Pov. Draco Malfoy.

...

– O que? – a voz de Pansy foi a primeira a sair algum som – Como assim Hermione está morta?

Eu ainda estava paralisado na minha cadeira, nada em mim mudou. Era o choque que me fazia ficar tão sem reação.

– Menos escândalo senhorita Parkinson – Você sabe quem disse e consigo me virar e vejo Pansy em pé com as mãos na mesa, ao perceber que tinha se precipitado ela se senta novamente – Lembre-se com quem esta falando.

– Desculpe-me – ela respondeu cabisbaixa.

Não estava prestando atenção neles, virei o rosto procurando tia Bella, e olhei atentamente para o seu rosto a procura de algo que mostra que o lorde mentia, mas sua expressão poucos perceberiam, mas era de tristeza.

Um desespero foi se espalhando por dentro de mim e aquela vontade de se agarrar a qualquer esperança mesmo que seja pequena foi sendo destruída.

– Milorde? – meu pai chamou e logo continuou – Como o senhor tem certeza de tal fato?

Lorde Voldemort sorriu e a vontade de socar a cara dele foi aumentando.

– Tenho meus informantes dentro da Ordem, parece que todos de lá já foram informados. – nessa hora ele se sentou – Bem os mais novos já podem se retirar, tenho algo a falar com somente alguns comensais.

Eu não havia prestado atenção no que ele disse então continuei paralisado na minha cadeira até sentir uma mão suave no meu ombro, viro o rosto e vejo o rosto neutro da minha mãe.

– Draco, vá para o seu quarto sim? – ela disse.

Assenti e me levantei saindo da sala de jantar meio confuso por tudo que estava acontecendo.

Comecei a andar rápido enquanto meu cérebro raciocinava todas as informações que eu tinha acabado de receber. Cheguei na porta do meu quarto abrindo-a com tudo e fechando com um estrondo.

Parei olhando para dentro.

Não deveria, nem motivo tinha. Mas tudo ali me fazia lembrar Hermione, e meu coração não queria aceitar que ela estava morta. Eu não poderia agüentar.

E por reflexo coloquei a mão no peito onde antes tinha um colar, parecido com o que eu dei para Hermione, que sempre que um dos dois tivesse pensando no outro iria aquecer. Mas depois de tanto ver o meu aquecendo e me dando uma tristeza eu tirei para ela pensar que eu não pensava nela assim quem sabe ela ficar melhor.

E por um instante eu tive uma pequena esperança.

Corri até o guarda roupa onde eu tinha jogado o colar e o peguei na esperança de que pelo menos ainda brilhasse mostrando que ela estava viva, um dos feitiços do colar, mas ao pegar vi ele sem cor alguma.

Arregalei os olhos e deixei ele cair entre meus dedos.

Ela estava mesmo morta, e eu não sabia se um dia conseguiria sofrer mais do que estava sofrendo agora. A minha vontade era morrer junto, por que eu sabia, que querendo ou não, eu não seria nada sem ela, sem saber que mesmo longe de mim, ela estava viva, e quem sabe até feliz.

Nunca mais a veria.

Não veria seus cabelos cacheados.

Não teria mais aquela mania irritante de corrigir algo errado.

Nada de Sonserina com traços de Grifinória.

Sentiria até falta daquele maldito vermelho que ela tanto gostava, e daquele gato que a seguia onde quer que fosse.

Tinha algo me sufocando eu não estava conseguindo respirar e só queria quebrar tudo que estava na minha frente.

Peguei meu travesseiro na cama e comecei a socar para tentar diminuir minha raiva.

Ela estar morta era minha culpa.

Eu não a protegi.

Minha raiva não diminuiu assim taquei o travesseiro longe que foi em direção a minha estante de troféus deixando-os cair no chão.

Gritei.

Como se com aquele grito todo o sofrimento, a frustração fosse embora.

Mas não foi.

Comecei a jogar tudo que eu via pela frente. Tentando aplacar tudo que eu estava sentindo, mas não conseguia.

Eu estava tão focado na minha própria dor que não tinha reparado que Pansy entrou no meu quarto até que ela deu um berro que fez a minha atenção voltar para ela.

– Draco se acalme. – ela me pediu.

Ela pegou meu rosto com suas mãos e me obrigou a olhar para si.

– Hermione não iria querer te ver assim, Draco, por favor, todos estamos sofrendo.

Ela me abraçou e mesmo sem conseguir ver seu rosto eu percebi que ela estava chorando.

– Foi minha culpa. – sussurrei – Falhei com ela.

Pansy não disse nada.

E sem que eu percebesse já estava chorando com ela.

...

Pov. Hermione Black – Dois dias antes.

...

Já fazia alguns dias que eu estava sendo feita de refém pela minha própria tia. Quando eu pensava que a minha família era complicada, eu não sabia o quanto até agora.

Ela não me amarrava mais, o que era bom, porem tinha um feitiço em volta da casa que me fazia não conseguir sair, e sem varinha eu não poderia desfazer.

Por impulso passei minha mão pelo pescoço procurando o colar que Draco havia me dado antes de sairmos de Hogwarts, sim eu sabia que deveria já ter me desfeito dele, mas algo dentro de mim sempre me impediu disso.

– deixa eu imaginar, meu filho te deu esse colar? – Narcisa apareceu do nada, não me surpreendi, ela era assim mesmo.

Não respondi.

A vi passar pela porta da sala e chegar até mim. E antes que eu pudesse perceber alguma coisa ela pegou a varinha e jogou um feitiço de corpo preso em mim, fazendo eu não conseguir me mexer.

– Desculpa querida mas terá que me dar esse colar. – ela veio para mais perto de mim arrancando o ultimo traço que um dia eu fui namorada de Draco Malfoy do meu corpo. – Eu vou precisar disso.

A olhei espantada.

Narcisa riu e foi em direção a saída da casa mas antes de sair tirou o feitiço de mim e disse:

– Tenho que forjar a sua morte, e Draco arruinaria meu plano se percebesse pelo colar que esta viva.

...

Pov. Rony Weasley – atualmente.

...

Depois que descobrimos que Hermione havia morrido nunca vi tanto sofrimento junto. Eu me sentia horrível, e somente o que eu queria era conversar mais uma vez com ela, não sabia o que fazer, Harry estava muito mal, Sirius já parecia um morto, nem Tiago conseguia animá-lo.

– Gina onde esta Harry ? – perguntei para minha irmã assim que desci as escadas e a encontrei arrumando a mesa.

– Lá fora. – ela sussurrou e olhei para seu rosto que estava vermelho de tanto chorar.

Segui cabisbaixo para fora onde encontrei Harry sentado na grama no fundo da casa, sentei-me ao seu lado e de inicio não disse nada.

– Eu sei o que veio fazer aqui Ron. – Harry disse – E eu concordo.

Olho para ele espantado, sempre que eu falava sobre irmos caçar as horcruxes ele explodia e falava que não iria sem Hermione.

– Sofri com a falta dela, mas percebi que estou sendo egoísta. – Harry disse – E tenho que não ligar para os meus sentimentos e ir buscar as Horcruxes, por isso Ron, partiremos ao amanhecer.

Harry não esperou que eu dissesse nada, se levantou e entrou em casa.

...

Continua...