrada.
    —Eu vou ler todos os cartões. —Prometi olhando para os pequenos sorridentes. —É melhor vocês voltarem para seus quartos, se a Tsunade ou a Shizune pegarem vocês...
    Só com a “ameaça” as crianças ficaram pálidas como papel e seus olhinhos arregalados eram como telas que mostravam o medo que nutriam pela Hokage irritadiça. E assim em questão de segundos eles desapareceram de minha visão, voltando para seus quartos.
    Suspirei e me arrastei para a minha mesa novamente, eu preferia mil vezes ler os cartões que acabara de receber a ter que ver esses relatórios que parecem não ter fim. Depois de algumas horas eu caminhava sorridente pelo hospital, havia acabado de levar o meu relatório para a Hokage e agora felizmente iria para a minha casa, ou melhor, a casa dos Uchihas...
    Comecei a assoviar alegremente, caminhando a passos curtos para o elevador até que de repente um estrondo chama a minha atenção, na verdade o barulho me fez pular de susto e meu coração quase veio parar em minha boca.
    Assustada eu olhei para o lado e vi o filete elétrico percorrer o céu indo de encontro ao chão, ao lado do hospital de Konoha. Aproximei-me da janela, o céu estava da cor de chumbo e as nuvens carregadas cuspiam grossas gotas de água, pegando de surpresa todos aqueles que não saíram de guarda-chuva, ou seja: eu!
    Por que tive que esquecer o bentido guarda-chuva justo hoje?! Frustrada eu deixei a minha cabeça bater contra o vidro da janela, lá se vai a minha alegria... Preocupada e cansada eu fui até o elevador, essa chuva não deve demorar tanto assim... Foi o que eu pensei, mas depois de mais de uma hora esperando a tempestade passar, eu mudei de ideia e já estava desistindo de ir para casa ainda hoje.
    —Por que isso sempre acontece comigo?... —Lastimei escorada, quase que deitada sobre o balcão do saguão do hospital, onde não havia praticamente mais ninguém além de mim.
    Todos os funcionários já haviam ido embora, e eu já estava ficando nervosa. Já entediada e cansada, caminhei até a porta do hospital e disse para mim mesma:
    —Sakura, isso é somente água, você não é feita de açúcar e seu cabelo não é chapinhado.
    E assim eu corri para fora do hospital, tentando não me molhar tanto, mas todo o esforço fora em vão, já que em poucos segundos eu já estava ensopada e tremendo como um rato, o vento judiava de mim, fazendo com que meus dentes batessem com força.
     E pior: Eu ainda não tinha percorrido nem metade do caminho para o Complexo dos Uchiha.
    —Sakura?—Chamou uma voz que eu conhecia muito bem e em meio aquela aguaceira eu vi quem eu menos esperava ter visto...

Sasuke Uchiha:
    Itachi suspirou e revirou os olhos teatralmente antes de perguntar:
    —Por que você está tão agitado assim, Sasuke?
    —Por nada. —Retruquei e o Uchiha colocou a mão no peito fingindo ter sido apunhalado por minhas palavras e então foi minha vez de revirar os olhos.
    —Fala logo, Sasuke!—Ordenou meu irmão se jogando no sofá.
    —A Sakura está demorando... —Murmurei olhando pela décima vez no relógio que só evidenciava o quão atrasada a rosada estava.
    —Concordo, ela está demorando mesmo. —Afirmou Itachi olhando para o teto. —Deve ser por causa da tempestade...
    Tempestade? Não era somente uma simples e breve chuva? Aproximei-me da janela e fiquei surpreso de como a simples chuvinha havia evoluído para aquela ventania congelante.
    —Vou ir buscá-la no hospital, ela deve ter ficado lá esperando a tempestade passar... —Falei pegando o meu guarda-chuva.
    O Uchiha mais velho não respondeu, mas eu sabia que ele me encarava com um olhar malicioso e irritante que só ele sabe dar e para evitar conflitos familiares e ossos quebrados eu resolvi não encará-lo.
    Suspirei e abri a porta para sair para a chuva, abri o guarda-chuva, o vento quase me arrastava e a chuva dificultava a minha visão. Mas depois de poucos minutos caminhando eu vi o que fez meu sangue ferver.
    Kobayashi segurava um guarda-chuva e estava caminhando na direção da entrada do Complexo Uchiha, mas o que me irritou foi ver a Haruno com ele! Apertei o passo e o alcancei. A garota estava ensopada, devia ter pegado muita chuva.
    Seu cabelo estava grudado em seu rosto, e seus lábios roxos de frio tentavam conter os dentes que batiam e faziam até barulho.
    —Sasuke. —Disse Sakura a me ver e na hora a expressão de Kaito ficou fria e irritada, e acho que fiz o mesmo ao encará-lo.
    Sem dizer uma palavra puxei a rosada para debaixo do meu guarda chuva e o ANBU estreitou os olhos para mim. A Haruno percebeu a tensão quase visível entre nós e disse fazendo uma breve reverência:
    —Muito obrigada por me acompanhar até aqui Kaito-chan, tenha uma boa noite.
    O rapaz a nossa frente assentiu e respondeu:
    —Disponha sempre. Tenha uma ótima noite, Sakura-chan.
Kobayashi deu as costas para nós quase no mesmo instante que eu levava a garota para a casa. Sakura estava fria, e tremia bastante.
    Ao entrar na casa, meu irmão veio cumprimentar a rosada, mas se espantou ao ver o estado da Haruno.
    —Sakura-san o que houve com você?—A garota abriu a boca para responder, mas eu a interrompi dizendo:
    —Ela deve ter tomado chuva, deixe-a tomar um banho quente e assim você pode conversar com ela.
    O Itachi assentiu e deu passagem para que Sakura passasse. Logo depois que a rosada sumiu de nossas vistas, o Uchiha mais velho abriu a boca para perguntar algo, mas eu o cortei retrucando minha voz mais fria que a chuva lá fora:
    —Não quero comentar sobre isso agora...
    Sem esperar a resposta, subi as escadas para o meu quarto, onde tomei um breve, porém quente banho. Peguei o livro que comprara na livraria e confesso que não sei o porquê de eu tê-lo comprado.
    O abri e comecei a lê-lo, mas depois de poucos minutos bufei e o fechei, era um livro muito chato e sem ação! E agora vejo sentido no que o Dobe fala:
    — Como ela lê um livro assim?! Por isso eu prefiro os mangás...
    É acho que eu deveria ter comprado mangás... Depois de um tempo eu decidi sair do quarto dei de cara com Sakura que também saia de seu quarto. Ela deu um sorrisinho e abriu a boca para falar algo, mas eu fui mais rápido:
    —O que você estava fazendo com o Kobayashi, Sakura?—Perguntei e por alguns instantes a rosada pareceu ficar confusa, mas respondeu:
    —Eu estava voltando a pé para cá e então ele me encontrou e me ofereceu “carona”.
    Eu estreitei os olhos e disparei outra pergunta:
    —Por que você aceitou essa “carona” dele, Sakura?
A Haruno havia arqueado uma de suas sobrancelhas, me fitando como se eu fosse um retardado mental. 
    —Por quê... Ele tinha um guarda-chuva?—Perguntou como se aquilo fosse obvio e o pior era que aquilo era obvio mesmo.
    —E você não tem um guarda-chuva?!—Retruquei, meu tom de voz já irritado, não sei ao certo o porquê de estar agindo desse jeito, mas me faz ter menos raiva do Kobayashi, eu acho...
    —Não. —Respondeu Sakura, hesitante.
    —Certo, vou comprar um para você amanhã. — “Assim você não precisará andar mais com o Kaito...” completei mentalmente.
    A garota ficou em silêncio, sua expressão mostrava a confusão em que ela se encontrava, e antes que ela pudesse falar algo eu lhe estendi o livro que comprara mais cedo. A atenção de Sakura voltou-se para o livro em minhas mãos e a rosada ficou o observando.
    —Pegue Sakura, estou te dando!— Resmunguei balançando o livro e a Haruno o pegou, mas logo voltou a me encarar procurando algo de errado comigo.
    —O que foi?—Perguntei tentando não soar mal-educado.
    —Você não está achando que hoje é meu aniversário, né?
    —Não seja ridícula! Só estou te dando por que sei que gosta deste gênero literário! —Exclamei e dei as costas para ela, descendo as escadas, é, vejo que não sou o único aqui a fazer perguntas bizarras...


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Notas finais do capítulo

E aí? O que gostaram? Mereço reviews?
:*