- Preciso te falar uma coisa, mas me deixa terminar ta bom? – diz Cecília.

 - Claro, pode falar o que quiser.

 - Eu... Bem, eu quero... Te pedir desculpas.

 - Desculpa? Acho que não entendi... – diz estreitando o olhar.

 - É sério Murilo, quero te pedir desculpas pelo meu orgulho idiota antes de tudo. Poderia ter evitado muitas coisas se não tivesse sido orgulhosa com você.

 - Deixa ver se entendi, você então está admitindo que errou?

 - Nessa parte sim. Eu exagerei e não te pedi desculpas quando deveria, mas estou pedindo agora.

Murilo a olha. Quem diria, o orgulho havia se quebrado sem ele fazer muita coisa pra isso.

 - E então? Me desculpa?

 - Não.

 - Não?! Porque não?

 - Porque não quero. Você demorou demais pra pedir!

 - Ah Murilo, para com isso vai!

 - É sério Cecília.  – diz em um tom sério.

Cecília se levanta do sofá e o olha de uma maneira furiosa.

 - Quer dizer que eu passei por cima do meu orgulho pra isso? Se eu soubesse que ia ser assim preferia ter ficado na minha que ganhava muito mais!

Murilo dá uma gargalhada, o que deixa Cecília muito mais irritada.

 - Qual é a graça, posso saber?

 - Pode sim, claro que pode. – diz Murilo levantando e ficando de frente para ela.

 - Então anda, diz logo!

 - Você é orgulhosa, cabeça dura, teimosa, mas é a mulher da minha vida.

 - Ah Murilo, para! – diz cruzando os braços e ficando sem graça.

 - É sério. Eu te amo mesmo com esse orgulho todo sua boba. E é claro que desculpo você.

 - Sério mesmo? Não está com mais raiva de mim?

 - Nunca tive raiva de você. Fiz o que fiz pra te provocar mesmo e ver se você pedia desculpas.

 - Eu pedi...

 - É, mas depois de eu insistir muito né? Se bem que acho que você ter pedido desculpas agora não tem nada a ver comigo.

 - Tem sim, mais do que você imagina.

 - Tem é?

 - Claro. Eu me dei conta que o meu orgulho poderia te afastar a cada dia mais de mim e eu não ia suportar isso.

 - Você passou por cima do seu orgulho por mim?

 - Sim. Minha vida sem você não tem mais sentido algum Murilo. Eu te amo.

Murilo a abraça pela cintura e a beija. Dessa vez Cissa não recua, mas sente um frio na barriga como há alguns instantes atrás.

 - Também te amo Cissa, tanto que tenho medo de fazer algo que machuque você.

 - Você nunca vai me machucar, sei disso.

Murilo volta a beija - lá e dessa vez a levanta do chão, fazendo com que seus pés fiquem pendurados. Ele senta no sofá colocando Cecília sentada em seu colo.

Enquanto a beija, acaricia suas coxas e sente que Cissa se arrepia com seu toque. Ela se afasta ofegante.

 - Não Murilo.

 - Porque não? Só estamos nós dois aqui.

 - Mas a sua mãe pode chegar.

 - Ela não vai chegar, pelo menos não até amanhã à noite.

 - Como assim?

 - Vai ficar brava comigo se eu falar?

 - Não sei... Melhor você começar a falar, depois eu decido.

 - Falei uma vez que minha mãe era enfermeira, lembra?

 - É acho que sim.

 - Eu sabia que a minha mãe ia estar de plantão hoje e só voltaria amanhã à noite. Por isso fui à sua casa. Ia perguntar se você não queria... Passar essa noite comigo. Inventava alguma desculpa pros seus pais pra eles te deixarem dormir fora ou pelo menos chegar mais tarde.

Cecília está com a cabeça baixa.

 - Ficou com raiva de mim por isso?

 - Não, claro que não. Só que agora me deu mais certeza de uma coisa.

 - Que coisa?

 - Não ria de mim, mas hoje desde a hora que te vi, sentia que alguma coisa poderia acontecer entre a gente. A hora que você me beijou mais cedo me deu um frio na barriga sabe? Fiquei tão nervosa quanto à primeira vez que fiquei com você.

 - E isso é ruim?

 - Não, quer dizer, acho que não.

Murilo beija Cecília carinhosamente e mexe em seus cabelos.

 - Tudo está a nosso favor, mas não precisa ser hoje se você não quiser.

 - Não acha que esperamos demais?

 - Espero o tempo que precisar.

 - Mas e se eu disser que não precisa mais esperar? Que eu quero que seja hoje tanto quanto você?

 - Você tem certeza?

 - Claro que tenho. Admito que to bem nervosa, até mais do que no dia lá do acampamento, mas eu quero sim.

Murilo segura a nuca de Cecília e a beija carinhosa e apaixonadamente. Ela por sua vez envolve os braços em volta do pescoço dele, que levanta a camisa que ela vestia até a altura da cintura, deixando assim as coxas de Cecília completamente a mostra.

 - É a sua primeira vez, tem certeza que quer que seja comigo? – pergunta ele um pouco tenso.

 - Claro que tenho. Quero que você seja o meu primeiro e último. Quero ser sua pra sempre.

Murilo tira a camiseta e joga no chão voltando a beija - lá.

É um beijo repleto de sentimentos. Desejo, tensão, medo. Ele para o beijo e olha para Cecília, que parece muito mais nervosa do que antes.

 - Confia em mim.

 - Eu confio.

Ele segura Cecília no colo e a leva até o quarto, a colocando delicadamente na cama.

 - Não pensa que esqueci a promessa que te fiz porque não esqueci viu? Vou fazer dessa a melhor noite da sua vida. Ou melhor, uma das melhores. – diz lhe dando um selinho.

 - Eu sei, tenho certeza disso.

Murilo abre botão por botão da camisa que Cecília vestia. Sua respiração estava rápida, mas ela estava se esforçando pra ficar mais tranqüila.

Percebendo o nervosismo de Cissa, Murilo beija toda a extensão do seu pescoço e assim que chega a altura dos lábios dela fala bem próximo a eles.

 - Relaxa minha princesa. Confia em mim.

 - Confio em você a ponto de deixar minha vida em suas mãos se for preciso, mas to com um pouco de medo.

 - Eu sei, eu também estou.

 - Você?

 - Claro. Uma mancada que eu dê, mesmo sem querer pode fazer você me odiar pra sempre. Se isso acontecer não vou me perdoar nunca mais Cissa.

 - Isso não vai acontecer. Já disse que confio em você. – diz beijando Murilo.

Ele termina de desabotoar a camisa dela e a tira, jogando no chão do quarto. Não tem tempo de fazer mais nada, pois é surpreendido por Cecília que senta sobre sua barriga.

 - Posso saber o que você pretende mocinha?

 - O que parece? – diz ela mordendo o lábio inferior.

 - Quer me dominar já na primeira vez é? Não senhora! – diz virando na cama e ficando por cima dela, segurando seus pulsos acima da sua cabeça. – Vamos ter muito tempo pra isso, mas agora quem manda sou eu!

 - Devo ter medo disso? – pergunta com dúvida.

 - Claro que não sua boba. Só que acho que não vai ser muito confortável pra você ficar por cima logo de cara.

 - Na real não vou ficar confortável de jeito nenhum.

 - Hei, porque diz isso?

 - Ah bêbê, sou realista né?! Sei que vai doer. A primeira vez sempre dói.

 - Como você sabe? Nem fez ainda pra saber.

 - As meninas sempre dizem isso e a Fabi me disse uma vez também.

 Murilo ri e senta na cama, trazendo Cecília pra junto dele, fazendo com que ela sente no seu colo, da mesma forma que estavam no sofá momentos antes. Ele acaricia seu rosto e olha no fundo dos olhos dela.

 - Vou te fazer sentir muita coisa hoje, mas dor não está incluída no pacote.

 - Como você sabe?

 - Eu apenas sei. Confia em mim.

Cecília faz um sinal positivo com a cabeça e Murilo volta a beija - lá, dessa vez levando as mãos até o fecho do sutiã dela. Ele olha para Cecília que fecha os olhos. Ele abre o fecho sem muita dificuldade e finalmente o tira, deixando que o mesmo caísse sobre eles. Cecília permanece de olhos fechados, o que faz com que ele solte um sorriso e fale bem próximo ao ouvido dela.

 - Com os olhos fechados você vai perder a melhor parte. Olha pra mim vai?!

 - Não consigo, to com vergonha.

 - Já vi pessoas terem vergonha de muitas coisas, mas vergonha de ser linda é a primeira vez.  – diz acariciando a cintura dela.

Aos poucos Cecília abre os olhos e se depara com os de Murilo a encarando com um sorriso.

 - Ainda está nervosa não é?

 - Estou. Um pouco menos, mas estou.

Murilo entrelaça seus dedos com os dela e vê que ela está tremendo.

 - Espera um pouco, já volto. – diz saindo da cama.

 - Aonde você vai?

 - Você já vai ver, espera aí. – diz saindo do quarto.

Cecília não entende e fica meio perdida. Porém ouve que Murilo aumenta o som e a música que toca agora não lhe é estranha. Era Wish You Were Here da banda Incubus.

Murilo volta para o quarto e senta na cama, ficando ao lado dela.

 - Lembra dessa música? – pergunta a ela.

 - Lembro. Eu gostava dela mesmo sem saber o nome e quem cantava, nem sabia direito que era rock.

 - Isso. Foi uma das que te passei quando você perdeu a aposta lembra?

 - Claro que lembro – diz com um sorriso – E ela tocou no show que você me levou também. Nunca vou esquecer dela.

 - E eu nunca vou me esquecer de você Cecília. Te amo.

 - Você não vai me esquecer nem se quisesse, sabe por quê? Não vou deixar você nunca mais Murilo, nunca mais.

 - É muito bom ouvir e saber disso. – diz sorrindo.

Ele abre o criado mudo e deixa o pacote de preservativos já a seu alcance. Volta a beijar Cecília, deitando sobre ela.

Murilo sente que ela agora parece mais calma, mais tranquila, apesar de ainda tremer um pouco. As lembranças trazidas pela música a ajudaram a se soltar.

Aproveitando isso ele passa a beijar toda a extensão do seu corpo e pode sentir Cecília ficando arrepiada. Beija sua boca e então coloca uma das mãos dentro da calcinha dela, que morde seu lábio com um pouco de força.

 - Relaxa... Sente a música. – diz ainda a beijando.

 - Vai tocar uma vez só? – pergunta ela baixinho.

 - Não, coloquei pra repetir. – responde com um sorriso.

 - Bom saber. – diz sorrindo e fazendo Murilo sorrir também.

Ele a beija por longos minutos, alternando entre boca, pescoço, seios, barriga e interior das coxas. Sente que as pernas de Cissa já estão ficando tremulas. Está quase na hora.

Pega o pacote de preservativos e entrega para Cissa.

 - Pode abrir pra mim e tirar uma? É que vou usar minhas mãos pra outra coisa agora...

Enquanto Cecília abre o pacote, Murilo tira suas calças e sua boxer branca, jogando em algum lugar do quarto.

 - Pronto. Quer ela... Agora? – pergunta Cecília sem jeito.

 - Te devolvo a pergunta. Quer que seja agora?

Cecília não diz nada, apenas lhe entrega uma das camisinhas. Murilo entende o recado, pegando o preservativo e deixando ao seu lado na cama. Começa a beijar Cecília na barriga e vai traçando uma linha de beijos até chegar à calcinha dela, que vai abaixando utilizando os dentes.

 - Meu Deus! – diz Cecília rindo enquanto arqueia o corpo na cama.

Murilo coloca o preservativo e se posiciona sobre Cecília, mas ao contrário do que ela esperava, ele não faz nada, apenas fica a olhando.

 - O que foi? – pergunta ela sem entender.

 - Nada. Só quis ficar te admirando um pouco.

Ela vira o rosto corando um pouco. Ele lhe segura o queixo e faz com que volte a olhar pra ele mais uma vez.

 - Você disse que nunca ia tentar se esconder de mim lembra mocinha?

 - Lembro, mas é um pouco difícil não ficar tímida em uma hora dessas.

Murilo acaricia seu rosto novamente e olha no fundo dos seus olhos. Era isso que Cecília precisava. Aquele olhar que a acalmava, a tranqüilizava e lhe tirava qualquer tipo de medo e tensão.

Murilo volta a beija - lá e afasta suas pernas com as dele. Mais uma vez faz uma linha de beijos que passa pelo pescoço, barriga e interior das coxas, mas dessa vez só para na intimidade de Cecília, onde ele deposita vários beijos. Ouve Cecília soltar alguns gemidos abafados e refaz a linha de beijos até chegar aos lábios dela mais uma vez.

A beija demoradamente e aos poucos começa a penetra - lá. Cecília arranha suas costas e isso o faz rir, pois sentia que aqueles arranhões não eram uma forma de demonstrar dor, mas sim prazer.

Assim que sente que estava completamente dentro dela, a olha e lhe acaricia o rosto.

 - E aí bonequinha? Doeu?

 - Acredita que não? – diz ela com um sorriso.

 - Claro que acredito, disse que não ia te fazer sentir dor lembra? Mas mesmo assim eu vou com calma dessa vez, até você se acostumar com o “exercício” novo. – brinca.

 - Você é um palhaço, mas eu te amo sabia?

 - Sabia, mas se quiser ficar lembrando sempre não vou achar ruim não!

Eles dão risada e voltam a se beijar. Murilo toma o máximo de cuidado possível com cada movimento. Quer que Cecília sempre se lembre da primeira vez deles como algo bom, algo inesquecível.

Após algum tempo Cecília sente suas pernas ficando moles e arranha as costas de Murilo com mais força do que antes. Ela ainda não tem muita certeza do que sentiu, mas ele sim. Pouco depois ele sente a mesma sensação e desaba na cama ao lado dela, lhe dando vários selinhos.

 - Fecha os olhos um pouco, vou sair. – diz Murilo.

 - E porque tenho que fechar os olhos?

 - Não quero que você veja... “Certas coisas”.

 - Ah, então é assim? Eu não posso me esconder de você, mas você pode de mim?

 - É diferente princesa. Você não vai ter uma bela vista agora, vai por mim. – diz sem jeito.

 - Ta bom, mas você não vai poder se esconder de mim pra sempre. – diz se virando na cama.

 - E nem quero isso, é só dessa vez, prometo. – diz saindo da cama e indo a direção do banheiro.

Cecília ri sozinha na cama lembrando do que acabara de acontecer. Enfim teve sua primeira vez, sem interrupções e foi até melhor do que ela esperava. Enquanto viaja em seus pensamentos, Murilo volta e deita ao lado dela na cama.

 - Arrependida?

 - Nem um pouco. Você cumpriu sua promessa ao pé da letra. Tenho certeza que não vou esquecer nunca desse dia.

 - Sempre cumpro o que prometo. – diz a beijando – Valeu a pena esperar.

 - Como você conseguiu?

 - Consegui o que?

 - Fazer com que não doesse.

 - Eu disse que não ia doer e nem que eu tivesse que me virar do avesso pra conseguir isso, era o que eu ia fazer. Não doeu mesmo né?

 - Não, sério mesmo. Eu senti uma coisa, não sei explicar ao certo o que, mas não foi dor.

Murilo sorri ao ouvir aquilo.

 - Sério mesmo que você não sabe o que sentiu? Nem desconfia?

 - Só sei que foi muito bom. Meu corpo ficou estremecido, mas em seguida parecia que eu ia desmontar, meu coração disparou, parecia que ia sair do meu corpo, sei lá, mas foi algo muito bom, mas muito bom mesmo!

Murilo da um sorriso satisfeito e beija a testa de Cecília.

 - Estava com medo de não poder te fazer sentir isso, pelo menos não na primeira vez.

Cecília o olha confusa, perdida. Ele a abraça e sussurra em seu ouvido.

 - Você gozou princesa. Isso que você sentiu foi um orgasmo.

Ela o encara surpresa, mas com o rosto completamente vermelho.

 - Ficou com vergonha? – pergunta ao olhar o rosto dela e rir.

 - Só um pouquinho, mas quer saber? Não to nem aí, é bom mesmo! – diz ainda com o rosto corado.

 - Muito. – diz lhe dando um selinho.

Eles ficam alguns minutos sem dizer nada, apenas abraçados, até que Murilo ouve um barulho que lhe faz olhar para Cecília.

 - Ta com fome né? – pergunta.

 - Já que você falou... Um pouco. – diz com um sorriso tímido.

Ele lhe devolve a camisa que havia emprestado e coloca uma bermuda.

 - Vem, vamos comer alguma coisa. – diz levando Cecília até a cozinha.