Be Your Boy escrita por Yusagi


Capítulo 9
Nada Como um Gato Após o Outro


Notas iniciais do capítulo

Weeeee~ A Yu está de voltaaaa!
Peço desculpas pela demora, e peço desculpas também para quem acompanha Royal Oak... tá difícil atualizar aquela, ainda vai levar um tempinho! Espero que possam me perdoar por isso! ):
Ahhh e olha só! Chegamos ao penúltimo capítulo kyaa~ Tô tão emocionada! Hihi! *U*
Ahh, só uma coisa... quando o gato faz aquele barulho, "CHHHHHHHH" ou coisa assim, ele está chiando né? Né? xD (Fala sério, tenho uma dúzia de gatos em casa e não sei. Mas vamos fingir que é isso mesmo e curtir a fic né! HIOAHIOAIH)
Aproveitem a leituraaaaa~ ♥



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RONC...

Ruruka e Chocora ergueram suas cabeças; suas orelhinhas se levantando enquanto os gatos olhavam a fonte do som repentino. O felino dourado espreguiçou suas patas antes de relaxar novamente ao lado de Chocora, os dois dormindo sobre o sofá.

ROOONNNC...

Agora as orelhinhas viravam para trás; o som se tornando irritante em seus ouvidos sensíveis. Ruruka parecia especialmente irritado, e segurava-se para não chiar.

ROOOOONNNNNNNC...

Emanando uma aura um tanto violenta, o gato cor de ouro levantou-se; seus olhos finos como duas lâminas enquanto encarava seu dono loiro. Incomodado com o barulho incessante, o gato começou a chiar e quase parecia estar riscando um fósforo que nunca acendia.

O pequeno gato marrom ao seu lado sentou-se lentamente e roçou seus pêlos contra os do outro; parecia estar querendo acamá-lo enquanto ronronava calmamente. Ruruka mandou um último olhar assassino na direção de Shizuo antes de deitar-se novamente.

Na cozinha, Izaya se matava de rir. Depois de uma semana internado, para ter certeza de que estava tudo bem e para se recuperar do resto de seus ferimentos, Shizuo recebeu alta – porém estava tão cansado de comer comida de hospital que seu estômago não parava de roncar havia mais de uma hora, e ele mal havia chegado em casa.

O Orihara havia se oferecido para fazer o almoço e correu para a cozinha assim que colocou os pés no lugar, mas o loiro sentado no sofá estava mais do que impaciente. Não que Izaya o culpasse. A comida do hospital não era ruim, mas não tinha nem de longe a quantidade de carboidratos que Shizuo precisava.

Após terminar de colocar os fios de macarrão na panela cheia de água fervente que jazia no fogão, Izaya andou até a divisão entre a cozinha e a sala e encostou-se nela, olhando com deleite os dois gatinhos dormindo. – Ruruka-chan se parece bastante com você. - , disse com uma breve risada.

Shizuo rufou baixinho e encostou-se mais contra o sofá. – Por que ele é loiro?

- Não. Por que é estressado.

Izaya riu novamente quando o companheiro lançou-lhe um olhar assassino que lembrava, de fato, o que Ruruka havia lançado havia poucos instantes. – Viu só? Igualzinho!

- Hmmm! Pois saiba que Chocora é igualzinho a você. - , disse o loiro com um tom de voz meio irritado, mas certamente brincalhão.

- Moreno e bonitão?

- Não. Convencido. – Izaya fez bico e deu as costas para Shizuo, voltando até a panela para mexer o macarrão e impedir que os fios grudassem uns nos outros. O Heiwajima lhe observou por alguns segundos, temendo ter-lhe magoado e levantou-se do sofá devagar, quase arrastando-se até a cozinha. – Não foi o que eu quis dizer. - , disse suavemente enquanto tocava uma pequena flor que descansava no parapeito da janela.

- Tudo bem, eu reconheço os meus defeitos. - , respondeu-lhe o mais novo. Shizuo olhou-lhe um tanto surpreso.

- Mesmo? – Izaya levantou uma das sobrancelhas e soltou uma pequena risada enquanto mexia o molho de tomate em uma panela separada.

- Claro que não, até parece que eu tenho defeitos. Pshh.

Shizuo sabia que deveria ficar bravo com aquilo. Sabia que deveria retrucar, citar os – talvez milhares – de defeitos que o jovem possuía... Mas naquele momento nada lhe vinha à mente, como se o Orihara fosse, de fato, perfeito... Ainda que fosse apenas para Shizuo.

Quando a refeição estava finalmente completa, o loiro não conseguia manter a boca fechada – a macarronada com molho e queijo de Izaya estava deliciosa. – Shizu-chan, se não comer mais devagar vai acabar engasgando. - , disse o moreno num tom quase maternal.

- Eu engasgaria feliz! - , respondeu-lhe o Heiwajima enquanto enfiava mais um garfo de macarrão goela abaixo.

Izaya sabia que deveria ficar bravo com aquilo. Sabia que deveria dizer o quanto aquilo era repulsivo, nauseante... Mas assistindo àquela cena grotesca onde parecia que Shizuo era um hipopótamo faminto, ele se sentia estranhamente confortável.

Quem sabe fosse a saudade de ter o cabeça-dura por perto... Izaya preferia não pensar nessas coisas por enquanto.

Ao terminarem a refeição, Shizuo foi até o banheiro escovar os dentes enquanto Izaya lavava os pratos. O loiro olhou-se no espelho, seus braços apoiando-se na pia – ele estava melhor do que antes, mas ainda assim não estava cem por cento.

Esse mês quase inteiro que ele havia passado fora de casa parecia ter lhe dado alguns anos a mais na aparência. Parecia cansado – não exausto, mas era quase como se ele tivesse acabado de ter um dia cheio de trabalho - , estava com um olhar igualmente cansado e o castanho de seus olhos parecia estranhamente esfumaçado.

Seu cabelo havia crescido um pouco; estava lhe incomodando então, mais cedo naquele dia, ele resolveu prender sua franja com um grampo que encontrou perdido pela casa. Em seu queixo, sua barba começava a crescer e ele olhou-a com desdém – teria que dar conta disso logo... E também da raiz de seu cabelo, que já aparecia cor de chocolate.

Mas o que mais diferenciava o jovem naquele momento era o corte que vinha desde a altura de suas sobrancelhas até sua bochecha, e era entrecortado por seu olho direito.

Quando Izaya entrou no banheiro e viu o loiro se examinando na frente do espelho, não resistiu o sorriso que se apossou de seus lábios – era uma cena bastante adorável.

– Algum problema, Shizu-chan?

O jovem parecia pensar um pouco. – Preciso de espuma pra barbear... e água oxigenada. - , disse, sério.

O sorriso de Izaya tornou-se redondo; era bom fazer parte dessa rotina íntima do outro.

-

Depois de fazer a barba e descolorir o cabelo, Shizuo estava exausto. Sentia-se ridículo por isso; as duas coisas juntas mal tomaram uma hora de seu tempo e, ainda assim, seu corpo estava pesado e sonolento.

Sentou-se no sofá preguiçosamente; seu cabelo ainda molhado e jogado para trás. A camiseta que usava era um tanto aberta no colo e de um tom profundo de cinza, e ele usava calças jeans que vestiam suas pernas de uma forma justa, porém confortável.

Soltou um suspiro pesado; seus músculos estavam estranhos. Não demorou para que Izaya aparecesse e se sentasse ao seu lado, fitando-lhe sem parar. Após algum tempo, porém, Shizuo começou a sentir-se incomodado com aquilo. – Algum problema? - , perguntou o loiro.

- ...Você vai pegar um resfriado.O Orihara não ia dizer que Shizuo estava irresistivelmente bonito daquele jeito, nem pensar. Pelo menos não por enquanto. E, de qualquer forma, não era como se ele estivesse mentindo – o loiro acabaria se resfriando mesmo.

- Ah, eu já estou um bagaço... um resfriado não vai fazer diferença.

- Idiota! - , disse Izaya enquanto dava um soco de leve na cabeça do companheiro. – Isso é sério! Você não está completamente recuperado, se não tomar jeito vou ter que ser sua babá pra sempre!

- Eu não me importaria... - , disse o loiro, corando um pouco. Os dois ficaram em silêncio por algum tempo, ambos levemente corados e olhando para lados diferentes.

- Mas, então... por que é que não acabou com a raça daqueles animais? Se é que me entende. – A tentativa de Izaya quebrar o gelo não funcionou muito bem, mas ao menos dispersou o clima pesado que havia se estabelecido.

- Porque eu queria te proteger. – Izaya corou ainda mais, xingando Shizuo mentalmente por trazer de volta aquele clima. Não era exatamente ruim, mas era um tanto difícil de respirar, e estava quente demais.

O loiro percebeu o incômodo do outro que, corado, fitava a mesa de café e parecia muito inquieto. Aproximou-se dele, laçou-lhe num abraço com um só braço e deu-lhe um breve beijo na testa.

Izaya corou ainda mais, porém retribuiu o abraço, afundando seu rosto no peito do mais velho. – Às vezes parece até que você se importa comigo, Shizu-chan... - , disse numa voz baixa, quase sussurrada, que era abafada pelo tecido da camisa do Heiwajima.

O loiro sorriu um pouco, mas não lhe respondeu. Após alguns segundos, Shizuo grunhiu; seu braço doía. Separou-se de Izaya, que segurou forte seu cabelo e puxou-o violentamente para seu colo.

Shizuo corou escarlate – ter a cara enfiada ali não lhe parecia muito promissor. – I- Izaya... O que você-?

- Feche os olhos e durma. Você está precisando. – Ainda corado, Shizuo ajeitou-se para deitar confortavelmente no sofá, um pouco hesitante. Mas, ele não podia negar – era muito bom ficar daquele jeito com Izaya.

Conseguiram relaxar por alguns momentos, antes que a curiosidade tomasse conta de Shizuo. – Ah... Então, Izaya... O que você vai fazer quando eu melhorar? – As palavras deixaram sua boca com um gosto amargo; ele tinha medo da resposta que receberia. Izaya pareceu ponderar sobre aquilo.

- Ainda não sei. – O clima anterior foi substituído por um muito mais tenso – e nem de perto agradável. Izaya olhou o loiro por alguns momentos, pensando em algo que poderia melhorar a situação. – Sabe, Shizu-chan... você ficou muito sexy com esse corte no olho. - , disse, finalmente.

Shizuo virou-se bruscamente, até poder encarar Izaya, e estava tão corado quanto uma cereja na praia. – I- Izaya...! - , disse, simplesmente. Ele com certeza já deveria ter se acostumado com a imprevisibilidade do outro.

O moreno deu-lhe um sorriso redondo e o Heiwajima virou-se novamente de forma a ficar de costas para o encosto do sofá, fechando os olhos com um suspiro e bochechas ainda rosadas. Izaya afagou-lhe os cabelos carinhosamente enquanto observava seu perfil sereno.

Uma parte de si estava feliz por Shizuo estar bem novamente, de volta para casa e são e salvo. Já a outra parte estava um tanto chateada por não ter recebido uma resposta depois de gritar seus sentimentos para ele naquele galpão.

Na verdade, ele teve sim uma resposta – “obrigado”. Mas ele não podia imaginar o que aquilo significava. Talvez Shizuo não tivesse terminado de falar... “Obrigado, mas não, obrigado.”, ou algo assim. Izaya podia apenas imaginar.

Perguntar para o Heiwajima o que ele quis dizer com aquilo? Nem em um milhão de anos. Nem pensar. Nein. No way. Nem que ele visse uma vaca voando e cuspindo bombas de arco-íris... Com uma lhama segurando suas rédeas.

Chacoalhou a cabeça para tirar o pensamento. Ele definitivamente não iria perguntar nada para Shizuo. Primeiro porque não tinha idéia de como perguntar uma coisa dessas, segundo porque – por mais idiota que fosse – ele estava com vergonha, e terceiro porque tinha medo da resposta.

Não que ficar pensando sobre o assunto resolvesse aquilo.

Mas quanto à pergunta de Shizuo – sobre o que ele faria agora – havia lhe deixado um pouco confuso. Ele evitara pensar sobre isso enquanto Shizuo estava em coma, mas agora não tinha escolha. Era ficar ou ir embora.

Cada escolha implicava em vários prós e contras. Se ele escolhesse ficar, teria a companhia de Shizuo, o que em si só já era muito bom. Além disso, não precisaria separar Ruruka e Chocora, ou deixar os dois com Shizuo, ou levar os dois... Se ele ficasse, poderia levar uma vida “normal”, quem sabe virar uma dona de casa. E, se ele fosse sortudo o suficiente, o Heiwajima se apaixonaria por ele também e os dois viveriam felizes para sempre.

Se ele escolhesse ir embora, voltaria a ser podre de rico, poderia brincar com as pessoas como se fossem peões – uma de suas maiores diversões -, tiraria sarro de Namie por causa do irmão dela... Resumindo, voltaria à sua antiga rotina.

Apesar de a primeira escolha parecer mais favorável, Izaya não podia deixar de pensar no trabalho que estava tendo para cuidar de Shizuo – não que isso fosse ruim-, mas estava sendo bastante difícil para Izaya tomar conta do que sentia pelo loiro.

Era algo totalmente novo para ele; era como uma criança que havia acabado de ganhar uma bicicleta e ainda precisava aprender a pedalar. Izaya havia acabado de ganhar um sentimento novo, e precisava aprender a lidar com ele.

Suspirou pesado, tomando a atenção de Shizuo, que virou-se um pouco para encará-lo. – Algum problema, Izaya?

O moreno esperou algum tempo para falar. Estava com medo da reação de Shizuo, não sabia se seria positiva ou negativa, e, de certa forma, as duas opções lhe davam medo. – Você tinha perguntado o que eu vou fazer assim que você melhorar, né?

- Isso. - , disse o loiro enquanto se sentava, inquieto, ansioso. Então, Izaya olhou-o nos olhos firmemente, mas ainda hesitante.

- Shizu-chan... Eu vou embora.


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Notas finais do capítulo

Só eu percebi que Shizu-chan tá parecendo o Kakashi Hatake com esse corte no olho? IHOAHIOAIHOA Espero que isso não incomode ninguém! :3
Ahhh, penúltimo capítulo! >///< Na próxima atualização já vou contar o nome da continuação da fic! Fiquem de olho tá! ;D
Espero que tenham gostado desse capítulo também! Obrigada pelo apoio de todas! ♥
Beijos de leite da Yu pra tooooodo mundo~! ♥