Opostos escrita por Nyne


Capítulo 49
A oradora


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores!
1000000000 de desculpas, como como devem saber, ñ tenho pc em casa e escrevo no meu serviço. Com o feriado prolongado, não trabalhei esses dias.
Mas aqui estou com + um capítulo pra vcs, espero que gostem.
Dedico esse capítulo as leitoras
LeetiFreire
Thayna Acioli
Danettes e
Bell Anamiya
Ótima leitura a todos =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/187320/chapter/49

No dia seguinte na escola, Cecília e Murilo não se desgrudavam um só momento, a não ser durante as aulas, para evitar brigas com os professores.

Durante o intervalo eles estavam abraçados encostados em um pilar, quando Mateus se aproxima com Patrícia.

Ao contrário do que Cecília imaginava Murilo não fechou a cara, ficou exatamente como estava.

– Oi gente tudo bem? – diz Patrícia.

– Tudo ótimo e vocês? – diz Cecília ainda abraçada a Murilo.

– Tudo ótimo também. Vim aqui pra te agradecer Murilo. – diz Mateus.

– Me agradecer? Pelo o que? – pergunta Murilo sem entender.

– Sábado me ligaram da papelaria pra eu ir fazer uma entrevista. Passei e começo amanhã.

– Sério? Legal cara, boa sorte.

Murilo estava tão sociável com Mateus, que Cecília nem acreditava.

– Posso ir com você amanhã? - pergunta Mateus receoso.

– Pode sim, até te ensino umas coisas lá.

– Valeu mesmo Murilo, te devo uma. Até mais. – diz saindo em seguida com Patrícia.

Cecília fica de frente para Murilo e cruza os braços.

– Se me contassem juro que não acreditaria.

– No que minha gata?

– Como no que? Você falou com o Mateus numa boa, nem fez cara feia quando ele falou com você.

– Ah é isso? Você não queria que eu parasse de cismar com ele? Pronto, parei!

Cecília o olha meio desconfiada. Murilo ri mordendo o lábio e a abraça.

– Eu tinha ciúme dele ta bom? Tinha medo de que ele tirasse você de mim, por isso não gostava quando ele ficava muito perto de você. Não que agora eu goste, mas aprendi a me controlar.

– Seu bobo, já disse que o Mateus faz parte de um passado que sequer chegou a acontecer.

– Que seja. Mas agora eu vejo que realmente ele gosta da Patrícia e esse lance do filho deles os aproximou bastante.

– Verdade, ele mudou muito mesmo.

– Não tenho mais cisma com ele, quero de verdade que ele possa tomar um rumo na vida dele com a Patrícia e tal. Mas também tem um motivo principal pelo qual decidi parar com essa rixa sem lógica.

– Qual?

– Não quero brigar com você nunca mais, muito menos por culpa dos outros, eles sabendo que são o motivo ou não.

– Também não quero brigar com você nunca mais. – diz o beijando quando o sinal toca e eles têm que voltar para a sala de aula.

Já na sala de aula, a professora os informa que cada classe deverá escolher um orador para o dia da formatura. Sugere então uma votação.

– Quem se candidata a ser orador ou oradora da turma? – pergunta a professora.

– Sugiro a Patrícia. – diz uma aluna.

– Eu? Porque eu? – pergunta Patrícia surpresa.

– Você lê super bem, se expressa bem, acho que você seria uma ótima oradora.

– É Patrícia, fora que você é um exemplo. – diz Fabiana.

– Exemplo de que? – pergunta ainda sem entender.

– Como do que Patrícia? Você está grávida, com um barrigão mas não desistiu de estudar. Foi apontada por algumas bestas nessa escola, ouviu piadinha e tudo o mais, mas não desistiu, continua aqui.

– Verdade e suas notas são algumas das melhores dessa turma. – diz a professora.

– Fica como oradora Paty. – diz Mateus.

– Ai gente, não sei... – diz ainda surpresa com a insistência de todos.

– Aceita Patrícia. È uma prova da sua superação como pessoa. – diz a professora.

Ela olha Mateus que acena com a cabeça, tentando a convencer a aceitar.

– Tudo bem, pode colocar meu nome professora. – diz sem jeito.

Mateus e os outros a olham e a aplaudem.

– Para gente, não é pra tanto. – diz envergonhada.

Alguns dias passam. Mateus e Murilo agora trabalham juntos e por incrível que possa parecer, se dão bem. Não o suficiente para dizer que são melhores amigos, mas se respeitam.

Murilo e Cecília estão a cada dia melhor no relacionamento e não brigaram mais. Patrícia está com a barriga cada vez maior e o dia da formatura se aproxima.

Uma tarde ao sair do trabalho, Mateus vai a casa de Patrícia vê-lá.

– Oi. Desculpa ter vindo sem avisar.

– Desde quando você precisa avisar que vem aqui Mateus? – diz lhe dando um selinho. – E como foi o trabalho hoje?

– Tranqüilo. O Murilo me ensinou bastante coisa, to pegando o jeito já.

– Que bom. – diz animada escrevendo algo em um caderno.

– E você, o que está fazendo? – pergunta ao ver que ela escrevia.

– Tentando pela quinta vez fazer um discurso legal pra formatura.

– Ah é isso? Tem uns dias ainda Paty. Pensei que você estava fazendo outra coisa.

– Pensou que era o que?

– Lista de nomes pro neném.

– Ah não, isso eu já fiz! – diz tirando uma folha do meio do caderno e entregando a Mateus.

Ele pega a lista e a olha.

– Aqui tem muito mais nome de menina do que de menino.

– Eu sei. Vai ser menina.

– Como você sabe? No seu último ultra-som ele estava com as pernas fechadas, não deu pra ver nada.

– Por isso mesmo sei que é menina e bem comportada por sinal.

– Aff Patrícia, nada a ver! É menino. Estava com as pernas fechadas pra não mostrar logo de cara o tamanho do instrumento dele! – diz gargalhando em seguida.

– Engraçadinho!

– Se for igual o pai então...

– Mateus! – diz Patrícia ficando vermelha.

Ele ri, lhe dando um abraço e um beijo em seguida.

– Ta bom, vamos falar sério agora. Dos que estão aqui, qual você mais gosta? Tanto de menina como de menino.

– Menino gosto de Allan e menina Sofia.

– É, Allan é legal, mas Sofia não curto muito não.

– Gosta de qual?

– Acho Jéssica legal.

– Jéssica... – diz pegando a lista da mão de Mateus e anotando o nome.

– E sua mãe, onde está?

– Foi ao mercado.

– Ela me odeia não é?

– Claro que não, de onde tirou isso?

– Paty, você gostaria de um moleque que engravida sua filha de 17 anos e ainda fica meses sem dar as caras?

– Claro que não, mas seu caso não é assim Mateus. Realmente você era um moleque, mas agora não é mais, você amadureceu bastante nos últimos tempos. E os meses que você ficou sumido como disse a culpa não foi sua, afinal eu não contei que estava grávida e pedi pras meninas não contarem também.

– Acha mesmo que estou diferente?

– Acho não, tenho certeza. Você age como homem agora.

Mateus dá um sorriso com a cabeça baixa.

– Do que está rindo?

– Antes de conhecer você eu pegava geral na escola. Quando dava o fora nas meninas, elas sempre ficavam com raiva de mim e diziam que eu ia terminar sozinho, porque eu não merecia o amor de ninguém. Eu ria delas, mas quando terminei com você, a única que realmente gostou de mim de verdade, fiquei com medo que acontecesse o que elas me diziam.

Patrícia sorri sem graça e segura a mão dele.

– Eu fiz tanta merda na vida Patrícia, fiz mal pra tanta gente...

– Todos nós já fizemos coisas ruins na vida Mateus, ninguém é santo.

– Acabei com a sua vida Patrícia.

– Ta louco? Você não acabou com a minha vida coisa nenhuma, pelo contrário, você deu um sentido a mais pra ela. – diz colocando a mão sobre a barriga.

– Mas não precisava ser assim Paty. Eu pisei na bola feio com você.

– Mas já me pediu perdão e eu já te perdoei.

– Ainda não é o bastante. Nunca vai ser por tudo o que te fiz.

– Hei Mateus, para com isso. O que deu em você? Eu que estou com os hormônios alterados e você que tem crise emocional? – diz batendo o dedo no nariz dele.

Mateus a olha. Patrícia sorri pra ele como se nunca nada tivesse acontecido. Seus olhos brilham da mesma maneira como quando começaram a namorar.

– Porque ta me olhando assim?

– Você é linda sabia?

– Gosta de me deixar sem graça né?

– Mas é sério. Você é linda. Tomara que o neném pareça com você.

– Quero que ele tenha os seus olhos. Gosto tanto deles.

Mateus e aproxima mais de Patrícia e a beija. Enquanto se beijam ouvem um barulho na porta. Era a mãe dela que acabara de chegar do mercado.

Eles ficam sem jeito e se afastam.

– Não precisam ficar com vergonha não. O que vão fazer demais? Você já está grávida mesmo!

– Mãe! – diz Patrícia sem jeito.

– E não é Patrícia? Engravidar de novo você não vai, pelo menos por enquanto não. – diz indo com as compras para a cozinha.

– Que vergonha! – diz Patricia escondendo o rosto com as mãos.

– Ela é sempre assim?

– Sempre. Me desculpe por ela.

– Ta tudo bem. – diz dando um selinho nela. – Acho melhor eu ir. Nos vemos amanhã.

– Ta bom. Te levo até o portão.

Eles saem da sala e se despedem no portão. Antes de ir, Mateus segura as mãos de Patrícia e olha sua barriga, que já estava bem visível.

– Paty, me responde uma coisa com sinceridade ta?

– Claro.

– Você me ama?

– Claro que sim. Se não te amasse não teria te perdoado e muito menos voltado com você.

Ele sorri e lhe dá um selinho.

– Porque a pergunta?

– Nada, só curiosidade mesmo.

– Você está todo emo hoje. – brinca com ele.

– Até amanhã. – diz dando um beijo nela e outro em sua barriga.

Enquanto vai pra casa, Mateus começa a pensar em algo, algo que ele jamais pensaria em fazer, mas que agora ele tinha certeza de que queria.

Ao chegar em casa, encontra com sua mãe, que havia chego já há algum tempo.

– Oi filho, onde estava?

– Sai do serviço e fui ver a Patrícia.

– E como ela está?

– Bem, está fazendo um discurso pra formatura. Vai ser a oradora da nossa sala.

– Legal. E o neném, tudo bem?

– Tudo, ela está com uma lista de nomes lá.

– Eu não tive essa dúvida, quando soube que estava esperando um menino disse logo, vai ser Mateus.

Enquanto a mãe fala, Mateus senta no sofá com um olhar perdido.

– O que você tem filho?

– Mãe, preciso conversar com você. To querendo fazer uma coisa.

– Coisa boa ou ruim?

– No meu ver é boa.

– Diz o que é.

– Vou pedir pra casar com a Patrícia mãe.

– Casar Mateus?

– É mãe, casar.

– Você não acha que está se precipitando filho? Casamento não é um compromisso que você pode romper assim do dia pra noite, é muito mais sério do que parece.

– Eu sei disso dona Dora, sei de tudo isso.

– E ainda assim quer casar?

– Quero. A senhora me dá sua benção pra isso?

– É o que você quer? Está disposto a sustentar sua mulher e seu filho?

– Quero mãe. Já to com uma grana guardada, a senhora sabe que nem mexo no meu salário, ele vai direto pra poupança. A única coisa que eu quero pedir pra senhora é se podemos ficar aqui, pelo menos enquanto o neném for recém nascido e eu poder alugar uma casa pra gente.

– Claro que pode. Acha que vou deixar vocês e meu neto na rua?

– Então a senhora me abençoa?

– Claro que sim meu filho, minha benção já é sua.

– Obrigado mãe. – diz a abraçando.

– Já falou com ela?

– Não, tô com uns planos na cabeça. Vou fazer uma surpresa pra ela.

– O que? Me conta!

– Eu falo, mas a senhora tem que prometer que não vai abrir a boca pra ela e nem pra ninguém.

– Promessa é dívida! Pode começar a falar!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
E a mãe da Patricia hein? Será que vai aceitar esse casamento?
Que surpresa acham que o Mateus está preparando?
Logo iremos descobrir =)
Bjus e até o próximo!