Ainda escrita por Nara


Capítulo 13
Décimo Primeiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas.
Eu vim aqui para fazer uma denúncia: aquela música "Haunted" da Beyoncé está me fazendo passar mal. Aquela batida é muito perfeita!
Agora sim, leiam o capítulo. Espero que gostem.



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Décimo Primeiro Capítulo

Não sabiam se haviam se passado poucos minutos ou uma eternidade. Edward deitou Isabella em seu peito, acariciando os longos cabelos ruivos dela. Isabella plantou um beijo no peito dele, fazendo tímidas carícias com uma de suas mãos.

– Senti falta disso. - Edward falou beijando o topo da cabeça dela.

– Aposto que sim. - ela revirou os olhos. - Você é homem…

– Ah, claro que sim. Porque mulheres são indiferentes quanto a isso, não é? - o homem riu.

– Talvez eu tenha sentido falta… um pouquinho. - falou envergonhada.

Edward gargalhou e passou a ponta dos dedos pelas costas nuas de Bella. - Querida, olhe nos meus olhos. - ele pediu. Isabella o fez.

O Masen analisou as íris muito negras da mulher. - Há quanto tempo você não caça? - questionou e uniu as sobrancelhas.

– Eu não sei o que você quer dizer com isso, mas muito obrigada por insinuar que eu sou um animal. - ela se ergueu e cobriu os seios com os braços.

– Eu estou falando sério. - falou após revirar os olhos. - Você parece estar com mais sede do que tudo que eu já vi nessa vida. Há quanto tempo você não se alimenta?

Isabella pareceu ficar muito nervosa, revirando-se em seu lugar. - Eu não sei do que você está falando. - afirmou novamente e abaixou o olhar.

– Você sabe muito bem do que eu estou falando. - ergueu o rosto dela, segurando seu queixo carinhosamente. - Eu sei que você pode se sentir mal por saber que tem essas necessidades, mas você não pode simplesmente ignorar, isso vai te fazer mal.

– Edward, eu não gosto desse tipo de esportes, nem sou um bicho do mato e não sei mesmo do que você está falando. - Bella se jogou na cama, encarando o teto branco do quarto.

Ele veio por cima dela. - Talvez você não chame dessa forma. Não sente sua garganta queimar? - arguiu.

– Não. Não mais. - lembrou-se da sensação estranha e extremamente desconfortável que dominava seu corpo, as vezes em que aquela sensação era tão insuportável que fazia com que ela quisesse deixar de viver para não mais senti-la.

– Não mais? - Edward parece realmente confuso. - Bella, querida, você pode me contar exatamente como você viveu durante todos esses anos? O que você fazia?

Ela abaixou o olhar um pouco consternada. - Eu nunca fiz nada de importante. Nada de que eu deva me lembrar, além do que eu já lhe contei.

– Eu quero saber mais. - acariciou o rosto de Isabella.

– Depois das minhas crises existenciais, se é que eu posso dizer assim, eu voltei para aquela casa e vivi como uma fantasma, me recusando a sair e ver a luz do dia.

– Você não saiu nem uma vez sequer? - ele franziu a testa.

– Nem um só dia. Nunca. - ela afirmou.

– Não é possível, Bella. Como você pôde ter vivido isolada por mais de nove décadas sem ao menos… Olhe para mim. - Edward pediu quando Bella continuava a desviar o olhar.

– O que você quer saber, Edward? - ela perguntou, sentindo-se um pouco exausta.

Edward a observou por um momento, até que falou.

– O que quer que tenha acontecido foi horrível, não foi? - ele pôde ver o que estava nos olhos dela.

Bella olhou para ele, como se pudesse chorar.

– Você me conhece como ninguém, eu acho. - falou cabisbaixa.

Ele passou uma de suas mãos pelas maçãs do rosto de Isabella, acariciando-a.

– Você pode me contar tudo. Tudo mesmo. - beijou a testa dela demoradamente. Em seguida ele se sentou na cama e a puxou conta o seu peito, mantendo-a segura e acariciando os cabelos dela. - Fale para mim. - pediu ternamente.

– Eu não quero falar. - havia um aperto na garganta da mulher.

– Por favor. Me conte o que aconteceu com você. Eu preciso disso, você precisa disso. Eu estou aqui por você. - ele assegurou.

Bella respirou fundo e mais uma vez naquele dia, abriu sua mente e deixou vir as memórias de sua solitária vida.

– Um dia, não fazia muito tempo desde que eu havia me tornado o que eu sou hoje, já corriam boatos de que a casa em que eu vivia era “mal-assombrada” - falou pausadamente, Edward ouviu com atenção. - Um garoto, ele deveria ter seus quatorze anos, tomado pela coragem, decidiu verificar a história. Então ele entrou lá sorrateiramente em uma noite. - Edward se sentiu tenso. - O fogo em mim queimava tanto.

Edward a abraçou com mais força, intensificando suas carícias.

– Eu juro que eu não quis aquilo. - ela chorou em seu peito.

– Eu sei que não, meu amor, eu sei que não! - apertou-a.

– Eu prometi que jamais faria isso, mas não há nenhuma promessa que eu faça que apague as marcas em minha vida. Eu sou um monstro, Edward. Um monstro!

– Isabella, nunca, nunca diga isso! Você não é um monstro, de forma alguma. Você é a pessoa mais doce, mais bondosa, mais amável que eu já conheci em toda a minha vida! - ele a ergueu para que ela visse a verdade nos olhos dele, enquanto falava.

Isabella sorriu timidamente.

– Você jamais diria o contrário. - pareceu chorar. - Eu senti tanto a sua falta!

Ela voltou ao peito dele, agarrando-se, soluçando incontrolavelmente.

– Eu queria tanto que você estivesse ao meu lado, para me abraçar, para me confortar, mas eu estava sozinha. Eu senti tanto medo. - continuou a chorar.

– Eu estou aqui agora. Sempre vou estar. - ele acariciou as costas dela.

Aos poucos Bella foi se acalmando, quanto mais Edward a acariciava. Ela quase já não soluçava quando ele voltou a falar.

– Sabe, Bella. Eu aprendi com Carlisle e depois com Esme e os meus irmãos que todos nós podemos ser pessoas melhores e a nossa natureza nós mesmos fazemos.

Ela apensa permaneceu em silêncio.

– Eu sei que pode ser meio desesperador pensar que estamos fadados a ser algo que nunca quisemos, mas, como eu já te disse uma vez, podemos fazer disso uma coisa boa.

– Você me ensina? - ela perguntou baixinho.

– É claro que sim. Sempre. - Edward sorriu e continuou deitado tocando a pele da mulher. - Quando você quiser. - deu a deixa.

– Não agora. - ela respondeu. - Eu quero ficar mais tempo com você.

A declaração fez com que o homem sorrisse. Ela parecia um pouco tímida.

– Nós podemos fazer aquilo mais uma vez? - escondeu o rosto no peito de Edward, envergonhada.

Edward ficou realmente confuso. - Aquilo o quê? - indagou.

– Amor. - ela foi mais clara. O homem trocou de lugar com ela instantaneamente, ficando por cima.

– Com todo prazer, sra. Masen. - atacou os lábios dela e fez carícias ousadas em seu corpo, arrancando gemidos da mulher. - É tão bom finalmente te ouvir pedir por isso. - falou ainda com seus lábios pressionados contra os dela.

– Acho que nós dois podemos lidar bem com isso. - falou simplesmente, se deixando levar mais uma vez por ele.

Já era tarde da noite, os dois permaneciam deitados na macia e grande cama, Isabella deitada de costas para Edward e ele pressionado contra o corpo dela, implantando beijos na nuca da mulher.

– Satisfeita, sra. Masen? - provocou, falando próximo ao ouvido dela, fazendo-a estremecer.

– Por enquanto sim. - Bella sorriu largamente. - O que pretende fazer comigo agora?

– Hm… Talvez eu não esteja tão satisfeito assim. - ela riu um pouco. - Ou talvez eu deva estourar a nossa bolha e te alimentar. E depois eu posso te levar de volta até minha família, tenho certeza que eles estão preocupados conosco.

– Eu acho que a primeira ideia tenha sido a melhor. Eu sei como você é difícil de se satisfazer, não vamos arriscar, não é?

– Não. Por que você está se esquivando? - ele indagou.

– Não estou me esquivando. Podemos trocar de assunto?

– Não. - ele respondeu firme. Isabella sabia que não adiantaria discutir com ele quando Edward falava assim. Ela se virou para ficar de frente para o Masen.

– Eu disse que jamais faria isso de novo. - respondeu triste.

Edward rolou os olhos. - Você acha que eu iria te levar para fazer “isso”?

– Não? - ela arguiu confusa.

– É claro que não, Bella. Eu conheço outros métodos. Jamais faríamos mal à uma pessoa. Venha, eu te mostro. - Edward se ergueu da cama e estendeu uma mão para ela.

Relutante, Isabella aceitou o gesto e tomou a mão dele, sendo erguida em seguida.

– Mas talvez você deva se vestir primeiro. Não quero correr o risco de que você seja vista assim por outras pessoas.

– Ciúmes, sr. Masen? - Isabella ergueu uma sobrancelha.

– Você não faz ideia.

Ele a arrastou até uma porta próxima à porta do banheiro. Era um grande closet, abarrotado de cabides e de prateleiras com sapatos.

– Para quem vendia quadros na rua, você conseguiu muita coisa, não é? - ela ironizou.

– Eu era médico. - ele corrigiu risonho. - E isso não foi ideia minha, foi ideia da Alice. Ela não consegue se controlar quando vê alguém “vestido inadequadamente”.

– Compreendo. - Bella falou, parecendo um pouco desconfortável.

Edward decidiu ignorar a forma estranha com que Isabella respondeu e pegou dois cabides dos muitos presentes.

– Tudo bem, vamos te vestir. - pegou uma camisa azul e passou cada manga pelos braços de Isabella, fechando os botões em seguida, tocando sua pele mais do que o necessário. - Pronto. - falou quando fechou o último botão. - Eu já disse que amo quando você se veste de azul? - falou baixinho.

– Tem certeza de que você quer mesmo sair para fazer qualquer coisa? - ela uniu as sobrancelhas, fazendo com que o marido gargalhasse.

– Quem diria, sra. Masen? - Edward a puxou para um beijo longo e profundo. - Tenho. Vamos lá, Bella, ânimo! - respondeu à primeira pergunta. Ela gemeu de frustração. - Agora ponha o casaco. - Edward a vestiu com um casaco preto, que cobria toda a camisa que ela vestia, até a altura das coxas.

Então Edward a carregou no colo para fora de casa, mesmo sob os protestos da mulher. Ele correu até a floresta que ficava aos fundos da cabana, adentrando. Parou quando eles alcançaram uma grande pedra no meio da floresta. A imensidão verde era perturbadora.

– Que tal começarmos com algo pequeno? - ergueu uma sobrancelha para ela.

Ela deu de ombros. Edward ouviu algo à sua direita se aproximando. Agarrou Bella pela cintura e os dois se esconderam atrás da pedra.

– Faça silêncio absoluto. - sussurrou próximo ao ouvido dela.

Então um pequeno veado entrou no campo de visão dos dois.

– Está vendo? - Edward questionou. Isabella fez que sim com a cabeça. - Espere ele virar de costas e ataque rápido.

– O quê? - ela perguntou confusa.

– Ele está se virando. Rápido! Ataque! - ele empurrou ela um pouquinho.

– Não! Você está louco? - falou absorta.

– Silêncio! - ele repreendeu. - Ataque antes que ele perceba.

– Por que você quer que eu ataque aquele bichinho inocente? Está louco? - ela falou com seu tom normal de voz, ficando ereta a saindo de trás da pedra.

O animal percebeu a presença dela e fugiu.

– Viu só? Ele fugiu! - Edward repreendeu, balançando a cabeça decepcionado. - Você é uma péssima caçadora, sabia?

– Você é maluco! O que te levou a pensar que eu iria atacar aquele alce? - ela questionou confusa.

– Veado. - ele corrigiu.

– Não interessa! - respondeu nervosa.

– Eu te trouxe para caçar. Não podemos caçar seres humanos, caçamos animais. Não é óbvio?

– Eu não vou caçar animais! Não vou fazer mal a um bichinho indefeso.

– Você comia carne quando era humana. De onde você acha que tiram a carne?

– Não era eu quem tirava a carne! Eu não tenho coragem de fazer isso e não quero ter! - bateu o pé.

– Como é difícil, meu Deus. - ele apertou o osso do nariz entre o indicador e o dedão.

– Ok. Você quer um motivo então. Venha comigo. - comandou mais uma vez, arrastando-a pelo braço.

Ele a levou até um lugar mais afastado, onde haviam menos árvores.

– Ali está. - ele apontou para uma direção e a levou para trás de um tronco, esperando por algo.

– Edward, eu já falei…

– Silêncio. - ele a cortou. Isabella revirou os olhos, desgostosa.

De onde Edward havia apontado, surgiu um grande urso negro, a boca escancarada revelando grandes dentre pontudos. Isabella estremeceu.

De maneira totalmente inesperada, Edward empurrou Isabella de trás do tronco, fazendo com que ela ficasse no campo de visão do urso, que instantaneamente veio para cima dela.

– Edward! - ela gritou tomada pelo medo. - Edward!

O urso urrou, ficando de pé e se mostrando muito mais alto que Bella.

– Ah, meu Deus do Céu! - ela gritou de medo, fechando os olhos. - Santa Mãe!

– Bella, ataque! - Edward gritou detrás do tronco. - Ataque antes que ele te ataque! - ordenou, mas ela estava paralisada de medo. O urso continuava avançando e se preparou para golpeá-la com uma de suas enormes patas.

Isabella apenas esperou pelo golpe, com seus olhos bem apertados. Ela rezava baixinho.

– O que deu em você? - Edward perguntou nervoso em frente à mulher. Ela permanecia com os olhos fechados. - Pode abrir os olhos!

Assim ela fez, cautelosamente. Edward estava parado na frente dela, com os braços cruzados em frente ao peito. O urso estava deitado no chão.

– Por que você não atacou o urso, Isabella? Você não tem nenhum senso de auto defesa?

– Ah, cale a boca, filho da mãe! - ela gritou, fazendo com que Edward arregalasse os olhos surpreso. - O que diabos você achou que estava fazendo? Você me jogou para aquele urso enorme, queria que eu morresse? - começou a bater freneticamente em Edward.

– Eu queria te forçar a atacar, já que você não consegue fazer isso por livre e espontânea vontade. Como você é frouxa, Isabella.

– Eu vou atacar você, seu idiota! - continuou batendo nele. - Você é louco! Tentou me matar! E o que você fez com o urso, seu ridículo?

– Não interessa! Morda esse urso. - apontou para o grande animal jogado na relva.

– Eu não vou morder nada!

– Morda esse urso, Isabella! - comandou.

– Não!

– Morda essa merda desse urso! - falou pausadamente. - Agora! - gritou fazendo ela estremecer. Puxou-a pelo braço e fez com que ela agachasse ao lado do animal.

Sob as ordens de Edward, que parecia mais furioso que o urso, Isabella aproximou seus lábios do urso, no pescoço, como Edward dizia. Ela fechou os olhos, se recusando a crer que aquilo era mesmo verdade, e cravou seus pequenos dentes no pescoço do enorme animal. O sangue do bicho encheu a boca de Isabella e ela sentiu todo o seu corpo arrepiar com a sensação. Ela já não se lembrava bem como era sentir o gosto de sangue em sua boca, lembrança que ela fez questão de apagar de sua memória. Mas aquela sensação, ela tinha que admitir, era muito boa. Engoliu o sangue do urso devagar, sentindo o líquido descer por sua garganta de forma divina, trazendo uma refrescancia inimaginável. Ela permaneceu com os olhos fechados, mas em deleite.

– Bella. - Edward chamou depois de muito tempo, ela já havia bebido tudo, mas continuava com os dentes cravados na criatura. - Querida, venha comigo. - ele conseguiu tirar Isabella de cima do urso e a trouxe para seus braços. Ela estava em transe.

Levou mais algum tempo até que ela voltasse à consciência, então encarou Edward, que a mantinha próxima ao peito dele. O homem encostou seus lábio nos dela, provando o gosto do sangue.

– Bom. - sorriu. - Quer mais um? - ela balançou a cabeça positivamente, muito acanhada. - Venha, vamos conseguir outro… - segurou a mão dela o dois saíram em busca de outro urso.

Edward derrubou outro daqueles e observou Isabella drená-lo. Quando ela terminou, a mulher voltou-se para ele com um sorriso tímido em seus lábios.

– Ei! - Edward exclamou. - Olhe só, Bella. Seus olhos!

– O que tem meus olhos?

– Eu vou te mostrar. - ele tomou-a no colo e correu até onde corria o rio. Era madrugada e estava muito escuro na floresta, mas Isabella pôde ver seu reflexo na água cristalina. Percebeu que seus olhos já não tinham o mesmo tom.

– Meu olhos não estão mais negros. - ela falou impressionada.

– Não, Bella. Agora eles estão iguais aos meus. - chegou por trás dela, jogando os fios de cabelo dela para um lado.

– Obrigada. - ela se virou. - Muito obrigada, Edward.

– Por que você está me agradecendo?

– Por você acreditar que eu posso ser uma pessoa melhor.

Edward olhou bem nos olhos agora dourados de Isabella e sorriu amplamente. Os dois permaneceram em silêncio, uma carga os atraindo. Mas eles se contentaram com apelas um beijo. Eles se sentaram próximos a beira do rio, Isabella com as costas juntas ao peito do homem, as mãos deles entrelaçadas. O Masen beijava o pescoço de Bella.

– Eu estou me sentindo tão bem. - a mulher falou baixinho.

– Eu também estou.

– Podemos voltar para a casa? Para a sua casa… - ela perguntou.

– Você quer mesmo voltar para lá?

– Tem outra coisa em mente?

– Para ser sincero, tenho. Eu quero te levar até a minha família.

Isabella tensionou. - Você quer dizer os Cullen.

– Sim, eles são minha família.

Ela olhou para longe. - Eu não creio que seja uma boa ideia.

– Qual é o problema com eles?

– Problema nenhum.

– Bella… - ele repreendeu, fazendo com que ela bufasse em seguida.

– Tudo bem, eu não me dei muito bem com eles. Para falar a verdade, eu acho que eles não se deram muito bem comigo…

– Bella, eu tenho certeza que isso não é verdade.

– Aquela loira, Rosalie. Ela me chamou de vadia. - Edward ficou chocado.

– Rosalie não faria isso. - Bella estreitou os olhos para ele. - Tudo bem, talvez ela faria… Mas deve ter sido um mal entendido.

– A baixinha, Alice, ela nunca ficava perto de mim porque dizia que eu dava dor de cabeça nela. E a mulher, Esme, ela sequer falava comigo, me olhava como se eu fosse uma criminosa, ou algo do tipo. Eu só não fui embora antes porque seu amigo Carlisle insistiu muito para que eu ficasse. E tinha aquele homem enorme, o Emmett, que ficava puxando assunto comigo e me seguindo para onde quer que eu fosse, como se estivesse me investigando, tentando descobrir algo sobre mim. Ele vivia dizendo que me conhecia de algum lugar, era mesmo muito estranho.

– Emmett é mesmo um gênio! - Edward disse feliz, fazendo com que Bella o olhasse com indignação. - Eu não sei o que aconteceu, querida, mas eu tenho certeza de que o que quer que tenha acontecido, não ficou claro. Eles são ótimas pessoas, Bella. Foram minha família por todos esses anos. Carlisle é o melhor amigo que eu poderia ter, Esme é amável, muito doce, ela nos trata como filhos. Rosalie é um pouco temperamental, mas é divertida, inteligente e muito firme em suas decisões. Emmett é um brincalhão, o que Rosalie tem de séria ele tem de bobo e eu acho que é por isso que os dois se completam tão perfeitamente. Jasper e Alice chegaram depois, mas são incríveis. Jasper é muito calado, mas é um amigo fiel e é extremamente compreensivo, definitivamente uma pessoa que você quer ter por perto em um momento de tristeza, de dificuldade ou mesmo de alegria. Alice é uma figura, ela é muito verdadeira, gosta de se intrometer na vida dos outros, é companheira e pode te matar se você não estiver bem vestida. - ele riu. - São incríveis. Eu tenho certeza de que você vai adorar conhecê-los melhor e desconstruir essa primeira impressão.

– Eu não sei… - ela ainda relutou.

– Eu estou aqui com você para o que quer que aconteça, esqueceu? - ele sorriu ternamente.

– Tudo bem, eu acho que posso fazer isso.

– Obrigado. - segurou o queixo dela e o ergueu até que os lábios dela encostassem nos seus. - Vamos lá! - ele a pegou no colo novamente, surpreendendo-a, e correu pela floresta, até a casa dos Cullen.

Quando finalmente os dois pararam em à mansão da família Cullen, Edward pôs a mulher no chão, mas suas mãos nunca deixavam o corpo dela. O homem sorriu encorajando-a e a conduziu até a entrada da casa, abrindo a porta e dando passagem para a ruiva.

Na sala de estar estavam sentados todos os Cullen. Carlisle estava em um dos sofás, com Esme sentada no braço do sofá, segurando os ombros do marido. Alice e Jasper estavam parados ao fundo e Rosalie e Emmett estavam juntos em outro sofá. Quando o casal adentrou o cômodo, todos os presentes voltaram seus olhos para eles. Mais especificamente para Isabella e sua mão entre a mão do Edward. Bella sentiu-se nua diante dos presentes, ainda mais por estar trajando uma roupa de Edward, que não cobria suas pernas, estar descalça e despenteada.

– Olá. - Edward chamou a atenção. - Eu gostaria de apresentar a vocês a Isabella. Família, essa é Isabella.

– Eu creio que nós já nos conhecemos, mas é bom recebê-la da maneira correta, dessa vez. - Carlisle sorriu docemente. - É bom te ver de novo, Isabella. Que bom que você e Edward se encontraram.

– Obrigada, Carlisle. É bom te ver de novo, também. - falou tímida.

Fizeram silêncio por um minuto.

– Isabella… - Rosalie começou. - Eu gostaria de te dizer que… Eu gostaria de pedir… Ora, me desculpe por ter te trado daquela forma. Eu fiquei com muito ciúme do comportamento desse idiota que é o meu marido. Quer dizer, por que ele não disse logo? Mas agora está tudo bem, ele me perdoou e eu preciso saber se você me perdoa também. Você me perdoa? - tagarelou surpreendendo Isabella e os demais presentes.

– Tudo bem. - Bella respondeu simplesmente, se agarrando a Edward.

– Não, é sério. Eu quero que saiba que eu estou realmente arrependida, eu fui muito injusta e cega. Eu realmente sinto muito.

– Está tudo bem, mesmo. - Isabella reafirmou.

Edward limpou a garganta, um pouco desconfortável com aquela conversa. - Rosalie sabe que precisa se controlar melhor. - ele encerrou o assunto.

– Que bom que você e o Ed se encontraram novamente, Isabella. - Emmett saudou os dois.

– Ed? - Bella questionou, olhando divertida para Edward.

– É Edward, Emmett. - ele corrigiu, fazendo com que o grandalhão gargalhasse.

– Eu também fico muito feliz que vocês tenham se reencontrado. - Esme falou sem graça. - E eu sinto muito pela forma como te recebemos aqui. Acho que todos nós devemos um pedido de desculpas pela forma como te tratamos nos últimos dias.

– Eu concordo. Todos sentimos muito. - Alice disse do fundo.

– Não quero que se desculpem só porque descobriram que eu tenho uma relação com o Edward. Isso não muda nada. - Isabella falou friamente, golpeando os presentes com suas palavras.

Jasper tentou mandar uma onda de calmaria, mas não conseguiu, tendo seus dons bloqueados.

– Alice, Bella molhou a roupa que vestia e então eu lhe dei essa, mas não creio que seja muito apropriado. O que você acha de vesti-la? Aposto que você adoraria. - Edward tentou mudar de assunto.

– Claro que sim - ela concordou, ainda que um pouco sem graça.

– Vá com ela, Bella. - Edward ordenou recebendo um olhar de descontentamento de Isabella. Mas ele permaneceu firme e então ela cedeu, caminhando até Alice cautelosamente.

– Venha até o meu quarto, Bella. Eu vou arranjar um vestido bem bonito para você. - Alice falou baixo e conduziu Isabella até o andar de cima.

– Ela é um pouco arisca. - Edward explicou assim que as duas saíram do campo de visão dos presentes. Jasper se juntou à conversa.

– Ela vai logo se acostumar com a Alice. - Jasper tranquilizou. - Não há ninguém que não a ame.

– Assim espero. - respondeu. - E que história é essa de vocês tratarem mal a Isabella? - falou extremamente rápido e baixo.

– Nós não sabíamos que ela era ela, e nós nem sabíamos quem era ela que ela é. Você nunca nos contou nada e, convenhamos, essa menina é muito estranha. - Esme tentou explicar.

– Ora, ora, ora, dona Esme colocando as manguinhas de fora. Desde quando você deixou de ser uma fonte inesgotável de amor e passou a chamar as pessoas de estranhas?

– Desde que essa garota apareceu e mostrou ser uma verdadeira incógnita. Nós não sabíamos de onde ela veio, não saíamos quem ela era e não compreendíamos a estranha fixação que Carlisle e Emmett tinham nela. - Rosalie completou.

– Eu disse que ela tinha algo de especial. Edward, era como se eu soubesse todo o tempo que ela precisava estar aqui para te encontrar, eu sabia que nós devíamos esperar por algo e eu não entendia o quê. E eu sinto que ela é muito poderosa, viu como Jasper não conseguiu usar seus poderes há pouco?

Edward arregalou os olhos.

– Não pode ter sido isso, Carlisle. - ele negou ao médico.

– Eu não consigo usar meus poderes perto dela, Alice tampouco. Você consegue, Edward? - Jasper indagou com um sorriso nos lábios.

Edward pareceu chocado em notar que em momento algum havia lido a mente de Isabella. Claro, como ele nunca havia passado por tal experiência, achava normal não ler a mente dela.

– Não. - falou absorto.

– Então ela é um tipo de escudo? - Emmett questionou.

Isso pôs os presentes a pensar.

Rosalie pediu licença e se retirou da sala, indo em direção ao quarto de Alice.

Isabella estava sentada na cama no quarto de Alice que era absurdamente amplo e muito bem decorado, com peças muito modernas. A vidente vasculhava o closet em busca de um vestido perfeito. A loira bateu na porta do quarto e adentrou o local pedindo licença.

– Eu posso entrar? - perguntou para Bella, que apenas sorriu e desviou o olhar.

– Que bom que você veio, Rose. Eu não sei como vesti-la. O tom de pele dela combina com tantas cores, eu não sei como escolher! - Alice saiu do closet e jogou as mãos para o alto em rendição.

– De quais cores você gosta, Isabella? - Rose perguntou carinhosamente.

– Eu não sei. - deu de ombros. - Edward gosta quando eu visto azul.

– Azul! - ela exclamou e entrou mais uma vez no closet. Não demorou muito, saiu segurando um vestido azul, muito bonito, curto e de cetim.

– Você não tem nada que cubra as minhas pernas?

– Mas você não é tão alta para usar longo. Não vai valorizar o seu corpo… - Alice divagou.

– Por que você não pega aquela saia azul linda que você nunca usou e uma blusa? - Rose propôs.

– Mas ela não é…

– Ponha salto nela, Alice! - Rosalie cortou a baixinha que reclamava.

Alice se conformou e foi buscar a roupa.

– Eu posso trançar seu cabelo? - Rosalie propôs à Isabella, que olhou relutante, mas por fim deu de ombros.

– Tudo bem. - respondeu simplesmente.

Rosalie sentou-se na cama, atrás de Isabella e começou a mexer nos longos cabelos ruivos.

– Você tem um belo cabelo. - elogiou.

– Obrigada. - foi tudo o que Bella falou.

– Você e Edward parecem se dar muito bem. - Rosalie comentou, após a primeira tentativa de diálogo ter sido falha.

Dessa vez Isabella riu, deixando Rose um pouco confusa.

– Nós brigamos às vezes. - aquele “às vezes” queria dizer sempre.

– Todos os casais brigam. Uns mais do que os outros, é claro. Mas a sincronia de vocês é incrível.

– Sincronia? - Bella uniu as sobrancelhas.

– Sim, a forma como vocês ficam juntos é… eu não sei explicar, uma energia tão grande. Deve ter sido incrível revê-lo depois te tanto tempo, como em um filme. Eu fiquei muito feliz por vocês quando soube da história. - Isabella apenas ouviu tudo o que Rosalie dizia. - Pronto!

– Já? Nossa, isso foi rápido. - Isabela falou enquanto passava a mão na trança que Rose havia feito em seu cabelo. - Obrigada Rosalie. - agradeceu.

– Me chame de Rose, penas. - Rosalie sorriu ternamente e Bella retribuiu.

– Tudo bem, eu achei a saia, uma blusa e esses sapatos. Acho que é azul o suficiente e acho que os saltos vão compensar a altura. Vista, vista! - Alice saiu de dentro do closet pulando e entregou as peças de roupa para Isabella.

A ruiva olhou para Alice, esperando que ela dissesse algo ou então saísse para que ela pudesse se vestir.

– Não vai colocar a roupa? - Alice pareceu confusa quando Isabella não se moveu.

– Tem algum lugar onde eu possa me vestir?

Alice gargalhou.

– Somos irmãs, não temos vergonha uma da outra. - ela falou como se fosse óbvio, fazendo com que Bella arregalasse os olhos.

– Alie, Isabella não está acostumada com essas coisas. Vamos sair para que ela possa se trocar em paz. - Rosalie se levantou e puxou Alice pelo braço.

– Você ainda tem tanto para aprender, Bella. - a baixinha falou antes de sair do quarto.

Bella havia achado aquilo no mínimo muito estranho. Definitivamente, Alice era um figura. E Rosalie parecia ser uma boa pessoa, Bella pensava. A mulher se vestiu, ela não estava acostumada a trajar aquele tipo de roupa, mas não era de todo ruim. Sentou na cama para tentar colocar aqueles assustadores sapatos de salto.

– Bella, podemos entrar? - a vidente perguntou do lado de fora, impaciente.

– Acho que sim… - respondeu, calçando o outra par do sapato.

Alice e Rosalie entraram no quarto e analisaram a figura de Isabella.

– Ficou perfeito! E eu adorei a trança que você fez, Rosalie. Caiu como uma luva! - Alice bateu palminhas.

– Ficou realmente muito bom. Você pode ficar de pé, Isabella? - Rosalie perguntou. Isabella obedeceu, dando uma visão completa da sua aparência. - Está realmente muito bonita. Só jogue a trança para o lado.

O longo cabelo ruivo preso pelo emaranhado da trança caiu sobre um dos ombros da mulher. Tanto Alice quanto Rosalie sorriram.

– Edward vai adorar te ver assim. Venha! - Alice comandou.

Bella saiu do quarto e andou até o topo da escada. Edward, sentado em um dos sofás com sua família, assim que percebeu a presença dela, direcionou seu olhar para o alto da escadaria, onde Bella estava parada. Sem tirar seus olhos da imagem dela nem por um segundo, foi de encontro à ela, parando próximo ao último degrau. Isabella desceu a escada vagarosamente, tomando cuidado para não cair. Quando alcançou o fim, recebeu a mão do Edward que estava estendida. Ele não parava de olhá-la.

– Por que está me olhando assim? - Bella perguntou.

Edward sorriu antes de responder. - Primeiro, porque você está linda. - beijou a mão de Isabella. - E segundo… - trouxe o corpo dela para mais perto do seu. - Porque eu me lembrei da primeira vez que te vi. - falou baixinho, fazendo Isabella estremecer.

Todos na sala olhavam a cena apaixonados e um pouco absortos, achando aquela situação não usual um pouco chocante. Alguns reprimiam risadinhas. Então Emmett tossiu, chamando a atenção. Carlisle deu uma cotovelada nele, repreendendo, enquanto os demais não puderam conter a risada.

– O chão poderia se abrir agora e me engolir. - Isabella murmurou só para Edward.

– Edward, o dia está amanhecendo, a vista do sol nascendo é linda dos fundos da casa. Por que você não leva Isabella para ver, talvez você queira conversar com ela. - Carlisle deu a deixa.

– Me acompanha, madame? - Edward sorriu para Isabella. Ela revirou os olhos e depois concordou. Edward a conduziu até a saída dos fundos.

– Vocês viram isso?! - todos falaram ao mesmo tempo e então riram amplamente.

Os dois se sentaram em uma grande pedra próxima ao rio que passava nos fundos da casa dos Cullen.

– É muito bom ter você aqui. - Edward comentou.

– Eu estou me sentindo bem aqui, melhor do que eu pensei que seria. - ela admitiu.

– Eu sabia que seria assim. Você reluta no começo, mas acaba gostando das coisas depois que dá uma oportunidade. O que achou de Rosalie e Alice?

– Elas são boas, Rosalie fez essa trança em mim. - falou tocando a longa trança. - E Alice também foi muito atenciosa me emprestando essa roupa, apesar de que ela fala umas coisas muito estranhas. - Edward riu. - Mas então, o que você quer conversar comigo?

– Eu? - Edward parecia confuso.

– Sim. Seu amigo Carlisle disse que você queria conversar comigo, parecia algum tipo de conversa silenciosa…

– Ah, sim… - Edward pensou como começar. - É que Carlisle te achou muito interessante. Mesmo. Ele gostou muito de você. E ele acha você muito talentosa.

– Ele disse isso uma vez. Que eu sou talentosa. Na verdade ele falou algo sobre dons. Eu acho que ele não bate muito bem das ideias.

Edward gargalhou.

– Carlisle sabe o que diz. Apesar de que às vezes ele parece ser meio desequilibrado… - riu novamente. - Ele diz isso porque nenhum de nossos dons funciona com você.

– Agora você é o louco. - ela caçoou.

– Estou falando sério, Bella. Alguns de nós possuem talentos, dons ou como preferir chamar.

– Mesmo, senhor sobrenatural? E qual é o seu dom então? - ela revirou os olhos.

– Eu leio mentes. - ele falou sério.

– Não me diga. - Ele rolou os olhos mais uma vez.

– Eu estou falando sério. - ele reafirmou.

– Mesmo? Então o que eu estou pensando agora?

– Não posso ler sua mente. Seus pensamentos são totalmente silenciosos.

– Ah, claro que são...

– Eu estou falando sério. Alice e Jasper não tem influência sobre você também.

– E o que Alice e Jasper podem fazer? - ela questionou ainda incrédula.

– Jasper pode fazer você sentir qualquer coisa que ele queira que você sinta. Ele pode te mandar uma onda de felicidade, ou uma onda de tristeza, ou qualquer outra coisa a qualquer momento. Alice pode ver o futuro. No entanto, isso é muito relativo. Ela vê o futuro baseado nas nossas escolhas, se nossas decisões mudam, o futuro muda. Mas ela não consegue ver o seu e nem o nosso quando você está por perto. É como uma interferência. E isso faz com que ela tenha dor de cabeça.

– Então é disso que ela estava falando quando disse que eu dou dor de cabeça nela?

– Exatamente. - ele assentiu.

– Eu não acredito nisso. - ela continuou discordando.

– Acredite, Bella. Você não tem noção da extensão dos seus poderes. Você é a pessoa mais poderosa com a qual eu já cruzei.


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Notas finais do capítulo

E então, amores, comentem o que acharam, ok? A fic passou dos 200 comentário. Yep!
Então, eu gostaria de falar sobre a ideia do drive. Eu não deixaria de postar o capítulo aqui, tudo permaneceria como sempre. Mas as pessoas que estivessem interessadas em acompanhar a escrita do capítulo poderiam me mandar inbox com os seus emails do google e aí eu add lá no documento. Então eu marcaria um dia e uma hora para os interessados entrarem lá e acompanharem. Caso alguém queira, eu não vejo porque não :D
Enfim, estou muito feliz que vocês estejam acompanhando a fanfic, comentando, favoritando. Recomendem também, ok?
Grande beijo e uma boa semana
Nara