Ela caminhava tranquila pelos corredores da biblioteca, já a conhecia como se fizesse parte dela. Mesmo que fosse uma biblioteca pública, para estudantes mortais, ela passava muito tempo por lá. Era bom para ela, caminhar por entre livros de história, geografia, física. Era... relaxante.

Ela passara tanto tempo dentro daquela biblioteca que muitas vezes os alunos vinham pedir informações para ela, como se ela trabalhasse ali ou fosse professora deles.

Ela já havia pensado muito nisso, em dar aula para os mortais. Seria um pouco... estranho, ensinar sem que eles saibam quem ela realmente era, ela sempre odiou ter de esconder sua identidade. Estava acostumada a contar tudo para os mortais com quem se... relacionava, tendo filhos. Eles sempre entendiam, seria melhor que todos soubessem da verdade, mesmo que alguns fossem incomodar, dizer que era calúnica, coisa do demônio, como os que seguem o tal "Deus" que fora inventado para substituir aos Olimpianos há muito tempo. A revoltava ver que eles seguiam tão cegamente uma religião tão hostil, depois de tudo que diversos outros deuses, Greco-Romanos, Egípcios, e outros, fizeram por todos eles, a seu modo.

Atena estava lá, perdida em milhões de pensamentos quando uma pequena discussão chamou sua atenção, logo na entrada da biblioteca. Um homem tentava entrar mas aparentemente não tinha uma tal carteirinha que era necessária, logo a bibliotecária estava tentando mandá-lo embora. Ele parecia desolado, tentava argumentar freneticamente que precisava estudar para passar nos exames e, aí sim, entrar na faculdade para poder ganhar a tal identificação. 

Pelo que Atena entendeu, ele precisava apenas de alguns livros sobre as Grandes Guerras, bem a seção que Atena estava parada. Ela pegou alguns de seus livros favoritos e se encaminhou ao balcão, onde uma das funcionárias anotaria seus dados de identificação e a emprestaria os livros.

Enquanto a menina escrevia uma porção de coisas da identificação que Atena havia arrumado (porque usar a névoa era maldade demais), Atena observava o homem que agora estava parado de braços cruzados fora da biblioteca, provavelmente esperando que trocassem de turno para ele tentar novamente. Algo nos olhos dele atraiu a atenção de Atena, as íris de um castanho escuro pareciam estar repletas de conhecimento e interesse, pareciam muito espertos. E de inteligência Atena entendia bastante (N/A: Claro, porque é só de inteligência mesmo).

Ela pegou os livros e caminhou para fora, fazendo seu caminho até o homem, que era, agora ela podia perceber, muito "bem apessoado", como Afrodite diria. Não que Atena se importasse, nah.

Ele se virou e olhou para ela, demorando seu olhar nas orbes cinza-azuladas (ou azul-acinzentadas?), depois correndo seus olhos pelos livros que ela trazia na mão. Ele abriu a boca para comentar algo, mas o sorriso que Atena o lançou fez com que ele entendesse. Ela queria ajudá-lo. Eles caminharam silenciosamente até a Starbucks do outro lado da rua e sentaram juntos, e lá ficaram durante o resto do dia, conversando sobre História, sobre a vida, sobre tudo. 

Há um tempo que ela não se divertia na companhia de um mortal.