Muito Além do Fim... escrita por BrunaGonda


Capítulo 12
O Excelentíssimo apartamento 10-A, CaldeirãoFurado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/188006/chapter/12

NO ÚLTIMO CAPÍTULO:

Harry conta a Gina, após sua conversa com Hermione, que quer ir morar sozinho. A presença de Rony o impede de falar tudo que queria, e mais uma vez nosso herói tem assuntos difíceis para resolver.

O EXCELENTÍSSIMO APARTAMENTO 10-A, CALDEIRÃO FURADO.

-       Eu lhe disse que não devia ter dado corda a eles. Agora querem seus rins.

-       Não seja exagerado Henry – muxoxou Harry.

Harry Potter e Henry McCurdy passeavam pelo Beco Diagonal, andando devagar pelas ruas onde bruxos e bruxas faziam suas compras com sorrisos nos rostos. Incrível a capacidade do ser humano de... esquecer, pensou Harry.  Harry havia enviado uma coruja a Henry logo após o café da manhã. De acordo com os assuntos pendentes que tinha, a primeira pessoas que lhe ocorreu conversar fora Henry.

Os dois podiam mal se conhecer, mas Henry havia se mostrado tão interessado em ajuda-lo, e também, era um homenzinho tão astucioso, que Harry sinceramente já passara a contar com sua incrível capacidade de analisar fatos friamente e arranjar uma melhor saída, coisa que Harry nunca desenvolvera e agora, depois de grande descobrira lhe faltar aos montes.

Henry e Harry se encontraram no finalzinho do morro Ottery St. Cathpole, onde Harry começou a lhe explicar todos os seus problemas. No começo deles estava um lugar pra morar. Ele não precisava de  um grande espaço, porque afinal, não era casado nem tinha filhos. Para um solteiro só um pequeno quarto estava bom. Harry não fazia ideia de onde morar ou de como fazer essas coisas. Sendo que Henry era sete anos mais velho que Harry, saberia o que fazer.

Logo depois disso, havia o problema dos estudos. A prova que ele e Gina fariam seria feita em menos de dois meses. E Harry queria perguntar a Henry sobre o que possivelmente era pedido em uma prova de sétimo ano.

Depois ele voltaria para Toca, onde se despediria das primas de Gina, que voltariam pra casa, e levaria Gina até a casa de Andrômeda, mãe de Tonks, para ver Teddy. Então ele conversaria com Gina.

Mas havia outro assunto importante que Henry podia ajuda-lo a resolver, um que ele precisaria das palavras certas pra se livrar.

-       Não estou sendo exagerado – disse Henry com uma voz inocentemente ofendida que ele sabia ser falsa – Só estou falando que você dá muita corda pra Skeeter. E ela estimula multidões a pensarem o que ela quer.

-       E agora as pessoas ficam pensando que eu sou algum tipo de mutante imortal – Harry riu.

-       Ou um novo bruxo das trevas ainda mais poderoso do que anterior – ele assoviou.

-       Ah, cale a boca – Harry riu mais alto – Não vou mentir, a primeira pessoa em que pensei pra perguntar como resolver isso foi você. Ideias?

-       Muitas – sorriu Henry, tornando a voltar a ter a cara de raposa sabida.

-       Suspeitei que sim – sorriu Harry.

-       Bom, primeiramente, eu creio que devia ganhar a Skeeter se bem me entende – Henry olhou para ele com os olhos semicerrados – Você nada tem a ganhar se indispondo com ela.

Harry franziu a testa desgostoso:

-       Ela é falsa, mentirosa, e eu tenho bons motivos pra...

Henry suspirou como se falasse com uma criança e tentou explicar, cortando-o.

-       Eu sei de tudo isso Harry. Mas o papel de bom moço já não dá mais! Você pode ter ganhado uma guerra sem matar ninguém, mas se você for auror, acha que será assim? Entende o que quero dizer? Não dá mais. Skeeter pode ser mentirosa e caloteira. Você pode, como um bom menino se indispor contra ela. Ou você pode, como um bom homem, lidar com ela e evitar os desentendimentos. Você tem mais a ganhar com a segunda opção. E por mais que tente evitar, uma hora terá de usa-la Harry. Se não for com Skeeter, com outra pessoa.

Henry o olhava com seus olhos espertos, de modo que Harry tinha a impressão que ele estava a cada minuto o analisando e medindo. Harry não pode evitar agir infantilmente.

-       Não quero fazer coisas que vão contra os meus princípios só pra dar certo, ainda mais se isso não for o correto. Isso é coisa de gente...

-       Má? – perguntou Henry perspicaz – Como Sirius?

Harry olhou pra ele com raiva:

-       Como sabe...?

-       Kingsley, nosso novo ministro da magia, antes de atingir tal cargo me contou, há uns meses sobre Sirius. Era um tempo difícil, e ele me contou do tempo em que fingia caçar Sirius. Somos bem amigos... – Henry notou a raiva de Harry – Mas esse não é o ponto. Não estou falando mal dele. O que estou querendo dizer é: Sirius era sagaz, e puxou isso de sua família. Entenda, ele faria algo que não fosse “certo” se isso beneficiasse, por exemplo, você, e isso não o torna uma pessoa má.

-       Entendo – falou Harry.

-       Olhe Harry, pense bem. Você não está fazendo nada errado. Você é um homem agora. Ser o mocinho não dá mais. Você vai precisar mais que isso agora, não só por você. Por Gina também.

-       O quer dizer? – Disse Harry quase batendo em uma bruxa na frente da Florean Fortescue.

-       Ora – Henry subiu os óculos para a ponte do nariz – Você acha que fazendo papel de mocinho vai ser capaz de mantê-la segura dos muitos comensais a solta por aí? Não, fazendo o certo não. Mas vamos dar um exemplo a você. Um comensal da morte escapou e está subindo as escadas de sua casa, ele encontra Gina no pé da escada, e ela tem uma criança no colo. O que você faz?

Harry pensou bem. A imagem o pegou em cheio, desprevenido. Gina? Em perigo? Com um filho seu nos braços?

-       Eu o mataria.

-       Por mais que isso não fosse o certo. E isso meu caro, não faz de você uma pessoa má, como não fez Sirius uma pessoa má, certo?

-       Certo – disse Harry, entendendo.

-       Chegamos – disse Henry, parando na porta do caldeirão furado – O que vai acontecer é: Você vai ficar amiguinho da Skeeter nessa entrevista e depois vamos falar com Tom sobre o seu apartamento. Então vamos beber um uísque de fogo e conversar sobre a última prova de Hogwarts e o Memorial da Batalha de Hogwarts.

Harry franziu a testa.

-       Como quer que eu seja amigo dela?

-       Ah, seja um homem galanteador Potter! – bufou Henry – Até mesmo uma abutre como Rita Skeeter tem feminilidade o suficiente para ceder quando é elogiada. Confie em mim meu caro, o segredo pra conseguir qualquer coisa das mulheres é elogiá-las.

-       Quer que eu dê em cima dela? – perguntou Harry atônito.

-       Não, quero simplesmente que seja um homem gentil e galanteador com ela. Use seu charme e é só.

Harry olhou embasbacado para a cara de raposa de Henry McCurty. Ele só podia estar brincando, como Henry queria que ele fosse charmoso? Nunca em vida Harry soube ser isso.

-       É fácil! – Henry revirou os olhos frustrado – Você conviveu com trouxas não? Então, faça o que os trouxas fazem na tv, naqueles... filmes!

-       Vou tentar – Harry prometeu.

E Henry segurou a porta para Harry entrar, fazendo uma reverência sarcástica. Skeeter já se achava sentada na mesa, retocando seu batom vermelho. Harry teve ânsias, mas Henry estava bem atrás dele, evitando seus meios de fuga. Skeeter usava um casaco amarelo-banana com pelos nas pontas das mangas e da gola, com uma saia da mesma cor. Seus novos cabelos loiros muito lisos caíam em cascata por suas costas. Logo que os viu ela acenou com um sorriso nos lábios apertados, a pena de repetição-rápida em cima de um bloquinho preparada.

Ambos se sentaram na mesa e Rita sorriu. Esperava um cumprimento. Henry pisou fortemente no pé de Harry.

-       Ah, boa tarde Rita...

 Essa parte realmente lhe doeu, mas ele podia sentir o olhar fulminante de Henry, sabendo que ele não iria mais ajuda-lo se a primeira tentativa de ajuda se mostrasse um fiasco. Henry não era do tipo que lutava por causas perdidas, de modo que Harry fez uma força para ganhar sua própria causa.

-       Linda como sempre.

Rita se surpreendeu, suas sobrancelhas claras se erguendo na testa franzida.

-       Oh, muito obrigada Harry! – e olhou para Henry, com um sorriso malicioso – Henry, meu querido, faz tempo! Você nunca mais me enviou uma coruja sequer...

Rita fez um beicinho. Henry olhou para Harry cortante antes de sorrir levemente para Rita, olhando-a com os olhos intensos e astuciosos, pegar sua mão e beijá-la. Henry tinha mais do que boas razões para ter ido pra Sonserina. E Harry não sabia por que confiava nele. Ser Sonserino sempre quis dizer ser mau pra ele. Mas Henry não era mau. Ele era só... um pouco inconfiável quando se tratava de seus esquemas. Henry era esperto.

-       Ah, minha querida, você bem sabe o tumultuo que anda o ministério ultimamente.

-       Sei sim – ela se conformou, revirando os olhos – Sei até do que não deveria saber.

Rita sorriu, esticando os lábios vermelhos. Depois olhou para Harry distraída.

-       Ah Harry, meu querido! Fiquei muito excitada quando Henry me mandou uma coruja dizendo que ambos iam me encontrar aqui para uma entrevista! – ela sorriu – Você nunca me deu entrevistas assim, sem contar aquela que alavancou minha carreira outra vez. Por isso espero grandes coisas desse nosso encontro.

-       É... Bem Rita, eu preciso explicar para as pessoas o que aconteceu. Não dá mais pra parecer que eu sou o novo bruxo das trevas ou um tipo de mutante imortal ou...

-       Ou um homem tão estranho que pode ser perigoso – Rita comentou.

Harry se pegou surpreso. Um rápido flashback o fez lembrar de Rita a pouco mais que três anos atrás, chamando-o de garoto, de modo que não lhe passou despercebido que ela o havia chamado de homem. Isso só o fez gostar menos da ideia de Henry. Porém Harry sabia muito bem que seu rosto não era mais o de um garoto, assim como seu próprio corpo, que pela primeira vez não dava pra se dizer que ele era atarracado e magricela. Ele podia muito bem ser baixinho, mas era forte e largo.

Henry varreu seus devaneios quando se inclinou um pouco para frente e falou em tom casual e baixo:

-       Seria muito bom que fossemos todos amigos, Rita querida, você bem sabe que temos que escolher muito bem contra quem se indispor.

Rita sorriu debochada. Ela não era burra, sabia o que Henry queria dizer.

-       Porque eu me privaria de publicar a lama que existe na história de Potter e ganhar ainda mais? Nunca antes precisei de aliados.

-       Porque agora, pense bem Rita, seja inteligente. Harry é recentemente o novo “Dumbledore”. A raiva das pessoas se você o alfinetasse seria o suficiente para não ler nunca mais seus artigos.

-       Ou a população pode estar tão amedrontada com ele que esteja faminta por boatos...

Henry sorriu como se tivesse ganhado o jogo.

-       Bom Rita, acontece que Harry pode muito bem contratar alguém do profeta pra escrever o que Harry quiser sobre ele. Você passaria por barraqueira e mentirosa. Entende? Vamos contribuir um com os outros. Mantemos seu emprego bom e popular e você não publica coisas... estranhas sobre ele.

Rita o olhou bem, estudando-o. Uma mulher com tantos anos nessa profissão onde é preciso sua própria astúcia, com certeza havia capitado que Henry era um homem esperto. E ela decidiu não se indispor com ele.

-       Quer me contratar então Potter? – disse ela sem olhar pra ele, mirando Henry.

-       Quero sim, posso pagar algo bom a você, por baixo do pano é claro.

Harry via um furo nesse plano, que discutiria com Henry depois. Rita suspirou.

-       Eu vou me conter muito Potter, mas acho bom que não pise muito fora da linha. Se houver algo que é muito podre, eu não vou salvá-lo, porque eu seria demitida por não comentar algo que é repercutido.

E dessa vez Harry não pode deixar de sorrir.

-       Você me conhece Rita. Eu não faço nada de errado.

...

-       Sabe, ela pode ter anotado ou gravado tudo o que nós conversamos sobre suborno – dizia Harry a Henry, enquanto ambos caminhavam até o barzinho de Tom, ainda dentro da estalagem, depois de se despedirem de Rita.

-       Ela não ia fazer algo tão dramático.

-       Você não a conhece então!

-       Eu não quis dizer que ela não é capaz – disse Henry sentando-se no banquinho em frente a bancada – Quis dizer que ela não faria, diante as circunstâncias.

Harry se sentou ao lado dele, debruçando-se sobre a bancada.

-       E porque não? – perguntou a um Henry escorado de costas na bancada, que girava seu banquinho entediado.

-       Porque Skeeter não podia falar algo tão horrível sem ganhar um monte de críticas de fraude, mentira e outras coisas, mesmo tendo provas. Ela sabe manipular leitores. Publicando esse tipo de notícia, que você é mau caráter, ninguém acreditaria nela. Ninguém quer acreditar.

-       Eu não sou mau caráter! – falou um Harry furioso.

Henry riu com gosto, claramente se divertindo.

-       Me desculpe Harry, esqueci o quanto você é sensível com essas coisas.

Então Tom chegou gingando feito um pinguim de uma portinha de trás do balcão.

-       Vieram pagar a conta senhor Potter?

-       Não – disse Harry.

-       Viemos conversar sobre o quanto você cobra pelo melhor quarto do caldeirão furado – Disse Henry – Harry quer se mudar.

-       Desde quando virou meu porta voz? – perguntou Harry levantando as sobrancelhas.

Henry sorriu.

-       Desde que você é muito estúpido pra formular uma frase.

Harry deu um safanão na parte de trás da cabeça de Henry, arrancando dele mais risadas. Harry se voltou a Tom.

-       Tenho o que precisa Sr. Potter. Pensa em ficar muito tempo aqui? – perguntou Tom dando a volta na bancada.

-       Não sei – disse ele pulando do banquinho – Um ano... talvez mais, talvez menos...

Henry saltou de seu banquinho também, seguindo Tom pelas escadas. Tom subiu até o terceiro andar, até uma porta muito limpa, que parecia nova e pouco usada. Tão deslocada quanto a aparência em si do Caldeirão Furado...

Tom puxou um molho de chaves de sua capa e pegou uma chave preta, enfiou na fechadura e empurrou a porta, que deslizou sem fazer barulho.

-       Bem vindo ao excelentíssimo apartamento 10-A, o melhor e mais caro de todo o Caldeirão Furado.

Tom abriu os braços e fez uma reverencia, se distanciando para que os dois entrassem. Harry entrou no pequeno apartamento. O lugar era bonito, sem dúvida, e um pouco maior que a maioria dos quartos. Tinha uma cama de casal bem grande no meio do quarto, de uma madeira escura e marrom, com colchas grossas e vermelhas, e uma armação que ia até em cima, suportando um pano que ornamentava a madeira esculpida.

Havia um sofá cinza perto da parede, um rádio sobre a mesa em frente ao sofá, uma pequena geladeira perto de uma porta que devia dar ao banheiro, um armário da mesma madeira escura que a cama na parede e dois criados-mudos. Era mais do que ele estava acostumado a ter em toda sua vida.

-       Vai dar – sorriu Harry – Vou alugar esse Tom.

-       Perfeito senhor Potter. Estarei lá em baixo quando terminar de olhar – e saiu com uma reverência.

Henry tocou numa luminária em cima do criado-mudo.

-       O que achou Potter?

-       É maravilhoso, calmo, silencioso, bonito... Nossa, vai dar pra fazer tudo que não dava. Descansar, ler, estudar, e finalmente ter um tempo pra mim. – Harry falou contente – Não tem mais nada que eu sou obrigado a fazer. Só eu.

Henry deu um sorriso enorme.

-       Deve ser fantástico isso pra você, não Harry?

-       Claro que é – Harry sorriu com ele, tocando a madeira lisa e sedosa da cama com a ponta dos dedos, um olhar sonhador.

-       A Gina vai morar aqui com você? – Henry perguntou largando a luminária.

-       Não sei, acho que ela vem me visitar de vez em quando porque... – Harry se jogou sentado na cama.

Foi quando um barulho rangido saiu da cama. Não era que a cama era nova, como tudo no quarto. A questão é que pareciam porque eram pouco usados. Henry desatou a rir.

-       Acho que o móvel acabou de frustrar qualquer mal intenção que você possa ter em trazê-la aqui.

Harry o encarou com uma careta zombeteira.

-       Ha, ha.

Henry limpou as lágrimas de riso e falou:

-       Vamos acertar com Tom.

Mas quando Harry levantou, outro rangido sofrido saiu da cama, trazendo novos acessos de riso ao homem de cabelos louro arruivados.

...

Harry e Henry voltavam a tardinha para A Toca, caminhando pelo morro, até que o sol quente os fez parar na subida para se sentarem a sobra de um salgueiro a beira do lago local, para conversarem.

Harry atirava pedrinhas no lago, Enquanto Henry cochilava encostado no salgueiro. Harry falou:

-       Sabe Henry, eu estou preocupado com a prova final de Hogwarts.

-       Olha, eu só cuido do departamento dos aurores – começou Henry lentamente – Mas por lá se ouve muita coisa. Você não precisa ficar preocupado. Vou passar a você uma lista dos feitiços e azarações da prova prática e da prova escrita. O resto é você decorar... tem que encomendar seus livros da Floreios e Borrões. Os padrões do sétimo ano.

Harry atirou um pedregulho na água. Fez um barulho engraçado e levantou água, mas Harry jamais os conseguiu fazer quicar nem uma vez.

-       Acha que eu passo na prova da sessão de aurores?

-       Quero ser uma fada se você não passar – muxoxou Henry.

-       E Rony? Você o conheceu, acha que ele passa? – perguntou Harry.

Henry estudou a pergunta, os olhos claros cintilando por trás das lentes quadradas de seus óculos.

-       Ele não parece ser nenhum super dotado, mas com algum esforço, creio que sim. Ele é um sobrevivente. Ele passa.

Harry ficou pensativo e em silencio. Henry sorriu:

-       Minha intuição me diz que você tem algo que quer me falar.

Harry não olhou para ele ao responder:

-       Sua intuição lhe diz muito mais do que você precisa ou deve saber.

-       Certamente – disse Henry sorrindo do seu jeito astucioso.

O garoto suspirou e atirou uma pedra maior no lago, fazendo mais barulho.

-       Talvez tenha vergonha de falar? Ou medo?

-       Eu não tenho medo. – disse Harry, não sobre o assunto. Sobre tudo. E sua fala foi tão convicta que não havia espaço para a dúvida de deu sentido – E não é bem vergonha. Nunca comentei sobre isso com ninguém, mas você é a única pessoa.

Henry se sentou direito, ao ver que Harry relutava.

-       Pode falar Harry, não vou rir, ficar surpreso, te entregar ou coisa parecida. Pode confiar me mim. Sei que não nos conhecemos a tanto tempo, mas nos damos bem, não?

-       Sim, creio que sim – Harry olhou pra frente para falar – É sobre a Gina. Eu não tenho mais ninguém pra falar. Pensar sozinho está me enlouquecendo. Eu não posso falar com Rony, porque ele é irmão dela, e eu não posso falar com Hermione, porque ela é uma garota.

-       Ah, claro – disse Henry entendendo – Não tenha vergonha Harry. Afinal, você não teve pais pra tirar suas dúvidas, com todo o meu respeito. Não é engraçado nem há o porque sentir vergonha disso.

Harry ficou um pouco vermelho.

-       Olha, eu sei tudo... Mas só que as vezes... A questão é que eu estou querendo-a loucamente, mas...

-       Princípios – cuspiu Henry.

-       Isso aí – Harry falou, aliviado que Henry estivesse acompanhando – Bom, primeiro eu tenho essa dúvida: Gina é solteira, se fosse vista entrando e saído do meu quarto em qualquer lugar, seria vista com maus olhos pela família.

Henry tinha uma resposta na ponta da língua.

-       Fácil, se você realmente gosta dela, e eu creio que você goste, pelo seu jeito de ser, é só você pedir ela como noiva.

-       É? – perguntou Harry surpreso.

-       Sim, ela teria um compromisso com você, que não o amarraria e ainda por cima você teria a desculpa perfeita – então Henry revirou os olhos – Perdoe-me pelo que eu disse. Esqueci que estou falando com o Sr. moralidade.

Harry riu:

-       Ah, cale a boca. O segundo é Rony. Ele é muito ciumento quando eu estou perto dela, ele fica nos marcando.

-       Ah, por favor Harry – bufou Henry como um gato – Mande Rony à...

-       Ok. Terceiro, eu tenho medo de machuca-la. Por ser maior que ela, ser bruto, e também por que o que sei é o mais biológico possível. Seguir meus instintos quanto ao resto... pode machuca-la.

Henry apoiou o rosto na mão, fazendo cara de concentração.

-       Você realmente é maior e mais forte que ela. É só não se deixar levar Harry. Tenha em mente que ela é mais frágil que você e não aperte demais. Mulheres são como brinquedinhos de vidro. Lindos, mas se quebram – e então olhou o olhar reprovador de Harry – Perdão, voltando ao assunto, quando chegar naquela hora, Potter, vá muito devagar. Gina é virgem e vai sentir dor o suficiente sem você se afobar.

Harry não pode conter que suas bochechas corassem de leve.

-       Não assuste a menina também, tudo tem a sua hora. Comece com o básico, vá sugerir coisas novas com pelo menos umas três semanas de namoro, ok? – opinou Henry.

-       Ok.

-       Isso era tudo que queria saber? – sorriu Henry.

-       Tudo. Obrigada Henry, você é um bom amigo – Sorriu Harry.

Henry se levantou, pegou sua capa de um galho do salgueiro e fez uma reverencia.

-       Bem, foi um incontável prazer acompanha-lo hoje, senhor Potter. Sempre que precisar, estarei ao seu dispor – Henry fez cara de quem se lembrou de algo – Ah! Compre um presente para amaciá-la!

E com um craque, Henry se foi.

Harry se levantou, pegou a jaqueta do chão e pendurou-a nas costas. Tinha que ir até a A Toca e dar adeus as primas dos Weasley, e então ele e Gina iriam ver o pequeno Teddy. Um plano de última hora lhe ocorria. Mostrar seu apartamento a Gina, para eles conversarem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem quiser está livre pra recomendar! Desculpe a demora pessoal, mas oito páginas de fic compensa, né?
- Comentem ou JK vai pular do empire state, ou sei lá como se escreve kk
Nota da Nota: Eu realmente gosto dessa fic. Comentem pra mim postar mais depressa.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Muito Além do Fim..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.