Cherish escrita por Agome_Higurashi


Capítulo 2
Private Heart


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o capítulo-presente-de-aniversário-atrasado da Kaorin *O* #APANHA
Eu sei que é cara de pau, só que eu não tenho ideia para outra fic T-T



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Ao mesmo tempo em que Kyouhei era ameaçado de morte (novamente), quatro figuras estranhíssimas se encontravam agachadas perto de um arbusto, e, com dedos cruzados em figas, recitavam algo que parecia invocar o demônio:

“GOTH GOTH,LOLI LOLI ~ GOTH GOTH,LOLI LOLI”

A entonação que elas usavam era uma voz grave, que assustaria qualquer pessoa que ali passasse. Além disso, usavam roupas Gothic Lolita que, ao invés de as deixarem fofas, fazia com que a cena se tornasse muito mais assustadora.

–Agora Kyouhei-sama e os outros serão nossos! – gritou agudamente Yvonne, que possuía cabelo castanho claro e uma faixa rosa com babados brancos na cabeça.

–Sim, através dessa poção do amor que despejamos sobre a comida deles eles se apaixonarão por nós! – assentiu Madeleine, que entre os destaques diferenciais possuía cabelo loiro, rosto mais fino e um lacinho preto no alto da cabeça.

–Agora o Takenaga-sama também se livrará das garras daquela garota que não é digna dele! – juntou-se com uma voz mais grave (mas não menos irritante) Roxanne, tendo seu cabelo ondulado rosa ainda um evidente destaque, mesmo a noite.

–Nenhuma mulher mais provará do amor do Ranmaru-sama! – se manifestou Lassine, que tinha como característica um rosto mais quadrado e cachinhos azuis.

As quatro irmãs gothic lolitas só não sabiam que se encontravam ainda em zona de risco, pois a luta já havia começado e o local onde ainda estavam não era uma distância muito segura.

–Se prepare para morrer, criatura brilhante...porque hoje será finalmente o dia em que seu brilho se APAGARÁ.

Sunako, que começou a frase arrastada, terminou-a com um grito e já ia em direção a Kyouhei , tendo dois pedaços de galhos um em cada mão que possuíam muitos ramos e folhas da árvore que estava perto deles.

–OI! NAKAHARA! ISSO VAI MACHUCAR DE VERDADE! – desvencilhava-se o loiro habilmente, mas sem muita confiança de quanto tempo iria aguentar, supondo que ela estava realmente brava.

–Irei preparar seu fígado para os abutres; o sangue para as sanguessugas; as suas pernas para os cães; colocarei sua cabeça como um prêmio na sala de estar... - a menina sem controle continuava a proferir esses tipos de ameaças, sempre em conjunto com a rapidez dos seus braços que faziam Kyouhei correr, pular e abaixar.

O garoto não conseguia entender o motivo de tanta fúria. Tudo bem que não era agradável ser dopada a força, viajar a força e ficar em um lugar a força, mas não via ela tão irritada assim faz tempo. Será efeito dos remédios? Ou será que era o estopim dos mínimos resquícios de paciência que Nakahara ainda tinha daquele garoto?

Independente da resposta, o coração de Kyouhei doía. Era uma dor fora do normal, ele não estava suportando aquilo, não era somente um desconforto como das outras vezes. Por isso, nem notou as palavras que proferia gritando:

–Por que está tão irritada?! É por que você ainda se lembra do beijo que demos aquele dia e não consegue se esquecer dele?!

Aquilo agiu rapidamente em Nakahara, que mostrou sua fúria duplamente aumentada:

–COMO OUSA ME LEMBRAR DAQUILO?!!! – e jogou o primeiro pedaço de madeira com toda a força que podia, mirando Kyouhei, e igualmente fez a mesma coisa com o segundo pedaço.

O hábil lutador conseguiu se desviar do primeiro, avançando para cima de Sunako, e, o segundo pedaço, devido ao maior número de galhos e folhas, passou raspando por sua bochecha. Entretanto, isso não o impediu de chegar ao seu destino: Nakahara Sunako.

Ela, lançando esses dois projéteis, acabou por abrir a guarda e foi tomada por Kyouhei, que, com uma mão enlaçou a sua cintura e através da outra segurou o seu queixo, puxando-a para bem perto da sua face e falando sedutoramente:

–Eu te amo, seja completamente minha a partir de agora.

No entanto, ao mesmo instante em que Kyouhei intimidava uma pessoa que acreditava pertencer à escuridão, dois terríveis projéteis que foram lançados por Sunako continuavam seu caminho sem felizmente encontrar nada a sua frente... por pouco tempo, pois foi tudo tão rápido que quando elas perceberam, já estavam voando e gritando “GOTH GOTH LOLI LOLIIIIIIII”.

Pegas desprevenidas, os projéteis atingiram em cheio as quatro irmãs góticas que voaram velozmente pelo céu estrelado e sumiram como se fossem mais uma estrela pertencente a ele. Mas antes de serem expulsas do local onde estavam, uma delas acabou por deixar cair o frasco da poção que elas jogaram na comida dos garotos.

O frasco brilhava no ambiente agora descoberto (já que aquelas tochas-assasinas-voadoras arrancaram um pedaço do local pelo qual passaram) e era possível ver perfeitamente o rótulo diante da luz que caía nele: “Sentimentos Verdadeiros”.

Não bastasse isso, uma leve brisa soprou e fez com que o vidro virasse, podendo-se agora ver a utilidade e modos de instrução daquele líquido suspeito:

Duas gotas do líquido aqui contido são suficientes

para assim conseguir extrair todo o verdadeiro sentimento

da pessoa amada.

Porém, se for usado em demasia,

os efeitos colaterais poderão ser desde

excesso de demonstração do sentimento em especial

até situações irreversíveis

no comportamento do indivíduo.

Se a pessoa resistir contra os efeitos, isso pode gerar possíveis disfunções nas atividades cerebrais do mesmo.

“A verdade nem sempre é tão calorosa assim”

E por isso agora era possível compreender o motivo do porquê os lábios de Kyouhei se encontravam novamente nos de Sunako. O sentimento se expressou tão forte nele que aquilo parecia que iria explodir se não fosse colocado para fora; mas ao mesmo tempo, ele relutava nisso, pois sabia que se falasse demais iria assustar Nakahara (e também era tão teimoso como uma mula para conseguir aceitar por completo seus sentimentos), como resultado, tudo isso provocou uma terrível dor de cabeça no loiro.

Por isso, enquanto a garota se desmanchava em sangramento nasal (de novo), o garoto teve que largá-la, pois sua cabeça parecia que ia explodir. Assim, segurando com as duas mãos a cabeça, ele se jogou ao chão de joelhos e deu um berro.

Todos que estavam dentro dos aposentos ouviram o berro; quando os garotos e Noi entenderam que se tratava de Kyouhei, foram correndo em direção ao barulho.

Eles já estavam ouvindo a briga e os gritos de Sunako há um tempo, só que não acreditavam que ia realmente terminar de maneira tão forte assim, já que Kyouhei não tinha costume de dar berros de dor tão altos e intensos; achavam que o garoto realmente tinha morrido ou tinha sido arrastado cruelmente por forçar das trevas.

Porém, quando chegaram à cena da confusão, ficaram chocados:

–Oh meu Deus, Kyouhei! Você MATOU a Sunako! – exclamou primeiramente Noi, horrorizada e escondendo o rosto entre as mãos, as brilhantes lágrimas já caindo.

–Nunca acreditei que seria capaz disso Kyouhei! – bradou Yuki, já colocando o braço em frente aos olhos e demonstrando claramente que o choro não iria ser controlado.

Bem, a reação dos amigos pode ter sido estranha, mas, o que há de se pensar quando se encontra um cenário destruído, um cara jogado ao chão totalmente atordoado e um corpo coberto de sangue?

–Não é nada disso, seus idiotas! – respondeu Kyouhei ainda na mesma posição, com uma careta de dor – Você acha que eu seria capaz de fazer algo com alguém que eu...AHHHH- mas não conseguiu completar, porque uma nova onda de dor, muito mais forte, invadiu-lhe, quase o fazendo perder a consciência.

Ele se estirou ao chão, cansado, não aguentava mais. Aqueles sentimentos todos, aquela recusa toda, aquela dor lancinante...era horrível!

Os companheiros não entendiam muito bem a situação, mas foram correndo ajudar.

Enquanto Takenaga e Yuki ajudavam a levantar o outro amigo, Noi fazia o mesmo com Sunako, que ainda se encontrava inconsciente. Então, nesse exato momento, passos apressados apareceram e um desesperado Ranmaru surgiu.

Quando viu a cena, ficou um tanto perturbado, mas novos passos eram ouvidos não muito longe:

–Depressa, temos que ir embora agora!

–O que... – começou Takenaga.

–Não temos tempo, vamos!

E com isso o ruivo já começou a correr, sendo seguido logo depois pelos demais.

Eles correram ao redor da propriedade, sendo seguidos claramente por outras pessoas que não pareciam que iriam ser muito gentis se os alcançassem. Por pura sorte (ou pelo fato dos ônibus desembarcarem naquele onsen praticamente de dez em dez minutos) eles conseguiram entrar em um ônibus vazio que já fechava as suas portas.

Todos estavam ofegantes com a corrida, menos, é claro, Sunako e Kyouhei, que foram arrastados até aquele veículo.

–Agora me diga o motivo disso tudo, Ranmaru – respirava com dificuldade Oga, que se jogou no banco mais próximo enquanto o ônibus se deslocava.

–Eu...-arfava o ruivo visivelmente cansado, mas respirou fundo e fechou os olhos, com o peito se movimentando de maneira irregular devido à respiração descompassada; mesmo ele tendo se sentado antes de Oga – Aquele Onsen é da mulher de um chefe da máfia. O marido dela chegou de surpresa e eu tive que me esconder no guarda-roupa...e até que deu tempo, estava tudo bem, só que eu acabei espirrando e ele descobriu que eu estava lá.

–Então ele saiu correndo atrás de você por que percebeu que era o amante da mulher dele – concluiu Takenaga, já um pouco melhor.

–É. Mas também porque eu acabei por ouvir os planos e segredos dele.

–Você o quê?! – exclamaram os presentes (todos que estavam acordados, é claro).

–Não tinha jeito – Ranmaru fez bico –Não havia uma maneira de não escutar.

–Ai,ai. Além da Oba-san nos pressionar pelo aluguel, agora teremos a máfia atrás de nós – suspirou Takenaga, desolado.

–Eu sabia que não seria bom ter vindo – choramingou Yukinojo.

–Bem, agora não tem mais jeito – conformou-se rápido demais o autor da encrenca – Agora podem me explicar o porquê do Kyouhei estar desmaiado e a Sunako cheia de sangue? – e levantou uma perfeita sobrancelha.

Ao ficar a par da situação, Ranmaru cruzou os braços e fechou os olhos, claramente pensando:

–Hum...acho que já sei o que é – concluiu.

–Fale logo então! – pressionou Yuki.

–Pelos efeitos, me parece que colocaram a poção do Sentimento Verdadeiro na comida de Kyouhei.

–Como assim?! – perguntaram todos.

–Duas gostas daquilo e a pessoa fica totalmente vulnerável aos seus sentimentos mais profundos. Mas claro que há efeitos colaterais se for utilizado indevidamente.

–Como você sabe tanto? – intrigou-se Noi.

Ele deu uma risada e respondeu-a:

–As mulheres vivem colocando isso nos alimentos que me oferecem. Entretanto, já que o meu coração é todo delas, não há problema nenhum em eu confessar meus sentimentos – e sorriu vitorioso, mas ficou sério em seguida – Porém, Kyouhei é mais teimoso e tapado do que eu e, provavelmente, ficou confuso e tentou negar os seus sentimentos, fazendo com que ele sentisse uma dor terrível. Sem contar que guloso como é, deve ter ingerido uma grande quantidade, piorando a situação.

Todos refletiram sobre o assunto e já começavam a entender o que acontecera. Hipóteses surgiam e a curiosidade aumentava cada vez mais; o que será que realmente tinha acontecido? Até que Noi percebeu algo:

–Takenaga-kun e Yuki também comeram da comida, não comeram?

Como se tivessem o obrigado a confessar seus sentimentos, Oga ficou todo vermelho e atrapalhado, querendo mudar de assunto a qualquer custo:

–V-V-V-Vamos Yuki! D-D-Deixa que eu te ajudo a levar o K-K-Kyouhei até os fundos, onde ele po-poderá descansar!- e com isso já pegou em um braço do loiro desacordado e foi caminhando apressado até o final do ônibus.

–Ahhhh!- suspirou Yuki, ajudando Takenaga a levar o amigo- Eu realmente vou me enturmar com o Hiroshi-kun e os outros quando eu voltar.

–Calado Yuki! – disse o homem japonês, notavelmente ainda embaraçado.

–Espere, Takenaga-kuuuun – exclamou animadamente Noi, que seguiu os três arrastando Sunako com ela –Vamos conversaaaar!

Acabaram por deixar os dois desacordados um do lado do outro.

Novamente, seria uma longa noite. Depois de tudo resolvido (com Takenaga finalmente se acertando com Noi), tudo ficou em completo silêncio (mas não antes de Yuki reclamar devido ao seu ursinho ter ficado no onsen), e, abatidos pelo cansaço, todos dormiram um sono profundo e pesado. No fim das contas, acabaram descendo em um local desconhecido e ficaram perdidos.

A respeito de Kyouhei e Sunako, eles não tocaram naquele assunto tão cedo, pois, após o efeito do remédio passar, o loiro lembrava vagamente do que aconteceu. Já Sunako, ela não esqueceu as palavras da criatura brilhante, e, mesmo sabendo dos verdadeiros sentimentos dele (ela soube do ocorrido através de Noi, que explicou como ela e Oga finalmente se entenderam), a garota das trevas não conseguia fazer o mesmo, afinal, eles eram de mundos diferentes. Então, por enquanto, ela deixaria tudo como estava e aproveitaria mais um pouco aqueles momentos insanos do lado do amigo/rival, e, quem sabe, um dia ela conseguiria passar finalmente para o mundo da luz (mas é claro que isso é impossível!).


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Notas finais do capítulo

Espero que todos que leram tenham gostado, eu realmente me esforcei para fazê-lo (por mais que não pareça T-T)
Sei que tenho muito o que melhorar (mesmo que eu não saiba como), mas espero que nas próximas fics-não-originais eu consiga me sair melhor xD (por enquanto, vou dar um tempinho delas~~~)
Gomen ne Kaorin, não ficou tão boa quanto as suas, mas eu fiz de coração ^-^
Arigatou a todos que leram n.n
P.S.: Eu peguei descaradamente nomes de músicas tanto para a fic quanto para os capítulos, eu realmente não estou inspirada o.o (Sim,eu tinha que comentar isso, se não eu enlouqueceria T-T)



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