Be Your Boy escrita por Yusagi


Capítulo 6
Gato com Pele de Cordeiro


Notas iniciais do capítulo

Piuíii~ Todos à bordo do trenzinho da pequena Yu? *u*
Ahh poxa vida, poxa vida, demorei tanto pra atualizar esse chappie! Eu confesso que estava sem inspiração, mas agora tenho a história bolada até a última palavra, então preparem-se!
Ah, nas notas finais haverá uma notificação importante, então por favor leiam, ok? ♥
Agora, sem mais delongas, o capítulo 6 (é o 6 mesmo? HIOAHIOAHIOA) de Be Your Boy~ ♥



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Shizuo estava preocupado. Seu “companheiro de quarto” fanfarrão estava estranhamente quieto desde o momento em que acordara, e parecia ignorar qualquer tentativa do loiro de descobrir do que se tratava o silêncio cortante.

Talvez fosse egoísmo de Izaya pensar que Shizuo saberia o que havia de errado com ele, mas uma parte mais forte dentro de si dizia que era melhor daquela forma – preocupar o loiro com coisas fúteis como aquela lhe parecia até errado.

Porém, seus olhos lhe traíam. Pareciam implorar para que Shizuo simplesmente dissesse que ficaria tudo bem, ao invés de fazer perguntas que, ele sabia, não teriam resposta.

O Orihara estava com uma terrível sensação de nostalgia, que definitivamente não era bem vinda. Ele lembrava-se das infinitas batalhas que travara com o loiro, quantas vezes ambos ficaram entre a vida e a morte enquanto brigavam como dois animais selvagens.

Sempre houve um sentimento apaixonado no peito de cada um, paixão não-romântica – combustível que ditava cada movimento dos dois. Queriam matar um ao outro; queriam tanto que quase chegava a doer.

Mas Izaya estava receoso – essa paixão assassina parecia estar se modificando. Ele não mais queria a morte do outro, e tinha certeza de que Shizuo pensava o mesmo.

Ele sabia e odiava o fato de que Shizuo nunca havia sido uma constante – nunca seguia seus planos, nunca pôde ser controlado. Mas o que realmente irritava Izaya não era isso apenas... o loiro havia conseguido transformar esse ódio em outra coisa, de tanto que era indomável.

O Orihara ainda não conseguia definir o sentimento esquisito que lhe assolava o peito; queria estar com Shizuo e não deixá-lo ir, queria tê-lo em seus braços e não soltar nunca mais. Era uma mudança e tanto, para alguém que há apenas alguns dias queria atirar o homem de um penhasco.

Por enquanto, pelo menos, ele não se importava com o que o outro pensava sobre isso – provavelmente nem pensava -, porém Izaya sentia que logo passaria a se importar. Parecia um tanto óbvio para ele que isso aconteceria, ainda que lhe soasse estranho.

Olhar para o loiro doía. Izaya tinha medo de ver a expressão amedrontada que certamente se faria visível no rosto do outro assim que o moreno voltasse ao normal. Ele não queria voltar ao normal.

Mas, sinceramente, seu tamanho ou formato não era o que realmente importava – Izaya queria apenas não precisar pensar no que aconteceria ao retornar à sua forma humana; ele temia ter que voltar à sua agressividade e batalhas infernais. Ele gostava de como sua vida estava agora.

E ele sabia que, se pedisse a opinião alheia ele iria ter, jogada em sua cara, a verdade que ele muito provavelmente acabaria matando Shizuo, ou sendo morto por ele. O Heiwajima apenas tomava conta dele pois estava vulnerável, não havia nenhum sentimento nobre ou belo de carinho e nem nada que passasse perto disso.

Naquele dia, Izaya não quis ir trabalhar junto com Shizuo. Silenciosamente negou a oferta do Heiwajima e foi até a cozinha procurar algo inexistente na geladeira. Ele podia sentir os olhos castanhos observando cada movimento seu pelo que pareceu uma eternidade, antes que Shizuo finalmente tomasse alguns passos adiante e se agachasse à sua frente.

Izaya sentiu borboletas voando em seu estômago quando o loiro lhe afagou os cabelos e deu-lhe um beijo na testa, sem proferir nenhuma palavra. Então, Shizuo levantou-se e saiu de casa, deixando o Orihara sozinho com os gatos.

Nem mesmo Kasuka estava lá – apesar de que a presença do outro também não lhe faria nenhum bem. Por mais quieto que fosse, o jovem Heiwajima havia provado ser um excelente observador, vezes mais do que seu irmão “tapado”, como gostava de pensar Izaya.

Ele não queria que ninguém soubesse dessa sua pequena dor, então apenas foi se fechando cada vez mais, ao menos depois de acordar naquele dia com sua cabeça no peito do maior, ouvindo cada batimento seu.

Ele muito provavelmente nunca mais sentiria aquilo, ao menos não daquela forma.

Izaya se sentia patético; nesses últimos dias ele andava sentindo medo acima de tudo.

-

- Shizuo, você está se sentindo bem? – Deveria ser a qüinquagésima vez que Tom havia lhe perguntado isso, mas o loiro não conseguia nem ficar bravo – sabia que deveria ser muito esquisito vê-lo cabisbaixo, com o olhar pensativo.

- Eu vou ficar bem. -, foi sua única resposta. O sol já começava a descer pelo horizonte e Shizuo torcia para que pudesse ir logo para casa; estava com uma vontade desesperada de tomar um banho bem quente e tentar descobrir o que havia de errado com Izaya.

Parecia estar indo tudo bem no dia anterior; eles até se beijaram.

Mas, quem sabe... ele estivesse assim justamente por causa do beijo.

Shizuo não havia consultado o menor antes de agir; não sabia se era realmente aquilo que ele queria, e apesar de Izaya parecer bastante contente depois daquilo, não era como se o Orihara fosse um mau ator – se ele quisesse, poderia fingir muito bem.

Mas então, se fosse esse mesmo o caso, o único motivo que levaria Izaya a ficar com uma aparência tão deprimida seria remorso, talvez arrependimento.

O pensamento fez o peito de Shizuo doer. Nesse meio tempo ele realmente aprendeu a se relacionar com Izaya, a se importar com ele; talvez até gostasse daquele lado mais manhoso e prestativo do moreno.

Pensar que o Orihara se arrependia de uma demonstração tão íntima de afeto, que Shizuo certamente nunca havia mostrado a ninguém, o machucava muito.

Ergueu seus óculos quando Tom parou de andar; parecia perturbado com alguma coisa. O loiro deu alguns passos a frente e olhou na mesma direção que o companheiro olhava; do outro lado da rua, olhando os dois fixamente, estava um grupo de uns cinco ou seis homens.

O problema não era o grupo de homens, nem o olhar fixo que mantinham na dupla enquanto esperavam alguns carros passarem antes de atravessarem a rua.

Cada um deles vestia uma fantasia de animal selvagem. A parte mais bizarra daquele grupo era um flamingo que ficava balançando os braços – leia-se suas asas – por algum motivo que Shizuo preferia nem descobrir.

O grupo finalmente atravessou a rua, e um deles, que deveria ser o líder, apontou para o loiro. – Shizuo Heiwajima! É bom você vir com a gente, temos alguns assuntos pra acertar com você!

- Nem pensar. - , foi a resposta imediata de Shizuo, que já ia se virando de costas para ir embora. – Ah, mas eu acho que pode ser do seu interesse... nós podemos ser muito malvados, sabia?

O loiro ergueu um dos braços, de forma que sua mão ficasse de frente com o sujeito, e ficou abrindo-a e fechando-a. – Fale com a mão. - , disse em tom sério.

O sujeito, que aliás era um tanto suspeito, deu uma risada por baixo de sua máscara e se aproximou de Shizuo, para sussurrar em seu ouvido. – Então eu acho que vou ter que ligar pro meu amigo, que está na frente da sua casa, e mandá-lo dar um oi pra aquele menino-gato.

Naquele exato momento, o corpo do Heiwajima congelou. Se ele estivesse fumando, seu cigarro teria caído no chão, tanta era sua paralisia diante das palavras do homem. Cerrou os punhos e olhou para Tom, quase como se esperasse permissão para seguir os homens fantasiados.

Tom não havia ouvido o que o homem disse ao ouvido de Shizuo, então imaginou que devia ser algo muito sério e que o amigo precisava resolver o que quer que fosse. Acenou positivo com a cabeça e, antes que eles se distanciassem muito, pôde ouvir um dos homens falando sobre um galpão abandonado no distrito norte.

Shizuo estava preocupado – não consigo, mas com Izaya que estava sozinho em casa, sem sua preciosa faca e sem a mínima maneira de se proteger. Apertou os dentes e parou de andar, tomando a atenção dos homens. – O que vocês vão fazer com ele?

- Com a aberração? Nós-

Antes que ele pudesse terminar de falar, Shizuo levantou-o pelo pescoço, irado. – Ele não é uma aberração! – O loiro podia sentir o outro rindo por baixo de sua máscara. – Se não me soltar agora ele vai virar patê de gatinho.

Irritado, o Heiwajima deixou-lhe ir. – E é bom que isso não se repita. Se você erguer um dedo pra qualquer um de nós, o seu amiguinho já era. – Shizuo podia apenas abaixar a cabeça e continuar seguindo os homens, temendo pela segurança de Izaya.

Claro, ele não tinha nenhuma garantia de realmente havia alguém de tocaia em frente à sua casa, mas ele preferia não correr riscos. E, de qualquer forma, Shizuo era um vaso ruim de se quebrar, o que contribuía bastante para que ele mantivesse a calma.

Mas ele estava, de certa forma, surpreso consigo mesmo – ir tão longe apenas para que Izaya não se machucasse...

Apesar de que parte dele queria realmente que algo de ruim acontecesse consigo – seria como se ele estivesse se redimindo por aquele beijo indesejado. Shizuo não queria que Izaya continuasse daquela forma e, apesar de duvidar que isso resolvesse algo, a maior vontade do Orihara sempre havia sido vê-lo morto.

Se isso realmente acontecesse, os dois finalmente estariam quites.

Logo chegaram a um antigo galpão que servia anteriormente como depósito de um supermercado falido, e dois dos homens abriam a porta enquanto os demais adentravam o lugar junto com Shizuo.

Levaram-no até o fundo do galpão e empurraram-no na parede, logo prendendo o homem com algumas correntes que pendiam do teto. Quando terminaram de amarrá-lo, o maior deles pegou uma barra de ferro que jazia jogada no chão e arrastou-a no chão enquanto andava até o loiro.

- Agora nós vamos ter certeza que você nunca mais vai atrapalhar os nossos negócios.

-

Já estava um pouco tarde e Izaya começava a se preocupar com Shizuo. Provavelmente ele estava enrolado com o serviço destruindo patrimônio público, mas ainda assim o Orihara sentia uma preocupação descomunal.

Algo dentro dele dizia que isso não estava certo; dizia que Shizuo não estava bem, quase como uma mãe que sente que há algo de errado com o filho.

Izaya não gostava nada daquilo; estava longe do trabalho por tempo demais para saber o que estava acontecendo na cidade, suas informações estavam desatualizadas mas algo que sempre seria verdade...

Havia muitas pessoas querendo acabar com Shizuo.

O pensamento lhe mandou um arrepio na espinha – ele precisava falar com o loiro, e agora.

Saiu correndo até o telefone e discou o número de celular do Heiwajima, porém ninguém atendia. Após algumas tentativas, a chamada passou a cair na caixa postal, então Shizuo devia ter desligado o celular.

Estava querendo evitar Izaya?

O Orihara procurou freneticamente por uma agenda, qualquer coisa do tipo, e passou alguns minutos em sua busca. Finalmente encontrou-a e procurou pelo número de Tom, discando os números e encostando o telefone em seu ouvido esperançosamente.

Por sorte, não demorou muito até que o homem atendesse. – Tom falando.

- Tom-san, aqui é o Izaya... por acaso Shizu-chan está aí por perto? - , perguntou enquanto tentava esconder seu desespero.

- Ele não chegou em casa ainda?

- Não... ele não está com você?

- Da última vez que eu o vi, saiu com uns caras estranhos. Na verdade eles eram bem engraçados, estavam fantasiados de animais; tinha um flamingo, um jacaré e-

Depois daquilo, Izaya não escutou mais nada. A palavra “jacaré” ficava buzinando em sua mente; parecia um disco riscado. Era exatamente como em seu pesadelo – o jacaré gigante que ia matar Shizuo.

- Tom-san, pra onde eles foram?! - , perguntou, desesperado. – Er... parece que era um galpão no distrito norte.

- Por favor, você tem que chamar a polícia agora! - , exalou o Orihara enquanto vestia seus sapatos. – Izaya-san, tem certeza? Shizuo sabe se cuidar muito bem.

- Não temos tempo! Ligue pra polícia agora mesmo e mande eles pra lá! – A voz de Izaya era autoritária, e ele parecia tão preocupado que Tom não teve como recusar. – OK, eu vou ligar. Mas o que você vai fazer?

Porém, Izaya não lhe respondeu. Desligou o telefone e abriu a porta de casa, quando se deparou com um homem vestido de macaco. Os dois ficaram se olhando por alguns segundos, perplexos, até que Izaya finalmente fechou a porta atrás de si e saiu correndo; por sorte conseguiu passar por baixo das pernas do homem.

O homem-macaco corria atrás dele mas Izaya estava tão preocupado, com tanto medo, que corria como se fosse um atleta profissional, o que era surpreendente, levando-se em conta o seu tamanho.

Mas sua resolução não falhava – ele iria socorrer Shizuo, não importava o quanto custasse.


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Notas finais do capítulo

NOTIFICAÇÃO IMPORTANTÍSSIMA:
Be Your Boy terá uma continuação~ Sabe, que nem Crepúsculo tem Eclipse? ...mas não sei a ordem dessa coisa? xD Bom, só vou revelar o título no último capítulo de BYB, então fiquem atentas~ Teremos mais vômito de arco-íris que nunca na continuação dessa bela história de amor! *u*
Bom, acho que por enquanto é só...
Não tenham medo de criticar, OK? A pequena Yu não morde, só ladra~
Beijos e até o próximo capítulo de BYB~ ♥