Posena escrita por Filha de Apolo


Capítulo 43
XLIII - Happy New Year


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO PRA VOCEEEES. Viram como eu sou linda? Eu estou seeeem internet mas eu consegui postar um novo capitulo, um ultimo Poseninha pro ano de vocês.



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Ela odiava pensar no que havia feito. Beijar um homem era um insulto gravíssimo para as Donzelas, e Héstia já sabia. Atena não fazia idéia de como ela descobrira, não contara pra ninguém, além de Afrodite, e esta nunca diria nada para Héstia ou Ártemis, as odiava com toda a força de suas maquiagens.

E Atena tinha certeza que a deusa do amor não contara a ninguém, ainda, pois teria falado primeiro para Ares ou Apolo, e nenhum dos dois a xingara ou mandara olhares desrespeitosos.

O pior é que Poseidon nem se deu o trabalho de vir falar com ela ainda, apenas fizera o que fez e a deixou se remoendo durante meses. Naquele dia, porém, ele teria de vir falar com ela, não tinha como ele fugir.

Bom, ter até tinha, no meio de uma festa de ano-novo com todos os seres do Olimpo talvez fosse fácil se esconder, mas se ele ainda não o tinha feito, talvez não o fizesse. Talvez estivesse tentando reunir coragem.

Atena já estava na quarta taça de espumante, e isso que ela nem gostava de beber, bebia apenas vinho para se aquecer durante as noites mais frias do inverno, sozinha e trancada no seu quarto para não fazer ou falar nenhuma besteira.

Encostada em um dos pilares da Sala dos Tronos, ela observava o começo da festa. Tudo já estava uma bagunça e nem havia passado da meia noite ainda.

A decoração nesse ano era em branco e um tom esverdeado de azul, a cor do mar, quase como se o mundo conspirasse contra a necessidade de Atena de tirar Poseidon da cabeça. O que não tinha nada a ver, na realidade, uma vez que fora Hera quem organizara o salão.

Deixou sua taça vazia na bandeja flutuante que se aproximara e pegara outra. Era melhor ela parar de beber, ou diminuir o ritmo, ia acabar se embebedando.

–Olá, meu bem. - A voz de Zeus soou ao lado da deusa. Sempre uma ótima ajuda para parar de encher seu precioso cérebro de besteiras.

–Boa noite, pai. - Atena se virou para vê-lo, abrindo um pequeno sorriso. Ela era uma das poucas que convivia pacificamente com Zeus, os seus irmãos ou eram maltratados pelo pai ou o maltratavam. E ela era a preferida, de qualquer modo.

–Estás linda hoje, minha querida - O sorriso de Atena se abriu mais e ela agradeceu. Era difícil ele elogiar sua aparência. -, e eu não fui o único a notar.

Atena congelou e correu os olhos pelo salão, analisando quem poderia estar os observando, provavelmente querendo ver a reação dela.

–Ah... É mesmo?

–Uhum, até achei estranho.. - Zeus pegou uma taça com cereja e se virou novamente para encarar Atena. - Não que você não mereça o elogio, Atena.

A deusa assentiu, tentando esconder seu nervosismo. De todos os deuses do Olimpo, Zeus era o ultimo que poderia saber sobre Poseidon.

–Apolo? Ares? Hades? - Atena tentou soar indiferente.

–Ares sim, comentou comigo. E Hades, o achei conversando pelos cantos com Poseidon sobre você.

–Hum - Atena tomou um gole de sua champanhe e olhou fundo nos olhos do pai. Sabia que não podia demonstrar desconforto ou agir anormalmente, se não ele entenderia. E ela odiaria ter de mentir para seu pai.

Zeus entendeu que ela não tinha nada para acrescentar ao assunto e se despediu, indo parar em um grupo de ninfas. Coitada da Hera.



As horas se passaram, a festa começou a ganhar seu ar de balada, o que sempre afastava Atena. Um pouco alterada, a deusa se sentou na beira do Olimpo, suas pernas pendendo do monte direto para Nova Iorque. Eram lindas, as luzes.

Hefesto já havia se retirado para os preparativos. Assim que o relógio da praça do Olimpo marcasse meia noite, ele lançaria um espetáculo de fogos em cima da cidade, naquele angulo, Atena veria de camarote. A névoa encobria a estranheza, mistura do os fogos aos demais, como se fossem nada, mas a verdade era que ninguém poderia vencer do deus nas comemorações.

O silêncio, que sempre acompanhara Atena, agora a incomodava. Não que não houvesse o barulho, a música tocando no fundo e os gritos das conversas de alguem. Atena sentia o silencio por não ter ninguém pra conversar. Acontecia raramente, uma súbita necessidade de expor suas idéias, como se qualquer um dos presentes ali merecessem.

–Psiu.

A voz fez todo o corpo de Atena se petrificar, a tornando uma pequena estatua. "Ridículo", ela pensou, "estou sendo ridícula, não tenho motivos para temer". O cheiro de água salgada invadiu Atena, a limpando por dentro.

Atena não precisou se virar, ele se sentou ao seu lado e, reluta te, deixou suas pernas penderem também. Atena notou.

–Medo de altura?

–Sabe como é, nunca me dei bem em lugares altos, algo a ver com o seu pai... Estranho, não?

Atena conteu um sorriso. Nunca imaginaria que um homem daquele tamanho pudesse realmente temer alturas, mas fazia sentido. Seria duplamente engraçado se fosse Hades, com toda sua pose de dark, agarrado a um pilar para não ter de ir perto da beira.

–Então - Poseidon continuou, quando viu que Atena não riria dele. -, vi você e seu pai conversando mais cedo. Parecia nervosa, achei que estivesse com problemas.

–E esperou duas horas ora checar?

–Tinha a obrigação de fazê-lo antes? Sempre se gaba por fazer tudo sozinha.

Atena suspirou. "Homens".

–Ele veio me comentar que alguns deuses fora do comum haviam me elogiado.

Ele pareceu entender, pois virou o rosto e disfarçou a pontada de vergonha que sentia.

–Ah é?

–Uhum. Algo com você e Hades também.

–Hum, estranho.

–Também achei. - Atena tomou o resto da taça de champanhe que trouxera consigo, notando que Poseidon talvez nunca a elogiara pra valer na frente dela.

–Estamos muito para o lado, o show de fogos vai ser mais para a direita dos templos esse ano.

Atena esbravejou baixo. Nunca conseguia um bom lugar de fato, e quando conseguia, não era no lado certo. Os deuses já iam se agregando no outro lado, ela devia ter imaginado.

As luzes haviam começado antes, faltavam dois minutos para meia noite e umas poucas luzes já abriam seus caminhos pelo céu. Poseidon e Atena se levantaram, virando para assistir. Poseidon ficara atras da deusa e constantemente baixava seu olhar, começando a ficar nervoso, como se planejasse algo infortuno.

–Vamos lá! Dez! - A voz de Afrodite ecoaram, puxando a contagem regressiva.

Sete. Atena sentiu braços envolverem sua cintura.

Cinco. Ela se inclinou a cabeça para trás e seus olhos encontraram os do deus, que sorria.

Dois. Poseidon a soltou, causando estranheza na deusa.

Zero.

–Feliz ano novo, Palas - Ele sussurrou para Atena, que se virou.

–Feliz ano novo, pescador.

O resto da noite passou como um bordão quando, acompanhado dos fogos de artificio, seus lábios encontraram os de Poseidon novamente. Viera comi um instinto, ela não podia o empurrar de volta. Passara o resto da festa abraçada com ele, ali naquele chão, observando as luzes dos mortais.


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Notas finais do capítulo

Enfim, sácumé, reviews/comentários por favor. Leitores fantasmas, deixem só esse, só pra começar o ano bem :)
Amo todos vocês e boas festas e um ótimo verão, né. Apolo anda caprichando por aqui.