Opostos escrita por Nyne


Capítulo 11
Conhecimentos gerais


Notas iniciais do capítulo

Olá queridas amigas e leitoras!
Virão como o fds passou rapidinho? =)
E aqui estou eu para postar + um capítulo fresquinho e emocionante para vcs.
Antes quero dedicar esse capítulo a nossa + nova leitora e amiga
popprincess
Seja bem vinda =D
E tbm quero agradecer a Fabrinechan, que indicou a fic.
Muito obrigada amiga, fiquei mega feliz.
Façam como ela, recomendem tbm =D
Agora, como sei que devem estar mega ansiosas, lá vai um novo capítulo.
bjus e ótima leitura.



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Cecília e Murilo continuam estudando juntos durante toda aquela semana. Agora já sabiam a data da prova, que aconteceria na semana seguinte.

Murilo estava melhorando bastante, mas ainda assim se confundia com algumas fórmulas e cálculos.

 - Podemos dar uma pausa? Não agüento mais ver tanto número! – diz ele.

 - Tudo bem, até eu já estou ficando cansada. – sorri.

 - Posso te fazer uma pergunta?

 - Claro. Sobre a matéria?

 - Não, sobre você. Posso perguntar mesmo assim?

 - Pode.

 - Porque você nunca anda com o cabelo solto? Desde que te conheço você anda com esse rabo de cavalo.

 - Não sei gosto dele assim.

 - Você ficaria mais bonita com o cabelo solto. Não que você não seja bonita, não é isso, mas com o cabelo solto você ficaria mais. Pelo menos é o que eu acho.

Cecília fica sem jeito com o comentário e tenta mudar de assunto.

 - E eu, posso te fazer uma pergunta?

 - À vontade.

 - Tenho notado que você não é burro, quero dizer você presta atenção quando te explico as matérias, se esforça pra aprender sabe?

 - Sei e o que isso tem a ver com sua pergunta?

 - Porque repetiu o ano?

Murilo dá um sorriso debochado.

 - Más companhias. Digamos que eu não soube escolher as minhas amizades.

 - Aprontou muito então?

 - Você nem imagina.

 - Porque não me conta então?

 - Acho melhor não, posso te assustar e você não vai mais querer me dar aulas particulares.

 - Claro que não, nada a ver! Até porque vou ganhar a aposta e você vai ter que ir ao cinema comigo.

 - Você ainda acredita nisso? – diz com ironia – O professor vai caçar detalhes mínimos pra me ferrar e como você mesma já percebeu, são nos mínimos detalhes que me confundo.

 - Eu disse que confio no meu taco não disse? E para de enrolar e começa a falar de uma vez, temos que estudar mais um pouco hoje.

 - É uma história comprida, que envolve muitas coisas, quer saber mesmo assim?

 - Gosto de histórias compridas. – diz colocando a mão no queixo e olhando para Murilo, esperando que ele comece a falar.

 - Tudo bem então. Até a minha quinta série eu era um aluno exemplo, acho que conseguia ser mais CDF que você, sem ofensas.

 - Tudo bem – sorri Cecília – Continua.

 - Eu tirava boas notas em todas as matérias, até matemática que sempre fui mais fraco não tirava nota menor que 7,5. Minha vida era ótima, até que quando fiz doze anos tudo desabou na minha cabeça.

 - O que aconteceu?

 - Meu pai era policial, não sei se cheguei a te falar.

 - Na verdade não.

 - Pois é meu pai era policial. Era difícil ele estar em casa, mas sempre que estava largava o que fosse pra ficar comigo e com a minha mãe. Foi ele que me ensinou a jogar xadrez.

- Entendo. Por isso que você gosta tanto de xadrez né?

- É uma forma de me sentir mais perto dele. Meu pai era meu herói sabe? Quando ele morreu meu mundo desabou. Não esperava, ninguém esperava.

 - Como aconteceu?

 - Ele estava de plantão e recebeu um chamado da base dele, dizendo pra dar reforço em uma apreensão, sei lá o que. Ele foi, mas acabou que teve um tiroteio e acertaram ele. Foi operado e tudo o mais, mas não resistiu.

 - Poxa, que chato. Não sei nem o que dizer Murilo. – diz Cecília triste.

 - Depois disso nada foi igual ao que era. Minha mãe chorava todos os dias escondida de mim, mas eu podia ouvir do meu quarto. Foi quando comecei a cair muito no meu rendimento na escola.

 - Normal afinal você passou por um trauma e tanto.

 - Por quatro anos eu só passava empurrado como dizem sabe? Não me esforçava nem um pouco pra tirar uma nota boa, não tinha ninguém pra se orgulhar de mim por isso.

 - Não fala assim, tinha sua mãe.

 - Ela surtou legal Cecília, ficou chapadona por um bom tempo, nem ligava pra mim. Foi aí que comecei a me envolver com as pessoas erradas.

 - As más companhias que disse?

 - Isso. Tinha um grupo barra pesada lá na escola de onde eu vim. Toda a escola tinha medo deles, mas eu não. E também pensava assim, não tenho mais nada a perder mesmo. Resolvi ir me envolvendo com eles e tal, quando me dei conta já estava fazendo um monte de besteiras.

 - Tipo?

 - Comecei cabulando aula. Me arrumava dizendo que ia pra escola mas não passava nem perto. Depois disso comecei a fumar, beber, sair pra balada na sexta e voltar só na segunda de manhã.

 - Caraca! Radicalizou mesmo hein?

 - Era o único jeito que eu conseguia me desligar do mundo que eu vivia. Esquecer meu pai, a depressão da minha mãe. No começo era tudo de boa, mas as coisas mudaram.

Cecília prestava atenção em tudo o que Murilo falava. Ficava imaginando por tudo o que ele havia passado.

 - Teve uma festa que eles armaram e eu fui. Parecia uma festa normal, mas só parecia. Eu bebi muito nessa festa, mas muito mesmo, misturei todas as bebidas que você pode imaginar e ainda assim lembro de tudo o que rolou lá.

 - Se não quiser falar tudo bem, vou entender. – diz Cecília vendo que lembrar daquilo parecia estar deixando Murilo mal.

 - Não, por favor, comecei me deixa terminar. Nunca falei disso com ninguém e me sinto bem falando com você.

 - Tudo bem, mas se não quiser mais falar vou entender.

 - Ta tudo bem, não esquenta comigo – diz continuando a história – Eu estava muito louco, tinha bebido todas. Acho que peguei com umas quatro garotas nessa festa aí, mas peguei de jeito mesmo entende?

 - Entendi – diz Cecília se sentindo sem graça.

 - Enquanto eu estava dando uns pegas lá, uma delas veio me oferecer drogas.

 - Você chegou a usar? – pergunta mesmo receosa com a resposta.

 - Não. Alias foi nessa festa que percebi o que estava fazendo com a minha vida. A hora que ela veio me oferecer uma das muitas drogas que tinha, eu não quis. Disse que estava de boa como estava. A menina surtou, quem via parecia que eu estava tentando estuprar ela. Começou a gritar que nem uma louca lá no meio de todo mundo.

 - Meu Deus e aí?

 - Eu tentei fazer ela parar, mas parece que piorei a situação. Os caras vieram pra cima de mim e me arrebentaram.

 - Covardes. Você estava sozinho praticamente.

 - Isso. Sei que a polícia baixou na festa e foi uma zona completa. Ninguém foi preso, eram todos menores e os maiores deram no pé antes da policia chegar. Mas pensa que acabou? Nada!

 - O que mais aconteceu?

 - Um dos PMs que foram lá era um dos melhores amigos do meu pai. Me reconheceu na hora.

 - Nossa! E aí?

- Meu deu um sermão daqueles, mas também livrou a minha cara. Saiu comigo na surdina e nem pra delegacia fui. Mas sinceramente? Era melhor ter ido pra delegacia do que ouvir as coisas que ele me disse. Falou que meu pai de onde estivesse deveria estar decepcionado comigo, que não foi aqueles princípios que ele havia me ensinado e tal, fora que eu ia ter que começar a agir como um homem de agora em diante, porque era isso que meu pai esperava de mim.

 - E você fez o que?

Murilo abaixa a cabeça e fica em silencio por um tempo até voltar a falar.

 - Chorei. Só chorei que nem uma criança. Mas até que me fez bem, eu coloquei pra fora tudo o que estava me sufocando durante todo aquele tempo. Até ele ficou com pena de mim. Me levou no hospital,onde  fiz uns curativos e fui pra casa. Inventei uma história pra minha mãe e ela acreditou.

 - Depois disso que você parou de andar com essas pessoas?

 - Isso. Tentei dar uma recuperada na escola, mas já não dava mais. Além das notas estarem péssimas reprovei por falta também, cabulava quase todos os dias.

 - Entendi.

 - Aí depois disso que a minha ficha caiu. Pedi desculpas pra minha mãe, ela também se desculpou pela indiferença comigo durante aquele tempo e tal e voltamos a tentar seguir a nossa vida numa boa. Resolvi mudar de escola pra começar do zero e aqui estou como você pode ver.

 - Nossa que história a sua!

 - Te assustei com alguma coisa que disse?

 - Não.

 - Vai continuar me dando reforço nas matérias então?

 - Claro que sim. – reponde com um sorriso.

 - Legal. Mas e você?

 - O que tem eu?

 - Falei um pouco da minha vida pra você, agora é sua vez de falar um pouco da sua pra mim não acha?

 - Minha vida é tão sem graça... – diz tentando desconversar.

 - Não faz mal, quero ouvir mesmo assim.

Cecília olha para Murilo e dá um suspiro seguido se um risinho.

 - Ok, você venceu. O que quer saber?


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Que tal recomendarem então? ^^
Logo postarei o próximo, enquanto isso deixem seus reviews ok? nada de esquecer =)
Bjus e até o próximo!