Ainda escrita por Nara


Capítulo 11
Nono Capítulo


Notas iniciais do capítulo

I'm so fancy. You already know...
(Nada a ver com a fanfic, só tô com essa música na cabeça...)



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Nono Capítulo

Emmett desceu as escadas da mansão às pressas. Carlisle, Esme e Rosalie passaram pela porta. A loira tinha um sorriso tímido nos lábios, pronta para perdoar o repentino interessa do marido em Isabella, como Carlisle a havia convencido. No entanto, o homenzarrão passou por eles como uma bala.

– Ei, qual o motivo de tanta pressa? – Rosalie indagou confusa.

Ele se voltou para encará-la. Ao menos tinha dado importância para a presença dos três que o olhavam.

– Alice. Onde está Alice? – questionou.

– Bem... – Carlisle começou confuso. – Nós não sabemos. Ela havia saído para dar uma volta com Jasper, lembra?

– Droga! – esbravejou.

– O que está acontecendo Emmett? – Rosalie perguntou nervosa.

– Quem me chama? – a baixinha adentrou o local com o loiro Jasper ao seu lado.

– Ótimo! Se você veio é porque já pode ver o futuro. – o grande homem sorriu agradecendo aos céus.

– Sim. – Alice concordou. – Minha mente está livre agora, acredito que aquela garota estranha tenha ido embora, certo?

– Sim. Ela foi... E é justamente esse o problema. – ele respondeu.

– Emmett... – Esme repreendeu o pupilo, enquanto Carlisle colocava as mãos sobre os olhos. Tanto trabalho que o médico teve para fazer com que Rosalie se convencesse a perdoar o marido.

– Ah, então quer dizer que esse é o problema... – a loira falou nervosa.

– Rose... – o marido falou docemente, pedindo um pouco de compreensão, o que a deixou indignada. – Alice, eu preciso saber se você pode ver onde está o Edward, ele ainda está em Chicago?

– Bem, eu não sei. Aquela moça me bloqueou por tanto tempo, eu preciso checar o futuro dele. – Alice respondeu confusa com a questão do irmão.

– Eu não tenho muito tempo a dispor, Alice. Eu tenho que ir atrás da Isabella.

A boca de Rosalie abriu em indignação.

– Você tem o quê? – ela questionou furiosa.

– Rose, não é nada do que você está pensando. Eu simplesmente não posso deixá-la partir. Eu preciso saber para onde ela foi, que direção ela tomou. Carlisle...?

– Calma! Você está tentando me dizer com maior cara de pau que vai atrás de outra, que não pode deixá-la partir e quer que eu compreenda? Que merda você acha que eu vou compreender, hein? – Rose levantou a voz, andando em direção ao marido que dava passos para trás.

– Rose, você está sendo incompreensível. Como você quer que eu explique se você vem com um milhão de pedras na mão?

– E você tem alguma coisa para explicar? Não adianta Emmett, não tente fazer com que pareça que eu estou errada, porque eu não estou. – argumentou histérica.

– Rosalie, eu estou tentando manter a calma, mas você não deixa! Eu não vou ficar discutindo com você. Eu vou atrás da Isabella e pronto! Se você permitisse que eu me explique, compreenderia o que está acontecendo. – passou pela loira, deixando-a perplexa atrás de si.

– Eu sei o que está acontecendo. Sei bem o que é. Você quer ir? Então vá! Mas suma, suma da minha vida! – ela correu escada acima.

Todos olharam a cena sem compreender nada do que estava acontecendo, todos estavam meio chocados com a briga.

– O que está acontecendo aqui? - Edward indagou assim que entrou em casa e viu aquele montante de pessoas perplexas.

– Edward? O que você está fazendo aqui?! - Emmett gritou para o irmão que acabara de chegar.

– Qual é o problema? Eu voltei… Posso saber o que está acontecendo aqui? O que aconteceu com Rose? Por que vocês estavam brigando? Sua mente está uma bagunça, Emmett... - ele falou realmente confuso.

– É que você está aqui! Você não entende? Por que você voltou?

– Emmett! - Carlisle repreendeu.

Então Edward viu nos pensamentos de Emmett a imagem dela. Primeiro no desenho que há muitos anos ele havia feito, em seguida a imagem dela bem ali onde ele estava parado, dela sentada no sofá junto do irmão, dela conversando com Emmett.

– Emmett… onde você…?! - Edward não sabia o que dizer, não conseguia compreender como o irmão poderia ter em suas memórias a imagem de Isabella, que estava morta há tantos anos, que jamais poderia estar ali, jamais poderia estar entre eles.

– É ela, não é? - Emmett se esforçou para recordar-se novamente de Isabella.

– Bella… - Edward sussurrou.

– Eu não compreendo o que está acontecendo. Que conversa silenciosa vocês estão tendo? Por que você disse “Bella”, Edward? - Alice questionou, cansada de olhar aquela cena e não compreender nada, assim como Jasper, Esme e Carlisle.

– Bella? - Carlisle perguntou. Então, ele se deu conta do que estava acontecendo. Agora tudo fazia sentido! - Deus do Céu! - exclamou. - Edward, é ela!

– Ela quem? Do que vocês estão falando? - Esme indagou claramente confusa.

– Bella… minha Bella… - Edward continuou murmurando, mantendo seu olhar focado no nada. Seus pensamentos corriam loucamente, passando por lembranças de sua vida antiga, pela Bella que ele um dia teve ao seu lado.

– Vai atrás dela, cara. - Emmett falou. Edward o encarou e viu o irmão sorrir. Então, desesperado, Edward saiu às pressas pela porta, indo atrás do impossível. Indo atrás de sua Bella.

– Será que alguém pode nos explicar o que está acontecendo? - Jasper pediu. Carlisle ainda estava um pouco aéreo, não acreditando no que estava acontecendo, mas voltou-se para o loiro.

– Mal eu sei o que está acontecendo. Como pode ser possível?! - riu nervosamente.

– É ela, Carlisle. Eu vi o desenho, é ela! - Emmett insistiu.

– Deus! - o homem passou a mão pelo rosto, se seu coração ainda batesse, ele estaria saindo pela boca.

Vendo que todos estavam esperando por uma explicação, Carlisle sentou-se no sofá da grande sala e tentou se acalmar para relatar o que estava acontecendo.

– Há várias décadas atrás, eu ainda não tinha nenhum de vocês, conheci o Edward em Chicago. Ele era médico no mesmo hospital que eu, meu colega de trabalho. Era um tempo difícil, além da guerra havia uma doença que estava fazendo inúmeras vítimas. Edward era um médico jovem, mas muito competente e tinha muito amor ao que fazia: passava o dia no hospital cuidando dos pacientes. Se dedicou tanto que acabou sendo infectado pela doença. Então eu o ajudei.

Todos ouviam atentamente o que o homem tinha a dizer. Após uma breve pausa, ele prosseguiu.

– Nós éramos sim bons amigos, mas não foi exatamente por isso que eu transformei o Edward.

– Por que, então? - Esme perguntou com um aperto no coração em pensar no que teria acontecido com Edward.

– Edward tinha uma esposa. Uma jovem mulher. Pelo que ele me dizia, a relação dos dois era conturbada, mas era nítido nos olhos dele quando falava dela que os dois se gostavam muito. Quando Edward estava em seu leito de morte, a doença o estava levando, a única coisa que ele dizia era o nome dela. De novo e de novo. Vendo isso, eu não consegui permitir que ele partisse sem ao menos ter a chance de vê-la novamente. Eu o transformei para que ele pudesse, nem que por apenas mais uma vez falar com sua mulher e dizer o quanto ele a queria bem. Mas isso foi em vão… Ela havia partido para a Inglaterra, indo encontrar seus pais. Quando Edward despertou para sua nova vida ele pediu que eu a buscasse. Mas quando eu cheguei lá… ela estava morta. Vítima da mesma doença que quase levara Edward.

– Oh, meu Deus! - Esme exclamou, colocando a mão sobre os lábios.

– Edward… - Alice chorou enquanto se agarrava em seu marido. Ela podia imaginar o sofrimento do irmão.

– Eu me lembro desse dia como se fosse hoje. Eu não sabia o que dizer, não sabia o que fazer. Eu só conseguia pensar: “Meu Deus, o que eu fiz?”. Eu havia condenado Edward a uma vida eterna e vazia, sem propósito algum. Ah, quando eu dei a notícia… Eu nunca presenciei uma cena tão triste em toda a minha existência. Ele quis se matar e eu quis me matar também. Eu não passava de um mostro que tinha esperança de estar fazendo bem a alguém, mas que era incapaz. Que só sabia destruir a vida de quem cruzasse meu caminho.

– Você sabe que isso não é verdade, Carlisle! Você ajudou a todos nós, você amou a todos nós. - Esme o abraçou.

– Pode ser, mas… eu tive Edward ao meu lado todos esses anos para me provar o contrário. E eu não posso compreender como ele pôde continuar ao meu lado, pode me perdoar pelo tamanho mal que eu fiz a ele, fadando-o a continuar em um mundo onde não havia mais ninguém que ele amasse. Sem seus pais, sem sua esposa, sem nada. Mas por algum milagre ele continuou, ele me perdoou, mesmo sofrendo a cada dia.

– É por isso que Edward fala tão pouco do passado dele… - Jasper sussurrou.

– Sim, ele… nós evitamos isso durante muitos anos. Essas lembranças só o machucavam e a mim também. Eu juro que já quase não me lembrava do passado, exceto quando Edward precisava fugir de nós, ir atrás do que ele havia perdido, como há pouco. Quando ele precisava ir atrás dela… Isabella.

Por quase um minuto se fez silêncio absoluto na sala.

– Então aquela garota… ela é… - Rose, que ouvindo os sussurros dos presentes na sala, se aproximou e se pronunciou.

– É ela. Isabella.

Edward corria pela floresta o mais veloz possível. Ele não sabia ao certo para onde ir, o que buscar. A única coisa que ele conseguia pensar era na imagem de Isabella. Sentia que estava a perseguindo, que poderia encontrá-la, tocá-la e ao mesmo tempo tudo estava tão turvo, tão confuso. Mas era como se uma interação, uma força o puxasse por um caminho desconhecido por entre as árvores, como se houvesse uma carga o atraindo para algo que ele não sabia se realmente existia.

Por um instante ele parou. Sentiu um cheiro mais que conhecido. O cheiro que permaneceu em sua lembrança durante anos e anos e que ele ansiou mais do que nunca voltar a sentir. O cheiro dela. Continuou correndo loucamente, seguindo o aroma deixado para trás. Parou em frente ao rio.

Ao longe, do outro lado da margem, avistou a imagem de uma mulher. O cabelo ruivo dela voava com a brisa, ela estava de costas, vestia um enorme casaco negro. O cheiro dela batia fortemente contra Edward, trazido pela brisa.

– Bella. - ele sussurrou.

A mulher tendo ouvido a baixa voz que a chamava pelo antigo apelido, virou-se para encarar o dono do timbre.

Quando Isabella viu quem havia proferido seu nome, ficou paralisada. Ali parado estava Edward, o homem que ela jurava estar morto há muitas décadas. Um filme passou por sua cabeça, lembrou-se de tudo que eles haviam passado juntos, desde a primeira vez em que haviam se falado até o fatídico dia da separação.

– Não pode ser… - disse quase que sem voz, tomada pela surpresa.

– Bella. - Edward repetiu com um fio de voz.

– Meu Deus! - ela exclamou, abraçando seu peito, tomada por um pranto sem lágrimas. - Edward! - gritou uma vez e depois novamente.

Isabella foi de encontro ao homem que permanecia parado, bestificado, a passos tímidos. Perto da margem ela parou e o encarou novamente pelo que pareceu uma eternidade, não crendo que ele poderia estar ali, a poucos metros de distância.

Edward estendeu um de seus braços, como se quisesse tocá-la para verificar se era ou não real. Tal gesto pareceu como um convite à Isabella ir de encontro a ele, para seus braços.

– Edward! - ela gritou novamente e correu em direção a ele, caindo no rio, nadando em direção ao outro lado, para alcançá-lo. Ela chorava, soluçava e batia pernas e braços, lutando contra a água, fechando a distância entre eles. Não apenas a distância do espaço, mas a distância do tempo.

Quando enfim, desesperada, absorta, ela alcançou o outro lado, sem forças para se erguer, rastejou até onde ele estava estático, ficando literalmente jogada aos seus pés, com a cabeça erguida para encará-lo.

Ele, enfim lutando para se mover, agachou-se junto à ela.

– Bella…?

O máximo que ela pôde fazer foi chorar, o que o fez compreender que era ela realmente que estava parada ali, jogada aos seus pés. Estendeu sua mão para tocar a face dela. Isabella fechou os olhos, mal podendo crer que sentia novamente o toque de Edward. Levantou sua própria mão pousá-la sobre a dele.

Após momentos de um silêncio profundo, ambos olharam fundo nos olhos um do outro. Por impulso, Edward segurou a mulher a seus pés pelos braços e a trouxe para si, tomando seus lábios em um beijo urgente, cheio de fúria, ressentimento, tristeza, felicidade, saudade, paixão. Isabella jogou seus braços sobre os ombros de Edward, agarrando os fios de cabelo de Edward com suas pequenas mãos. Em contrapartida, Edward levou-a ao chão, lançando-se sobre o corpo dela, tocando em tudo que ele podia.

– Edward! - Isabella chamou mais uma vez, sentindo seu corpo queimar, sentindo-se viva.

Ele tratou de tirar o pesado casaco que ela trajava. - É você minha Bella! Minha Bella! - exclamou enquanto beijava o colo da mulher. Ela chorou novamente em ouvir o homem dizer tais palavras.

Ele precisava sentir que aquilo não era fruto da sua imaginação. Edward sentia a necessidade de sentir o corpo, o calor de Isabella nele, tomá-la para si e sentir que ela era real, de carne e osso. Sem se preocupar em retirar as vestimentas de Isabella, tomou o corpo dela para si, delirando ao sentir a maciez, a suavidade da mulher. Isabella gritou e se agarrou aos braços do homem, entregando-se incondicionalmente, sem restrições. Cada movimento dele em direção à ela era a confirmação de que eles estavam realmente juntos outra vez. Os dois sentiram em fim o prazer que por anos e anos ficou retido em seus corpos, libertando-se ambos.

Após alguns minutos de silêncio, eles apenas acalmando as pesadas respirações, seus corações, se batessem, estariam disparados, os dois se olharam nos olhos. Os olhos de Edward de um dourado tão claro e os olhos de Isabella tão escuros quanto a noite.

Edward se desvencilhou da mulher por um instante para poder observá-la por completo. Com certeza era a Bella que ele conhecera, mas não a que ele costumava ver. Isabella tinha o corpo com as mesmas formas, mas sua postura era tímida e fraca como se ela estivesse sofrendo, passando por privações. Seus cabelos ruivos já não tinham mais o mesmo brilho, suas bochechas estavam descoradas - o que não era comum após um momento de sexo, lembrava-se de suas bochechas bem coradas. Seus olhos estavam mais fundos, como se ela tivesse insônia e suas íris antes de um claro azul estavam mais negras do que tudo que ele já havia visto.

Ela também notou o homem que a analisava minuciosamente. Edward tinha a postura mais rígida, sua pele estava muito mais pálida do que ela se lembrava e não haviam mais os olhos verdes que ela costumava ver.

– Bella? - ele perguntou mais uma vez com cautela, tomando uma das mãos dela entre a sua.

– Não me reconhece? - a voz dela soou triste, abatida. - Sou uma desconhecida para você? - sorriu timidamente.

– Como você pode estar viva? Se passaram 90 anos…

– Como você pode estar vivo? - ela indagou estreitando os olhos.

Fez-se silêncio.

– Não sei se importa… Você está tão diferente. Seus olhos…

– E os seus. - ela respondeu simplesmente. - Você está aqui agora. - aproximou mais seu corpo molhado ao dele, passando sua mão livre pelo rosto de Edward. - É tudo que eu consigo pensar.

Ele aproximou seu rosto do dela a ponto de poder sentir a respiração da mulher em sua face. Isabella instintivamente fechou os olhos, aproveitando a aproximação. Levou-a novamente ao chão vivendo novamente o sonho de estar junto a ela.


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Notas finais do capítulo

Oi pessoas, estou de volta.
Senti falta de escrever nessa estória linda e diva. Fiquei muito feliz em fazer esse capítulo, mesmo que curtinho foi muito fofxxx.
Queria agradecer à todxxs que comentaram no capítulo anterior e que pediram para que eu voltasse. Bem, eu voltei. Nem sei se ainda tem alguém lendo, mas...
Beijão no core, estou de volta!
Nara