Passos eram ouvidos por toda a casa, desde que sua irmã, Lilian Potter, havia vindo até sua casa no mês anterior e levado tudo de seu sobrinho Petúnia Dursley estava inquieta sempre andando do armário que seu sobrinho dormia até o quarto que antes também ocupou.

     As lembranças vividas em sua memória a deixava cada vez mais aborrecida e nervosa por não saber o motivo de toda sua inquietação.

       - Esta tudo bem mesmo Petúnia? – Valter, seu marido, a perguntou pela quinta vez no mês que se passava.

     - Sim. – ela respondeu com um sorriso falso no rosto.

     O marido mesmo percebendo a mentira da esposa sorriu e foi trabalhar com o mesmo vazio no peito que se acomodou no peito de todos naquela casa.

      A mulher cuidou da casa como fazia todos os dias. Mas nesse especialmente ela ficou mais no segundo andar. Amigos do seu filho vieram para passar a tarde, e ela não queria atrapalhar.

       Mas sentiu uma sede imensa e resolveu descer em silencio. Enquanto estava descendo os degraus conseguiu ouvir um amigo de Duda perguntar:

      - E cadê aquele seu primo estranho?

       Ela viu como seu filho estava tentando achar uma desculpa que não fosse a verdade, por que o que ele diria? Os pais do meu primo voltaram dos mortos por isso agora ele esta morando com eles. Isso não podia, é obvio.

       - O padrinho dele voltou para o país e ele resolveu morar com o homem. – Duda respondeu sem emoção.

       Pelo jeito Petúnia não foi a única a notar.

        - Por que todo esse desanimo? – um dos garotos na sala perguntou.

        - A casa parece mais vazia. – Duda respondeu não tendo consciência que sua mãe estava ouvindo tudo. – Meu pai esta cada vez mais nervoso, minha mãe anda pela casa todo dia pensando e sempre a pegamos arrumando o quarto que era dele como se ele fosse entrar pela porta logo. Eles não querem admitir mais eu sei que sentem falta do Harry.

        Petúnia se assustou com as palavras de seu filho. Nunca pensou nesse ângulo. Será que ela estava mesmo com.... Saudades de Harry? Não! Não podia ser, sempre o maltratara, por que agora que ele havia ido embora ela teria um pouco de consideração pelo moleque.

       Tentando não fazer mais barulho do que o necessário ela voltou para seu quarto deitando calmamente em sua cama de casal.

         - Será? – ela perguntou para si mesma.

       A tarde se passou e ela tentou tirar de sua mente tudo. Estava escurecendo e ela foi arrumar o jantar para o filho e marido.

        Enquanto cozinhava distraidamente, coisa que para ela era estranho por que nunca ficou tanto tempo cozinhando, ouviu a porta de entrada sendo fechado brutalmente e ouviu resmungos se aproximando.

       - Aquele carteiro, mais que abusado. – Valter resmungou. – Nem entrega o  jornal na porta, só na caixa de correio lá do lado de fora.

        O homem continuou a resmungar enquanto Duda entrava e se sentava a mesa.

         Petúnia colocou a comida na mesa e todos começaram a se servir e mesmo comendo Valter continuou a resmungar do carteiro e tudo mais.

       - Vou ligar pra Lilian. – a mulher disse tentando mudar de assunto.

       - Por que? – Valter perguntou abismado.

      Duda olhava a mãe como se ela acabasse de ter admitido que cometera um assassinato com o presidente do Estados Unidos que na ocasião o cujo não usava nada a não ser uma gravata borboleta.

        - Quero saber como Harry esta. – Petúnia respondeu depois de terminar de comer. – Com a volta dos pais dele, Hogwarts nunca mais nos deu noticias, estou ficando preocupada.

       - O que é Hog... Hotgwarbs? Hogwerts? – Valter perguntou. – Tanto faz como se pronuncia.

       - Hogwarts. – Petúnia corrigiu. – é a escola de bruxos que o Harry estuda querido.

         O marido e o filho a olhavam assustados. Nunca imaginaram que ela soubesse o nome do lugar de aberrações  - palavras dela. – que o sobrinho freqüentava.

       - Também queria saber como ele esta indo com as matérias? – ela pensou em voz alta. – Será que ele é tão bom em poções como Lilian era? Ou é melhor em Transfiguração como o pai?

         Ela falava e todos presentes – pai e filho – estavam mais confusos em ver que Petúnia sabia tanto assim dos bruxos.

       - E ano passado foi o ano dos NOM’S. Nem soube como ele foi, como será que foi suas notas? – ela perguntou e logo percebeu o rosto espantados de seu marido e filho. – O que aconteceu?

       Bufou o marido.

      - Como sabe tanto assim do mundo dos bruxos?

     Petúnia sorriu.

       Ela sempre odiara tanto a Lilian por tê-la envolvido – um pouco – no mundo dos bruxos, e sempre tentou esconder essa parte de sua família, só que agora falava com tanta naturalidade.

       - Lily sempre falava muito de suas experiências ou do Potter. – ela disse lembrando de como a irmã reclamava do marido.

        E sem ao menos notar Petúnia já estava chorando com dois homens sem saberem o que fazer a sua frente.

       - Sempre fui tão má com Harry, e ele nunca teve culpa de nada. – ela disse entre o soluços. – Se e-eu Pu-pudesse voltar no passado e mu-mudar tudo...

         Todos ouviram um barulho na janela e viraram com tudo.  Viram uma linda coruja braça pausada apenas olhando admirada a cena.

       - Essa não é a coruja do Harry? – Duda perguntou.

      Petúnia sorriu entre as lagrimas e viu sua segunda chance na cara dela. Sem ao menos hesitar, ela correu até a sua escrivaninha e pegou um papel com uma caneta.

      - Vou mandar uma carta para Harry. – ela disse convicta.

       Valter olhou para Duda perguntando com o olhar se a mãe dele havia enlouquecido.O filho somente sorriu e se sentou ao lado da mãe.

        - Escreve ai que eu to perguntando se ele vai vir aqui mãe. – Duda pediu.

       Petúnia aumentou ainda mais o sorriso e comçou a escrever.

...

      Harry.

     Sei que provavelmente sou a ultima pessoa que esperaria receber uma carta. Mas tenho ainda muita coisa para te dizer.

      Nesses anos, o tratei de uma forma que nenhum ser humano deveria ter tratado o próprio sobrinho. O chamei de aberração enquanto eu que me comportava como um, o maltratei e o humilhei. E sinto muito por isso.

       Provavelmente nunca mais ira querer nos ver novamente, mas caso queira, saiba que as portas dessa casa estarão sempre abertas para você. Duda concorda comigo, seu tio ainda esta me olhando como se eu estivesse louca mas no fundo ele concorda com tudo que digo.

      Vim, por meio dessa carta, pedir desculpas por meu comportamento absurdo.

      Sinto muito.

       Espero que não guarde rancor.

    Ps. Duda perguntou se você vira aqui em casa nas férias.

     Desculpe novamente.

     Petúnia Dursley, sua tia.

...

      Calmamente a mulher prendeu a carta na perninha da coruja e a observou enquanto ela levantava vôo e sumia no horizonte.

       - Nossa vida não será completa sem Harry.- ela disse enquanto ia para o segundo andar.

        Deixando um Duda sorridente e um Valter perplexo na cozinha.

...

Continua...