Opostos escrita por Nyne


Capítulo 33
Sendo um monstro


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas leitoras e amigas!
Bem, pelo título vcs devem ter deduzido que + uma vez o Mateus será o foco principal. Como disse respondendo aos reviews, não esqueci da Cissa e do Murilo, mas para que a fic continue tendo lógica, tive que focar + no Mateus.
Espero que gostem =)
Dedico esse capítulo a nova leitora e amiga
Amanda Maia
Ótima leitura a todas, bjuz!



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Segunda-feira o que os alunos mais esperavam era a nota da festa das nações, porém a professora disse que só divulgaria as notas na última aula, assim também já adiantaria os alunos que estariam de férias.

A ansiedade toma conta de todos, que já faziam seus próprios cálculos pra saber se estariam de férias de acordo com a nota da festa.

Porém aquela manhã custou a passar. Para se distraírem um pouco, Murilo, Luis, Cecília e Fabiana já planejavam as férias.

– Vocês vão fazer alguma coisa nas férias ou vão só ficar em casa mesmo? – pergunta Luis.

– Na verdade não planejei nada ainda, mas acho que pelo menos uns 15 dias to a fim de viajar. – diz Murilo.

– Mas e o trabalho bêbe? – pergunta Cecília.

– Vou tirar junto com as férias da escola, já tinha combinado lá. Por isso quero viajar entendeu?

– Ah sim, agora sim!

– Ah, então podíamos marcar alguma coisa pra fazermos juntos. Tipo uma praia ou algo assim. O que acham? – sugere Luis.

– É, seria legal! - diz Fabiana.

– Podemos acampar. É diferente. – diz Murilo.

– Eu topo. Já acampei uma vez, mas faz muito tempo. – diz Luis.

– E vocês, tudo bem se formos acampar? – pergunta Murilo para as garotas.

– Nunca acampei antes, só no quintal! – brinca Fabiana.

– Eu nem isso! Mas tudo bem, já que é algo diferente de todos os anos, eu topo também. – diz Cecília.

– Fechou então. Agora é esperar pra ver se estamos todos de férias. – diz Luis.

– Com certeza estamos. Nosso stand foi um dos melhores. – diz Fabiana.

– Estou confiante também, mas prefiro ver a nota antes de qualquer coisa. – diz Cecília.

Cecília estava certa, afinal aquela nota poderia mudar todas as outras e sendo assim mudar os planos de muitos também.

Finalmente ao fim da última aula a professora divulga as notas. Como era esperado por todos, o grupo de Cecília havia conseguido a nota máxima.

Todos comemoram, afinal com aquela nota todos já estavam dispensados das aulas. Na saída Enquanto Murilo e os demais faziam planos para sua viagem, Mateus estava sério.

– Graças a Deus férias! – dizia Patrícia – O que foi? Pensei que ficaria feliz por estar de férias e por não ter mais que ver a cara do Murilo esses dias.

– Estou feliz sim, mas tem outra coisa me atormentando há um tempo.

– Posso saber o que é? Talvez possa te ajudar.

– Na saída conversamos. – disse sério, deixando Patrícia preocupada.

Enfim chega a hora da saída e Mateus vai com Patrícia até a praça próxima a escola. Sentam-se e ele fica calado, meio que procurando um jeito de começar a falar.

– Você está estranho. O que foi afinal?

– Paty, pensei muito esses dias em como falar pra você o que vou falar agora e pode acreditar que não encontrei outro jeito.

– Ta me assustando Mateus...

– Paty, você é uma garota muito legal, é linda, mas não dá mais. Sei que você vai me odiar por isso, mas acho que está na hora de cada um seguir seu caminho.

– Desculpa, mas acho que não entendi. – responde já com os olhos marejados – Você está terminando comigo?

– É o melhor Paty. Desculpa, mas tem que ser assim.

– Ao menos me dá o motivo.

– Não tem motivo Patrícia, apenas acho melhor você e eu terminarmos antes que as coisas tomem rumos que não devem tomar.

– Tem sim, sempre tem algum motivo. O que te fiz Mateus? Onde errei, me fala, tenho o direito de saber. – dizia Patrícia aos prantos.

– O problema não é você Patrícia, sou eu.

– Para Mateus, acha mesmo que vou cair nessa? Seja homem e fala de uma vez!- dizia com a voz já bem alterada.

Mateus coloca as mãos no rosto e não diz nada, o que irrita Patrícia ainda mais.

– Fala Mateus, fala, eu quero e preciso ouvir o que foi que eu fiz.

Nervoso pelos gritos dela e por não saber o que dizer, Mateus se levante do banco e começa a falar em um tom tão alterado quanto o dela.

– Para de achar que é o centro do mundo garota! Porque não quero mais seguir com essa droga de namoro acha que a culpa é sua? Já disse que não é!

– Droga de namoro? É isso mesmo que você acha? – diz Patrícia chorando e já quase sem voz.

– Isso mesmo, droga de namoro. Estava tudo muito bem enquanto só ficávamos, mas você encheu o saco pra namorar não foi? Não deu certo, não curti esse lance ok? Não vejo o porquê continuar com essa palhaçada toda.

Patrícia olha para Mateus sem sequer conseguir abrir a boca. Não consegue acreditar que ele estava falando aquilo tudo. Ele por sua vez não consegue mais parar de falar, é como se tivesse perdido completamente o controle próprio.

– Muito bem, você quer o motivo pelo qual estou terminando com você certo? Ok, aqui vai o motivo: Você perdeu a graça Patrícia. Não tem mais aquela coisa de novidade e tal. Tudo o que queria de você já tive, perdi o interesse, feliz agora?

Após terminar de falar Mateus se dá conta de que não devia ter dito aquelas coisas. Patrícia não tinha culpa de nada, era apenas uma vítima e uma vítima feita por ele mesmo.

– Agora tudo faz sentido. Meu Deus como fui burra! - dizia com as mãos no rosto enquanto chorava – Você só queria transar comigo, e sabia que eu não faria nada com você se não estivéssemos em um relacionamento sério. Não acredito que cai nesse papo furado! E mesmo assim você seguiu em frente até conseguir o que queria.

– Sou homem Patrícia, homem é tudo igual, não prendeu isso não?

Patrícia limpa sua lágrimas com raiva. Está se sentindo usada, magoada. Pega seu material do banco e antes de sair dá uma última olhada em Mateus, que não a encara. Está sentado olhando para o chão.

– Nunca senti ódio por ninguém Mateus e não vai ser por causa de um ser tão desprezível quanto você que vou sentir agora. E só pra você saber, homens não são todos iguais, mas moleques imaturos como você sim. Nunca mais fala comigo, nunca mais, se você ainda tem um pouco de dignidade dentro de você. – diz virando as costas e indo embora chorando.

Mateus vê Patrícia se afastar até sumir de sua vista. Coloca a cabeça entre os joelhos e começa a chorar como uma criança. Fica assim por um bom tempo e sequer se importa com as pessoas que passam pela rua. Pega o celular e liga para a mãe, que se surpreende com a ligação.

– Oi filho, está tudo bem?

– Não mãe, não está. – diz ainda com a voz chorosa.

– Pelo amor de Deus meu filho, o que ouve?

– A senhora pode vir me buscar? Não to nada bem.

– Claro, onde você está na escola ainda?

– Não, estou naquela praça próxima. Por favor, mãe. Preciso muito de você.

– Já estou indo meu filho, não sai daí.

Depois de alguns minutos a mãe de Mateus chega. Abre a porta do carro pro filho que mal entra e já a abraça. Está com os olhos vermelhos.

– O que ouve filho? Porque está chorando assim? – diz abraçada ao filho sem entender o porquê daquela atitude dele.

– Eu estou tentando cumprir a promessa que te fiz mãe, mas parece que está saindo tudo errado. – diz chorando.

– Me diz o que aconteceu.

– Podemos sair daqui primeiro? Quero ir pra casa.

– Tudo bem, vamos pra casa, lá você me explica melhor.

Já em casa e um pouco mais calmo Mateus explica para a mãe o que havia acontecido. Ela o escuta atentamente.

– Porque fez isso filho? Porque terminou com essa moça?

– Não sei mãe. Acho que não sou o cara certo pra ela.

– Porque acha isso?

– Eu não a tratava bem, era estúpido e ignorante com ela. Ela não merecia isso e como não sei se vou conseguir ser diferente achei melhor deixar ela livre.

– Você sofreu com isso não sofreu?

– Acho que sim. Quando ela foi embora chorando tive vontade de correr atrás dela, mas não consegui. É como se algo não deixasse, não sei dizer.

– Você gosta dessa moça Mateus.

– Já disse que não sei mãe, ta tudo tão confuso na minha cabeça.

– Filho, eu não fiz uma pergunta e sim uma afirmação. Você gosta dessa moça, se não, não teria se importado com ela.

Mateus olha para a mãe sem saber o que dizer. Ele nunca havia se importado com ninguém, ainda mais se estava fazendo a pessoa sofrer ou não. A preocupação dele com Patrícia realmente era fruto de algo, mas ele não estava certo do que.

– Nunca gostei de ninguém mãe, como vou saber se estou gostando dela? To muito confuso e com raiva de mim pelo o que fiz. Disse tantas coisas pra ela coitada, coisas que ela não merecia escutar.

– Porque não fala com ela outra vez?

– Ela não vai me ouvir, disse pra eu nunca mais falar com ela.

– Isso é normal, ainda mais de você dizer o que disse pra ela. Mas não precisa ir agora. Dá um tempo pra ela e pra você. Ambos estão com a cabeça cheia e magoados.

– Quando então? Entramos de férias hoje.

– Fale depois das férias então, vai passar tão rápido.

– Eu não quero ser um monstro mãe.

– E não vai ser filho, não vai. – diz abraçada a Mateus.



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Notas finais do capítulo

Bem, no próximo capítulo Mateus ficará um pouco de lado, mas tbm não esquecerei dele.
Já editei Chance e semana que vem começarei a repostar. Quem leu, leia, pois tem algumas mudanças consideráveis. Quem não leu deve ler, pois vai se apaixonar =)
Bjus e até o próximo capítulo!
P.S Não esqueçam os reviews hein! =D