“Endless rain, fall on my heart kokoro no kizu ni
Let me forget all of the hate, all of the sadness”

“Days of joy, days of sadness slowly pass me by
As I try to hold you, you are vanishing before me
You're just an illusion
When I'm awaken, my tears have dried in the sand of sleep
I'm a rose blooming in the desert”

Endless Rain (X-Japan)

 

 

POV Minato

 

A manhã seguinte nasceu nublada... E eu passei a noite em claro olhando para as estrelas... Naruto dormia profundamente, felizmente não sabia como é perder alguém que ama. Infelizmente sentiria isso e com certeza sentiria mesmo, pois a vida é um jogo onde você perde e ganha varias vezes seguidas e sem pensar. O estoque de leite estava longe de acabar e isso era bom... Creio que assim ele não sentiria tanto a falta do seio da mãe.

Que sentimento era aquele? Eu perdi a mulher que eu mais amei... Mas agora só consigo me concentrar na luta em que terei com aquela raposa maldita.

Fui até o berço de meu filho e o observei por um momento, ele de fato por mais parecido que fosse comigo lembrava muito Kushina, a serenidade que aparentava ter ao dormir era tão igual que eu até me assustei, foi quando ele abriu seus olhos e ao me ver abriu os braços e sorriu.

O peguei no colo e o ergui lá em cima sorrindo, como sempre fazia, voltei ele ao meu peito e o fiz olhar pra mim.

 

- Naruto-kun... – Disse. – Meu filho...

 

Ele tinha aqueles olhos vidrados em mim.

 

- Você vai crescer, vai ser um rapaz justo, um bom ninja! – Continuei. – Sim, eu sei que vai. Mas quero que me perdoe... Otou-chan não vai poder estar contigo pra te ver crescer e se tornar o Rokudaime Hokage, saiba que isso me parte o coração, mas... Como Hokage, eu terei que tratar você como um simples cidadão, e sacrificar a minha vida pra preservar a sua. Sei que fará isso quando for a sua vez! E sei que não sabe nem o que eu estou falando, mas acho que sente lá no fundo o que eu quero dizer.

 

Ele continuava a prestar atenção no que eu dizia, me senti meio surpreso, ele não desviava se quer o olhar pra mim.

 

- Você me perdoa, não é? – Perguntei. – Não só por isso, mas também por não poder proteger sua mãe.

 

E foi nessa hora que como se ele realmente entendesse ele sorriu pra mim, como se dissesse “Eu te perdôo.”

E aquilo me fez tão bem... Abracei meu filho, sabia que poderia ser a última vez que eu faria isso... Nos olhos daquele garoto eu podia ver o futuro, e não apenas o futuro dele, mas também o futuro de todo o mundo shinobi.

Depositei naruto no berço novamente e me troquei... Aquele dia seria o funeral de Kushina. Meu ultimo adeus a mulher que amei e sempre vou amar.

 

...

 

Horas depois, eu vi os shinobis de todos os cantos da vila indo prestar homenagem a melhor Kunoichi já vista naquela vila. Ninguém se locomovia rapidamente, eram passos calmos até o local do funeral, e foi aí que começou a chover.

Todos caminhavam mesmo com chuva até a sede da Vila, subiram todos até ao terraço e lá estava algumas coroas de flores, a foto dela e as cinzas dentro de um vazo de cor perola com o símbolo de seu extinto clã, Uzumaki. O qual leva o meu filho, este iria reviver o clã dentro de Konoha. As raízes minhas e os ramos dela, os frutos nosso.

Como todo funeral, os Shinobis ficam alinhados em várias filas de um determinado numero de pessoas cada. E cada uma da esquerda pra direita vai até o altar funeral e coloca uma flor ali como ultima homenagem.

E assim foi... Ninjas de várias idades, fossem eles Gennins, Chuunins, Jounnins ou ANBU.

Eu me situava na frente de todos, era o único familiar e fazia parte da cerimônia.

No fim um a um se retirava, recebi o consolo de varias pessoas, até que sobrou a mim, Kakashi, Sarutobi-sensei e Jiraya-sensei.

 

- Fiquei sabendo do que irá fazer... – Disse Sarutobi para mim. – Não é uma decisão fácil, mas eu faria o mesmo. Mesmo assim, me responda uma coisa: Você tem certeza que pode parar a Kyuubi?

 

 - Se eu não tivesse, não colocaria a minha vida e a de toda a vila em risco. – Disse sério. – Eu já tenho planos para aquela raposa maldita. Não vou destruí-la, ela vai aprender a ser boa com o meu filho.

 

Sarutobi-sensei olhou pra mim espantado, ele realmente havia acertado na mosca o que eu estava querendo dizer.

 

- Está pensando em selar a kyuubi em Naruto? – Perguntou ele. – Está ficando louco?

 

- Não... Eu não estou ficando louco. – Falei irritado. – Vocês a princípio vão entender. Eu tenho muito medo que ele seja rejeitado no começo.

 

- Há uma grande chance de que isso realmente aconteça. – Disse Jiraya. – Mas se ele estiver em boas mãos, será um bom garoto.

 

- Assim eu espero. – Disse caminhando até a beira do terraço avistando a cidade ainda não reconstruída. – Ele vai voltar, eu tenho certeza. E quando ele voltar eu selarei todo o seu chakra em Naruto.

 

Eu jamais desejei nada de ruim a ninguém, mesmo se tratando de uma bijuu... Mas a minha vida foi completamente destruída graças a ela, e eu jamais deixaria isso passar.

 

... Fim de POV

 

Horas depois Minato estava esperando pela aparição da Kyuubi no telhado de uma casa. Toda a vila foi para os refúgios novamente. Armado com a Karyuuken e encostado na chaminé da casa, os olhos estavam fechados, e a chuva continuava a cair.

Do outro lado da vila caminhava o homem que tinha os propósitos de destruir Konoha. Sentia-se por perto a maldade concentrada em um só ser, ele sendo humano ou não.

Minato abriu os olhos, olhando para o céu, se desencostou da chaminé e correndo de telhado a telhado foi de encontro com Hitotsu, ou melhor dizendo, a forma humana da Kyuubi.

Parou de frente a ela, há uns vinte metros, estava com o olhar fixo no ser que havia parado também.

 

- E então, você não vai me dar as boas vindas? – Perguntou Hitotsu rindo lá na frente.

 

- Você nunca será bem vindo aqui, raposa maldita! – Disse Minato com rispidez.

 

- Ah... Ainda está nervoso com o que aconteceu a sua queria esposa? – Perguntou novamente. – Faltou o seu filho, e eu vim aqui exatamente pra isso.

 

- Não antes de passar por mim! – A coloração de minato assumiu novamente a de quando ele ativara o modo Sennin. – Eu vou te dar o troco pelo que fez a Kushina.

 

Hitotsu se posicionou como um quadrúpede no chão.

 

- Você me derrotou na forma humana... Como disse, um Shinobi não pode destruir uma vila inteira, mas... Um biju pode! – O homem foi envolto por uma aura vermelha e pouco a pouco ia se transformando em um animal de orelhas longas e dentes afiados. As nove caldas se materializaram e ele tomou forma de uma raposa gigante de nove caudas.

 

- ME VENÇA SE FOR CAPAZ! YONDAIME HOKAGE! – Gritou o monstro num rugido.

 

Nesse momento Yondaime abriu dois pergaminhos e deles foram arremessadas várias kunais de três pontas que se espalharam por todos os lugares. A segunda etapa foi escapar dos ataques rápidos da Kyuubi. Cada rajada de  ar era uma fileira de casas destruídas. Logo depois evocou vários clones para ajuda-lo. Mas era inútil, pois um golpe da besta destruía metade do que ele evocava.

 

- Merda! – Gritou de raiva. – Eu tenho que guardar Chakra pra poder selar a raposa.

 

Minato se recompôs e mais uma vez tentou conter a Raposa, mas um golpe o atingiu e ele fora arremessado metros de onde estava, mas graças as Kunais especiais ele se tele portou pra perto da raposa mais uma vez.

Antes que pudesse pensar em alguma coisa, vultos apareceram atacando com kunais explosivas, eram reforços, mas espera desde quando ele havia pedido reforços? Antes que ele perguntasse isso a si mesmo...

 

- Não tente recusar a ajuda! Seu egoísta! Você pode ser o líder da vila, mas continua sendo um só, e um único homem não consegue destruir um biju, mesmo estando no modo sennin! Então se você quer selar esse monstro logo, não fique parado e prepare o selo! – Jiraya apareceu do seu lado, zangado dessa vez pelo egoísmo de seu aluno.

 

- Jiraya-sensei... - Minato havia pensado em como fora burro em tentar derrotar a Kyuubi sozinho... Estava  desperdiçando chakra á toa. Jiraya tirou de suas costas dois pergaminhos extragrandes. ( pergamões no caso)

 

- Os dois pergaminhos com as técnicas de selo, a que selará a alma da Kyuubi e a fará com que Naruto tenha duas fontes de Chakra. – Disse Jiraya para Minato. – Minato, quero que saiba de uma coisa antes de iniciar.

 

- Diga sensei. – Disse Minato abrindo os pergaminhos e os espalhando no chão.

 

- Você, Eiji e Kushina foram bons alunos... – Disse Jiraya sorrindo. – Será uma pena saber que os três desapareceram nesse mundo. Saiba também que você foi como um filho pra mim, e que sempre será lembrado por mim como mais que uma lenda ou o shinobi mais forte do país do fogo. Você será lembrado como o filho que eu nunca tive!

 

Minato olhou para seu sensei que parecia triste ao vê-lo partir assim do nada. Tudo que fez foi expressar aquele mesmo sorriso, cativante de sempre e acenar positivamente para seu mestre.

 

- A gente ainda se encontra de novo, Otou-san! – Disse Minato. – Saiba que você foi um pai pra mim... E quero que trate o Naruto como um neto!

 

Aquelas palavras de Minato marcaram Jiraya, e tudo que ele pode fazer foi retribuir ao seu sorriso e se distanciar.

 

- Atenderei ao seu pedido! – Disse Jiraya  . – Até um dia...

 

Jiraya desapareceu em uma nuvem de fumaça, para dar reforços aos Jounnins e ANBU que estavam lá.

 

- Vamos começar então... – Disse Minato lendo os pergaminhos. – Kuchyose no Jutsu! 

 

Um enorme Sapo vermelho fora evocado,com uma Katana nas costas, e um cachimbo na boca, um dos olhos era tapado por um tapa-olho. Este usava um kimono de Shogun azul.

 

- Minato... – Disse o enorme sapo.

 

- Bunta! Preciso que me ajude. – Pediu Minato.

 

- Eu já sei de toda a história, Jiraya me contou. – Disse o Bunta o chefe dos sapos. – Vamos, suba e faça logo o que tem para fazer!

 

Minato subiu com os pergaminhos na cabeça do enorme Sapo.

 

- Eu preciso que você fique a uma distancia considerável da Kyuubi. – Disse Minato avistando a besta lá de cima. – Temos que ser rápidos... Espero que tragam Naruto logo.

 

Era inútil resitir a Kyuubi mesmo os Jounins mais fortes não conseguiam, a ANBU também fazia o que podia, mas nenhum ser era capaz de conter aquela fera.

Tsunade tentava a todo custo curar os Shinobis feridos gravemente no campo de batalha, mas não era fácil, mesmo com uma equipe de médicos classe S, não era fácil, pois as feridas eram muito graves.

 

- Vamos Minato... Sele-a logo! – Pensava a Sannin desesperada.

 

Shizune corria com Naruto no colo, o choro estridente da criança era notável, mas ela não podia fazer nada, apenas desviar dos destroços com cuidado. Seguia até o enorme sapo vermelho.

 

- Droga... Rin foi atingida e eu não pude fazer nada... – Dizia a menina aos prantos levando o bebê. – Por que tanta destruição? Maldita Kyuubi...

 

Continuava a chover, mas desta vez a chuva era fina... Os raios ainda caiam e os trovões ainda rugiam. Logo a cavalaria dos Uchiha chegou, mesmo assim não era fácil, e estava sendo muito puxado para todos. Não tinha como parar um bijuu nem com todo os shinobis da vila reunidos... As mortes começaram a surgir e o caos só aumentava.

 

- OTOU-SAN! OKA-CHAN!  - Gritava o garoto que havia escapado do abrigo... Aquele era Iruka, sendo levado de volta para o abrigo por dois membros da ANBU, as lagrimas escorriam de seus olhos ao acompanhar de perto a morte de seus pais. – Deixem-me aqui! Eu quero ver os meus pais.

 

Os dois membros da ANBU não responderam apenas o levaram para o abrigo novamente.

Kakashi estava ferido, mas mesmo assim ainda de pé... Esperando, ainda vivo, não poderia decepcionar seu sensei de modo algum.

 

- Sensei... Vai logo... – Dizia ele com o olho de Sharingan sangrando graças ao uso intensivo.

 

Então foi aí que na frente de todos um enorme Sapo Vermelho apareceu.

 

- Graças ao céu... – Suspirou Tsunade. -  Atenção! Retirada a todos! – Gritou aos Ninjas Médicos.

 

Todos os sobreviventes correram de volta aos abrigos levando os corpos e os feridos. Agora era apenas a Kyuubi e o Relâmpago Amarelo de Konoha.

 

- Então retornou, Yondaime-chan? – Perturbou-o a raposa. – Eu estava aqui passando o tempo com a sua gentinha de merda!

 

- Qual é o seu maior desejo, Kyuubi? – Perguntou Minato cortando o deboche da besta.

 

- Destruir! – Disse a raposa num uivo.

 

- Você matou muita gente aqui... – Disse Minato friamente. – Vai aprender a ser uma boa menina!

 

Shizune subia as costas de Bunta com Naruto nos braços.

 

- Minato-sama! – A menina parou ali. Atrás de Yondaime.

 

- Vou precisar de sua ajuda, Shizune. – Disse Minato ainda olhando para a Kyuubi que sem pensar duas vezes mandou uma rajada de vento. Que foi segurada por Bunta.

 

- Precisa de muito mais que isso pra me deter, raposa de merda! – Disse Bunta.

 

- Segure Naruto pra mim até que eu diga para me dar! – Ordenou o Yondaime.

 

- Hai! – Obedeceu-o Shizune.

 

Minato com aqueles pergaminhos ainda abertos fez uma combinação de selos com a mão e tocou no primeiro pergaminho.

 

- Hakke no Fuin Shiki! – Disse anunciando o selo.

 

Oito pilares apareceram envoltos da Kyuubi e várias correntes a prenderam, no pescoço, patas e caudas. Pouco a pouco a Kyuubi ia se tornando um monto vermelho. Eram pilares feitos de um material semelhante a um cristal incandescente.

 

- O que? – Indagou a besta. – Mas que jutsu é esse?

 

A Kyuubi tentava se livrar do jutsu mas não conseguia quebrar as correntes.

 

- Isso é pela Kushina... – dizia Minato. – Shizune!

 

Shizune entregou Naruto para Minato, o garoto estava aos prantos, mas por incrível que pudesse ser, se acalmou nos braços do pai.

 

- Obrigado Shizune, você já pode voltar... – Disse Minato. – Diga a Jiraya e a todos que eu sempre estarei olhando por Konohagakure no Sato.

 

Shizune acenou com a cabeça e se retirou do lugar...Neste instante um altar se ergueu até minato, onde foi depositado Naruto.

 

- Vai ficar tudo bem... – Disse Minato para o filho que fixou seus olhos no pai. – Kyuubi! Está vendo essa criança? Ela vai mudar o mundo! E você a ajudará!

 

- Me obrigue! – Rosnou a raposa.

 

- Sim! Eu te obrigo! – Gritou – SHIKI FUUJIN!

 

Ao anunciar o jutsu de selamento os trovões  rugiram e materializou-se flutuante no céu um espírito de demônio. Uma criatura semelhante a um fantasma que vestia um kimono branco e uma mascar  de oni ao rosto.

 

- Shinigami-sama. – Disse Minato. – Em troca de minha alma... Sele este espírito dentro desta criança!

 

O Deus da Morte sem responder estendeu sua mão como elástico até o centro daquele chakra vermelho que antes era a raposa. E tirou uma essência vermelha de lá. E Está ele aproximou do Umbigo de Naruto o fazendo absorver toda a alma da Kyuubi.

 

- NÃO! – a voz da Kyuubi ecoava. – Maldito Yondaime!!

 

Os berros da besta eram ouvidos de lá do refugio e por todos os cantos do país do fogo.

 

Quando a alma fora absorvida por completo um selo em espiral apareceu no umbigo de Naruto, que voltara a chorar novamente. Então Yondaime olhou para o Deus da Morte e abriu os braços.

 

- Agora, como fora prometido, a minha alma! – Disse Minato.

 

Sem piedade o Deus da Morte cravou a mão no umbigo de Minato e retirou sua alma a colocando em um baú que fora evocado em sua outra mão. E logo sumiu.

Yondaime agora sem vida, ficara de pé por um momento em cima de Bunta, mas logo caíra, na superfície lisa do Sapo. Assim o outro Jutsu se desfez e Bunta também desapareceu, deixando que Naruto e Minato caíssem ao chão.
Antes que Naruto caísse, o corpo de Minato ainda no ar estranhamente o agarrou protegendo o filho da queda.

 

“Torne-se um bom homem... Meu filho!”

 

E finalmente quedou ao chão... Dos olhos do pequeno Naruto, duas lagrimas escorreram. E as feições da Kyuubi em seu rosto finalmente apareceram.

 

A chuva cessou aquela hora e o céu limpou dando origem a uma noite estrelada.

Não passou nem meia hora após ter cessado tudo aquilo. Os Shinobis de Konoha liderados por Kakashi foram vistoriar o local destruído.

Apareceram no local, onde nem Bunta e nem Kyuubi estavam mais...

 

- Parece que finalmente acabou... – Disse Kakashi para si mesmo.

 

E ao caminhar por alguns metros da região destruída passou a ouvir o resmungo de Naruto. Correu seguindo o voz da criança, e então se deparou com algo surpreendente.

Minato estava abraçado a criança, sim ele estava morto e era certeza, mas Kakashi se aproximou e viu que o abraço fora na intenção de proteger Naruto, a criança não estava chorando, e no rosto de Minato havia algo muito familiar a todos da vila. O sorriso, cativante e puro que ele sempre exibia quando tudo estava bem, mas agora havia algo mais naquele sorriso: Satisfação... Novamente em Konohagakure tudo estava bem.

 

- Sensei... – Disse Kakashi. – Arigatou... Hontonii Arigatou...