Muito Além do Fim... escrita por BrunaGonda


Capítulo 2
O plano de Gina.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pessoal! Comentem bastante!



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Harry partira para a casa dos Weasley naquela mesma noite. Rony parecia arrasado. Hermione, cansada, Gina infeliz, Percy com a cara mais murcha que Harry já vira. O Sr. e Sra. Weasley pareciam até mesmo um pouco depressivos.

Jorge, contrariando os mais que insistentes pedidos da mãe, viajara naquela mesma noite pra França, dizendo que queria um tempo pra ele. Depois, Gui e Fleur foram para o Chalé das Conchas, uma vez que ficaria muito apertado se viessem passar a noite ali.

Por um tempo, todos ficaram sentados quietos na sala. O luto se sobrepondo. Harry sentado em meio a Gina e Rony. Depois o Sr. Weasley se levantou, encaminhou-se até a cozinha e trouxe taças e uma garrafa com um líquido vermelho, que Harry conheceu como Uísque de Fogo.

– Bebam, em nome de Fred, Lupin, Tonks... Todos os que se sacrificaram para que nós pudéssemos viver sem o mal em nossas vidas. – disse ele com o rosto duro, distribuindo os cálices, e todos brindaram em nome dos corajosos homens e mulheres que morreram na guerra.

Gina tamborilava o dedo no cálice, a seu lado.

– Vou sentir saudades deles – ela comentou.

– Eu também – Harry falou a ela.

Gina se arrumou melhor no sofá e recostou a cabeça no seu ombro. Seu ombro formigou mas não importava. Sra.Weasley lançou-lhes um olhar perspicaz, as não importava.

Rony não pareceu notar.

– Eles não morreram em vão.

– Não – concordou Hermione na poltrona a seu lado – Eles continuarão vivos em nossos corações.

Harry se lembrou da frase que sabiamente, Sirius dissera a ele tantos anos atrás, e que agora, fazia mais sentido do que nunca.

“Aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade, e sempre pode encontra-los. Aqui”

Harry, de certa forma, não ficava mais infeliz ao se lembrar do padrinho. Ele sentia orgulho e admiração quando lembrava dele.

Depois desse breve brinde, ninguém se demorou muito a sala. Senhora Weasley estava com enxaqueca, e o Sr. Weasley foi acompanha-la. Percy ficou ali com Harry, Rony, Hermione e Gina. Ele pareceu atordoado ao ver que havia ficado sozinho com eles. Percy passara os últimos anos alimentando a conversa que Harry era pirado e os Weasley traidores. Ele tinha o rosto com uma expressão extranha, como se ainda não compreendesse o que tinha acontecido. Seu jeito pomposo parecia um balão no qual foi enfiado uma agulha. Murchara.

Ele levantou um pouco a cabeça, ainda olhando pro chão, e começou a falar.

– Estou realmente orgulhoso de vocês. Conseguiu Harry, mesmo depois de tudo contra você, você conseguiu. E Rony ... você foi brilhante. Eu lhe dei um péssimo exemplo. Me envergonho muito, todos vocês tiveram o dobro de coragem. Se eu pudesse voltar no tempo... – ele fez uma careta, e Harry sabia que ele se culpava pela morte do irmão.

– Não... Não foi sua culpa, o que aconteceu Percy. Você se arrependeu, voltou.

– Não... – ele fechou os olhos, e para o horror de Harry, viu que Percy estava chorando – É minha culpa que Fred tenha morrido! Se eu estivesse o tempo todo com eles... Eu devia tê-lo protegido! – e ele soluçou – Eu vi aquele garoto nascer! E a minha mãe! – ele jogou a cabeça nas mãos – Nenhum pai devia ter que enterrar seus filhos...

A essa altura, Rony e Harry estavam de boca aberta, Hermione e Gina com lágrimas nos olhos, se juntando a Percy. Gina se sentou ao lado de Percy e ele a abraçou.

– Calma Percy. Você estava lá quando aconteceu, lutando ao lado deles. Nada do que fizesse poderia ter ajudado, a torre explodiu... – Gina sussurrou pra ele enquanto acariciava seus cabelos.

– Desculpem – Percy repetiu, soluçante – Eu preciso ir dormir, foi um longo dia...

Percy levantou se arrastando e se encaminhou pra escada.

Gina virou de costas, e Harry viu que ela estava limpando as lágrimas. Hermione sussurrou mortificada.

– Que... Horror... – e soluçou.

Rony, que sempre mostrava uma falta de tato impressionante, abraçou Hermione e murmurou:

– Tudo bem... Passou...

– Sim – disse Harry encarando o nada – Passou. Acho melhor irmos dormir.

– Bem, boa noite então – disse Gina, e se encaminhou para seu quarto sem olhar pra eles.

Harry e Rony rumaram para o quartinho que eles dividiam, mudos pelo que havia acontecido. Quando se deitaram, ainda ficaram acordados por vários minutos, até que Rony falou baixinho:

– É tão estranho ter um teto sobre a minha cabeça... Estava me acostumando em encarar a lona daquela barraca...

– É... Suponho que demore um pouco para nos acostumarmos... – disse Harry – Sabe, estive pensando...

Mas Harry hesitou.

– No que? – perguntou Rony.

– No que eu faço agora. Minha vida inteira, foi me prepara pra lutar com ele, fugir dele, me esconder dele, enfrentar ele... Mas agora...

– Ele se foi – complementou Rony – Do jeito que fala parece até que sente saudades – ele brincou.

– Ha Ha – Harry falou. Não sentia a mínima graça.

– Bem cara, agora seguimos em frente. Não sei ao certo o que vai acontecer com a escola... Mas não íamos voltar, não é mesmo?

– Não, eu não ia voltar – o fantasma da morte ainda rondava as paredes daquele castelo.

E o silêncio se prolongou.

– Sabe como é... – comentou Rony – Agora arranjamos um emprego... E procuramos uma casa... Você está pensando no mesmo que eu?

– Em ser auror?

– Na mosca. Eu acho que vou fazer os testes. Sabe quem está chefiando o setor agora? Soube que o último morreu...

– Não faço idéia.

– Bem, seria legal – Rony disse num tom digno de Luna – Ia dar uma boa grana, uma casa bem legal...

– Um apartamento no caldeirão furado pra mim tá ótimo – comentou Harry.

– Sim, mas você não pretende viver no caldeirão furado pra sempre, não é?

– Acho que não – Harry concordou – E você e Hermione?

– Que tem? – perguntou Rony nervoso.

– Nada, só queria saber se continuam firmes agora que tudo está normal.

– Acho que sim – Rony refletiu devagar.

– Sabe, acho que vai ter que pedir ela em namoro agora – disse Harry.

– Porque? – perguntou Rony

Harry ficou meio brabo.

– Bom, acho que além de você ser isso, ela vai ir pra casa se você não pedir, afinal, ela não mora aqui.

– Bem... acho que sim.

– Porque está relutando? Ela não é o que você quer?

– Bem é sim. E eu não estou relutando – ele falou surpreso – Porque está falando assim comigo?

– Porque a Mione é como se fosse uma irmã pra mim, então é melhor cuidar bem dela.

– Tudo bem. Eu podia dizer que o mesmo vale pra Gina, mas não vou.

– E eu podia dizer que não quero falar sobre isso, mas não vou.

– Acho que agora vou tentar dormir – ele disse.

Rony dormiu logo em seguida, mas Harry continuou acordado. Quando finalmente pegou no sono, seus sonhos foram pontuados de dor e perda, mas mesmo assim, Harry aliviou-se que fossem sonhos normais, em vez das horríveis visões que ele estava acostumado a ter.

Quando levantou-se de manhã, não acordou Rony. Achava que ele merecia mais um tempo sem ter que acordar.

A Senhora Weasley fazia o café em silêncio, parecia melhor, mas visivelmente abalada. Percy ajudava a mãe, e o Senhor Weasley lia O Pasquim.

Hermione estava pondo a mesa com Gina.

– Bom dia – ele disse.

– Ah, bom dia querido – sorriu a Sra. Weasley – Não, não, não, você senta e nós terminamos. Olhe só ! Está quase morrendo de inanição! Magro, muito magro! Não sei o que andaram fazendo, vocês três !

– É uma longa história – Harry sorriu.

Hermione parecia bem melhor, e distraía a Sra. Weasley com um falatório sobre o que fariam agora para passa-los de ano. Gina botava os pratos, e Harry se sobressaltou distraído quando Gina apareceu por trás dele e se debruçou para dar a ele seu prato. Sua mão no seu pescoço e ela debruçada em suas costas foi o suficiente para Harry olhar para os lados, mas o Sr. Weasley lia O Pasquim alheio a tudo, e a Sra. Weasley estava perto das pias.

Gina sorriu pra ele com seu sobressalto, fechou os olhos e o abraçou por trás. Harry acariciou seu braço, olhando nervoso em volta.

– Fala que vai junto – ela sussurrou.

– O quê ? – Harry sussurrou de volta.

– Quando a mamãe falar, fala que vai junto me ajudar.

Harry abriu a boca pra falar, mas Gina se desencostou e fingiu ter tropeçado.

– O que foi com o seu pé Gina? – perguntou a Sra. Weasley, voltando da pia.

– Acho que torci – ela fez careta.

– Ah. Que pena. Acho que vai precisar de ajuda para alimentar as galinhas depois do almoço.

– Hum. Quem será que poderia me ajudar.

– Acho que Hermione pode, não é mesmo? – Sra. Wasley falou despreocupada, colocando o almoço na mesa.

Gina olhou feio pra ele. Então ele compreendeu.

– Eu vou Sra. Weasley, não tenho nada pra fazer. E Hermione tem quê... – ele pensou em algo, mas era lerdo nesse tipo de coisa. Só quando estava com a varinha de um professor no pescoço sob a ameaça de uma detenção que a inspiração lhe fazia uma visita.

– Eu preciso limpar o suco de abóbora que derramei no quarto da Gina ontem – disse Hermione tranquila – Não consegui dormir direito, então fui buscar um copo de suco. Espero que não se importe Senhora Weasley.

– De forma alguma querida – falou ela distraída, colocando uma grande caldeirão de sopa na mesa.

Harry sorriu pra Hermione pelas costas da mãe de Rony. Se surpreendera com a naturalidade da mentira. Quando Hermione veio largar seus talheres a sua frente, ele sussurrou:

– Está melhorando nisso...

Hermione sorriu e sussurrou-lhe no ouvido rapidamente.

– Eu já me passei por Belatriz Lestrange, passar de desentendida é fácil.

E se afastou sorrindo.



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Notas finais do capítulo

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