Be Your Boy escrita por Yusagi


Capítulo 2
Melhor um Gato na Mão do que Dois Voando


Notas iniciais do capítulo

Weeeeee~
Mais um capítulo, minha gente! Fiquei muito satisfeita com o retorno que tive com a fic, e espero que continuem gostando dela após ver o que eu aprontei nesse capítulo OIAHOIAHOIAHIOHIOA
Bom, não quero ficar enrolando ninguém, então aí vai mais um capítulo! ♥
Ah, na próxima atualização mudarei o nome desse capítulo, por que ainda não pensei em um AHAHIOHIOHIOA!



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O Heiwajima realmente não acreditava no que estava fazendo. Colocando seu maior inimigo debaixo do seu próprio teto, dando um maldito banho nele e ainda por cima secando-o com um secador de cabelos – e, ainda por cima, fazendo o mesmo com o “companheiro” dele, um pequeno gato amarelo.
Claro, ele não iria simplesmente deixar os dois morrerem no meio da chuva, mas talvez estivesse exagerando um pouco. – Atchhh-! – Izaya se assustou com o próprio espirro, caindo de costas apesar de estar sentado.
É, talvez não fosse tanto exagero assim.
– Acho que já está seco o suficiente. Vou buscar algum remédio.
– Ah! Espera, Shizu-chan, o que eu vou vestir? – Izaya parecia desesperado. Estava nu, sentado de pernas cruzadas na cama de Shizuo enquanto usava suas pequenas mãos para cobrir o que podia. Shizuo coçou as costas da cabeça enquanto pensava; devia haver algo ali do tamanho de Izaya, ou que pelo menos o cobrisse.
Foi até seu guarda-roupas e pegou uma camiseta, jogando-a para o Orihara enquanto se dirigia até a porta. – Isso deve servir por enquanto.
Izaya vestiu a camiseta e olhou o gatinho ao seu lado com um pequeno sorriso. O bichano dormia calmamente todo enrolado na cama de Shizuo, e isso dava um pouco de sono no Orihara também; ele havia se cansado bastante naquele dia e de qualquer forma já estava ficando tarde.
Bocejando, o menino-gato deitou-se ao lado de seu mais novo amigo, que deveria receber um nome logo. Em pouquíssimo tempo o jovem dormiu, sentindo-se com sorte por conhecer Shizuo.
Enquanto isso, na cozinha, o Heiwajima procurava por remédios para gripe. Quando finalmente conseguiu encontrá-los, foi de volta para seu quarto junto com um copo d’água, e encontrou Izaya dormindo.
Suspirou baixinho e depositou o copo e o remédio no criado-mudo ao lado de sua cama. Levantou Izaya e o gatinho e os colocou mais perto do travesseiro, cobrindo-os com o cobertor para que não ficassem ainda mais doentes, e sentou-se na beira da cama para pensar um pouco.
Ele teria um trabalho imenso para cuidar dos dois – e o pior é que ele nem sabia até quando Izaya ficaria daquele jeito. Com um suspiro, pegou seu celular e ligou para o número de Shinra enquanto se dirigia para a sala, tentando não acordar os dois dorminhocos.
– Alô, Shizuo-kun~! ¬– Quando percebeu que Shinra parecia mais feliz que de costume, Shizuo começou a suspeitar. – O que raios você fez com a praga?!
– Ohh, pobre Izaya-kun! Não deveria falar assim dele, principalmente quando ele está tão vulnerável...
¬- Eu devia te matar! Ele é responsabilidade sua, por que é que você não está cuidando dele?!
– Ora, ora, Shizuo-kun, eu e Celty somos muito ocupados, não temos tempo pra cuidar de um bichinho.
¬- Ele não é um bichinho, é o Izaya! A praga! O desgraçado que eu quero matar! Ta me entendendo, Shinra? Acho bom você fazer alguma coisa a respeito disso.
– Ahh, por que eu deveria? Você já está fazendo.
– Shinraaa...! Seu-!
– Opa, Shizuo-kun, não posso falar agora! Outro dia eu passo aí pra visitar vocês dois, okaaay? Até mais~!
¬- Shinra, espera-!
Mas já era tarde demais; o médico já havia desligado. Shizuo suspirou e jogou o aparelho no sofá; seus dedos bagunçando seu cabelo enquanto ele tentava não ficar mais irritado.
Izaya apenas observava tudo da porta do quarto; orelhinhas baixas e cauda imóvel no chão.

Quando Shizuo finalmente acordou, suas costas doíam. Dormir no sofá não era tão confortável quanto ele pensava, mas era melhor que dormir no pé da cama enquanto os dois espertinhos dividiam todo o espaço.
Espreguiçando, o loiro resolveu checar os dois. Andou até seu quarto e abriu a porta, vendo apenas o pequeno gato amarelo sobre seu travesseiro. Franziu as sobrancelhas e saiu procurando Izaya pela casa toda; no banheiro, na cozinha, em tudo o que era lugar, e quando finalmente desistiu, voltou até seu quarto e sentou-se na cama, acariciando de leve a cabeça do animalzinho.
Foi quando percebeu que, sobre o criado mudo, jazia o copo agora vazio, e uma pequena nota. Pegou-a cuidadosamente e desdobrou-a, lendo várias vezes para ter certeza de que estava lendo direito.
Grunhindo, jogou a nota na cama e saiu de lá, vestindo seus sapatos antes de sair correndo de casa.
Agora desdobrada, a nota lia, “Não quero ser um problema pra você. Por favor, cuide do gatinho até eu melhorar. Quando eu vier buscá-lo, trago sua camiseta de volta. Obrigado por tudo. ~Izaya Orihara”.

Izaya bocejou e espreguiçou os braços, então esfregou um pouco os olhos para tirar o resto de sono que possuía. Até que não havia dormido tão mal – o remédio para gripe que havia tomado facilitou bastante as coisas.
Sentou-se e olhou em volta – apesar de ainda ser cedo, já havia várias pessoas nas ruas. Isso o distraiu por apenas alguns segundos, pois não muito depois seu estômago roncava de fome. – Uhh... adoraria um par de torradas agora... -, resmungou.
Levantou-se, segurando a barra da camiseta para não tropeçar, e saiu andando pela cidade. As pessoas a esse horário da manhã estavam tão ocupadas com seus próprios problemas que ninguém pareceu notar o pequeno menino-gato que andava distraído entre eles; seu pequenos pés diretamente contra o chão gelado pós-chuva.
Izaya sabia que estaria muito mais confortável na casa de Shizuo junto com o gatinho, mas estava chateado demais para conseguir ficar lá. Depois de ser “resgatado” pelo loiro, pensava que ele realmente quisesse tomar conta dos dois, mas após ouvir que era apenas um estorvo, seu pequeno coração de menino-gato sentiu uma pontada.
Claro, ele muito provavelmente morreria de fome ou de alguma doença louca, e não poderia nem ligar para Namie por que havia perdido seu celular. Porém, talvez fosse uma coisa boa, pois ela provavelmente aproveitaria a chance para matá-lo.
Izaya suspirou – muita gente o odiava, mesmo ele amando tanto os humanos. Ele deveria se sentir decepcionado com isso, mas na verdade estava mais decepcionado por causa de Shizuo, ainda que o odiasse com toda sua alma.
Quem sabe nem odiasse tanto assim, considerando tudo o que havia acontecido.
Os pensamentos do Orihara foram bruscamente interrompidos por um rosnado familiar. Izaya olhou para trás já sabendo o que esperar, porém dessa vez ele não teve tempo de correr – seu grito agonizante logo enchia os ouvidos das pessoas, que olhavam, desesperadas, a cena à sua frente.

Shizuo corria; não sabia o quanto esteve correndo e nem por onde. Izaya era louco, louco se achava seguro simplesmente sair por aí daquele tamanho, e ainda por cima com início de gripe. Ele teria sorte se ainda estivesse vivo.
Correndo perto do centro da cidade, Shizuo viu um grande número de pessoas reunidas em círculo. Algo dentro de si estalou, e ele saiu disparado até o grupo, até mesmo jogando algumas pessoas pelo ar para conseguir passar, e o que ele viu depois quase fez seu coração parar.
Deitado no chão, em meio a uma poça de sangue, o pequeno corpo de Izaya. Ele tremia muito e estava severamente machucado, e grunhia baixinho de dor. – IZAYA! -, gritou Shizuo. Seu peito doía muito; Izaya havia se machucado por algum descuido dele; e as pessoas em volta falavam do cachorro que o havia atacado brutalmente.
Segurou o corpo machucado em seus braços e tirou o celular do bolso, discando o número de Shinra enquanto corria de volta para casa. – Shizuo-kun, olá~!
– Shinra, não tenho tempo pra isso! Quero que pegue carona com a Celty e venha pra minha casa agora!
– Mas, Shizuo-kun, achei que discutiríamos isso outro-
¬- Izaya foi atacado por um cachorro! – Shinra parecia ter engasgado do outro lado da linha. – E- Entendi, eu chego logo aí!
¬ Shizuo desligou o celular e continuou correndo; torcia para que Shinra chegasse logo ou Izaya não sobreviveria.

Quando o Heiwajima ouviu a campainha, saiu num sprint até a porta. Abriu-a rapidamente e, por sorte, eram Shinra e Celty. – Onde ele está? -, perguntou o médico com expressão e voz sérias. – No meu quarto.
O trio se dirigiu até lá e Shizuo virou o rosto enquanto Shinra examinava Izaya. – Ele perdeu muito sangue... – Celty, você fique aqui e me ajude. Shizuo-kun, pode esperar lá fora? -, disse o jovem médico enquanto pegava um pouco de morfina de sua bolsa.
Na sala, Shizuo tinha o rosto afundado nas duas mãos, e o gatinho amarelo de Izaya parecia tentar acalmá-lo enquanto se esfregava em sua perna. Ao seu lado, as cobertas que ele havia usado para dormir ainda jaziam jogadas, e apenas o lembravam da culpa que ele sentia pelo ocorrido.
Ele queria fazer algo por Izaya, qualquer coisa para que ele se sentisse melhor. Shizuo nunca se sentiu tão mal assim, mas tinha certeza de que o moreno estava ainda pior.
Após pensar um pouco no que fazer, lembrou-se de um curso rápido de costura que havia passado na TV, e ele havia assistido para conseguir consertar as próprias roupas ao invés de mandar os preciosos presentes de seu irmão para as mãos de outra pessoa.
Isso deveria servir.

O Orihara abriu os olhos vagarosamente. Não conseguia mover-se muito bem e seu corpo todo doía, sem contar a tontura que estava sentindo. – ...por que o inferno se parece com a casa do Shizu-chan? -, perguntou baixinho. Ouviu alguns barulhos ao seu lado e viu Shizuo agachado ao lado da cama, de cabeça baixa, dando risada. – Shizu-chan? Você morreu também?
Quando Shizuo finalmente ergueu sua cabeça, Izaya pôde ver os olhos avermelhados dele; quase parecia que estava chorando. – Ninguém morreu, seu idiota. -, disse com um sorriso. – Eh? Tenho certeza que eu morri.
– Idiota, idiota...! – O Heiwajima abraçou o pequeno corpo enfaixado contra o seu e ouviu a voz de Shinra atrás de si. – Bom, acho que o meu trabalho aqui está feito. Se ele ficar mal de novo, me ligue. – Mas não recebeu resposta.
Quando Izaya e Shizuo finalmente ficaram sozinhos, o loiro se afastou e sentou-se no chão, soltando um suspiro de alívio enquanto uma de suas mãos segurava a outra. – Você quase me matou do coração! Não ouse fazer isso de novo ou eu quebro suas costelas! - , disse Shizuo, porém sua voz chorosa não deu o efeito que ele queria à frase. – Você não é um problema. Se fosse eu já teria te matado, seu idiota!
Izaya deu um pequeno sorriso. – Ah... a sua camiseta... - , disse o Orihara enquanto corava um pouco. – Acho que ela não existe mais. – Shizuo parecia concentrado em alguma coisa. Não respondeu ao que Izaya havia dito e fitava o chão sem parar. – Ah! Quase me esqueci! -, disse finalmente.
Levantou-se e foi até uma pequena caixa no pé da cama. Antes de entregá-la, encarou Izaya com uma expressão séria. – Isso aqui só vai ser seu se prometer não fugir mais. – O Orihara fez bico, mas acenou positivo com a cabeça. Suspirando, Shizuo depositou a caixa no colo de Izaya enquanto o ajudava a se sentar.
Com cuidado, o moreno abriu a caixa. Tirando o conteúdo com suas pequenas mãos, viu uma réplica exata das roupas que costumava usar, só que menor. – Shizu-chan! – Izaya nem sabia o que dizer. Era quase como se suas roupas houvessem sido diminuídas.
Ele então viu que Shizuo parecia estar escondendo as mãos. Tomou a mão direita do loiro e viu que estava toda arranhada e com picadas de agulha. – Shizu-chan... foi você que fez isso pra mim?
Shizuo corou escarlate e virou o rosto. – Fui eu sim. Algum problema com isso? – Izaya soltou um pequeno sorriso. – Não. Ficou perfeito. – Com cuidado para não abrir seus ferimentos, Izaya moveu-se até ficar perto do rosto de Shizuo, e deu-lhe um pequeno beijo na bochecha, fazendo com que o loiro corasse ainda mais.
Ele realmente sentia que não odiava tanto assim o loiro.


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Notas finais do capítulo

Realmente, eu só sacaneio o pobre Izaya HIAHOIAHOIAHOIA Oh Izanyan, sabe que eu te amo né? ♥
Bom, apesar de eu ter quase matado o pobrezinho, ainda bem que deu tudo certo né? E esse cachorro deve ser o cão que butô nóis pa bebê, porque né... ):
Espero sinceramente que tenham gostado!
Nos vemos no próximo capítulo de Be Your Boy! ♥