Muito Além do Fim... escrita por BrunaGonda


Capítulo 5
Estado de espírito: degolar Ronald Weasley.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora meus amores, vou postar mais rápido. Ainda tem alguém aí?



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Gui pegou o jornal e ergueu-o na altura dos olhos, com Fleur e Arthur esticando a cabeça ao seu lado para ler. Harry sentiu uma tontura repentina, se agarrando na poltrona como se fosse seu único meio de não voar para o espaço.

Os rostos deles foram ficando mais introspectivos a medida que liam. Rony meteu a cabeça por trás da do pai, e logo depois Hermione foi vencida pela curiosidade e lutou por um lugar.

Arthur terminou primeiro. Ele parecia ter engolido um sapo.

-       Sr. Weasley, eu juro, juro, que isso não é verdade – ele falou histericamente.

O Sr. Weasley fitou seus olhos por um momento, sério, depois suspirou e foi para a cozinha, onde Gina ainda berrava.

Gui ergueu a cabeça do jornal com a testa franzida.

-       Bem Harry, digo que não estou surpreso, vindo da Skeeter, podia ter sido pior. Mas, hã. Tenho que dizer que tirando a parte do caso mirabolante que ela armou, queria perguntar sobre isso que essa tal Parkinson falou...

-       É tudo mentira Gui! – disse Harry ficando mais vermelho que um rabanete – Sabe que eu estive fora por mais de um ano, não sabe? E acha que eu faria isso com a Gina?

Seu rosto queimou ainda mais quando percebeu a asneira que havia falado.

-       Bem – disse Gui, tão introspectivo que poderia ter assoviado para aliviar a tensão – Quanto a sua última pergunta...

-       Ah, esquece – disse Harry perdendo a paciência. – Diga o que quiser, Gina não está grávida. Pode... perguntar pra ela.

-       É verdade Gui – disse Hermione. – Harry reencontrou Gina a três dias. A última vez que se viram foi no seu casamento.

-       Se bem que... – começou Rony.

-       Vão ficar discutindo minha intimidade assim, na minha cara? – Harry se irritou.

-       Arry tem razón. Nam devemos nos intrometer. Se ele diz que nada aconteceu, entón nada aconteceu. – Disse Fleur pegado o jornal da mão de Gui e jogando-o na lareira – Essa Rite Skeeter é uma nojente. – ela concluiu com a boca crispada.

Gina voltou bufando, o pai logo atrás.

-       Eu já falei com Gina, Harry, não precisa se preocupar – disse o Sr. Weasley com o rosto meio sério, então subiu as escadas para o seu quarto.

-       Aquela vaca de peruca loira de farmácia – Gina rosnou de dentes cerrados, então sentou ao seu lado, encostando-se em seu tronco.

Harry se sentiu desconfortável com a proximidade, depois de tudo o que tinha acontecido, mas Gui somente franziu as sobrancelhas, e começou uma conversa com Rony.

Eles passaram o resto do dia conversando, e na hora de ir dormir, Harry e Rony tiveram que acampar na sala, para ceder o quarto a Fleur e Gui. Hermione e Gina ficaram mais, para ajuda-los a carregar os colchões até a sala.

Quando eles tinham, finalmente largado os dois colchões entre os dois maiores sofás, os quatro se sentaram neles para conversar.

-       Quem você acha que vai estar no caldeirão furado amanhã, para ver vocês? – Hermione perguntou.

-       Não faço a mínima – falou Rony desinteressado.

-       Eu acho que... Bem, eu posso estar errado – começou Harry.

-       Fala! – disse Gina.

-       Bom, achei que talvez fosse o novo ministro... Mas nem escolheram um ainda... – disse Harry.

-       Bem, tem sentido Harry. – disse Hermione coçando o queixo – Pode ser um candidato a prefeito...

-       Bem, não importa – disse Harry deitando em seu colchão – O que importa é que a McGonagall deixou Ginny fazer a prova.

-       Ééé... – falou Gina, quase dormindo, na ponta do seu colchão.

-       Bem, se me dão licença, eu estou com sono, e vou trocar de roupa pra dormir – disse Rony se levantando e puxando a blusa pela cabeça.

-       Rony! – exclamou Hermione corando.

-       Que foi? Todos vocês já me viram trocar de roupa. – ele falou sem se interessar.

-       Sim, mas quando estávamos todos em risco de guerra numa barraca apertada – disse Hermione.

-       Não somos obrigados a ver a sua pança enorme – disse Gina.

-       Ei!- berrou Rony muito ofendido. – Eu não tenho pança – ele olhou preocupado para a própria barriga.

-       Tem sim – disse Gina cruel – Harry não tem.

-       E como você teria ficado sabendo? – Rony revidou.

-       Não mude de assunto – rebateu Gina.

-       Só há um meio de descobrir – disse Hermione de um jeito sombrio.

-       HERMIONE – todos gritaram, e depois começaram a rolar de rir.

-       Não, sério gente. Eu tenho razão – Hermione limpou as lágrimas do rosto – Tire a camisa Harry.

Harry ficou sério de repente. Não ia tirara a camisa e mostrar suas cicatrizes nojentas.

-       Não. – ele falou sério, o sorriso sumido como se o tivessem apagado.

-       Porquê não? Somos seus amigos, e não acho que Gina se importe – falou Hermione surpresa.

-       Eu me importo. – comentou Rony – Aposto que ele não quer porquê eu sou mais sarado. E o quê você quer ver, em? – perguntou Rony para Hermione.

Hermione revirou os olhos.

-       Anda Harry.

-       Porquê você não quer mostrar? – riu-se Gina.

-       Porque não. – ele falou sombrio.

-       Ah, mas você vai – ela riu, se jogando sobre ele e tentando puxar a sua camisa.

-       Não, para Gina! – ele tentou tirá-la, afastá-la, mas ela ria mais ainda. – PARA GINA.

Gina parou de se mexer, se sorriso congelou, e foi se apagando muito devagar. Rony e Hermione estavam perplexos. Gina levantou, magoada, e se encaminhou para o seu quarto, limpando as lágrimas.

-       Não, Gi! Não! Desculpa, eu não quis gritar!

Harry se levantou rapidamente, e correu ágil atrás dela. Ele correu pesadamente atrás dele, chegando a tempo de colocar o obro na porta para impedir Gina de fechá-la. Gina se jogou de costas contra a porta.

-       Vá embora! – ela gritou.

-       Não Gi, deixe-me explicar! Eu... não quis gritar com você... Me perdoe...

-       Porque gritou então !? – ela se exaltou.

-       Se você tirar essa porta que está entre nós, eu conto pra você. Não é para ninguém mais saber.

A pressão na porta aliviou por um momento. Então Gina abriu a porta, o rosto cheio de raiva, e falou.

-       Você tem cinco minutos Potter. Menos que isso.

Harry entrou massageando o ombro e se sentou na cama. Gina fechou a porta e sentou na cama a seu lado, de braços cruzados.

-       Escute Gina, eu... Eu tive medo... – ele falou, estendendo os dedos para tocar em seu rosto.

-       Eu não entendo – ela falou, o rosto molhado cheio de raiva e mágoa.

-       Eu tive medo que se você visse como minhas costas, meus ombros, tudo está marcado de cicatrizes... E tivesse nojo de mim. – Harry baixou a cabeça.

-       Sério? – Gina arregalou os olhos e impou as lágrimas.

-       Sim. – Harry encarou seus sapatos.

Um longo silencio se estendeu sobre eles, e enfim Gina falou:

-       Eu... Eu quero ver. – Gaguejou ela.

Harry se surpreendeu, levantando a cabeça.

-       Como assim, você quer ver? – Gina engoliu em seco.

-       Você não estava julgando minha atitude antes que eu visse? Pois agora eu quero ver se a minha reação seria essa mesma. – ela falou corando.

-       Tem certeza? – Harry perguntou receoso.

-       Sim – ela sussurrou.

Harry se levantou. Não acreditava que faria aquilo.

-       Mas tem uma condição. – ele a encarou.

-       Qual?

-       Feche os olhos – ele sussurrou.

-       Assim não vale – disse Gina.

-       Acredite em mim – Harry insistiu.

Gina fechou os olhos, o lábio inferior tremendo. Se era de vergonha, ou se era de nervosismo, ele nunca saberia. Harry puxou a camiseta pela cabeça. Então tomou coragem, pegou a mão de Gina nas suas, e depositou-a em uma cicatriz fina do lado direito da sua cintura. Tinha ganhado essa na floresta, no dia em que Voldemort morrera.

Os olhos de Gina tremeram quando sua mão encostou sua pele, mas ela não os abriu. Ela se levantou, e acompanhou com a ponta dos dedos o leve sulco que a cicatriz fazia em sua pele. Harry tremeu, e Gina o imitou. Suas mão foram até seu rosto, e Harry o virou de lado infeliz.

-       Não...

-       Shhh... – falou Gina, os olhos ainda fechados.

Harry observou suas mãos leves percorrerem seu pescoço, seu peito, seu torso, e como Gina ofegou quando suas mãos se deteram em sua barriga. Harry tremeu com seu toque.

-       Você é lindo – ela sussurrou, a voz cheia de amor, marcada estranhamente pelo nervosismo.

-       Não! – Harry pegou um de suas mãos e puxou, depositando-a em suas costas agora. – Sente? Eu sou horrível!

Mas com o puxão, seu corpo e o de Gina ficaram colados um ao outro. O lábio inferior de Gina tremeu. Ela passou o outro braço pela sua cintura, e falou:

-       Tudo que sinto é você. O calor do seu corpo... Mais nada. Não tem importância as marcas, comparado... ao prazer tê-lo em meus braços.

Essa palavras encheram Harry de algo que ele não pode nomear. Era um sentimento bom, acima de tudo. Muito bom.

Seu hálito fazia cócegas em seu peito nu, onde a cabeça de Gina alcançava. Seus arquejos só faziam sua pele se arrepiar ainda mais. O desejo começou a preenche-lo, mais forte do que ele conseguia imaginar. Mais forte que nunca. De repente, ele queria de um modo que chegava a doer, Gina como mulher, e se perguntava se ela o queria como homem. As mãos dela deslizaram pelo seu braço, fazendo os pensamentos de Harry ficarem desconexos e vazios.

Ele só sabia que a queria. Só ela, mais nada, nem mesmo a roupa que ela carregava. Queria gravar na memória cada um de seus traços que miseravelmente, ele não conhecia.

A boca de Gina invadiu a sua, e ele sentiu que se não arrumasse um bom motivo para parar agora, em breve não conseguiria.

“Seus pais teriam vergonha de você dormir com uma garota sem nenhum compromisso” esse motivo não era bom o bastante. O abraço de Gina prometia mitiga-lo.

“Gina é mais nova, vai se machucar, você é muito bruto pra ela” Isso também não importava.

“Gina poderia ficar mesmo grávida, você sabe” Ok, isso estava começando a preocupa-lo.

“Você tiraria assim a virgindade de uma moça? Desrespeitaria assim a mulher que ama?”

Isso causou uma confusão em seu cérebro. Começou a tirar o gosto do beijo de Gina. Essa pergunta dançava entre os dois lados de seu cérebro. Seria Gina garota ou mulher? Seria certo agora, sem mais nada para oferecer a ela? Uma noite só? Ele era melhor que isso...

Mas então porque ele não parava? Parecia um monólogo no qual ele não conseguia vencer de si mesmo. Quando ele finalmente se rendeu aos braços dela, a porta se abriu, e eles se separam.

Rony parecia estar passando do verde ao roxo.

Harry teve vontade de dar um soco na cara imprestável dele. Agora todos os motivos que vinham lhe atazanado gritavam mais alto, já que a razão havia lhe voltado.

-       Desculpe, quer que eu feche a porta para que continuem? – eles falou, a voz tremendo de raiva.

O que ele mais queria é dizer a Rony “Sim, se importa de me chamar amanhã de manhã?”. Harry respirou fundo, tentando controlar seus impulsos assassinos contra Rony.

-       Não houve nada – ele disse de dentes cerrados.

 Harry pegou sua camiseta bruscamente da cama e indo em direção a porta. Rony se pôs a sua frente. Por quê ele não podia ter uma parte da sua vida que fosse secreta, que ele pudesse partilhar apenas com Gina. Mas não, sempre tinha um retardado pra abrir a porta.

-       Você tem muita lábia mesmo! Minha irmã saiu de lá de baixo chorando, e a Mione disse que você tinha que ter um tempo pra se explicar pra ela, mas nããão! Você, sei lá como, conseguiu seduzir ela de novo, não sei o que veem nessa sua cara imprestável pra dizer a verdade! – ele falou furioso.

-       Também nunca entendi o problema da Lilá, hoje eu vejo a gravidade da doença, já que Hermione também foi contaminada – cuspiu Harry – Eu não lhe devo explicações!

-       Deve sim – urrou Rony – Se eu não aparecesse agora você ia devorar a minha irmã!

-       CHEGA

Harry e Rony olharam desnorteados para trás. Gina parecia... Bem, sem comparações. Uma pessoa que tivesse visto uma briga poucos momentos depois de estar beijando seu namorado.

-       Rony, cai fora do meu quarto, seu verme. Harry, eu falo com você amanhã, tá? – ela virou de costas.

-       Boa noite Gina – Harry desejou a ela. Sentiu raiva de Rony ao ver que ela não voltou a olhar para ele. Nem que não tivesse o porquê.

Harry e Rony desceram lado a lado, pisando forte. Quando chegaram na sala, viram uma Hermione confusa.

-       O que aconteceu? – ela perguntou.

Mas Harry, como Rony, se atirou no colchão, cobriu-se e virou para o lado oposto ao amigo.

-       Boa noite! – os dois falaram ao mesmo tempo.

-       Garotos... – Hermione sacudiu a cabeça sem acreditar.


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