Ainda escrita por Nara


Capítulo 9
Oitavo Capítulo - Parte I




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Oitavo Capítulo

Sentiu o solavanco do navio aportando. Chegara à Ilha Britânica.

Isabella passou a maior parte do tempo em seu camarote no navio que a levava ao encontro de seus pais. Desde que embarcara, não teve nem sono, nem apetite ou qualquer outro necessidade que fosse menor à grande tristeza que sentia. Os lençóis em que vinha dormindo eram infinitamente mais frios do que a pele de Edward sobre a sua.

Sentia-se mal por ter partido sem sequer se despedir de seu marido, mas no momento pensou ser o mais apropriado a se fazer. O casamento não foi algo que ela planejou ou consentiu, zelava por poder ter o direito de ir e vir se assim quisesse. Afinal de contas, apesar de tudo, não podia negar um pedido de seus pais. Deus sabe o que eles poderiam estar passando, as dificuldades que estariam enfrentando, ainda mais em tempos como esse, de tensão mundial.

Mas o arrependimento começou a pesar em seu peito, sentia saudade de casa; a casa que ela morou por tão pouco tempo, mas que já não podia imaginar diferente.

Alguém bateu à porta de seu camarote. Era um empregado anunciando que era hora do desembarque. Já haviam levado suas bagagens. Saiu então para a luz do dia no porto inglês.

Bella viu as pessoas, de classe inferior, serem revistadas antes que pudessem ser liberadas. Ela, é claro, não passou por isso, assim como os senhores e damas da alta sociedade. Nem todos eram tão humildes como seu marido, ainda que possuíssem muito dinheiro. Lembrou-se.

Tomou um carro e percorreram as ruas conhecidas. O tempo passou, Bella dormiu por um bom tempo, entregando-se ao cansaço da viajem. Em fim o carro parou em frente a um casarão de cor bege, ao lado de um grande campo cercado.

– Chegamos, madame. – o chofer anunciou saindo do carro. Deu a volta e abriu a porta da Isabella.

Seu corpo todo reclamou quando se pôs de pé, devido à grande quantidade de tempo em que havia estado sentada.

– Obrigada. – ela agradeceu e caminhou em direção à construção, passando por um caminho de pedra que a levaria até a porta da frente.

Quando Bella aproximou-se da entrada viu que a porta estava aberta. Imaginou que estivessem a sua espera. Empurrou a porta de madeira e adentrou o ambiente.

– Com licença. – pediu.

Uma senhora com a aparência cansada apareceu em seu campo de visão.

– Senhora Swan? – ela indagou um pouco relutante. Provavelmente com medo de ser alguma assaltante. Hilário. Por qual deixaram a porta destrancada, sendo assim.

Masen. Corrigiu mentalmente. - A porta estava aberta. – ela se defendeu.

– Estávamos esperando pela senhora.

– Meus pais estão em casa? – perguntou analisando a casa vazia, mal iluminada.

– Eles estão lá em cima. Que bom que a senhora chegou, eles estão muito ansiosos para vê-la. – apontou para as escadas.

– Por que eles estão tão ansiosos? – ela indagou curiosa e preocupada.

– Venha, eu vou acompanha-la até os aposentos de seus pais. – ela indicou.

Bella seguiu a empregada, que mal conseguia subir as escadas. Questionou se seus pais não estavam lhe dando tempo para descansar. As duas atravessaram um grande corredor com quadros nas paredes, até que pararam em frente a uma grande porta de madeira branca. A senhora não bateu, apenas abriu e entrou. Bella indagou se seria educado, mas a seguiu. Assustou-se quando viu a cena a sua frente.

Seus pais estavam deitados em uma grande cama com lençóis brancos. Seu pai dormia e sua mãe, com a aparência convalescente, a encarou quando notou sua presença.

– Filha. – disse com a voz muito baixa.

– Mãe? – perguntou assustada. Aproximou-se rapidamente da cama, ajoelhando-se ao lado de Renée. – Mãe, o que está acontecendo? – questionou aflita.

Renée Swan observou a empregada sair devagar do quarto.

– Que bom que você está aqui minha filha. Eu pensei que iria partir sem te ver mais uma vez. – disse quase sem forças.

– Que história é essa, mãe? O que a senhora tem? E o meu pai? – uma lágrima de desespero escorreu por sua face.

– Seu pai quer muito falar com você também. – tossiu. – Ele vai ficar muito feliz de te ver.

– Vocês precisam voltar para a América, eu vou cuidar de vocês dois. Vou pedir para o Edward procurar os melhores médicos; vocês vão ficar bem logo. O senhor Masen é muito influente, ele vai ajudar.

– O senhor Masen não vai poder fazer nada, minha filha. – sorriu. – Eu só queria que você ouvisse uma coisa...

– Não mãe, é melhor não falar mais nada; a senhora não está em condições. Eu vou pedir para aquela senhora, qual é o nome dela? Eu vou pedir para ela trazer algo para a senhora... Um chá...

– Não minha filha, só me escute por um minuto. Por favor. – implorou.

– Eu estou ouvindo. – aproximou-se dela.

– Isabella, eu sei que eu não fui uma boa mãe...

– Não fale isso agora, não há necessidade. – cortou.

– Eu preciso falar. – insistiu. – Eu sei que eu não fui uma boa mãe, eu te fiz sofrer e eu espero que um dia você me perdoe por isso. Eu sempre quis que você tivesse uma vida perfeita, fiz questão que você estudasse no melhor colégio... Mas hoje eu vejo que de nada isso valeu. Eu não pude acompanhar o seu crescimento, não participei dos momentos mais importantes da sua vida, e agora é tarde demais. Se há alguma lição nisso tudo é que o que mais vale nessa vida, minha filha, são os momentos felizes.

– Eu estou disposta a esquecer isso mãe. – disse entre lágrimas.

– Eu só quero que você me perdoe, de coração, para que eu possa partir em paz.

– O que a senhora está dizendo, mãe? Nada vai acontecer, ouviu bem? – dizia com medo.

– Só diga que me perdoa. Mas que seja de coração. Por favor, diga.

– Eu te perdoo mãe. É claro que eu te perdoo. – chorou.

– Obrigada minha filha, muito obrigada. – fechou os olhos.

– Mãe? Não feche os olhos mãe. – implorou.

– Eu ainda estou aqui, querida. Eu aposto que o seu pai quer falar com você.

– Pai? – ela perguntou atônita. Charlie Swan abriu os olhos devagar.

– Isabella, você veio? – perguntou um pouco confuso.

– Eu estou aqui pai. – correu para o lado dele, ajoelhando-se. – Pai, vai ficar tudo bem.

– Essa maldita peste vai acabar com o mundo. – ele reclamou. Ela riu nervosa.

– A peste não vai acabar com nada, vocês vão todos ficar bem. – afirmou veemente.

– Você está feliz?

– Como assim? – juntou as sobrancelhas, confusa pela pergunta desconexa de seu pai.

– O Masen te faz feliz?

Ela pensou no que dizer ao seu pai. Ele a fazia feliz?

– Sim pai, ele me faz feliz. – foi o melhor que pôde dizer.

– Eu sabia que ele ia te fazer feliz, eu sempre soube. Tudo o que eu fiz foi para o seu bem, sempre pensando no seu bem... – Charlie suava frio. – Não me importou que você ficasse chateada, pois sabia o que estava fazendo. Mas agora eu sinto muito mesmo se fiz você sofrer. Eu juro que sinto muito.

– Esqueça isso pai. Está tudo bem agora.

– Eu só quero que você ore por nós quando for a hora.

– Eu vou orar para vocês ficarem bem.

– Eu te amo.

– Eu também te amo pai. – foi uma das poucas vezes que Bella viu seu pai dizer que a amava.

Deitou a cabeça no peito de Charlie, deixando que as lágrimas rolassem por sua face. Não fosse pelos soluços de Isabella, o silêncio no quarto seria completo. Ela ergueu a cabeça para observar o pai com seus olhos vermelhos.

– Pai? – balançou o homem estava com os olhos fechados. – Pai, acorde! Por favor. – implorou. – Pai, acorde, pai. Por favor, papai...

– Mãe! – gritou no intento de pedir ajuda, mas não recebeu nenhuma resposta. Assustada, parou de chorar e encarou a mulher que olhava fixamente para o teto.

– Mãe? – novamente, nenhuma resposta. Bella foi ao chão após dar um grito de negação. Seus pais estavam mortos.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoal!
Me dá até vergonha de aparecer assim, com essa cara deslavada depois de tanto tempo.
Eu andei recebendo algumas mensagens de leitoras, inclusive recebi uma hoje, e fico muito feliz por vocês não terem desistido da fanfic.
Como podem perceber, eu dividi o capítulo em partes. Primeiro porque estava muito grande, segundo porque, depois de lendo, eu percebi que o capítulo tinha muitos ápices e a leitura não ficou agradável. Mas como eu não podia dividi-lo em capítulos distintos, eu encontrei essa solução. Terceiro pq eu ainda não concluí a última parte, mas queria postar logo rsrs'
Só quero que vocês saibam que eu não desisti da fanfic e nem pretendo.
Muito obrigada por tudo.
Nara ♥♥