Be Your Boy escrita por Yusagi


Capítulo 10
Deus Escreve por Gatos Tortos - Final -


Notas iniciais do capítulo

Nooooooooes, último capítulo! ;-; Tô tão emocionada... nem acredito que acaba agora! Uiuiui!
Bom... pelo menos na minha opinião, esse capítulo não é o melhor até agora, mas ao menos eu ainda vou ter mais dez capítulos e um especial da nova temporada pra compensar! HIOAHIOAHIAHIA
Não quero atrasar mais sua preciosa leitura, então...
Bom proveito! ♥



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- Shizu-chan... Eu vou embora.

As palavras pendiam pesado no ar. Shizuo nem se deu ao trabalho de esconder a expressão dolorosa que se apossou de seu rosto enquanto encarava Izaya, incrédulo. Alguns segundos se passaram em silêncio e o Orihara começou a se arrepender de ter trazido o assunto à tona.

- Por quê...? - , foi tudo o que Shizuo conseguiu pronunciar, ainda numa voz quebradiça e fraca. – Por quê, Izaya?! - , perguntou novamente, mais determinado dessa vez, mas ainda assim chocado. O moreno continuou lhe olhando, falhando em esconder remorso.

Izaya finalmente virou o rosto, impossibilitado de fitar aqueles olhos por um segundo a mais... Aqueles olhos quentes de chocolate, que agora pareciam tão tristes. O moreno mal conseguia pensar num motivo para tal tristeza, preocupado com o abismo que se criava dentro de seu próprio peito.

- Eu... Preciso resolver umas coisas. Coisas muito importantes. - , disse simplesmente, num tom de voz baixo e sério. “Coisas”... Izaya não tinha força suficiente nem para dizer a verdade. Era um fraco, um covarde, fraco, fraco, fraco...

A verdade é que o Orihara estava confuso. Pior que não sabe lidar com aquilo, ele tinha receio de fazer tudo errado e estragar aquilo que seria, provavelmente, sua primeira – e única – chance de se relacionar com alguém.

Não que ele pensasse que, se não estivesse confuso, ele teria de fato um relacionamento com Shizuo. Para existir um relacionamento, precisa existir sentimento de ambas as partes, e Izaya acreditava que não era esse o caso.

Ele tinha quase, se não total certeza de que o Heiwajima não sentia por ele o que ele sentia pelo Heiwajima. Não importava se no dia do aniversário de Shizuo ele havia beijado Izaya; provavelmente o loiro estava tão confuso quanto o moreno, talvez mais.

Aquilo deixava Izaya se sentindo estranho; talvez até machucado, mas se ele considerasse que Shizuo poderia estar confuso como ele, a melhor escolha era, realmente, separá-los.

Ele precisava da distância. Na verdade, ele sabia que os dois precisavam. Eles eram duas criaturas de naturezas totalmente distintas; era como jogar um cão e um gato num mesmo quarto, sem mais nem menos, e sem esperar merda acontecer.

Alguém tinha que ir, e esse alguém era ser Izaya.

Mas como aquilo doía! O olhar nos olhos de Shizuo quase lhe dava vontade de chorar; aquilo fazia com que ele se sentisse um monstro, uma aberração. Doía, doía muito seu peito; doía tanto que parecia querer explodir.

Izaya segurou sua mão esquerda com a direita, e apertou forte. Ele precisava se controlar – aquele não era o momento certo para desmoronar. Ainda que parecesse que nunca haveria um momento certo para ele desmoronar, ele não queria fazer isso ali, agora, na frente de Shizuo. Ele precisava suportar aquilo, pelo bem dos dois.

Uma mão forte descansou em seu ombro e o moreno sentiu sua determinação derretendo como manteiga no fogo. Seu ombro queimava com o toque de Shizuo; ele estava tremendo, Shizuo Heiwajima estava tremendo! – Eu entendo. - , foram as palavras suaves do loiro.

Izaya arregalou os olhos; suas bochechas corando de leve enquanto ele se virava para olhar o outro novamente. – Você... Entende? - , disse. Se Shizuo entendia, se ele sabia daquela dor horrível no peito do Orihara... Se ele sabia da confusão e do medo, as coisas seriam muito mais fáceis.

- Entendo. - , continuou Shizuo enquanto tirava sua mão do ombro de Izaya. Porém, o olhar no rosto do loiro não era nem de longe sereno ou contente. Havia ali um quê de solidão que Izaya não conseguia determinar de onde vinha. E então, o loiro pôs-se a falar novamente – sua voz quebradiça e olhos vermelhos, lacrimosos. – É por que... Eu sou um monstro, não é?

O Orihara nunca se sentiu tão horrível em sua vida. Era aquela a impressão que ele estava dando esse tempo todo? A impressão de que pensava que Shizuo era um monstro? Algum tempo atrás, quem sabe, mas não hoje! O Heiwajima deveria saber disso!

Mas, então, havia tantas coisas que nenhum dos dois sabia sobre o outro que era difícil culpar qualquer um deles pelo mal-entendido.

- Shizu-chan, não é nada d-

- PARE DE MENTIR! – Izaya quase pulou do sofá com o estouro repentino de Shizuo. As únicas vezes em que ele usou esse tom de voz, os dois estavam em meio ao seu campo de batalha improvisado, um prestes a pular no pescoço do outro. Por que o loiro havia ficado tão bravo de repente?

- Sh- Shizu-chan... – A voz de Izaya lhe traiu. Ele queria perguntar o que havia de errado; por que Shizuo estava tão bravo, por que, por quê? Por que Shizuo estava chorando? Mas sua voz não saía, apenas ficava presa em sua garganta de uma forma dolorida, e fazia com que ela ardesse.

- Seu verme...! Esse tempo todo eu não passei de mais um dos seus joguinhos! - , disse o loiro; sua visão borrada pela cascata de lágrimas que caía de seus olhos. – Pode ficar feliz! Você ganhou, seu desgraçado, você ganhou!

Izaya não fazia idéia do que Shizuo estava falando, mas agora seu peito doía ainda mais. O loiro parecia irado, com certeza se tivesse uma arma já teria atirado no Orihara e o matado, ou talvez matado a si próprio. Mas, ainda assim, bem atrás dessa ira toda, havia uma tristeza tão profunda que Izaya podia apenas imaginar sua imensidão.

- Dizendo coisas como “eu te amo”, “eu estava com saudades”...! Como você pôde fazer uma coisa dessas comigo?! Não importa se eu sou um monstro, eu tenho uma porra de um coração! - , gritava.

- Shizu-chan, eu não-

- Não quero ouvir, não quero ouvir...! – Shizuo tampou seus ouvidos com suas duas mãos, mas aquilo dificilmente servia para diminuir o som. – Você só vai me largar aqui como faz com todo mundo...! Como todo mundo faz comigo! - , finalizou.

- Shizu-chan...

- Já chega...! Eu não agüento mais isso! Eu devia ter morrido naquele dia!

SLAP!

Um silêncio pesado se estabeleceu. A palma da mão direita de Izaya queimava com a força de seu golpe, enquanto Shizuo permanecia com seu rosto virado e olhos arregalados; coração batendo tão rápido quanto o de um beija-flor.

Do outro lado do sofá, algumas lágrimas teimavam em sair dos olhos de Izaya, porém numa quantidade consideravelmente menor que as do loiro. – Nunca mais diga isso...! - , disse numa voz autoritária; aquilo era definitivamente um ultimato e Shizuo quase tinha medo de contestá-lo.

Devagar, Shizuo levantou uma de suas mãos para tocar sua bochecha vermelha; seu rosto virando-se para encarar o Orihara, que tinha as sobrancelhas franzidas. Izaya estava bravo, ah se estava.

- Nada do que eu disse... Nada do que eu fiz foi um jogo! Acha que eu tenho saco pra fingir que me importo com alguém por tanto tempo assim?! Acha que eu fico chorando na frente de qualquer um? Beijando qualquer um? Gritando que eu te amo, seu desgraçado!

Shizuo quase se sentia mal com aquilo; agora quem chorava sem parar era Izaya; seu corpo mirrado tremendo. – Então... Nunca mais diga isso! Nunca! Ouviu?! – O Orihara levantou uma das mãos para dar um soco no outro, mas ela apenas caiu sem força sobre o peito largo do loiro.

A mão de Izaya descansava diretamente sobre o coração palpitante de Shizuo, e estava trêmula. Naquela situação, o loiro tinha certeza – aquilo não era mentira.

E, naquele momento, o loiro entendeu os motivos de Izaya. Na situação em que estavam, brigas como essas continuariam acontecendo, e seriam muito piores do que se eles tivessem se separado por um tempo e pensado sobre tudo...

Não que fosse anormal haver brigas numa “família”... Mas muitas dessas brigas podiam ser evitadas com diálogo. O problema era que, no momento, nenhum dos dois estava pronto para dialogar. Como fariam isso se não sabiam sobre o que falar?

Se tivessem um tempo, separados, para pensar sobre aquilo tudo... Então quem sabe poderiam voltar a ser aquela “família feliz”. E para isso...

Izaya precisava ir.

Hesitante, Shizuo ergueu os braços e puxou Izaya para um abraço; o corpo do moreno tremendo contra o seu enquanto ele terminava de soltar as últimas lágrimas, os últimos soluços. – Desculpa... Eu não devia ter tocado no assunto.

- Não se preocupe; se não tivesse feito isso, eu nunca saberia o que se passa na sua cabeça sociopática.

– Shizu-chan, isso foi cruel! - , disse o moreno; o canto de seus lábios se erguendo. - ... Isso era pra ser fácil, né? Com a gente sempre é tudo mais complicado.

Shizuo soltou um pequeno sorriso, seus olhos ainda ardendo um pouco. – Se as coisas fossem fáceis, eu ainda estaria correndo atrás de você por toda Ikebukuro destruindo postes. – Izaya riu um pouco contra o peito do outro.

- Até que era divertido. - , disse o Orihara quando conseguiu parar de rir. – Mas acho que prefiro as coisas como estão agora. – Shizuo grunhiu, concordando. – Se bem que... Seria bem mais legal se nós estivéssemos casados!

Izaya separou-se do abraço do loiro e olhou-o com um enorme sorriso no rosto; até seus olhos sorriam, apesar de ainda estarem maculados pelas lágrimas. Shizuo estava corado carmim, e abria e fechava sua boca como um peixe, sem soltar palavras. O moreno riu daquilo, achando a cena completamente adorável, e abraçou o outro novamente.

- Então... Quando eu voltar... Você vai se casar comigo, né, Shizu-chan? – O loiro não sabia como responder – gaguejava tanto que não sabia se suas palavras eram compreensíveis.

- M- Mas... Isso é... Não dá pra d-decidir algo assim desse jeito...! Q- Quer dizer... – Ele nem pôde completar suas palavras. Izaya riu mais um pouco.

- Nah, tudo bem, Shizu-chan! Foi só uma brincadeira. Não pensou que eu diria uma coisa dessas pra valer, pensou? Haha... - , disse o moreno, tentando esconder tanto quanto podia a dor aguda que atingiu seu coração com a rejeição. Ou pelo menos foi o que aquilo pareceu.

- Ah... Hahaha... Nem pensar...! - , respondeu-lhe Shizuo, no que lhe parecia um tom de sarro.

Izaya só não sabia que, agora, o coração de Shizuo doía tanto quanto o dele.

-

- Shizu-chaaaaaan~! Vamos, mais rápido! O show vai começar! - , disse Izaya, tão contente que quase parecia uma criança; andando a passos saltados que quase pareciam uma dança.

Os dois estavam num parque de diversões, no que Izaya negava veementemente ser um encontro, apesar de ser exatamente isso. Como o moreno só tinha mais alguns dias antes de deixar Shizuo, eles decidiram aproveitar o tempo que restava da melhor forma possível.

Izaya estava um pouco triste por não poder ir aos brinquedos mais violentos e potencialmente mortais, já que Shizuo estava impossibilitado, mas o passeio em si estava sendo maravilhoso – os dois quase podiam esquecer aquela dorzinha que lhes batia no peito.

O Heiwajima apagou seu cigarro antes de seguir Izaya para dentro de um enorme teatro temático, cheio de ferraduras de cavalos, laços, chapéus, e tudo o que lembrava o faroeste. Os dois sentaram-se em assentos mais ao fundo e em poucos minutos um vaqueiro entrava no palco.

Não importava se o show era feito para o público infantil – estava sendo verdadeiramente divertido. O vaqueiro principal era muito engraçado, e tinha uma vaca falante que lhe colocava nas situações mais imprevisíveis.

Quando a peça acabou, a multidão começou a se dispersar mais uma vez pelo parque e suas atrações.

A dupla Shizuo e Izaya andava pela seção de jogos, composta por bancas de tiro-ao-alvo, arremesso de argolas e vários jogos que testavam força e agilidade em troca de prêmios diversos.

Enquanto andavam devagar, Izaya avistou um enorme urso de pelúcia que era o prêmio máximo de um desses jogos, onde ele teria que usar uma marreta para fazer uma peça de metal atingir um sino no topo de um longo cano de aço.

Sem pronunciar nenhuma palavra, o moreno andou até a banca onde se realizava o jogo e a atendente logo se aproximou dele. – Boa tarde! Gostaria de participar do jogo? - , perguntou-lhe simpaticamente.

Com um sorriso de orelha a orelha, Izaya acenou positivo com a cabeça. – Com certeza!

Mas as coisas não estavam saindo como ele planejava. A marreta era tão pesada que ele mal conseguia manejá-la; muito menos levantá-la o suficiente para acertar o brinquedo com a força que precisava.

No meio de um de seus cambaleios, sentiu um corpo quente posicionar-se atrás do seu e mãos firmemente segurando as suas, ajudando a levantar a marreta com uma facilidade quase monstruosa.

Izaya corou um pouco com o contato, mas ele com certeza apreciava a ajuda. A marreta desceu rápido e a peça de metal acertou o sino de forma que parecia querer arrebentá-lo, tamanha era a força do impacto.

A atendente, que estava também corada com a cena adorável à sua frente, nutria um enorme sorriso no rosto, e logo deu o prêmio máximo a Izaya – o grande urso de pelúcia, que era extremamente felpudo e era de um tom quente de caramelo, que quase beirava o chocolate. O laço vermelho em seu pescoço deixava a pelúcia ainda mais bonita.

Izaya deu alguns passos adiante, seu urso seguro em seus braços, e Shizuo já ia segui-lo quando a atendente lhe parou. Ela estava sorrindo e segurava uma caixinha pequenina em suas mãos, que tinha o formato de um coração e parecia ser a embalagem de algum tipo de chocolate. – Aqui! Seu namorado vai ficar feliz. Dá boa sorte!

Shizuo não sabia que existiam tantos tons diferentes de vermelho. Ele estava corando tanto que, se houvesse algum médico ali, ele certamente seria internado. Hesitante, ele tomou a caixinha das mãos da moça e murmurou um agradecimento, antes de seguir o “namorado”.

O Orihara não podia deixar de sorrir pelo resto do passeio – o prêmio havia sido ótimo, e também as circunstâncias que permitiram a ele ganhá-lo.

Sentaram-se num banco perto de uma fonte para descansar. O sol já começava a se pôr e Izaya estava ficando cansado; por melhor que aquilo estivesse sendo, eles teriam que voltar logo – Shizuo com certeza estava cansado também.

Izaya descansou sua cabeça num dos ombros largos de Shizuo, e suspirou contente. – A gente devia fazer isso mais vezes. – Shizuo concordou silenciosamente, levando um de seus braços por trás do moreno semi-abraçando-o. – E... Obrigada pelo urso.

- Sem problema. Pelo menos você vai ter algo pra se lembrar de mim... – A segunda parte da sentença foi dita numa voz tão baixa que Shizuo pensava que Izaya nem havia lhe ouvido, mas ainda assim o loiro corou num tom intenso de rosa.

Aquela podia ser a última vez que saíam em muito tempo, mas certamente valeu a pena para acabar com aquele clima tenso entre eles.

-

- Tem certeza que não esqueceu nada? - , perguntou Shizuo, que, apesar de ser manhã de domingo estava totalmente vestido, de cabelos escovados e cigarro na boca. Estava encostado na parede do quarto enquanto Izaya terminava de arrumar sua mala, pronto para voltar para seu próprio lar.

- Hmmm... Acho que está tudo em ordem. -, disse o Orihara enquanto se levantava; mãos na cintura e sorriso no rosto, apesar de estar um pouco triste por ser seu último dia naquele lugar.

Depois da briga de alguns dias atrás, nenhum dos dois ousara tocar no assunto. Não que fosse necessário, já que, durante aquela breve reconciliação, os dois pareciam haver se entendido. Porém, um assunto que eles preferiram evitar ainda mais era a partida de Izaya.

Cada um estava lidando à sua própria maneira – Izaya fazendo piadas bobas e sendo sarcástico pelo menos três vezes ao dia – mas ainda assim sendo tão carinhoso com o outro quanto podia – e Shizuo não deixando o moreno ficar sozinho por mais que dez minutos... O que incluía banhos, sono, refeições e tudo mais que Izaya resolvesse fazer.

Mas, no fim, a solidão alcançaria os dois da mesma forma.

E, olhando sua mala pronta ali no chão do quarto, o Orihara não podia deixar de sentir um frio intenso na barriga, antecipando sua despedida. Não era como se ele fosse passar anos em um país do outro lado do mundo, mas mesmo aquela pequena distância parecia absurda.

- Bom... Então acho que é isso. - , disse com um sorriso pequeno, e já virava-se para dar um abraço pegajoso em Shizuo quando este lhe deu um peteleco na testa.

- E como você planeja entrar em casa sem suas chaves? Francamente. – Shizuo deu alguns passos à frente e abraçou Izaya, inserindo as chaves dentro do bolso de sua jaqueta. – Foi bom ter você aqui, por mais estranho que seja eu dizer isso.

E, de fato era estranho, principalmente por causa da espontaneidade com que Shizuo havia dito aquilo. Izaya sorriu no abraço e apertou o loiro bem forte. – Foi bom estar aqui. - , foi a resposta do Orihara.

O abraço continuou por um longo tempo; nenhum dos dois queria ser o primeiro a se soltar daquele calor aconchegante. Nenhum dos dois era particularmente melhor com despedidas, então acabaram se separando na mesma hora, bem devagar, quase com medo.

– Se cuide. Não quero ter que ir te visitar no hospital, hein? - , disse Shizuo enquanto apagava seu cigarro com uma das mãos; a outra bagunçando o cabelo de Izaya.

O moreno deu um sorriso redondo, genuíno. – Obrigado, Shizu-chan... Você também.

Shizuo acompanhou Izaya até a porta e abriu-a para ele, que arrastou sua mala até lá fora. O moreno, com seu estômago cheio de borboletas, virou-se para dar um breve, doce beijo nos lábios do Heiwajima e logo deu alguns passos saltados para trás, temendo não querer soltar mais.

- Bom... A gente se vê por aí, Shizu-chan! Da próxima vez, vamos nos amar até a morte, ok~? ♥ - , disse Izaya num tom de voz provocativo, piscando com um dos olhos e nutrindo um sorriso redondo no rosto, apesar do rosa shocking que tomava conta de suas bochechas.

Ele pôde apenas imaginar porque é que o olhar do loiro parecia tão satisfeito, e seu sorriso tão feliz, quase como se ele dissesse, “missão cumprida”.

-

- Namie, obrigado pela carona! – A mulher suspirou dentro do carro. – Fico te devendo essa! - , completou o moreno.

- Essa, um vestido e um par de sapatos. É sério, Izaya, se eu soubesse que você me alugaria tanto... – Soltou mais um suspiro e ela estava, na verdade, um tanto decepcionada com o desfecho daquela história. Se nem Shizuo conseguia amansar a fera que era seu chefe, ela duvidava que alguém conseguiria.

Mas, olhando bem fundo nos olhos do Orihara, ela podia ver que aquilo ainda não havia acabado... Pelo menos não por enquanto, e ela podia culpar a teimosia de Izaya por isso. Dizendo um tchau silencioso com um aceno de sua mão, Namie deu a partida no carro.

O Orihara subia as escadas de seu apartamento cantarolando; Ruruka dormindo em seu braço. Havia sido realmente difícil decidir o que fariam com a dupla de gatinhos, mas no final Izaya acabou optando por ficar com o gatinho dourado.

Primeiro, porque ele ficaria muito tempo fora de casa, portanto precisava de um gato mais independente... E segundo, que na verdade era o motivo principal... Ruruka se parecia demais com Shizuo. Era bom ter um lembrete por perto, além daquele enorme urso marrom que com certeza daria um ótimo consolo.

Ao chegar à frente da porta, Izaya soltou sua mala e enfiou sua mão direita em seu bolso para tirar suas chaves. Quando tirou-a da caverna de tecido, um pedaço de papel caiu junto de uma caixinha. Franzindo as sobrancelhas, o moreno abaixou-se e pegou os itens, entrando em casa antes de analisá-los.

Fechou a porta atrás de si, colocou Ruruka no chão e encostou-se contra a placa de madeira, abrindo a caixinha e o pedaço de papel que estavam em seu bolso. Imaginando que Shizuo devia ter deixado cair lá quando foi guardar as chaves, Izaya não teria como ter se preparado para o que viria a seguir.

Soltou uma gargalhada gostosa, espontânea, e sentiu um calor gostoso em seu peito. Uma lágrima solitária corria por seu rosto enquanto ele escaneava novamente o papel com seus olhos, para depois pressionar aquilo contra seu peito, sobre seu coração, junto da caixinha agora aberta.

Dentro da caixinha, havia um pequeno chocolate em formato de coração, tão brilhante e bonito que dava água na boca, e entre os dedos finos e trêmulos de Izaya, escrito com caneta de tinta preta, o pequeno bilhete lia:

“Te amo também.

De seu futuro marido,

Shizu-chan.”

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| BE YOUR BOY |

♥~Game Over or CONTINUE?~♥


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Notas finais do capítulo

Acabooooooooou!
Minha gente, de verdade, vocês são lindas, eu amo vocês, lhes devo milhares de biscoitos cheios de amor... vocês são demais, obrigada por terem acompanhado até agora! Essa fic não seria nem metade do que é hoje se não fosse por vocês, minhas queridas, minhas pituxas, minhas divas! ♥ (ou divos, se houver algum mocinho perdido por aí... xD)
A nova temporada de Be Your Boy, que será lançada entre essa semana e a próxima, se chama "Be Your Love" (sim, eu sei, é decepcionante e anti-criativo, mas eu queria algo que lembrasse o título atual xD) e terá muitas surpresas! Izaya-neko foi estranho? Se preparem então para o que vem a seguir... HEHEHEHEHEHEHEHE *risada histérica*
Bom, retomando... Be Your Love não deve demorar muito pra ser lançada, então fiquem de olho, ok? ♥
A pequena Yu está muito feliz que tenham lido até aqui! Agradeço de verdade o apoio, e espero vocês em BYL! ♥
~
~YUSAGI~