Opostos escrita por Nyne


Capítulo 57
Porque agora?


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores, olha quem está aqui!
Bem, como podem ver, minhas férias atrasaram um pouquinho, pequenos erros de percurso rs, mas como já adiantei bastante a fic e amo muito cada um de vcs, resolvi postar + um capítulo antes de me ausentar.
espero que gostem, pq fiz com muito carinho =)
Dedico esse capítulo a leitora
Draco_Hermione
e as 24 (isso mesmo, 24) recomendações que recebi de vcs.
Muito obrigada pelo carinho =)
Ótima leitura a todos =)



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Cecília acorda com o celular tocando. Inicialmente estranha, pois não o programou pra despertar. Apenas ao pegar o aparelho nota que não era o despertador, mas sim uma ligação. Uma ligação de Murilo.

 - Bom dia bêbê.

 - Bom dia gatinha. Pelo visto te acordei né?

 - Tudo bem, só estranhei você estar acordado essa hora num domingo.

 - Na verdade dormi muito mal a noite. Acordava toda hora.

 - Aconteceu alguma coisa? – pergunta Cecília já sentada na cama, preocupada.

 - Ainda não.

 - Como assim ainda? O que foi Murilo?

 - Precisamos conversar Cecília.

 - Você me chamou de Cecília?

 - É o seu nome não é?

 - É, mas você nunca me chamou pelo meu nome, pelo menos não quando está tudo bem...

 - Já tomou café?

 - Ainda não, acabei de acordar esqueceu?

 - Foi mal. Quer tomar café comigo?

 - Você vai me explicar o que está acontecendo?

 - Vou.

 - Tudo bem então.

 - Certo, daqui meia hora passo aí.

Cecília se arruma após fazer sua higiene matinal. Está nervosa e ansiosa. Nunca viu Murilo daquele jeito e sentia que algo sério havia acontecido pra ele estar do jeito que estava.

Passada exatamente meia hora Murilo ligou em seu celular, avisando que estava no portão da casa dela a esperando.

Cecília sai antes mesmo de desligar o celular.

Murilo a olha e lhe beija como de costume, porém ela nota que seus olhos estão tristes.

 - O que aconteceu? Tem algo a ver com a conversa com a sua mãe não tem?

 - Tem. Mas vamos tomar café tranqüilos, depois damos uma volta e eu te explico tudo.

 - Ta bom, mas quanto a tomar café tranquila, duvido muito que eu consiga.

Murilo dá um sorriso de lado e abraça Cecília pela cintura. Eles vão até uma padaria próxima e tomam café.

Ele tenta distrair Cissa falando de outros assuntos, mas é em vão. A tensão é visível nos olhos da garota.

Eles terminam o café e vão dar uma volta como Murilo havia dito. Encontram uma praça e sentam em um dos bancos. O lugar estava movimentado, muitas crianças brincavam ali.

 - Me fala Murilo, o que aconteceu ontem depois que você falou com a sua mãe pra ficar desse jeito?

Murilo abaixa a cabeça por alguns segundos e ao levantar, olha para Cissa e começa a falar.

 - Ao que tudo indica minha mãe vai sair do hospital.

 - Sair do hospital? Vão demitir sua mãe?

 - Demitir não, mas vão transferir. Ainda não é certeza, mas parece que vai sobrar pra ela mesmo. E se a minha mãe for mesmo transferida vamos ter que nos mudar.

Cecília fica muda por alguns instantes. Não queria ficar longe de Murilo, mas se a transferência da mãe dele fosse algo bom, ela não veria problema.

 - Não fica assim bêbê. Talvez a mudança não seja tão ruim assim.

 - Você acha? – diz Murilo estranhando a reação da namorada.

 - É. Vamos ficar um pouco longe, mas nada que um ônibus não resolva.

Murilo dá um riso triste.

 - Um ônibus Cissa?

 - É. Em qual bairro sua mãe vai trabalhar agora?

 - Desculpa, eu não te expliquei direito. Não vão transferir minha mãe pra outro bairro.

 - Não?

 - Não Cissa. Vão transferir a minha mãe pra outro estado.

 - O que? – diz Cecília espantada.

 - Isso que você ouviu. Porque acha que não consegui dormir direito essa noite? Se fosse pra outro bairro, beleza, mas é outro estado. Como vou ver você morando em outro estado Cissa?

Cecília não conseguia dizer nada, apenas olhava para algumas crianças brincando a sua frente.

 - Você não pode ir Murilo, não pode.

 - Mas eu não tenho escolha. Se essa transferência da minha mãe for certeza, vou ter que ir com ela.

 - Não, não pode ir. Não tem ninguém aqui que você possa ficar na casa? Algum parente?

Murilo apenas faz um gesto negativo com a cabeça. Cecília não aguenta e começa a chorar. Murilo se aproxima mais dela e a abraça.

 - Hei, não chora. Ainda não é certeza.

 - Não quero que você vá embora, não quero ficar sem você.

 - E eu? Acha que eu quero isso?

Cecília levanta o rosto e Murilo seca suas lágrimas com os dedos.

 - Não vai Murilo, por favor, não vai.  – dizia entre soluços.

 - Eu não quero ir gatinha, mas não posso te prometer nada. Se minha mãe for tenho que ir com ela.

 - Mas você já é maior de idade.

 - Mas ainda preciso dela pra me sustentar Cecília. Por mais que eu trabalhe ainda não é o suficiente pra me manter sozinho.

Cecília volta a chorar e Murilo mais uma vez a abraça. Ela esconde o rosto no peito dele que em minutos está todo molhado por suas lágrimas.

 - Não fica assim princesa. Ela vai ter certeza se vai ser transferida hoje. Assim que souber te falo. Mas por favor, não chora. Não gosto de te ver triste.

Cecília não disse nada, apenas continuou chorando nos braços de Murilo.

Aquele dia custou a passar. Cecília e Murilo ficaram na casa dela assistindo filmes, mas ela não conseguia prestar atenção em nenhum. Era como se algo a impedisse de pensar e esse algo era o medo de ficar longe de Murilo, ficar sem ele.

 - Você não está legal não é? – pergunta Murilo acariciando o rosto de Cecília.

 - Como posso estar bem depois do que você me contou? – diz triste.

 - Não devia ter te contado nada, pelo menos até ter certeza.

 - Se você não me contasse acabaria sabendo de um jeito ou de outro.

Murilo beija Cecília, mas era um beijo diferente. Tinha gosto de despedida.

 - Preciso ir agora.

 - Sua mãe vai estar em casa?

 - Se não estiver, está pra chegar. Ela não vai virar a noite hoje.

 - Então é hoje que você vai saber se... Se vai embora ou não?

 - É.

Cecília começa a chorar mais uma vez.

 - Não chora pelo amor de Deus. Tem noção de como eu fico vendo você chorar?

 - Desculpa, mas não consigo me controlar.

 - Ta tudo bem. Vai ficar tudo bem, você vai ver. – Diz Murilo abraçado a Cecília.

O restante daquela noite custou a passar. Nada conseguia distrair Cecília. Sua vontade era ir até a casa de Murilo e pedir, implorar para que a mãe dele não aceitasse aquela transferência, mas ela não podia fazer isso. Não podia fazer nada, a não ser esperar até o dia seguinte.

Queria dormir, mas não conseguia. Precisava falar com alguém. Foi então que pegou o celular e ligou para Fabiana.

Aquele não era um bom horário para ligar, mas ela não aguentava ficar do jeito que estava.

 - Alô?

 - Cissa?

 - Oi Fabi, desculpa ligar essa hora, mas preciso conversar com alguém.

 - O que aconteceu?

 - O Murilo Fabi.

 - O que tem o Murilo? Vocês brigaram?

 - Não, mas talvez ele tenha que ir embora?

 - Ir embora? Como assim Cissa?

 - Parece que a mãe dele vai ser transferida pra trabalhar em outro hospital Fabi, mas é em outro Estado.

 - Mas como assim, parece Cissa? Ainda não é certeza?

 - Ele vai ter certeza hoje, quando ela voltar do trabalho. To tão nervosa Fabi, já chorei tanto...

 - Calma amiga, to indo pra aí.

 - Mas Fabi, é tarde.

 - Peço pra minha mãe me levar. Tudo bem se eu dormir aí hoje?

 - Claro que sim, nem precisa perguntar.

 - Então ótimo, vou pegar umas roupas e avisar minha mãe. Daqui a pouco chego aí.

 - Obrigada Fabi. Obrigada mesmo.

 - Não tem que agradecer. Daqui a pouco estou chegando.

Cecília avisa aos pais que Fabiana está indo para lá e que vai passar a noite. Eles não vêm mal algum, mas a mãe de Cecília nota que a filha não está bem.

 - Você está bem filha?

 - Não muito mãe, mas vai passar. Ao menos espero.

 - Já sabe se quiser conversar, estou aqui.

 - Eu sei mãe. Obrigada.

Após algum tempo Fabiana chegou. Como de costume cumprimenta os pais de Cecília e corre para o quarto da amiga, onde as duas se trancam.

 - Pronto amiga, agora me explica melhor essa história de transferência e mudança. – diz Fabiana sentada no chão do quarto da amiga.

Cecília conta tudo o que conversou com Murilo e como estava sendo difícil esperar até ter certeza do que aconteceria.

 - Poxa Cissa, é uma situação bem complicada mesmo, mas infelizmente a única coisa que você pode fazer agora é esperar e ver se essa transferência da mãe dele é certa.

 - Isso que me assusta Fabi. E se for certa? E se ele tiver que ir embora? Não quero ficar sem o Murilo Fabi, não quero. – diz Cecília começando a chorar novamente.

 - Você não vai ficar sem ele Cissa, não pensa nisso agora. Nada de sofrer por antecipação ok? – diz abraçando a amiga. – Agora vamos dormir, amanhã é outro dia.

Cecília não conseguiu dormir aquela noite. Teve vários pesadelos em que era separada de Murilo. Olhou no relógio. Eram três da madrugada e Fabiana dormia como uma pedra.

Cissa não agüentou e mesmo sabendo que o que faria seria um pouco chato, pegou o celular e discou o número de Murilo.

 - Alô? Cissa? Ta tudo bem? – perguntava do outro lado da linha.

- Oi amor. Desculpa te ligar essa hora, mas não consigo dormir.

 - Tudo bem, também não preguei o olho.

 -A Fabi veio até dormir aqui em casa, falei com ela sobre o que falamos hoje e ela tentou me acalmar, mas eu estou ansiosa demais. E aí, falou com a sua mãe?

 - Falei princesa.

 - E aí? – pergunta com medo da resposta.

Murilo fica em silêncio.

 - Fala Murilo. O que sua mãe disse?

 - Ela aceitou a transferência Cissa. Nos mudamos até o fim dessa semana.


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Notas finais do capítulo

Como devem ter visto, momentos tensos vem por aí.
garanto a cada um de vcs que cada minuto de espera vai valer a pena.
Deixem muitos reviews e quem não recomendou ainda, recomende. Vcs não vão se arrepender e me deixarão saltitante de felicidade =D
Bjus e até o próximo!