Ainda escrita por Nara


Capítulo 7
Sexto Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá.
Bem, sinto que voces vão querer me matar com esse capítulo, eu sei que todo mundo está esperando pelo encontro entre o casal, mas tenho que dizer que ainda não é hoje. Eu já sei como será, mas ainda tenho que encaixar muitas infromações na fanfic, então, por hoje, eu trago esse:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188454/chapter/7

Sexto Capítulo

- Co... Como assim? – gaguejei.

- Bella... – ele se aproximou de mim. – Eu não estou pedindo que você caia aos meus pés, muito menos vou te forçar a isso. Eu só quero que você admita que o casamento não foi algo ruim, nem para mim e tampouco para você. – segurou em minhas mãos trêmulas. – Eu não sou uma pessoa ruim. Eu sou um homem, você é minha esposa agora e eu só quero que nós possamos viver em harmonia.

- E você acha que isso é possível? – meus olhos começaram a se encher de lágrimas enquanto eu questionava sua sanidade.

- É se nós extrairmos o melhor disso. – colocou uma de suas mãos na lateral de meu rosto, fazendo um carinho ali. – Eu posso te mostrar como, você só tem que deixar. – chegou mais perto, tocando meu nariz com o seu. Automaticamente fechei meus olhos e não pude conte minha boca que se entreabriu quando a sua encostou levemente nela.

Seus beijos se tornaram mais ousados quando seus lábios voaram para meu pescoço e sua mão tratou de desfazer o nó de meu robe. Eu me sentia derreter em seus braços másculos enquanto ele fazia de mim o que bem entendesse.

- Não! – gritei, conseguindo me afastar dele, sentando-me da cama.

- Por que não? – chegou por trás, passando as mãos em minhas costas até meus ombros.

- Eu já disse que não quero fazer isso com você, você não pode me usar dessa forma. Ontem não deveria ter acontecido. – deixei que uma lágrima rolasse por meu rosto. Eu era fraca demais.

- Você não pensa isso de verdade. Eu sei que no fundo você está ponderando, gostou de ontem, mas não quer admitir para não se sentir fraca. Mas eu digo, na sua tentativa de parecer forte para os outros, vai acabar se esquecendo de fazer feliz a si mesma.

Soltei uma risada irônica. – Você pensa que me engana Edward? Eu sei que você não é nada disso, fala tudo isso ao léu. Agora agradeceria se você me deixasse em paz.

- Não antes de ter uma resposta. Você aceita ser minha esposa ou não? – me virou para ele.

- Não vou levar a sério suas palavras.

- Essa é uma pergunta séria e eu espero uma resposta. Eu posso “te deixar em paz” ou nós podemos conviver em paz.

Não respondi nada, apenas bufei e mexi meus braços para que ele os soltasse.

- Eu não vou te soltar, estou esperando uma resposta.

- Você vai me soltar agora! – gritei.

- Eu não vou.

Continuei a me mexer compulsivamente. – Eu vou gritar! – comecei a me descabelar e isso só serviu para que ele risse de minha cara.

A cama estremeceu quando me jogou nela com violência.

- Se você vai gritar então eu vou ter que utilizar métodos mais radicais. – segurou minhas mãos em cima de minha cabeça. – Eu vou te domar, megera.

Tentei encontrar palavras, mas sua boca me calou. Tentei me mover, mas seu corpo em cima do meu impediu que eu o fizesse. Edward era forte, muito mais forte do que eu, e muito mais ágil. Eu não tinha a menor chance contra ele.

No entanto, ele era sempre gentio. Sua boca abandonava a minha quando sabia que eu precisava de ar e suas mãos não eram brutas, trabalhavam em meu corpo com calma e certa delicadeza, fazendo um carinho por toda a minha coxa, até a parte interna, quando encontrou minha intimidade. Da minha boca saíam sons que eu mesma não os tinha ouvido, a não ser na noite anterior.

- Por que não pode ser assim todos os dias? – ouvi ele se perguntar, mas minha mente estava muito nublada para dar atenção às suas palavras.

Rapidamente ele já estava prestes a unir seu corpo ao meu e na hora, eu admiti, que só queria que ele o fizesse depressa.

Não entendia que parte do meu cérebro havia parado de funcionar, ou passado a funcionar de forma errônea para desejar isso. Mas era tão bom, eu não conseguia tirar o sorriso de meu rosto.

Minhas mãos voaram para suas costas apertando seus músculos, hora minhas unhas arranhavam sua pele.

- Eu poderia ficar assim com você para sempre. – ouvi seu sussurrar enquanto sentia-o ir e vir. – Fique, fique assim comigo, por favor. – implorou. – Por favor. – ele repetia.

- Ah, Edward... Eu fico.

- Promete? – usou um pouco mais de força em mim.

- Prometo. – gritei descontrolada em resposta. – Eu prometo, eu prometo.

Nisso ele prosseguiu em seu ritmo frenético, me fazendo ver estrelas, até que eu senti meu interior todo se comprimir enquanto eu beirava a insanidade, arranhando suas costas e proferindo sons peculiares.

Ele urrou e eu me derreti em baixo dele, relaxando minhas pernas e jogando meus braços na cama. Edward saiu de cima de mim, abandonando meu corpo, e relaxou ao meu lado também. Meu peito subia e descia enquanto a consciência voltava a mim.

Meu Deus, como eu podia ser tão fraca, como ele podia fazer isso comigo?

- Agora você é minha mulher. – pegou minha mão entre a sua e plantou um beijo.

- Meu Deus! – disse novamente, com lágrimas em meus olhos. Essa era uma reação natural e tentei me levar para longe dele.

- Aonde você pensa que vai? – me puxou pela cintura de volta para a cama. – Ainda não terminou Bella, está apenas começando. Você só sai daqui domada.

Puxou-me para mais um beijo e eu sequer tive forças para protestar. Continuamos com aquilo pelo que me pareceu muito tempo, sabia o que ele estava fazendo, estava fazendo com que meu corpo quisesse cada vez mais e estava prestes a conseguir.

Todavia, segundo teorias que julgava boas, quis entregar-se ao amor. Ao luar, no jardim, recitava todas as rimas apaixonadas que sabia de cor e cantava, suspirando, alguns adágios melancólicos; mas sentia-se em seguida tão calma quanto antes e Charles não parecia nem mais apaixonado nem mais perturbado.

Quando acabou assim de tentar inflamar seu coração sem fazer brilhar nem uma faísca, incapaz, além disso, de compreender o que não sentia, como de acreditar em tudo o que não se manifestava por formas convencionais, persuadiu-se sem dificuldades de que a paixão de Charles nada mais tinha de exorbitante. Suas expansões haviam se tornado regulares; ele a beijava em determinadas horas. Era um hábito como os outros e como uma sobremesa prevista com antecedência após a monotonia do jantar.

Eu lia perto da estante da sala. O título era Madame Bovary e eu me peguei culpando-me por ler algo tão infame. Tanto que tomei um susto quando ouvia voz do Masen atrás de mim.

- Esse livro é ótimo, você deveria ler. – virei-me e o vi encostado no batente da sala.

- Você já chegou. – apontei.

Edward não estava ao meu lado quando acordei pela manhã, eu estava desgastada pelo... Pelo que havíamos feito durante o dia anterior. Minhas bochechas coraram. Eu me perguntava onde ele poderia ter ido.

Foi um dia vazio, eu não sabia o que fazer nessa casa enorme, eu estava sozinha. Troquei os lençóis da cama e arrumei o quarto do meu jeito, depois mexi na cozinha, abrindo e fechando portas somente para memorizar onde cada objeto estava. Houve uma hora em que eu realmente não sabia o que fazer, então coloquei em prática meus dotes culinários, agora havia um assado no forno. Enquanto isso me distraia mexendo nos objetos da sala.

- Me desculpe, eu esqueci-me completamente de lhe dizer que teria que sair hoje cedo. Espero que não tenha se sentido mal nessa casa enorme. – aproximou-se de mim e beijou meus lábios. Corei, mas não protestei. – Tive que ir até o hospital, os doentes precisam de mim. Mas eu gostaria de ficar aqui com você até que se adapte.

- Correu tudo bem. – me defendi. – Eu olhei tudo pela casa, tive tempo até de cozinhar. – coloquei o livro de volta na estante.

- Mesmo? Você sabe que não precisa fazer isso, eu pretendo contratar alguém para que cuide da casa.

- Eu não faço nada. – abaixei o olhar, resignada.

Ele colocou um dedo em meu queixo e ergueu minha cabeça, olhando diretamente em meus olhos.

- Sente-se aqui comigo. – puxou-me pela mão. – Então, o que você fez de especial? – perguntou, aquecendo minha mão entre as suas.

- Nada. – respondi simplesmente. – E no hospital? – indaguei prosseguindo com a conversa. Eu não sabia por qual milagre nós estávamos conversando sem discutir.

- As coisas têm estado... – levou um minuto até que encontrasse uma palavra. – Movimentadas. Carlisle tem nos ajudado bastante. – comentou.

- Quem é Carlisle? – perguntei curiosa pela forma como ele o tratou.

- Carlisle Cullen é um médico novo, pouco mais velho do que eu. Ele tem contribuído bastante no hospital, estávamos precisando de médicos competentes. – espreguiçou-se ao meu lado.

- Algo de anormal? – perguntei.

- Um surto de gripe, não é nada demais.

Instalou-se um silêncio desconfortável no local. Eu não tinha o que dizer a ele e duvidava que ele tivesse também. Nossa situação não podia ser descrita, eu mesma não sabia o que estava acontecendo entre nós.

Eu sabia que aquele casamento era apenas uma aparência, um erro do qual eu tentava fugir. Mas era tudo tão real quando Edward me segurava pelo braço, quando me beijava, ainda que a força. Eu não conseguia fugir dele, Edward me teria na mão quando quisesse.

- Sabe o homem que me vendeu os quadros? – ele perguntou de repente.

- O que há? – indaguei confusa.

- Era eu. – disse de repente, me pegando desprevenida e fazendo com que tudo perdesse o sentido.

- Como era onde você morava? – Emmett continuava com a sessão de perguntas.

- Era um lugar... Solitário. – respondeu com o máximo de paciência que tinha.

Emmett estava muito curioso sobre Isabella, ele fazia muitas perguntas a ela, sobre como era a sua vida antes e depois da transformação. Ela se esquivou, não querendo dizer tudo ao homem, mas ele ficou sabendo de coisas muito importantes, por exemplo, ela tinha sido criada em um internato religioso, depois se casara e então o marido veio a falecer.

- Como ele era? – perguntou novamente.

Rosalie, irritada e muito enciumada com a conversa entre os dois, chegava cada vez mais perto, para que ambos soubessem que ela estava ali. Depois se afastava e se encolhia em qualquer canto com uma carranca. Mas o que lhe impressionava era que seu marido, tão atencioso em outrora, não estava se importando com o que ela poderia pensar.

- Ele era um homem muito bonito e inteligente. – explicou enquanto entravam pela porta da frente da casa. Todos voltaram seus olhares para os dois.

Bella já estava na casa dos Cullen há dois dias, Carlisle insistia que era bom receber visitas, fazer amizades e se recusava a manda-la embora. Ao contrário, insistiu muito para que ela ficasse pelo menos mais alguns dias.

Mas nem todos da família estavam encarando a estadia de Bella dessa forma. Jasper passou os dias cuidando de sua esposa que sentia algo como enxaqueca. Alice, estranhamente, não conseguia ver o futuro de Isabella e se sentia frustrada. Isso acontecia não só com Alice, mas também com o próprio Jasper, que não conseguia usar seus dons na forasteira.

Isso só fazia aumentar a desconfiança que a mãe tinha da ruiva. Esme analisava cada movimento do Isabella, tentando prever algo de suspeito, mas isso não acontecia. Essa marcação só servia para que Isabella se sentisse cada vez mais desconfortável naquela casa.

- Sente-se aqui, vamos continuar nossa conversa. – Emmett propôs, apontando para um lugar vazio no sofá.

- Hm... Talvez seja melhor eu dar uma volta. – disse ao analisar o lugar indicado: de um lado Esme e do outro a furiosa Rosalie.

- Acabamos de voltar de lá, mas eu posso ir com você. – Emmett se ofereceu.

- Não, tudo bem. Eu preciso ir sozinha. – tratou de sair porta a fora o mais rápido possível.

Emmett suspirou e se sentou ao lado de sua mulher, que lhe deu uma forte tapa na cabeça.

- O que foi isso? – indagou confuso, juntando as sobrancelhas.

- Ah, “o que foi isso?” Jura que você não sabe? – ironizou. – Você fica para cima e para baixo com essa vadia!

- Fale baixo, por favor. Ela é nossa hóspede e pode ouvir suas palavras duras. – Carlisle ordenou.

- Eu quero mais é que ela ouça! – se levantou, jogando as mãos para o alto. – E me escute bem, se você não parar com essas suas palhaçadas, eu vou acabar com a sua raça e com a dela também. – apontou um dedo para ele enquanto falava.

- Eu não fiz nada de errado! – se defendeu.

Ela bufou e soltou uma risada debochada. – Claro que você não tem feito nada, apenas deixa a sua mulher aqui enquanto se engraça com uma esquisita que ninguém sabe ao certo de onde veio e que Carlisle insiste em manter como hóspede.

- Ela não nos fez nada de mal, Rosalie. Que mal há em ser gentio? Nós não recebemos visitas, sabe o que todos os de nossa espécie pensam de nós. Se ela é esquisita, o que nós somos?

- Ah, e é por isso que insiste em mantê-la aqui? – se voltou para o tutor. – Alice vem sentindo-se péssima perto dela.

- Eu concordo com isso, essa dor de cabeça está me matando! – apertou as têmporas.

- Talvez fosse melhor você parar de tentar, Alice. – Jasper propôs.

- Não adianta, ela me bloqueia naturalmente, não posso ver nem o meu futuro nem o de ninguém. Sequer o de Edward que está longe, como posso não saber se ele está bem ou não?

- Viu só? – A loira ergueu uma de suas sobrancelhas bem feitas, cruzando os braços em frente ao peito.

- Mais um motivo para mantê-la por perto. Adoraria saber como funcionam os dons dela, ao que em parece, até ela mesma os desconhece. Não é fascinante? – sua curiosidade de cientista falou mais alto.

- Fascinante é a sua mulher morrendo de raiva de você.  - apontou para a calada Esme que tentava focar seu olhar no nada.

- Não me envolva, Rosalie. Carlisle sabe muito bem o que eu penso e não quero discutir com ele.

- Todos vocês estão errados. Ela me pareceu uma boa garota. – Carlisle defendeu novamente.

- A mim também. – Emmett concordou e foi por pouco que não recebeu uma tapa bem na cara.

- Já chega! Para mim já chega! Ou ela vai embora, ou vou eu. – intimou.

- Mas ursinha... – Emmett começou, mas sua mulher se manteve inflexível. – Tente entender.

- Eu já disse, ou ela ou eu! – subiu correndo as escadas. Emmett tentou segui-la, mas a única coisa que conseguiu foi uma porta fechada em sua cara.

- Eu preciso de uma aspirina. – a vidente disse lá em baixo enquanto o derrotado Emmett descia as escadas, para depois se jogar no sofá.

- Eu vou te levar para passear. – Jasper anunciou, levantando a esposa.

- Para longe dela, por favor. – e assim os dois saíram.

- Eu não sei o que vou fazer. Rose acha que eu tenho alguma coisa com a Isabella. – ele colocou a mão sobre seus olhos.

- Talvez você devesse passar menos tempo com a hóspede. – Esme ironizou a fala de Carlisle enquanto aconselhava o homem.

- Mas é que há algo de especial nela e eu preciso descobrir o que é.

- Tudo bem, vocês podem ficar com raiva, mas eu vou atrás da Isabella. Vou me desculpar pela cena de vocês. – anunciou deixando a sala também.

- Acho que eu também preciso de uma aspirina. – ouviu-se Esme dizer.

Ele seguiu o cheiro da jovem por uma trilha na floresta. Ela não parou muito longe do lugar onde a haviam encontrado no primeiro dia, estava sentada em uma pedra perto do rio.

- Olá. – ele saudou, mesmo sabendo que ela sentia sua presença.

- Devia estar com sua mulher, não quero causar problemas. – não se virou para encará-lo, mas Carlisle se sentou ao seu lado.

- Desculpe por isso, sei que é meio desconfortável ser olhada como eles te olham, mas você não é um incomodo. Sinceramente, é bom ter alguém diferente com quem conversar.

- Olhe... – ela começou. – Eu realmente não quero causar nenhum transtorno. E também, eu estou começando a achar que vir para cá é uma péssima ideia. – anunciou.

- Você é apenas uma garota que está tentando descobrir coisas novas, é muito normal. Nós estamos sempre nos mudando e eu sei que é difícil no começo, mas sempre nos adaptamos. Assim como podemos nos adaptar a novas pessoas. Veja, eu era sozinho no começo, assim como você, mas então eu encontrei um amigo e passamos a conviver. Depois disso eu resolvi dar uma chance para mim mesmo, conheci Esme e formei minha própria família!

- É mais do que isso. Não sei explicar. – encarou o nada. – Às vezes eu... Eu gostaria de fazer as coisas de forma diferente, mas não consigo.

- Eu estive pensando... – Carlisle ponderou. – Se você quisesse se juntar a nós, eu tenho certeza que todos iriam adorar a sua companhia, e seria uma ótima forma de mudar. – o médico propôs.

- Sério? – ela perguntou incrédula, com seu assíduo sotaque britânico.

Ele riu um pouco. – Bem, eles não estão muito animados com a sua companhia agora, mas quando te conhecerem melhor eles irão gostar de você. – afirmou.

- Não, isso não faz sentido. – balançou sua cabeça para um lado e para o outro. – Eu não quero mais viver assim.

- Tem algo a mais nisso, certo? – ele predisse.

- Não quero falar sobre isso. – respondeu rapidamente.

Carlisle riu e ela perguntou o motivo.

- Eu ouço isso sempre, acredite. Mas saiba que não ajuda. – explicou, se referindo a Edward.

- Eu vou embora. – anunciou se erguendo.

- Para onde? – ele indagou.

- Eu vou para casa. – virou as costas para o loiro.

- Vai voltar para a Inglaterra? – juntou as sobrancelhas.

- Não, eu vou para Chicago.

- Chicago? Espere! – chamou. Ela se virou a contra gosto. – Eu gostaria de conviver um pouco mais com você, entender os seus dons.

- Eu não tenho dons. – retrucou se virando novamente.

- Espere, não vá ainda! – chamou-a, mas de nada adiantou. Ela estava partindo.

Cabisbaixo, Carlisle voltou para casa. Encarou sua mulher que tinha uma expressão estranha.

- Não precisa fazer cara feia, ela já se foi. – ele anunciou se jogando em um dos sofás. Isso estava se tornando comum entre os Cullen.

- Para onde ela foi? – Emmett arguiu.

Não de outra, Rosalie desceu as escadas, mais uma ver irritada, e marchou para fora, batendo a porta com força.

- Eu não sei, ela disse que ia para casa. – informou.

- Então ela vai voltar para a Inglaterra. – Esme deduziu recebendo um aceno negativo.

- Não, ela disse que ia para Chicago.

- Chicago? – Emmett perguntou confuso. – Não é para lá que Edward foi?

- Chicago é um lugar grande, Emmett. – Esme se pronunciou.

- Mas... – sua cabeça começou a rodar e rodar.

Por que ele sentia que havia algo de errado com Isabella? E essa sensação de que a conhecia de algum lugar.

- Você mudou de repente.

- Não, eu só... – fez uma pausa, olhando para o chão. – Eu só estou pensando que a Isabella é tão estranha quanto o Edward, sabe, as coisas que ela dizia me faziam lembrar ele. A mesma melancolia, as mesmas falas culpadas, como se ela escondesse algo. – divagou.

- Tudo bem, eu vou atrás da Rosalie, apesar de que quem deveria fazer isso era você Emmett. Ela é sua mulher e não está feliz com a sua aproximação com a Isabella. Mas agora acabou ela foi embora. Ao invés de ficar aqui especulando, você deveria pedir desculpas para sua esposa.

Esme também saiu porta a fora, deixando os dois sozinhos na sala.

- Talvez Esme esteja certa. Sabe, por mais que você não tenha feito nada de errado, é um preço muito alto a pagar ficar brigado com a sua esposa. Você deveria ir atrás dela e dos outros e trazê-los de volta.

Mas o grandalhão com covinhas não estava prestando atenção no que o médico dizia, ele apenas pensava e pensava.

- Eu juro que ela tem a mesma expressão que o Edward. – insistiu.

- Eu também pensei nisso, por um momento, mas é melhor deixar para lá. É uma pena, mas ela já se foi. – Carlisle concluiu. – Agora vá atrás de Rosalie.

- Qual é a de Edward? Quem sabe se nós entendermos ele, possamos entendê-la.

- Está tentando dizer que os dois têm uma ligação, ou algo do gênero? – encarou como um absurdo.

- Não sei, eu a conheço de algum lugar. – ele tentou defender seu ponto, insistindo nessa ideia.

- Nós já dissemos que isso é muito pouco provável, você pode ter visto alguém parecido com ela. – explicou novamente. – E ela ter uma ligação com Edward é ainda menos possível. Ele sempre morou aqui no país e ela, como disse, não saiu da Inglaterra. Por isso Edward vai para Chicago sempre, ele tem uma casa lá, morava com sua esposa.

- Esposa? – ele perguntou um pouco confuso.

- Você sabe que ele não gosta que falemos sobre isso e eu sempre respeitei sua posição. Eu não a conheci pessoalmente, mas sei que Edward tinha muitos problemas com ela, apesar de que sentia muito carinho e ficou muito triste quando ela faleceu. Você sabe que ele mantém muitas coisas que o fazem lembrar ela.

Os olhos de Emmett se arregalaram de repente.

- Eu sei... Eu vi. – se perdeu em pensamentos.

- Então esqueça essas ideias. Por hora eu penso que seria melhor você se reconciliar com Rosalie, eu sei que ela está esperando que vá até lá. – riu um pouco, mas Emmett não estava prestando atenção no que ele dizia.

- Carlisle, por favor, vá falar com ela por mim. – pediu encarando o nada.

- Tudo bem? – o tutor indagou preocupado.

- Ela deve estar muito nervosa, não quero discutir novamente. – respondeu ainda perdido.

- Está bem. Mas se eu não conseguir nada, não me responsabilizo. Aproveito e peço desculpas a Esme, ela também deve estar muito brava comigo. – andou e falou ao mesmo tempo.

Emmett se recusava a pensar que suas ideias poderiam estar corretas, mas, levado pela curiosidade e preocupação, caminhou até o andar de cima.

Antes de entrar no quarto do irmão, se reteve.

- Não, isso é um absurdo. Eu devo estar ficando louco! – deu dois passos para trás. – Mas que se dane!

O quarto ainda estava da forma que Edward o deixara. Perfeitamente organizado. Foi direto aonde sabia que o irmão guardava seus portfólios, na gaveta do criado mudo. Revirou tudo, abrindo cada um para analisar minuciosamente.

- Santa mãe! – exclamou quando abriu um deles e encarou o desenho que havia visto há algum tempo atrás.

Agosto, 1917. Isabella. Em baixo a assinatura do irmão.

- Meu Deus, é ela!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O trecho que vocês leram (ou não) é do livro Madame Bovary, de Gustave Flaubert, quem quiser ler, vale muito a pena.
Mas então, as coisas estão caminhando? Ansiosos pelos próximos certo?
Eu espero que vocês comentem bastante, apesar de eu achar que esse capítulo poderia ter ficado melhor. Agradecimentos... Nara.
PS.: A próxima a ser atualizada será Twilight! ♥