Pov. Draco Malfoy

Respirei fundo e tomei mais um gole no meu café.

Tinha sido fácil demais conseguir tirar Hermione das garras de minha mãe. Olhei para a morena em minha frente que estava entretida em sua própria bebida, parecia maravilhada com a cor, cheiro e sabor, o que me fazia imaginar quanto tempo fazia que ela não tomava uma bebida trouxa.

Eu consegui tirar Hermione da casa, depois de muitos feitiços, corrida sobre o tempo e perguntas dela eu tinha realmente conseguido.

– Esta bom? – perguntei curioso.

Ela levantou o rosto e seus lindos olhos chocolates pousaram em mim enquanto assentia.

E vê-la na minha frente fez com que eu tivesse certeza que sofreria todos os riscos, toda a culpa, a condenação para ficar com Hermione eu passaria por tudo isso. Agora que eu resgatara ela, estava meio que claro para todos que tivesse envolvidos em seu seqüestro além de minha mãe, saberiam que lado eu estou, além de que devido as circunstancias para que eu não voltasse para casa...

– Como me achou? - fui tirado de meus pensamentos por essa pergunta – Diga Draco, como me achou?

Dei um sorriso de canto.

– Eu sempre vou te achar Hermione – falei com meu tom arrogante natural – Nunca poderá se esconder de mim.

– E quem disse que eu quero me esconder Draco? – ela disse dando um sorriso que por Merlin! Seu sorriso era tão provocante que me fez querer um balde de água fria para acalmar meu corpo.

– Que bom que estamos na mesma pagina. – respondi jogando meu corpo para frente, aproximando nossos rostos.

Eu não agüentava mais.

Tinha que sentir seu gosto novamente.

Mas antes que eu conseguisse colocar meus lábios contra os dela, Hermione se afastou jogando a cabeça para trás e dando uma risada cínica que eu realmente já vira tanto em Bellatriz.

– Esta apressado demais, querido Malfoy – ela disse enquanto eu me endireitava na cadeira – Por que estamos em uma lanchonete trouxa?

Olhei para ela desconfiado, era tão obvio que eu não conseguia entender como ela não tinha pensando nisso.

– Para que os comensais não tenham logo nosso rastro? – falei sarcasticamente – Sabe aqueles caras de capuz pretos que seguem a você sabe quem?

– Claro que sei Draco. – ela contra atacou – Até alguns dias atrás você não fazia parte deles?

– Era – enfatizei a palavra – Estando aqui com você agora, entrei na lista de mais procurados querida.

– Que pena paixão.

Hermione mostrava suas garras de verdadeira Sonserina agora.

– Só não podemos ficar muito tempo aqui – falei deixando esse joguinho de lado – Para onde vamos agora?

Hermione sorriu como se fosse obvia a resposta.

– Atrás de Harry e Ron.

– Não acho que seja uma boa idéia – falei – Primeiro: eles me odeiam, claro, eu também não sei porque, como odiar um loiro tão lindo e maravilhoso como eu? Mas seja como for, eles consegue. E segundo: eles acham que você esta morta!

A vi dar de ombros.

Nesse momento ouvi a porta se abri e Hermione que estava de frente para ela arregalou os olhos, de primeira eu imaginei ser um comensal mas logo lembrei de uma coisa que eu havia feito assim que tirei ela daquela casa.

– Mione? – a voz do Blás estava até tremula – Você esta viva?

– Não! – falei ironicamente – Ela morreu e eu estou tomando café com seu fantasma.

Virei a tempo de ver Zabini me mandar um olhar de desgosto e correr até a minha namorada – ou ex, mas isso não vinha ao caso agora – ela levantou e aceitou de bom grado seu abraço.

– Como sabia... – Mione não conseguiu terminar a frase.

– Draco me mandou uma mensagem pedindo para encontra-lo aqui – Blás respondeu e os dois viraram para mim com o rosto em forma de interrogação.

Dei de ombros.

– Ele era o único que eu confiava para dizer sobre isso.

E vi o choque passar pelo rosto dos dois, isso estava me divertindo tanto. Peguei meu copo e num gole só terminei a bebida que já não estava mais tão quente como antes.

– Eu estava tão desesperado – ele disse a puxando para mais um abraço que eu realmente não havia gostado – Mione, você não sabe como tem sido um inferno nesses últimos tempos.

A vi escondendo o rosto no peito dele.

– só pra deixar claro – falei – não estou gostando de tanto contato físico.

Vi os olhos de Hermione revirar e meu querido amigo Blás tentar disfarçar a risada.

Depois dos cumprimentos que foram até demorados na minha opinião, todos sentamos para ninguém notar que tinha algo estranho no nosso grupo de adolescentes.

– O que vocês pretendem fazer? – Blás perguntou diminuindo o tom de voz e olhando em cada dois segundos para a porta.

– Ir atrás de Ron e Harry. – Hermione respondeu e ao ver a expressão de surpresa em Blás continuou: - Por que todos ficam surpresos quando eu digo isso?

– Isso é suicídio Hermione – Blás disse.

– Eu disse isso pra ela. – comecei – Mas é teimosa, insiste que é pra lá que ela tem que ir.

– E tenho mesmo! Eles precisam de mim. – ela estava convicta – Não sei como não morreram até agora sem mim não sabem fazer nada.

Ultimamente ela anda meio convencida ou é impressão minha?

– Hermione entenda. – Zabini começou – Você sabe quem deve ter mandado praticamente todos seus comensais atrás deles, lá seria o ultimo lugar seguro pra você.

Hermione bateu com o punho na mesa impaciente.

– Não quero estar segura se isso quer dizer que meus melhores amigos não estão.

– Vou me sentir excluído assim. – meu ex (atual) amigo falou irritante.

Hermione levantou a sobrancelha.

– Realmente Blás agora não é hora para suas brincadeirinhas. Preciso encontrar Harry e Ron, eles precisam de mim e vou fazer isso com ou sem a ajuda de vocês.

Senti um arrepio no corpo.

Eu não duvidava nada disso.

– Mas Hermione, nem fazemos idéia de onde eles estão! – falei.

– Eu sei. – ela respondeu deixando nós ouvintes surpresos – Quero dizer, eu imagino. Quando se passa anos com umas pessoas você começa a pensar como eles, eu sei onde eles poderiam estar escondendo.

E nessa hora eu já sabia que a luta estava ganha, eu faria o que quer que ela queira.

– Okay, se quer tanto fazer isso. Vamos te levar até eles. – Blás disse – Mas ninguém mais pode saber que esta viva.

– Meu pai... – Hermione começou – Ele deve estar em desespero, eu tenho que contar. Como senhor e senhora Weasley, Gina! Céus, Lily e Tiago, também a Hagrid, coitado, Cedrico! Merlin, Cedrico deve estar tão triste.

Eu preciso dizer que não gostei dela ter falado no defunto? Ou já é obvio?

– Hermione, até o Lorde acha que você morreu, isso é seu trunfo. – o moreno continuou – Enquanto ele acreditar nisso você está segura.

– Isso é verdade. – afirmei entendendo o pensamento.

– Eu entendi. – ela disse com a voz mais alta do que o normal – Então podemos ir atrás deles?

Olhei para Blás que assentiu.

Nessa hora eu sabia de duas coisas.

Começaria nossa jornada e que não seria fácil. Mas valeria a pena, já que:

Ela foi meu maior erro, mas também meu melhor acerto.

Pov. Hermione Black.

...

Já fazia dois dias que Draco e eu estávamos andando pelo país atrás de Harry e Ron. Primeiramente assim que deixamos Blás, antes claro prometermos mantermos contato, fomos para Godric Hollows, imaginei que seria o primeiro lugar que Harry iria querer ir, eu estava certa, só um pouco atrasada.

Agora estávamos numa floresta que a uns meses antes eu havia falado que era um bom lugar para se esconder. Eu havia me separado de Draco para podermos cobrir um maior espaço.

Já tinha vindo aqui com meus pais a muitos anos atrás.

Andei preocupada pensando como descobriria se eles estavam por ali se tivesse usando algum feitiço para cobrir como eu o havia ensinado.

– Calma

Ouvi a voz de Draco gritando longe e meu coração disparou. Corri em direção de onde vinha o som tentando não fazer barulho.

Corri desesperada e com o coração na mão.

Vi três vultos e um deles estava com a varinha apontada para Draco, logo reconheci a cabeleira ruiva dizendo:

– Vocês nos traiu. Traiu Hermione. E hoje ela esta morta.

Meu coração se apertou no peito, eu não gostava de ver eles sofrendo. Eu odiava isso e saber que estavam sofrendo por minha causa era como uma tortura.

Olhei atentamente do ruivo para o moreno percebendo como eu estava com saudades dos dois.

– Eu posso explicar? – Draco dizia e percebi que tentava não sacar a varinha que não deixaria mais fácil para ninguém.

– Não, você vai nos pagar Malfoy... – Ron disse ainda com a varinha estendida, e antes que ele pudesse fazer algo joguei meu corpo para frente e disse:

– Desde quando virou o vingador Ron?

E logo seus rostos se viraram para mim.

Continua...