Opostos escrita por Nyne


Capítulo 60
Toujours (pra sempre)


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores e amigos.
Enfim o dia do último capítulo de Opostos chegou.
Fico triste, mas feliz ao mesmo tempo, pois foi através dessa fic que fiz novas amizades. Decidi postar hj por ser exatamente o dia que completa 6 meses que cada um de vcs me acompanha.
Dedico esse capítulo as leitoras
Carolaine Marques
mpneves1
Taisalmeida
senhoritasullivan e
Eva,
Mas tbm recomendo a cada um que deixou review, que recomendou, sorriu, pulou da cadeira a até mesmo chorou com a história de Murilo, Cecília, Mateus, Patricia, Fabiana e Luis.
Se continuo escrevendo histórias hj é por cada um de vcs.
Muito obrigada a todos e Ótima leitura =)



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 - Verdade, preciso explicar tudo pra vocês. – diz Murilo.

 - Tudo bem, mas pelo amor de Deus, não diz que você vai ter que ir embora de novo, pelo amor de Deus não diz uma coisa dessas! – diz Cecília abraçando Murilo.

 - Não gatinha, eu não vou embora.

 - Graças a Deus. – diz suspirando aliviada.

 - Sua mãe voltou pra são Paulo? – pergunta Fabiana.

 - Não, continua em Santa Catarina.

 - Então... – diz Fabiana com uma sobrancelha levantada.

 - Vou morar com o Mateus e a mãe dele.

 - O quê? – dizem Cecília e Fabiana exatamente ao mesmo tempo.

 - Melhor explicar pra vocês como tudo começou.

FLASH BACK ON

 Murilo segue de carro com Mateus e sua mãe até sua casa. Ele não está entendendo nada e sua cara de confusão é evidente.

 - Sei que várias coisas devem estar passando pela sua cabeça, mas quando chegarmos em casa você vai entender tudo. – diz a mãe de Mateus – O Mateus vai te contar tudo.

Ao chegarem na casa de Mateus, Murilo é recebido por Patrícia.

 - Oi Murilo, tudo bem? Saudades de você.

 - Oi Patrícia. E o neném, tudo certo? – diz retribuindo o cumprimento.

 - Graças a Deus. – diz com um sorriso.

 - Vem Patrícia, ele e o Mateus precisam conversar. – diz a mãe de Mateus deixando o filho e Murilo sozinhos.

Murilo olha Mateus e espera que ele comece.

 - Por onde quer começar? – pergunta Mateus.

 - Que tal pelo começo? – diz Murilo com seu jeito irônico que Mateus já conhecia.

 - Ok. Eu ainda não tinha entendido bem o motivo por você ter pedido demissão e saído da cidade, parecia tudo bem uns dias antes. Lembro até que o pessoal estava marcando de irmos todos ao cinema.

 - Isso mesmo, mas acabou que tudo mudou de uma hora pra outra.

 - Sua mãe foi transferida de emprego e você não tinha onde ficar não é? Por isso teve que ir junto.

 - Exatamente. Como sabe?

 - A Fabiana e o Luis me contaram. Um dia os encontrei na rua e a Fabiana estava mal porque a Cecília não quis falar com ela, estava trancada no quarto e não saia pra nada, sequer pra conversar.

 - Meu Deus, a culpa disso tudo é minha.

 - Não é culpa sua, você não tinha escolha cara.

 - Eu devia ter dado um jeito e não ter aceitado ir.

 - Você também deve ter sofrido muito.

 - Muito. De saudade e culpa. De boa cara, não desejo isso pra ninguém, nem pro meu pior inimigo.

 - Bom saber que não deseja isso pra mim. – diz Mateus com um sorriso de lado.

 - Não entendi...

 - Você disse que não deseja isso nem pro seu pior inimigo...

 - Para com isso cara. Você não é meu inimigo, nunca foi na verdade. Admito que não ia com a sua cara, ainda mais depois de saber que a Cecília gostava de você, mas isso já foi. O tempo ensina muita coisa pra gente.

 - Eu que o diga! O tempo e as burradas.

 - Isso mesmo. Agora espero conseguir consertar as minhas burradas, entre elas a principal, que foi deixar a Cecília aqui e mudar de cidade.

 - O que pretende fazer?

 - Não sei cara. Minha vontade é de ir a casa dela agora, mas ainda nem sei como vou fazer. Não tenho mais emprego e nem onde ficar.

 - Bom, emprego logo você acha, o pessoal da papelaria mesmo pode te recontratar ou te dar uma carta de referencia. Quanto a lugar pra ficar...

 - Esse é o mais difícil.

 - Não é não. Você já tem lugar pra ficar.

 - Tenho? – pergunta sem entender.

 - Sua mãe te explicou do presente?

 - Não, ela só disse que tinha um presente me esperando no aeroporto, te falei isso. Até perguntei se o presente era você.

 - Sai fora cara, não curto isso não! – diz sério, mas rindo em seguida. – Mas tem a ver comigo sim.

 - Desculpa cara, mas não estou entendendo nada.

 - Você já vai entender. Eu falei com a minha mãe de você e da Cecília também, de como vocês têm sido bacanas comigo e com a Paty. Contei o que tinha acontecido e que eu queria poder ajudar vocês de alguma forma sabe? Tanto a Patrícia como eu somos muito agradecidos por tudo o que vocês fizeram pra gente cara, de verdade.

 - A Cecília tudo bem, sei que ela deu a maior força pra Patrícia quando soube da gravidez e tal, ajudou com o chá de bebê também. Mas eu não fiz nada Mateus.

 - Não fez Murilo? Tem certeza?

Murilo olha para Mateus confuso.

 - Quando ninguém queria me dar emprego, quem foi que pediu um currículo meu pra levar pro serviço? Quem intercedeu por mim lá pra que me contratassem? Você.

Murilo está com os cotovelos apoiados nos joelhos, com a cabeça baixa.

 - Quando eu estava confuso quanto ao que fazer em relação a mim e a Paty, quem me deu um conselho abertamente, mas sem me julgar pelo o que eu pretendia fazer? Você. Essas coisas podem não ser nada pra você Murilo, mas valeram e muito pra Patrícia e pra mim.

 - Só fiz o que eu achei que era certo Mateus. – diz levantando a cabeça.

 - Eu sei e agora é a minha vez de fazer o que acho que é certo. Acho não, sei que é o certo.

 - Do que você está falando afinal? – pergunta Murilo confuso.

 - Como disse, falei pra minha mãe tudo o que você e a Cecília fizeram pela Paty e por mim. Expliquei a situação de vocês agora, como a Cecília estava e tudo o mais que você já sabe. Pedi pra ela permissão pra você ficar aqui em casa, pelo menos até se estabilizar e poder seguir seu caminho como achar melhor.

 - Não acredito no que estou ouvindo. Ta falando sério cara?

 - Claro que sim.

 - Você é louco? Não tem o menor cabimento isso que você está me falando. Não posso ficar aqui.

 - Não? Prefere voltar pra onde estava e deixar a Cecília pra trás outra vez?

 - Não, claro que não! – diz Murilo de uma só vez, levando as mãos ao rosto em seguida.

 - Então pronto cara. Você pode ficar aqui o tempo que precisar. Já falei com a minha mãe, está tudo certo já.

 - É o espaço de vocês Mateus, não posso cair assim de pára-quedas. Não quero atrapalhar.

 - Não vai atrapalhar em nada Murilo. – diz a mãe de Mateus entrando na sala – Depois de tudo o que você e sua namorada fizeram pelo meu filho e pela Patrícia faço questão que você fique aqui.

 - É cara, deixa de ser durão. Sei que você não quer ficar mais longe da sua nerdizinha. – diz Mateus com um sorriso brincalhão.

 - Não quero mesmo.

 - Então? Aceita?

 - Mas e a minha mãe, como vou explicar isso pra ela?

 - Ela já sabe. Quando o Mateus te ligou eu mesma falei com a sua mãe.  – diz Dona Dora.

 - Foi pra isso que você me ligou então? – pergunta Murilo.

 - Foi sim. Ia propor você voltar pra cá e ficar aqui em casa. Como você não atendeu falei com a sua mãe mesmo, depois pra ela ver que eu estava falando sério passei pra minha mãe.

 - Falei com a sua mãe e ela disse como você estava. Disse a ela que sua namorada também não estava bem, que podia até adoecer. Ela então percebeu que seria bom pra você e pra Cecília que você voltasse. – diz Dona Dora.

 - Por isso ela me deu a passagem pra cá e disse que o que não desse pra eu trazer, ela me mandava depois. – diz Murilo lembrando da conversa com a mãe.

 - Isso mesmo. Ela já sabia que você ficaria aqui, mas pedi pra não contar porque o Mateus queria te fazer uma surpresa.

 - Não sei nem o que dizer...! – diz sorrindo, mas ainda não acreditando no que estava acontecendo.

 - Vai parar de frescura então e aceitar né? – diz Patrícia ao entrar na sala a abraçar Mateus pelo pescoço. – A Cecília precisa de você perto dela.

 - Não tenho palavras pra agradecer vocês.

 - Aceita então? – pergunta Mateus.

 - Aceito sim. – diz abraçando Mateus, Patrícia e dona Dora. – Vocês não fazem idéia do quanto estão me ajudando. Muito obrigado mesmo.

 - Feliz Natal Murilo. – dizem juntos enquanto o abraçam.

FLASH BACK OFF

 - E foi assim. – diz Murilo com um enorme sorriso no rosto enquanto abraça Cecília.

 - Olha, nunca fui muito com a cara do Mateus e nunca escondi isso de ninguém, mas ele ganhou muitos pontos comigo agora. – diz Fabiana.

 - Ele mudou de verdade. – diz Cecília.

 - Tenho que admitir, mudou mesmo.  – diz Fabiana – Mas e aí Murilo, o que você pretende fazer agora?

 - Bom, vou procurar outro emprego. Com uma parte do que ganhar eu vou guardar e fazer um pézinho de meia, com o restante vou dar uma força na casa do Mateus. Não vou ficar lá de graça né. Nem seria justo.

 - Verdade, mas o importante é que não vou mais ficar sem você. – diz Cecília o abraçando forte.

 - Não mesmo princesa, nunca mais, pelo menos enquanto eu respirar. – diz lhe dando um beijo demorado no rosto.

 - Vem, vamos entrar – diz Cecília puxando Murilo pela mão – Quero mostrar pra todo mundo o melhor presente de natal que eu ganhei hoje!

 - Isso, e vamos comer aquele bolo-musse de chocolate da sua avó! – diz Fabiana rindo.

 - Continua comendo feito uma draga. Certas coisas não mudam. – diz Murilo beliscando a cintura de Fabiana.

 - Claro que não, jamais! E hoje é natal, tem muita coisa se só como uma vez no ano, dá um desconto!

Eles dão risada e entram na casa de Cecília. Os pais dela parecem não acreditar no que estão vendo.

 - É ele mãe, é ele pai. Ele voltou por mim, voltou pra mim! – dizia Cecília rindo como uma boba.

 - Voltou? Como assim? – pergunta a mãe de Cecília sem entender nada.

 - Acho que merecemos uma explicação não acha Murilo? – diz o pai de Cecília sério.

 - Claro que sim, vou explicar tudo o que aconteceu para os senhores. – diz Murilo.

Eles saem da sala e vão pra um lugar onde há menos pessoas e barulho. Murilo conta tudo desde o porquê teve que ir embora de uma hora pra outra e voltou da mesma maneira. Os pais de Cecília o ouvem atentamente e podem perceber a sinceridade vinda de cada palavra do rapaz.

Assim que Murilo termina de falar se entreolham. O pai de Cecília é o primeiro a falar.

 - Minha filha ficou péssima, quase adoeceu.

 - Eu sei senhor e me culpo muito por isso, muito mesmo. Se pudesse voltar no tempo...

 - Mas não pode. – diz o pai dela sério.

Murilo não diz nada, nem poderia afinal o pai de Cecília estava com a razão.

 - Porém... – continuou o pai dela agora com uma nova frase – Não vejo minha filha feliz assim há semanas.

Murilo olha para Cecília e em seguida para o pai dela.

 - Você podia ter falado com a gente Murilo, poderíamos ter ajudado você. Talvez pudesse até ter ficado aqui em casa mesmo. – diz a mãe de Cecília recebendo um olhar discreto e reprovador do marido.

 - Não, não havia o menor cabimento eu morar aqui. Agradeço muito, mas agora nesse tempo que vou passar na casa do Mateus vou poder arrumar um emprego e logo que possível sair de lá. Seguir com as minhas próprias pernas.

O pai de Cecília o observa. Gostou muito de ele se recusar a morar com eles, afinal já estava sendo difícil aceitar que a filha havia crescido quem dirá ver o namorado dela sob o mesmo teto que ele.

A primeira vez que o viu foi educado com o rapaz, mas não podia negar que se assustou com as roupas pretas e o bendito piercing. Mas ao ver o brilho nos olhos da filha percebeu que a aparência não é nada se comparada ao caráter e isso Murilo já havia mostrado que tinha e de sobra.

 - Só quero que me prometa uma coisa Murilo. – disse o pai de Cecília o olhando sério.

 - O que o senhor quiser.

 - Nunca tire esse brilho dos olhos da minha filha. Pode fazer isso?

 - Não tenha dúvidas senhor. – diz olhando para Cecília e a abraçando pela cintura, a trazendo pra mais perto de si.

 - Então ótimo. Vamos voltar às comemorações? Temos a noite toda pela frente. – diz ele animado, saindo com a esposa e seguido pela filha e Murilo.

Aquele estava sendo com certeza o melhor natal da vida de Murilo e Cecília.

Após comerem alguma coisa, voltam para a calçada com Fabiana e ficam conversando sobre futilidades e tudo o mais.

Enquanto conversam, escutam uma voz conhecida.

 - Que lindos!

Era Patrícia acompanhada de Mateus.

Sem dizer nada, Cecília se levanta e vai até Mateus, o abraçando forte e chorando. Murilo e Patrícia apenas olham a cena. Em outros tempos Murilo teria surtado e socado Mateus ali mesmo, enquanto Patrícia choraria como uma louca, porém ambos sabiam o porquê daquele abraço.

 - Muito obrigada Mateus, muito obrigada mesmo. – dizia Cecília aos prantos, mas com um sorriso no rosto. – Nunca vou esquecer do que você fez pela gente, nunca mesmo.

 - Não tem que me agradecer de nada não. Também sou muito grato por tudo o que você fez pela Paty e pelo neném.

 - Fiz tudo de coração.

 - Sabemos disso Cecília. Eu também fiz de coração. Agora para de chorar vai, você já chorou demais nos últimos tempos. – diz Mateus a soltando e dando um beijo no seu rosto.

 - Querem comer alguma coisa? – diz Cecília limpando o rosto.

 - Não Cissa, obrigada. Comi pacas na casa da minha mãe. – diz Patrícia.

 - É, mas você come por dois lembra? – diz sorrindo.

 - Não vejo a hora de nascer sabia? Quero tanto ver a carinha dela. – diz Patrícia.

 - Finalmente o ultra-som mostrou o sexo? – pergunta Murilo.

 - Nada, isso é ela que diz, mas já falei que vai ser menino. – diz Mateus.

Os cinco jovens ficam conversando até o dia amanhecer. Mateus e Patrícia vão embora e Fabiana aproveita que o caminho é o mesmo para não ir sozinha. Murilo vai se despedir de Cecília quando ela pede pra que ele fique com ela.

 - Não posso gatinha, seu pai não vai deixar.

 - Por favor... Eu falo com ele.

 - Ok, espero você perguntar, se ele deixar eu fico.

Cecília sai saltitante e vai falar com os pais. Sua mãe não vê problemas, mas seu pai parece não gostar muito.

 - Por favor, pai, só hoje.

 - Não seja tão radical, eles estão morrendo de saudades um do outro. – diz a mãe de Cecília.

 - E não podem matar a saudade mais tarde?

 - Pai... Por favor... – pede Cecília com cara de cachorro sem dono.

 - Tudo bem, mas só porque estou sendo influenciado pelo espírito natalino. – diz seu pai que recebe um beijo da filha em seguida.

Cecília diz a Murilo que seu pai permitiu e eles vão para o quarto dela. Ela tinha um colchão que geralmente era usado por Fabiana, mas Cecília não deixou Murilo o usar.

 - Caramba, semanas sem me ver e quer que eu durma no chão?

 - Claro que não. Quero que você durma na cama comigo.

 - Ta louca? Se o seu pai ver isso me castra!

 - Não seja bobo, não vamos fazer nada demais, só dormir.

 - Sacanagem isso hein gatinha! Semanas sem te ver, abstinência total. Não sei se vai dar certo dormir na mesma cama que você não! – diz Murilo coçando a nuca.

 - Sei que você não vai fazer nada que eu não queira. – diz segurando sua mão e o levando até a cama, fazendo com que se sente ao lado dela.

 - Não mesmo, mas duvido que você não queira algo... – diz com um sorriso de lado.

Eles se beijam e trocam sorrisos. Cecília olha para Murilo enquanto ele acaricia seu rosto.

 - Nunca mais quero ficar tanto tempo longe de você. – diz ele.

 - E nem eu de você. Quero você “toujours”.

Murilo olha pra ela sem entender. Ela ri.

 - Fiz um pouco de francês. Toujours significa para sempre.

 - Gostei do seu biquinho falando isso. Fala de novo?

 - Toujours, toujours, toujours. – diz rindo em seguida.

Murilo retribui o sorriso e a beija.

 - Te amo Cecília.

 - Também te amo Murilo. Muito.

Eles deitam e dormem abraçados.

2 meses depois...

 - Calma Paty, respira! – dizia Mateus nervoso segurando a mão de Patrícia.

 - Ta doendo porra!

Mateus olha espantado para a mãe, afinal Patrícia não era do tipo que falava palavrões.

 - Ela vai xingar muito ainda filho. – diz Dona Dora calmamente.

Patrícia já estava com contrações cada vez mais fortes e em um intervalo cada vez menor. O bebê nasceria a qualquer momento.

 - Respira Paty, respira. – dizia Mateus nervoso.

 - To respirando, mas não ta adiantando nada. – dizia Patrícia apertando a mão de Mateus.

 - Murilo, pelo amor de Deus cara, achou a chave do carro? – gritava Mateus.

 - Ta na mão. – disse Murilo jogando a chave para Mateus que a entrega para a mãe.

 - Vamos mãe, pelo amor de Deus. – dizia enquanto ajudava Patrícia ir até o carro.

 - Vou com eles até o hospital Murilo, assim que tiver noticias ligo aqui em casa.

 - Certo Dona Dora, vou estar aqui e também vou avisar o pessoal.

 - Por favor, faça isso. Até logo. – diz saindo.

Murilo liga para os amigos e para Cecília. Todos vão para casa de Mateus e esperam por alguma noticia.

 - Faz tempo que eles foram Murilo? – pergunta Fabiana.

 - Tem bem umas três horas já.

 - Nossa que demora. Será que está tudo bem? – pergunta Luis.

 - Claro que está Luis, acha que é fácil ter um filho? Pergunta pra sua mãe depois! – diz Fabiana nervosa.

Murilo olha para Luis que faz um sinal explicando que Fabiana estava de TPM.

 - E estava tudo bem com a Paty? – pergunta Cecília.

 - Sim, só estava reclamando de dor, mas acho que isso deva ser normal.

Após um bom tempo esperando por noticias, o telefone toca e Murilo atende, pedindo silêncio para os presentes.

 - Oi Mateus, pode falar. Tudo bem aí? Nasceu?! Menina!? Parabéns cara!

Enquanto Murilo falava com Mateus, os demais pediam para que ele mandasse beijos para a amiga. Ele fala o que pediram e desliga em seguida.

 - E aí bêbê? Conta tudo o que ele disse. – pede Cecília.

 - É uma menina, nasceu com 50 cm e 2,5 kg.

 - Que linda! Será que podemos ver? – pergunta Fabiana.

 - Ele disse que sim. Vou fechar tudo aqui e nós vamos.

Enquanto os amigos se organizam para visitar Patrícia no hospital, ela está no quarto junto com Mateus.

 - Não falei que era menina? – diz Patrícia visivelmente cansada.

 - Falou sim. – diz sorrindo - E aí, como você está?

 - Só um pouco cansada. Você já a viu?

 - Só pelo vidro lá da maternidade, mas a enfermeira disse que daqui a pouco vai trazer ela aqui pra você dar de mamar.

Ele mal termina a frase e a enfermeira entra com o bebê no colo, o entregando para Patrícia.

 - Ela é linda. Tem os seus olhos como eu queria. – diz Patrícia olhando para Mateus que ri como um bobo.

 - Se decidiu pelo nome?

 - Vou deixar você escolher. Se bem que sei qual é. Jéssica.

 - Esse mesmo. Jéssica Vargas Gomes. – diz orgulhoso.

 - Quer segurar ela?

 - Eu? Ah não Paty, ela é muito pequena, tenho medo de deixar cair.

 - Não tem o porquê ter medo. Pega ela vai.

Mateus olha Patrícia receoso, mas se aproxima e estica os braços desajeitadamente para segurar a criança. Patrícia ri com a cena e lhe entrega a filha.

Ele a olha de um jeito bobo e orgulhoso ao mesmo tempo, sorrindo.

 - Toda vez que você a segurar, ela vai sentir desde já o exemplo de vida que ela tem que seguir. O exemplo de vida do pai dela.

 - Acha mesmo que vou ser um bom exemplo pra ela?

 - Acho não, tenho certeza.

Mateus olha a garotinha em seus braços.

 - Ela parece com você.

Patrícia sorri orgulhosa.

 - Está na hora dela mamar mamãe. – diz a enfermeira.

 - Vou sair e comer alguma coisa, te deixar mais a vontade ta? – diz Mateus.

 - Mas você vai voltar né?

 - Vou sim. – diz dando um beijo na testa de Patrícia e saindo.

Ele vai à cantina do hospital e come alguma coisa. Após algum tempo recebe uma ligação de Murilo, avisando que ele e o restando do pessoal havia acabado de chegar ao hospital. Ele então vai encontrá-los.

 - Podemos ver a neném? – pergunta Cecília.

 - Ela estava mamando, mas acho que já deve ter voltado pro berçário. Vamos lá conferir. – diz Mateus.

Eles vão até o berçário e Mateus vê que a filha já está lá. Pede então para que a enfermeira traga a pequena perto do vidro para que os amigos possam ver.

 - Meu Deus, como é linda! – diz Cecília colocando as mãos na boca.

 - Parece a Patrícia. – diz Fabiana.

 - Pra mim tem cara de joelho! – diz Luis levando um tapa de Fabiana em seguida.

 - Me dá um neném Murilo? – pede Cecília.

 - O que? – pergunta assustado.

 - É. Me dá um neném?

 - Quer ir pra casa e fazer um agora? – pergunta mordendo o lábio, fazendo Cecília rir.

 - Já escolheram um nome? – pergunta Luis.

 - Já. Jéssica. – diz Mateus com cara de bobo.

 - Podemos ver a Patrícia? – pergunta Fabiana.

 - Vou ver com a enfermeira, mas como ainda está no horário de visitas acho que pode sim. Já venho.

Mateus sai enquanto os demais ficam vendo a pequena Jéssica pelo vidro do berçário. Ao voltar explica que só podem entrar duas pessoas por vez.

 - Por favor, Cissa, me deixa ir primeiro com o Luis! Por favor, for favor! – diz Fabiana fazendo um biquinho.

 - Ta, podem ir, mas saiam antes do horário de visitas acabar ok?

 - Pode deixar! – diz Fabiana ao se dirigir até o quarto com Luis, deixando Murilo, Mateus e Cecília sozinhos.

Cecília olhava para os bêbês pelo vidro do berçário. Murilo estava atrás dela a abraçando pela cintura e Mateus ao lado dos dois. Cecília observa o reflexo dos três ali e ri.

 - Está rindo do que? – pergunta Murilo.

 - Vocês não acham engraçado?

Murilo e Mateus se olham sem entender.

 - Como em um ano nossas vidas não só mudaram completamente como também acabaram se cruzando.

 - É. Tem lógica mesmo. – diz Mateus.

 - No inicio das aulas vocês dois se odiavam... – diz Cecília olhando as mãos de Murilo em sua cintura.

 - Você gostava de mim... – diz Mateus olhando o vidro fixamente.

 - E você pisava nela por isso... – diz Murilo olhando na mesma direção.

 - Você ficou amiguinha do Murilo...

 - Me apaixonei por ele...

 - E você ficou muito puto quando soube. – diz Murilo rindo.

 - Tentei separar vocês, por puro orgulho...

 - E foi você que nos uniu de novo... – diz Cecília, ainda abraçada pela cintura por Murilo, mas de uma maneira que agora ficava de frente para Mateus.

 - E não me arrependo. Fiz a coisa certa. – diz Mateus os encarando com um sorriso de lado – E se hoje estou com a Patrícia, também devo a você Cecília. Mesmo depois de tudo o que eu te fiz você sempre me deu força com ela.

Cecília apenas sorri.

 - Você também Murilo. Tem sido um irmão pra mim.

 - Nunca pensei que um dia diria isso, mas você também tem sido um irmão pra mim cara.

 - Nós três somos tão diferentes, mas apesar de tudo o que aconteceu, se faltasse um de nós nesse quebra-cabeça, as coisas poderiam ter sido bem diferentes também. Caminhos, rumos, decisões... Tudo diferente. – diz Cecília.

 - Gosto dos rumos que as coisas tomaram. Acho que foi exatamente assim que tinha que ser. – diz Mateus.

 - Concordo. Aqui cada um aprendeu algum tipo de lição com o outro, fossem com erros ou acertos alheios, conselhos.  – diz Murilo.

 - Crescemos. – diz Cecília.

  - Aprendemos também. – diz Murilo – Aprendemos que não devemos julgar uma pessoa apenas pela aparência dela, pelo tipo de roupa que veste ou o tipo de música que escuta.

 - Que não é só por uma pessoa ter boas notas que ela não sabe fazer outra coisa além de estudar... – diz Cecília

 - Que as pessoas mudam pra melhor sim, basta querer. – diz Mateus.

 - E o melhor de tudo. Ninguém é capaz de fazer absolutamente nada sozinho. Sempre vamos precisar uns dos outros. – diz Cecília.

- Pessoas vão se espelhar em nós no futuro, bem antes do que podemos imaginar. – diz Mateus olhando mais uma vez a filha no berçário - Só tenho uma coisa pra dizer pra vocês. Obrigado. – diz Mateus os abraçando.

 - Faça nossas suas palavras. – diz Murilo retribuindo o abraço juntamente com Cecília – Obrigado por tudo.


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Notas finais do capítulo

Bem pessoal, é isso.
Espero que o último capítulo tenha superado as expectativas de vcs e caso isso ñ tenha acontecido, prometo que melhorarei na próxima fic, alías quero ver todos vcs assim que a postar hein?
Sei que muitos leitores costumam recomendar a fic quando ela acaba, então se algum de vcs é assim, recomendem por favor, ficarei muito feliz =)
Bjão pra todos e + uma vez, muito obrigada pela paciência de me acompanhar por 6 meses ao longo desses 60 capítulos!
Até breve na minha próxima fic ;)