Um bom tempo depois

Local desconhecido

Havia dias em que ela estava presa neste pesadelo, ou anos, ou até mesmo meses, ela não sabia ao certo, mas sabia que muito tempo era. E hoje, era o dia em que Olivia menos esperava que chegasse. Jeremy e Diego já estavam cansados dela e iam vende-la para um sistema de tráfico de mulheres, e então, só Deus saberia o que aconteceria com ela posteriormente.

Ela ouviu a porta se abrindo, mas não se incomodou e ver quem era, não faria diferença. Ela só queria ficar aqui ao invés de onde seria levada.

"Por que tanta tristeza, Livvie?" perguntou Diego "Você não está animada para o maravilhoso lugar que será levada?"

Ela ignorou completamente seu irmão e apenas passou a mão em volta de sua barriga, que agora, estava um pouquinho maior. Ela ficou tão feliz ao saber que ele ainda estava vivo, e as vezes, ela o sentia movimentado dentro de seu útero.

"Vista-se" ele disse, jogando algumas roupas em frente à ela "Vista-se que daqui a pouco você será vendida" e assim saiu, deixando-a sozinha novamente.

Ela olhou para as roupas a sua frente. Era apenas um conjunto de roupa íntima, um casaco, que ficava um pouco acima de seus joelhos e um chinelo. Ela não tinha escolha. Ela pegou as peças e vestiu-as, aproveitando, seu provaveis últimos minutos com sua criança.

Cinco minutos depois, Diego estava de volta, mas com Jeremy. Eles pegaram uma corda e prenderam seus punhos fortíssimos, para não ter o risco dela fugir. Eles então a levaram para fora da casa.

Ela olhou para o lugar onde estava. Era um armazém rodeado por casas, e ela se perguntava como nunca ninguém havia escutado seus gritos. Ela notou que... estava nevando? Não, ela não podia estar presa aqui por tanto tempo, podia?

Foi então que Jeremy e Diego deixaram-na de lado e foram cumprimentar um homem, provavelmente seu comprador. Ela não perdeu tempo. Eles não estavam mais prestando atençao nela, então ela correu.

E ela corria o mais rápido que pôde. A cada passo, cada milímetro de seu corpo doia, mas ela não podia parar. Este era seu passe para a liberdade e se ela fosse pega, provavelmente nunca veria a luz do dia novamente.

Estava escuro, ela não podia ver para onde estava indo. Era noite e tudo era escuridão. Ela podia ouvir Diego e Jeremy clamando seu nome, procurando por ela, mas nada a faria parar.

Quando ela pensou que estava longe o suficiente, parou para tomar um fôlego. As mãos presas apenas dificultavam tudo, e a rua estava deserta, não havia em que ela podia pedir ajuda.

Ela não sabia onde estava, mas pelas casa, presumiu que estava no Queens, embora não pudesse ter certeza. Foi então que ela viu, viu um mendigo passando. Foi em direção a ele e perguntou: "Com licença, o senhor poderia me dizer onde estamos?"

"Você está no Queens" ele disse, e ela balançou a cabeça.

"E como faria para chegar em Manhattan?"

"Você segue reto e assim que ver alguns prédios, você chega em Manhattan"

"Obrigada" ela sorriu e continuou andando pelo caminho indiacado.

Ela caminhou por horas e horas, supresa por ainda não ter entrado em colapso, devido ao frio tremendo. Ela apenas seguiu caminhando, na esperança de que seus pés a levariam para algum lugar onde pudesse pedir ajuda.

Olívia andou por mais alguns minutos, até que avistou um prédio muito familiar para ela, a delegacia.

Ela estava com medo de entrar, fazia tanto tempo que ela não os via, ela nem sabia se ainda tinham esperança de encontra-la, mas se não entrasse logo, provavelmente morreia de frio aqui fora.

Ela abriu a porta principal, o lugar estava completamente vazio.. Ela se perguntava se havia alguém no SVU, mas mesmo se não, ela poderia usar o telefone para ligar a Elliot, ou qualquer outra pessoa. Tudo que queria era se sentir segura novamente.

Ela entrou no elevador, depois de um bom tempo decidindo se usaria as escadas ou o elevador, mas optou pelo elevador, pensando que não teria força suficiente para subir muito degrais.

Ela chegou ao andar certo, e viu que a luz do SVU ainda estava acesa, o que era estranho. De acordo com o relógio na parede, era três da manhã, não que fosse incomum um detetives estar acordado a essa hora.

Ela abriu a porta sorrateiramente e avistou Cragen, Elliot, Fin e John, todos casbibaixos, com tristeza evidente em seus olhos. Ela se sentia tão culpada por deixar seus amigos assim.

"Como nós fomos tão estúpidos? Era obvio que eles viriam atrás dela" Fin murmurou.

"Ela me lifou pedindo por ajudas, e nós não fizemos nada" lamentou Elliot, com lágrimas em seus olhos. De fato, ele foi o que mais se culpava pelo seus sequestro. "Ela ainda está viva"

Eles olharam para ele, sem notarem a presença de Olivia "Como você sabe?" perguntou Cragen.

"Eu apenas sei, apenas posso sentir isso Elliot respondeu.

Um par de lágrimas correram poe seu rosto e finalmente, ela teve a coragem de dizer algo: "Bem, ele estava certo, eu ainda estou viva..."